Fumicultores fecham empresas fumageiras no sul de Santa Catarina

Publicado em 17/02/2011 06:40
Depois de interditarem por pelo menos uma hora e meia a BR 101 na manhã desta terça-feira (15), produtores de tabaco (fumicultores) de municípios do sul de Santa Catarina fecharam três empresas fumageiras. Duas (Alliance One e Phillips Morris) foram fechadas ainda na tarde de terça e durante a noite os produtores permaneceram em frente aos portões das empresas. Nesta quarta-feira (16) por volta das 12hs a Universal Leaf Tabacos também foi fechada. Os fumicultores planejam fechar outras empresas.

Com tratores e carretas colocados em frente aos portões das empresas os produtores impedem a entrada e saída de caminhões com o produto.

Segundo os organizadores o protesto será encerrado somente quando houver entendimento por parte das empresas fumageiras em classificar melhor o produto bem como o pagamento do preço dentro da tabela acertada pela maioria em Santa Cruz do Sul/RS no final do mês passado.

Fumicultores interditam a BR 101 em Araranguá

A manifestação dos fumicultores interditou a BR-101 no quilômetro 416, em Araranguá, entre às 9h e 10h30min na terça-feira (15). Os produtores reclamam do preço pago pelo fumo pelas fumageiras, que estaria pelo menos 30% abaixo do custo de produção. Os produtos estão prontos para serem comercializados, no entanto permanecem estocados.

Munidos de cartazes, os manifestantes fecharam a rodovia nos dois sentidos usando tratores e carretas. Não houve nenhum comentário por partes da empresas que comercializam o produto.
Aproximadamente três mil quilos (200 arrobas) de tabaco foram queimados em frente ao portão da Philips Morris, às margens da BR 101.

De acordo com a Polícia Rodoviária, as filas nos dois sentidos depois da paralisação da BR 101 chegaram a aproximadamente 40 quilômetros. Segundo os manifestantes esta foi uma forma de chamar a atenção da sociedade, empresas e governos em geral sobre os problemas de endividamento e a importância desta classe produtora geradora de divisas aos Municípios, ao Estado e ao País, bem como reivindicar a assinatura do protocolo de aumento de 10% por parte das empresas Alliance One, Universal Leaf Tabacos e Phillips Morris e melhorias na classificação do produto, pois o momento é de descontentamento e esta dificultando a vida sócio-econômica de milhares de famílias que vivem desta atividade rural.

Mesmo depois de desbloquear a rodovia, o protesto continuou em frente às empresas fumageiras de Araranguá. Os agricultores se dividiram em dois grupos e fecharam a entrada principal de duas empresas.

O movimento dos agricultores pela valorização do fumo começou em São João do Sul, na localidade de Nova Fátima e se espalhou pela região.

STRs convocam fumicultores para aderirem ao movimento

Na manhã desta quarta-feira (16) representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Vale do Araranguá encaminharam um pedido aos demais fumicultores para aderirem ao movimento auxiliando no revezamento para manter as empresas fechadas.

Fonte: Revista Folha Rural

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