Cotado para o Ministério da Agricultura, Blairo Maggi faz doação milionária à campanha de Dilma

Publicado em 01/12/2010 15:03

Cotado para assumir o Ministério da Agricultura, o senador eleito Blairo Maggi (PR) ajudou em mais de uma maneira a campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Através de suas empresas, o ex-governador de Mato Grosso doou R$ 1 milhão para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT.

Foram duas doações, registradas na contabilidade oficial da campanha petista. O mais curioso é que elas ocorreram na semana passada, muito depois do término da eleição. Ao que tudo indica, o empresário, um dos maiores produtores de soja do mundo, estava ajudando a fechar a conta da campanha de Dilma.

A maior doação foi feita pela Amaggi Exportação e Importação Ltda: R$ 700 mil, na quinta-feira passada. No dia seguinte, a Agropecuária Maggi Ltda doou mais R$ 300 mil ao mesmo Comitê Financeiro Nacional.

Na terça-feira, Blairo foi convidado a acompanhar a presidente eleita em viagem a Tucuruí, no Pará, para inauguração de duas eclusas construídas por outro doador da campanha de Dilma, a Camargo Corrêa. Se emplacar mesmo no ministério, ele deverá entrar na cota do PR.

O Comitê Financeiro Nacional para Presidente, do PT, recebeu 46 doações de empresas com valores superiores a R$ 10 mil após o término da campanha. Elas somam R$ 12,741 milhões. A maior doação individual foi feita pela Construtora Queiroz Galvão S/A, no valor de R$ 2 milhões.

Mas o setor que mais contribuiu após o fechamento das urnas foi o sucroalcooleiro. Foram pelo menos R$ 3,5 milhões nas últimas semanas. Segundo usineiros ouvidos por este blog, o segmento foi convidado a ajudar a fechar a contabilidade da campanha de Dilma após o término da eleição.

A Cosan, maior empresa do setor, fez duas doações em novembro, somando R$ 1,5 milhão. A Copersucar também doou R$ 500 mil no dia 23 passado. E a Usina São Martinho fez dois aportes no dia seguinte que totalizaram também R$ 500 mil.

Um caso especialmente interessante é o da Açúcar Guarani S/A. A empresa, controlada pelo grupo francês Tereos, fez duas doações à campanha de Dilma, que totalizaram R$ 1 milhão, nos dias 19 e 22 de novembro. A Petrobras é sócia da empresa.

Em abril, a Guarani recebeu um aporte da Petrobras no valor de R$ 682 milhões, o que 
garantiu 26,3% das ações da companhia à Petrobras Biocombustível. 
A PBio, como é chamado o braço da estatal voltado ao etanol, deverá investir mais 
R$ 929 milhões na Açúcar Guarani ao longo dos próximos cinco anos, o que lhe valerá 
45,7% do capital da empresa.

Conflito agrário

O Ministério do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma Rousseff é alvo de uma disputa interna no PT. O grupo político de Tarso Genro patrocina a indicação de Joaquim Soriano para a vaga. A tendência majoritária do partido, entretanto, alega que a ala rival já está suficientemente contemplada com a potencial nomeação de José Eduardo Cardozo para o Ministério da Justiça e a manutenção de Fernando Haddad na Educação. Assim, quer emplacar para a cadeira os deputados Pedro Eugênio (PE) ou Geraldo Simões (BA).

Por Lauro Jardim (veja.com.br)

Osmar Dias ganhou um concorrente de peso na disputa pela presidência de Itaipu, Orlando Pessuti. Enquanto o PDT não batalha pela indicação de Dias, Pessuti vai arrebanhando o apoio de partidos que fazem parte de seu governo no Paraná.

Por Lauro Jardim

Alijado do núcleo decisório do futuro governo, PMDB quer ministérios que possam matar a fome do partido

Mas o que é o PMDB? Uma federação que reúne os bichos mais estranhos e díspares. Só que há um comando. E os patriotas que estão no topo da cadeia alimentar são Michel Temer, o vice-presidente eleito; os senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL), e os deputados Henrique Eduardo Alves (RN) e Eduardo Cunha (RJ). E essa gente está bastante descontente com a “reforma ministerial” promovida por Lula.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, quer dar cinco ministérios para o partido, que acha pouco. Os predadores consideram que a Defesa, onde fica Nelson Jobim, e a Saúde — o provável indicado é Sérgio Cortês — são da cota pessoal da presidente eleita. Faz sentido? De certo modo, sim. Jobim não ocupa a vaga por indicação partidária, todo mundo sabe. Cortês, diz agora Sérgio Cabral, governador do Rio, não foi exatamente indicação sua, mas escolha de Dilma.

Assim, aquele grupo que exerce a hegemonia no partido até se contentaria com as cinco pastas, mas descontadas as duas — ou seja, sete. E quer uma compensação pela perda do Ministério das Comunicações, que vai para o petista Paulo Bernardo. Além do patriotismo que lhes é muito próprio, os peemedebistas precisam de cargos para acomodar a máquina partidária. A Defesa, apesar de um belo naco do Orçamento, não se presta muito a esse papel. Também não tem capilaridade para “fazer política pública”, entenderam? A Saúde é um latifúndio, sim, mas, hoje, mais desgasta do que rende dividendos. E é uma pasta bastante submetida à vigilância da imprensa. Mais: Dilma concentrou boa parte de suas promessas eleitorais nessa área: fará, para o bem e para o mal, o que achar melhor, independentemente do que queiram os peemedebistas.

Antonio Palocci, o futuro chefe da Casa Civil, já está em campo, tentando apaziguar os ânimos. Está lá para isso. A equação é delicada. O PMDB percebeu que o núcleo decisório do governo, o primeiríssimo escalão mesmo, aquele onde as coisas de fato se decidem, ficou com uma equipe de lulistas. Nem à presidente eleita coube escolher muito. Lula é uma espécie de Putin informal de sua Medvedev.

Alijado do centro do poder, o PMDB quer ministérios que tenham dinheiro e que lhe dê condições de manter satisfeita, com cargos e obras, a faminta máquina partidária. Ou ameaça fazer valer o seu “poder de fogo” no Congresso.

Por Reinaldo Azevedo (veja.com.br)

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Fonte:
O Estado de S. Paulo/Veja

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