Exportações de couros contabilizaram US$ 191 milhões em março
Já o total acumulado no primeiro trimestre, de US$ 493,81 milhões, foi o melhor dos últimos dois anos (crescimento de 25% em relação a 2010 e de 117% ante 2009), mas ainda está 7% abaixo do apurado no mesmo período em 2008, ano da crise internacional. “O desempenho da indústria continua sofrendo os terríveis efeitos da crise cambial, fato reconhecido pelo próprio governo”, adverte o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
A crise cambial, de outra parte, vem sendo agravada pelos efeitos do conhecido Custo Brasil: altos impostos, elevadas taxas de juros e de contribuições sociais, excessiva burocracia, falta de crédito para capital de giro, e o ‘apagão logístico’, que emperra as operações de transporte, observa o executivo.
A despeito destas adversidades, Goerlich destaca o empenho da indústria brasileira do couro para manter mercados duramente conquistados, ou mesmo aumentar a participação do couro brasileiro nos negócios internacionais, principalmente no segmento de produtos de maior valor adicionado.
Como exemplo, o presidente do CICB cita ações como o programa Brazilian Leather, realizado em associação com a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que difunde e valoriza a qualidade do couro nacional em eventos, feiras e missões. A participação de curtumes brasileiros em recentes feiras, na China e na Itália, que contou com o apoio do CICB, ilustra o esforço da entidade.
Paralelamente, a entidade promove atividades para difundir o Brasil como um player de peso no setor internacional, a exemplo do II Fórum Internacional de Couro, realizado durante a Couromoda, e os preparativos para o I Congresso Mundial do couro, que está programado para novembro deste ano, em paralelo ao 4º. Congresso Mundial do Calçado, no Rio de Janeiro, salienta o presidente do CICB.
China e Hong Kong, Itália e Estados Unidos continuam sendo os principais destinos do couro nacional; Brasil também aumenta embarques para Coréia do Sul, Formosa, Portugal e Hungria
De janeiro a março deste ano, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 151,13 milhões (30,6% de participação e aumento de 14%); Itália, com US$ 108,93 milhões (22,1% de participação e elevação de 13%); Estados Unidos, com US$ 56,15 milhões (11,4% e crescimento de 36%); e Coréia do Sul, com US$ 18,3 milhões (3,7% e 151%).
Neste primeiro trimestre, Alemanha (US$ 17,25 milhões, aumento de 34%), México (US$ 16,85 milhões, incremento de 40%), Vietnã (US$ 11,17 milhões, elevação de 29%), Taiwan (Formosa, US$ 10,57 milhões, 88%) e Indonésia (US$ 9,76 milhões, 40%) foram importantes destinos das exportações brasileiras.
Entre outros países que aumentaram as aquisições do produto nacional figuram a Holanda (US$ 9,51 milhões, 31%), Noruega (US$ 9,12 milhões, 88%), Portugal (US$ 7,46 milhões, 125%), África do Sul (US$ 6,72 milhões, 33%) e Hungria (US$ 5,38 milhões, 208%).
Ranking dos estados exportadores de janeiro a março de 2011
O Relatório do CICB informa que o balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no primeiro trimestre, em relação ao acumulado do ano passado destaca a liderança de São Paulo como maior exportador nacional (US$ 116 milhões), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 115,45 milhões), Paraná (US$ 56,17 milhões) e Ceará (US$ 43,53 milhões).
Os demais estados no ranking nacional são Goiás (US$ 30,32 milhões), Bahia (US$ 29,87 milhões), Minas Gerais (US$ 27,44 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 21,6 milhões), Mato Grosso (US$ 20,58 milhões) e Santa Catarina (US$ 9,95 milhões).