Fertilizantes mais caros trazem preocupação aos produtores

Publicado em 16/02/2011 08:08
Caso a alta de preços permaneça por longo tempo, produtores brasileiros podem reduzir drasticamente a quantidade do produto usado nas lavouras.
Os preços dos fertilizantes já preocupam os produtores de alguns estados brasileiros, como é o caso de Mato Grosso, onde os fertilizantes sofreram alta de até 28%, ou Goiás, com alta de 10% do ano passado para este ano. As vendas de fertilizantes, em 2010, totalizaram 24,5 milhões de toneladas no País. O resultado representa crescimento de 9,4%, em relação ao registrado no mesmo período de 2009, com 22,4 milhões de toneladas.

Com as altas nos preços das commodities agrícolas no mundo todo, dado principalmente as quebras de safras causadas por problemas climáticos e ao crescimento da demanda, a procura mais intensa por insumos acarretou um aumento nos valores dos produtos principalmente dos fertilizantes. Segundo Alécio Maróstica, superintendente de Irrigação do Estado de Goiás, a elevação no valor dos fertilizantes está diretamente ligada ao aumento dos preços dos grãos. "A industria de fertilizantes não se baseia no custo de produção para aumentar o preço. Eles se baseiam nos preços das commodities. Caso elas subam, mesmo com queda no dólar os fertilizantes ficam mais caros também", disse.

Em janeiro deste ano, apesar dos preços dos fertilizantes no estado goiano ficarem parecidos com os valores registrados em dezembro do ano passado, quando comparado a janeiro de 2010, as altas superam os 10%. Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o fechamento médio de preços do mês de janeiro do ano passado foi de R$ 891,61 a tonelada, já nesse ano o preço médio foi de R$ 987,89. "Não há dúvidas de que os atuais patamares de preços das commodities têm exercido impacto sobre os preços dos fertilizantes, uma vez que a correlação é perfeitamente visível no histórico de preços dos produtos e dos insumos", informou a entidade.

Já no Mato Grosso, os gastos com fertilizantes chegaram a quase 45% dos custos operacionais para produzir um hectare de soja. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) este insumo foi responsável por uma despesa aproximada de 25% por hectare. "Um exemplo desses aumentos está no custo operacional total da produção de soja no município de Sorriso, em Mato Grosso, que foi de R$ 936,53 por hectare, e somente os gastos com fertilizantes totalizaram R$ 400 por hectare", comunicou.

Para Maróstica, caso os preços dos insumos sigam em alta, para se adaptar a essa nova realidade, os produtores podem diminuir a quantidade de fertilizantes por hectare, afetando assim a rentabilidade da sua plantação. "Com essas altas o produtor pode tomar como medida a redução do uso desses produtos. Caso a soja ou o milho comecem a recuar e o fertilizante siga com preços mais altos, o produtor deve reduzir a quantidade do produto usado por hectare. E isso é uma ação automática, pois o produtor não tem como interferir no preço do fertilizante, mas sabe bem como reduzir o custo de produção dele", garantiu o representante.

No mercado internacional, em janeiro deste ano, os preços dos fertilizantes subiram 4% em relação a dezembro de 2010 e 2,7% em relação aos preços de janeiro do ano passado. O maior responsável foi o potássio que voltou a subir depois de um longo período de estabilidade nos preços e ficou 7,6% mais caro nos principais terminais internacionais relativos ao preço verificado em dezembro O fosfato que também compõe o produto ainda segue com seus preços estáveis.

Em números

As vendas de fertilizantes, em 2010, totalizaram 24,5 milhões de toneladas no País. O resultado representa crescimento de 9,4%, em relação ao registrado no mesmo período de 2009, com 22,4 milhões de toneladas. Os estados que se destacaram nas entregas foram: Mato Grosso, com 4 milhões de toneladas, São Paulo que registrou 3,5 milhões de toneladas e Minas Gerais com 3,1 milhões de toneladas. Os números foram apresentados pelo Ministério da Agricultura.

Em 2010, a produção brasileira de fertilizantes chegou a 9,3 milhões de toneladas, um aumento de 12% em relação as 8,3 milhões de toneladas do ano anterior. Mesmo com a maior oferta interna, as importações cresceram 38%, fechando em 15,2 milhões.

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Fonte:
DCI

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