Variedade transgênica de feijão é desenvolvida em Goiás

À primeira vista já é possível notar que uma pequena lavoura sofreu com as fortes chuvas que caíram no último mês. Mas isso não impediu que os pesquisadores alcançassem o objetivo principal da pesquisa: comprovar que as plantas são mesmo resistentes ao mosaico dourado.

O mosaico dourado é uma das doenças que mais causam prejuízos aos produtores de feijão. Ele é causado por um vírus transmitido pela mosca branca. Segundo a Embrapa, o inseto chegou ao Brasil no final da década de 60 e hoje é encontrado em todas as regiões do país.

O pesquisador da Embrapa Josias Correa de Faria coordena os trabalhos para o desenvolvimento do feijão transgênico resistente à doença. As pesquisas começaram há seis anos. “Nós pegamos um pequeno fragmento da genética do mosaico dourado mesmo, do próprio vírus, e introduzimos no feijão, de maneira que do próprio vírus nós tiramos a arma que combate”.

Ter um feijoeiro resistente ao mosaico dourado significa economia para o produtor rural. Sem a incidência da doença, o agricultor não vai gastar com a aplicação de inseticidas para matar a mosca branca, transmissora do vírus. Isso representa redução no custo de produção.

No laboratório da Embrapa, uma amostra do grão confirma que não há diferença do feijão convencional. “Esse feijão contém exatamente a mesma composição do feijão tradicional. A única mudança foi aquela genética colocada. Uma análise foi feita de todos os aminoácidos e proteínas totais desse feijão e mostrou que ele não difere do feijão convencional”, explica Josias.

Os resultados da pesquisa já foram enviados à CTNBIO, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Se não houver problema para a aprovação, a semente do feijão transgênico poderá chegar ao produtor em 2014.