Fumicultores de SC mantêm piquete em frente às empresas

Publicado em 21/02/2011 11:33 e atualizado em 22/02/2011 16:00
Durante todo o final de semana e até não haver um acordo favorável, fumicultores do Sul de Santa Catarina manterão piquetes para impedir que as empresas fumageiras recebam caminhões com o produto. Segundo os organizadores esta foi à única forma encontrada para que empresas, governos, lideranças e sociedade em geral percebam a situação em que a classe produtora se encontra, tendo em vista ás inúmeras tentativas de acordo por parte das federações.

Segundo os organizadores mais de 70% dos produtores de tabaco (fumicultores) de Santa Catarina tem dívidas acumuladas junto ás empresas fumageiras, e com o baixo valor pago pelo produto na atual safra a situação deve piorar. “Não podemos mais ficar acumulando dívidas para sustentar os barões da indústria fumageira, queremos assegurar nossos direitos e garantia de renda para nossas famílias poderem sobreviver no campo. De imediato precisamos resolver o problema de preço e classificação, a médio e longo prazo queremos políticas que garantam nossa migração para outras culturas” desabafa o fumicultor Dilnei de Melo Pereira. “Se tivéssemos condições de sobreviver sem plantar fumo, com certeza já teríamos migrado para outro tipo plantação, mas vivemos em pequenas propriedades rurais e não temos estrutura nem garantia de venda de outros produtos, assim como esta acontecendo com o fumo agora. Investimos alto para construir estufas e galpões, muitos ainda devem às companhias de fumo!” completa.

Uma comissão formada por presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores, Prefeitos, Vereadores e Fumicultores estará entregando às empresas fumageiras ainda esta semana um documento solicitando a abertura de um canal de negociação onde deverão ser apresentadas as propostas requeridas pelos manifestantes. Segundo Nicanor da Rosa Nichele, coordenador da Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Vale do Araranguá e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sombrio, esta é uma forma de iniciar uma conversa com estas empresas para apresentar as propostas. “O objetivo do manifesto é este, fazer com que as empresas abram um canal de negociação e assim através do diálogo direto com os empresários podermos discutir as propostas. ” enfatiza o coordenador.

PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO

1) Assinatura do protocolo de aumento de 10% por parte da Empresas Aliance One, Philip Morris e Universal Life Tabacos;

2) Classificação do fumo dentro da portaria do Ministério da Agricultura;

3)  Devolução do tabaco não conste na estimativa do produtor;

4) Aceitação do excesso de estimativa com aval do orientador;

5) Possibilidade de renegociação  da dívida com a empresa fumageira;

6) Liberação de parte do dinheiro da compra ao produtor.

Os manifestantes colocaram faixas de protesto em frente às empresas impedidas de receber o produto. Apenas a Souza Cruz poderá receber o fumo a partir desta segunda-feira (21). Segundo os organizadores esta empresa assinou o protocolo, deste a safra passada tem pago valores acima das demais e  vem classificando o produto mas próximo da realidade, servindo assim de base e argumentação para negociar com as demais.

Segundo os organizadores o manifesto esta tomando força. A partir da última sexta-feira prefeitos e vereadores do Extremo Sul de Santa Catarina assumiram o compromisso de auxiliar a manifestação no que for preciso. Os manifestantes pedem que os demais fumicultores entrem no movimento assim como o comércio em geral.

Fonte: Revista Folha Rural

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