Produtores rurais aceleram colheita em Campo Mourão/PR

Publicado em 14/03/2011 07:29
Desde a segunda quinzena de fevereiro, as máquinas estão no campo colhendo a safra 2011. Até agora, mais de metade da área total plantada com soja, de 575 mil hectares, já foi colhida na região. O receio de muitos produtores quanto a estragos com a seca no período de plantio e as chuvas que marcaram as primeiras semanas de colheita não tem se confirmado e os resultados preliminares são ainda melhores do que em 2010, considerado um ano muito bom para a cultura.

No ano passado a área plantada com a cultura era 570 mil hectares, um crescimento de pouco mais de 1%. Nos 24 municípios que pertencem ao Núcleo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), a média está sendo de 130 sacos por alqueire. “O ano passado já foi um ano excepcional para a agricultura em termos de rendimento e estamos um pouco acima da média de 2010 e este número ainda pode aumentar com o fechamento da safra”, coloca Anderson dos Santos, economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab.

O economista apontou que a maioria da produção está em ponto de colheita e que chuvas prolongadas poderiam trazer prejuízos aos agricultores. “Para ter problema seriam precisos de 10 a 15 dias com chuva seguidos. Mas os produtores não precisam se preocupar, as previsões apontam que até amanhã a possibilidade de chuva ainda é grande, mas para a próxima semana o céu volta a ficar limpo”, coloca.

Até o momento, poucas perdas foram registradas na safra. “Somente em casos isolados. No começo da colheita, em regiões que normalmente são colhidas mais cedo, atrasou um pouco pela chuva e alguns produtores registraram perdas, mas agora normalizou isso e na média geral está sendo muito positivo o resultado.”

O produtor ganha com a produtividade e, ao contrário de anos anteriores, ganha também com o preço. Neste mesmo período, na safra 2010, a saca de soja de 60 quilos era vendida a R$ 31,00. Hoje a mesma saca está a R$ 43,50.

Para o diretor presidente da Coamo Agroindustrial Cooperativa, José Aroldo Gallassini o bom momento vivido pela agricultura pode ser explicado, entre outros fatores, pelos estoques mundiais baixos, o comportamento do dólar e a crise em alguns países. “Os preços já estão altos hoje e podem continuar assim durante o ano. Quando a produção é boa já é meio caminho andado; porém é na hora de vender a safra que o agricultor define se a comercialização será lucrativa ou não”, analisa.

No início da colheita, o grão chegou a R$ 48,00. “A tendência é que volte a subir esse preço”, acrescenta Santos. A comercialização, grande gargalo da produção agrícola, também está vivendo um bom momento. “Tivemos um avanço de vendas antecipadas este ano. Na média geral do Estado, já é mais de 30% comercializado. Muitos produtores aproveitaram no começo que o preço estava muito alto e já garantiram o rendimento.”

Milho ganha espaço

Motivados pelo preço, muitos agricultores estão voltando a apostar no milho safrinha e as máquinas precisam dividir seu tempo entre a colheita da soja e o plantio da safrinha. “Virou basicamente uma febre, muita gente está plantando. O preço é o grande incentivador. Para se ter uma ideia da mudança na situação para a cultura, no ano passado, nesta época o milho era comercializado a R$ 13,00 a saca”, elenca Santos. Hoje o produto é vendido até por R$ 23,40, alta de 70% no valor de mercado.

Em 2010, muita área que agora recebe as sementes de milho estava parada. “Muita gente tinha plantado aveia ou com áreas sem produção. Nossa primeira estimativa aponta que o milho safrinha vai ter uma área de 250 mil hectares, uma elevação de 20% com relação ao ano passado e este número pode aumentar, conforme avança o plantio.” Segundo ele, após anos de sucessivas perdas, o produtor hoje só tem a comemorar. “Não tem do que ele reclamar, o rendimento está bom e o preço também tem ajudado”, finaliza.

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Fonte:
Tribuna do Interior

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