Exportações registram menor expansão da série em MT

Publicado em 13/01/2011 06:53
Vendas externas de Mato Grosso fecharam positivamente, mas resultado indica que mudanças estão só começando.
A trajetória ascendente das exportações de Mato Grosso, em 2010, foi freada. O balanço dos doze meses aponta um crescimento de 0,29% ante 2009, resultado que, quando comparado à série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), revela a menor expansão apurada no Estado desde 1988. Conforme números consolidados do exercício 2010, Mato Grosso atingiu a cifra de US$ 8,45 bilhões em vendas, contra US$ 8,42 bilhões em 2009. A expectativa que ganhou coro a partir do segundo semestre era de que houvesse empate ou ligeira alta em relação às vendas do ano anterior.

Nesta década, a pauta de Mato Grosso registrou uma média de expansão anual de 28,3%. Esta primeira década do século XXI fechou com números positivos. O pico foi em 2008, quando as vendas ampliaram em mais de 52% em relação ao exercício anterior. No ano passado a expansão foi de 7,87%. De janeiro a outubro do ano passado, o Estado contabilizava perda de 14% em relação a 2009.

Dois cenários explicaram o ritmo menor imposto às vendas mato-grossenses: o aquecimento do consumo doméstico e a forte pressão cambial. Conforme alguns analistas, a perda de fôlego, ao longo do ano passado, não indica nenhum perigo à ‘saúde’ da pauta mato-grossense. Pelo contrário, indica que há um mercado consumidor interno forte, aquecido, e que está, como eles chamam, refletindo o adensamento da cadeia. Ou seja: a soja em grão, que seguia mar adentro rumo à Ásia – sem gerar impostos –, agora é processada no país e destinada em maior parte à produção de biodiesel. Em outras palavras, pelo menos em 2010, a commodity soja em grão ficou menos dependente do mercado externo.

Em outro cenário, a pouca elasticidade entre o saldo de 2010 ante 2009 reflete também a perda de competitividade do exportador frente à valorização do real. Mesmo ampliando o volume físico exportado em mais de um milhão de toneladas no ano passado, as vendas não reverberaram na mesma proporção em volume monetário, garantindo evolução de apenas 0,29%.

SUPERÁVIT - A boa notícia, dentro de um cenário interno no qual as importações – em razão do dólar mais acessível – dominaram a pauta e abocanharam parte do saldo da balança comercial, é que o Brasil aumentou sua dependência em relação ao desempenho mato-grossense. Enquanto em 2009 Mato Grosso participou com apenas 30% do superávit nacional, foram US$ 25,27 bilhões do Brasil e US$ 7,63 bilhões do gerados pelo Estado, em 2010 o MT garantiu, sozinho, 36% do superávit nacional. O Brasil registrou o menor volume desde 2003, US$ 20,26 bilhões, e Mato Grosso, mesmo reduzindo para US$ 7,46 bilhões no ano passado, assegurou melhor a performance já apurada no contexto nacional. Aliás, o saldo estadual é o terceiro maior do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais (US$ 21,25 bilhões) e Pará (US$ 11,68 bilhões), este último beneficiado pela valorização das commodities minerais durante o ano. O saldo da balança resulta da subtração de todo volume exportado e importado. Quando as vendas são maiores que as compras, há superávit; caso contrário, déficit.

Em relação ao volume de negócios em 2010, Mato Grosso fechou com o 9° maior valor entre todos os estados brasileiros. As importações mato-grossenses fecharam o ano com incremento superior a 24%. Passaram de US$ 792,39 milhões para US$ 988,96 milhões no ano passado, o segundo melhor da série do MDIC. Em 2008, foram mais de US$ 1,27 bilhão em compras.

EMPRESAS – A maior exportadora mato-grossense em 2010 foi a Bunge, que atingiu participação de 19,6% do total exportado, ou US$ 1,66 bilhão, ampliando em 5,56% seu faturamento em relação a 2009. A ADM registra faturamento de US$ 940,62 milhões, queda de 2,24% na comparação entre o mesmo período. A mato-grossense Amaggi fechou 2010 com um faturamento 28% menor, de US$ 1,24 bilhão em 2009 para US$ 894,82 milhões.

PAÍSES – Por mais um ano a China se consolidou como o maior parceiro comercial de Mato Grosso, responsável por quase 28% da pauta. As compras chinesas somaram US$ 2,29 bilhões, cifras 1,51% menores em relação ao ano passado, numa clara demonstração do peso cambial. Em seguida está a Holanda, com participação de 9,43%, negócios superiores a US$ 796 milhões, porém com recuo de 13% no volume negociado com o Estado. De quarto para o terceiro lugar está a Tailândia, que ampliou as compras e fechou 2010 com US$ 506,82 milhões.

PRODUTOS – Influenciada pelo adensamento da cadeia e pelo dólar, a soja em grão deixou de representar mais de 50% das vendas estaduais em 2009, para atingir pouco mais de 38% no ano passado. Entre os destaques está o milho, incremento de vendas em 60%, carne bovina (+44%), ouro (+30,4%) e o óleo de soja com retração de 10,67%.

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Diário de Cuiabá

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