Crise financeira de Frigorífico Mataboi preocupa criadores de gado
O pecuarista João Guedes de Medeiros não escondeu a preocupação. Depois de vender 78 vacas no mês de fevereiro para o Frigorífico Mataboi de Rondonópolis, ainda não recebeu o pagamento de cerca de R$ 89 mil.
“Eu estou muito preocupado. Eu tenho compromissos. Graças a Deus, dei conta de pagar os compromissos no dia. Agora, vou ter de tomar dinheiro emprestado para saldar os compromissos”, diz Medeiros.
A empresa encerrou as atividades no sul de Mato Grosso no dia 29 de março. Por dia eram abatidos cerca de 600 animais. O frigorífico pediu uma recuperação judicial em Araguari, no estado de Minas Gerais, onde fica localizada a matriz. Agora, aguarda uma posição da Justiça.
Com o fechamento da unidade de Rondonópolis, em Mato Grosso, cerca de 260 trabalhadores foram dispensados. Segundo o sindicato da categoria, a empresa tem dez dias para fazer o acerto com os funcionários.
Na indústria ninguém foi encontrado para dar entrevista. A única nota oficial foi divulgada no site da empresa. Um levantamento da Associação dos Criadores do Sul de Mato Grosso revelou que aproximadamente 180 pecuaristas estão sem receber.
“Toda cadeia sofre. Aqueles pecuaristas que tinham feito compromissos com os recursos que vinham do abate dos animais. Isso gera um descasamento desse recurso que também iria para o comércio da cidade”, explica Marco Túlio Soares, presidente dos Criadores do Sul de Mato Grosso.
Além de Mato Grosso e Minas Gerais, as atividades do Frigorífico Mataboi em Goiás e Mato Grosso do Sul também estão paralisadas.