Agricultura promove debate sobre proteção de cultivares
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realiza até a próxima sexta-feira, 20 de maio, a 40ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho de Espécies Agrícolas (TWA, sigla em
inglês) da União Internacional para
Proteção das Obtenções Vegetais (Upov).
A abertura do evento, nesta segunda-feira, 16 de maio, em Brasília, contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Erikson Chandoha. Também participaram representantes de 25 dos 69 países membros da (Upov), além de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Associação Brasileira de Obtentores Vegetais (Braspov).
“A proteção de cultivares é uma
questão estratégica fundamental para o
agronegócio brasileiro, pois promove a pesquisa científica e o desenvolvimento agrícola com sustentabilidade e competitividade. Além disso, gera variedades de alta performance, com qualidade e produtividade”, destaca o secretário.
O encontro – organizado pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) do Ministério da Agricultura – tem como objetivo elaborar diretrizes técnicas internacionais para descrições de cultivares candidatas à proteção intelectual de espécies de grandes culturas, como trigo, amendoim, mandioca, gergelim e braquiária (um tipo de forrageira). Durante a reunião, também serão discutidas normas administrativas e legais, além de parâmetros técnicos para harmonização de procedimentos de proteção de novas variedades de plantas entre os países e organizações integrantes da Upov.
“Trouxemos essa discussão para o Brasil, pois se trata de espécies de grande interesse agrícola nacional e, assim, podemos contribuir para o estabelecimento de padrões que serão utilizados internacionalmente. A braquiária, por exemplo, é a principal forrageira do Brasil e é a base alimentar de toda a pecuária do país”, ressalta a coordenadora do SNPC, Daniela de Moraes Aviani.
A programação prevê, ainda, visitas
técnicas à Embrapa Cerrados, no dia 18, e à AgroBrasília, no dia 21. Em novembro, o Brasil sediará um encontro do grupo de trabalho sobre uso de marcadores moleculares na proteção de cultivares (BMT, sigla em inglês).
Saiba mais
A Lei de Proteção de Cultivares existe no Brasil desde 1997. A norma estimula investimentos para obtenção de novas variedades, ao conceder a exclusividade de exploração da cultivar ao pesquisador. A medida visa a impedir a produção e comercialização por terceiros sem autorização.
O Brasil é referência mundial na execução da regra e conta com recursos modernos que garantem a agilidade do processo, como o programa CultivarWeb. O sistema permite o preenchimento dos pedidos de proteção de novas cultivares via internet, bem como o acompanhamento em tempo real da tramitação do processo em cada etapa de análise pelos técnicos do SNPC.
“Rotineiramente, recebemos visitas e somos convidados por outros países para mostrar os nossos procedimentos”, explica a coordenadora do SNPC, Daniela Aviani.
O SNPC concede o Certificado de Proteção de Cultivar, que reconhece a propriedade intelectual sobre as variedades de plantas. Além disso, assegura o livre exercício do direito dos obtentores e defende os interesses do Brasil nos fóruns internacionais sobre a proteção de novas variedades de plantas. (Marcos Giesteira)