Padarias francesas aumentam o preço do baguete diante do aumento dos custos
“Liberdade e pão” são tudo o que o povo precisa, diz um velho ditado francês. E o segundo deles está com os preços aumentados diante da necessidade de repasse dos custos do grão. “Não temos escolha”, disse Michel Galloyer, cujo baguete foi votado como o melhor de Paris em 2010.”Os preços do trigo explodiram. Teremos que repassar 4 a 5 centavos quando os preços da farinha começarem a subir, provavelmente em fevereiro”
O consumo francês de baguetes é de 23 milhões por dia – mais de 8 bilhões por ano – fornecidos por mais de 33 mil padarias e distribuidores como o Carrefour, por exemplo, segundo dados da Associação Nacional dos Moinhos Franceses. Galloyer planeja elevar em 5 cents o seu baguete para 1,15 euros, em fevereiro. “Não vemos nada vindo em Junho ou Julho”, disse o padeiro francês, que fornece baguete para a residência do presidente Nicolas Sarkosy. “O aumento esta pesando nas margens, porque não tínhamos aumentado (no segundo semestre do ano passado, quando os preços do trigo mais que dobraram). Mas vou fazer isto no final de janeiro”, complementa.
Desde 2007 o preço do baguete nas padarias francesas subiram 6,3%, de acordo com um estudo da (Associação) Famílias Rurais. Os grandes distribuidores, porem, elevaam o preço em 19% neste período.
Uma outra padaria famosa, chamada Les Blés d’Ange (O pão dos anjos) próxima aos Jardins de Luxemburgo, está vendendo sua baguete tradicional 5 cents a mais, a 1,20 euros, considerando o custo da farinha, que está em 90 cents. “Estamos com o preço do baguete inalterado e pretendemos mantê-lo assim por enquanto”, disse Chantal Hanotelle, proprietária da padaria, cujo nome significa Trigo dos Anjos. “Se os preços subirem mais daqui para a frente, aí então subiremos os nossos”.
Como os moinhos estão terminando de vender seus estoques de trigo adquiridos a preços mais baixos, terão de refazê-los agora a preços mais altos, disse Galloyer.
Os estoques de grãos na França são suficientes para atender a demanda doméstica até a próxima colheita, segundo declarações de Xavier Beulin, presidente da Associação Francesa de Agricultores-FNSEA, depois de uma reunião com o presidente Sarkozy.
Particularmente Galloyer acredita que “há muita especulação com trigo; há muito estoque ainda e em abril ou maio os preços voltarão a cair”, acrescenta.