Brasil tem um dos menores investimentos com defensivos por área plantada

Publicado em 17/06/2011 07:31
Estudo revela que o mais recente estudo da consultoria alemã Kleffmann mostra que, entre os grandes países agrícolas, o Brasil apresenta um dos menores investimentos com defensivos por tonelada produzida e por área plantada.

Um dos poucos países, entre os grandes produtores agrícolas, cuja competitividade tem condições de atender a demanda mundial por alimentos, fibras e energia renovável, o Brasil ainda se vê diante de um desafio: a necessidade de incrementar o uso de modernas tecnologias na produção rural. É o que revelam os recentes números, por exemplo, do mercado mundial de defensivos agrícolas. O estudo acaba de ser divulgado pela da consultoria alemã Kleffmann Group, líder mundial em pesquisas para o agronegócio.

Segundo o levantamento entre os grandes países produtores, em 2004 o Brasil já detinha um dos melhores números em relação a produtividade por área plantada; naquele ano, o agricultor brasileiro apresentava um dos menores investimentos com defensivos por tonelada produzida e por área plantada.

"De 2004 a 2007, entre os países maiores usuários de defensivos, o Brasil foi o que mais elevou a produção, sem aumentar a área plantada", observa Lars Schobinger, diretor-presidente da Kleffmann no Brasil.

"Conseqüentemente, o uso relativo de defensivos, por área e principalmente por tonelada produzida, evoluiu menos que nos demais países."

Expressivos ganhos de produtividade

O indicador da sustentabilidade na produção agrícola brasileira se evidencia no seguinte dado: entre 2004 e 2009, o investimento em defensivos agrícolas registrou alta de apenas 1,5%, em dólar por tonelada de produto colhido. No mesmo período, o Brasil foi o que registrou a maior evolução na produção de alimentos, ampliando em 44,5% o volume. "Este incremento no Brasil se verificou mesmo com o país aumentando apenas 4% em área plantada. Portanto, o que ocorreu foi um expressivo ganho de produtividade", destaca Lars Schobinger.

Ou seja, uma leitura superficial - quando não propositadamente distorcida - do mercado mundial de defensivos agrícolas tem levado à uma conclusão absolutamente equivocada: a de que o Brasil é o país que mais utiliza esses produtos. Não é o que dizem os números. Na verdade, o uso no Brasil é muito menor que o observado nos principais países agrícolas - mesmo sabendo-se que a agricultura brasileira, sob clima tropical, exige muito maior uso da tecnologia para controlar as pragas.

E acordo com o levantamento da Klefflemann, quando se ordena os oito principais países pelo uso de defensivos por produto agrícola colhido, o ranking, em ordem decrescente, é o seguinte. Argentina; União Europeia; China; França; Rússia; Japão; Brasil e Estados Unidos.

Tecnologias e recursos naturais

O fato de os agricultores brasileiros estarem entre aqueles que confiam na tecnologia como fator vital de produtividade indica que o país começa a se preparar para liderar a agricultura mundial dentro de uma década, conforme prevê a FAO.

De acordo com órgão, o Brasil é um dos poucos países, entre os grandes produtores agrícolas mundiais, cuja competitividade é capaz de superar o desafio de provera demanda de alimentos, fibras e energia nas próximas décadas. Para tanto, será indispensável o uso de recursos tecnológicos - como sementes, fertilizantes, defensivos, mecanização e informatização - que melhorem a produtividade e poupem recursos naturais.

Agricultura tropical e controle de pragas

Diferentes condições agronômicas, de clima e de tipos de culturas requerem diferentes manejos fitossanitários. Por exemplo, fungicidas são mais utilizados no norte da Europa na cultura de cereais, sob clima úmido e frio; já inseticidas são mais requisitados em climas quentes, onde existe maior diversidade de insetos pragas, como no Brasil. Pesquisadores e a comunidade científica, incluindo aqueles que atuam nos órgãos regulatórios dos governos, sabem bem dessa realidade na agricultura. Com números detalhados, eis o que comprovam:

Segundo a Embrapa, a doença Ferrugem Asiática pode diminuir em até 80% a produtividade de uma lavoura. Na cultura do milho, a lagarta do cartucho representa um potencial de até 60% de perda na produção de grãos. Nos canaviais, a infestação de cupins pode causar danos de até 10 toneladas por hectare. No algodão, a virose Mosaico das Nervuras pode reduzir a produção em até 60%.
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Fonte:
Andef

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