Alta das commodities chega forte ao atacado e é repassada ao consumidor
A alta das commodities começa a se dissipar tanto sobre os agrícolas como sobre os produtos industriais.
A avaliação é de Paulo Picchetti, professor da FGV e coordenador do IPC-S do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV.
Ele destaca as carnes bovinas, setor que o Brasil é líder em exportações. O aumento de fora puxa os preços do boi por aqui, que são repassados para o atacado, respingando nos consumidores.
A arroba de boi, que chegou a R$ 117 no campo, provocou alta de 16% na carne bovina no atacado nos 30 dias encerrados no dia 20.
No mesmo período, o consumidor já paga até 10% a mais por alguns cortes de carne bovina no varejo.
Picchetti lembra, ainda, que o consumidor paga mais também pelos produtos importados, como o trigo. O aumento da commodity lá fora já provocou alta de 4,5% no pão francês até outubro. "Alta que veio para ficar", diz.
Conjugação - Há um ótimo desempenho da safra de cana-de-açúcar neste ano devido a uma conjugação de situações favoráveis, o que nem sempre ocorre, segundo Julio Maria Borges, da JOB Economia e Planejamento.
Apertado - Na avaliação de Borges, há um balanço entre oferta e demanda muito apertado. Os preços internos do açúcar, de abril a novembro desta safra, superam em 15,4% os de igual período anterior em São Paulo. Já os externos estão 5,8% maiores. O álcool está com valorização de 13%.