Plantio de goiaba é saída para produtores do RS

Publicado em 06/07/2011 10:41
A cultura da goiaba tem sido uma alternativa para muitos produtores de pêssego e fumo do Estado do Rio Grande do Sul, já que essas duas culturas bastante comuns na região têm encontrado dificuldades. Mas para conseguir lucrar de fato, é necessário estar atento a alguns cuidados de manejo que diferem dos demais cuidados com os quais os produtores estão acostumados. O Manejo Adequado da Cultura da Goiaba foi um dos temas abordados na Tarde de Campo que aconteceu no dia 17 de junho, na Colônia São Manoel (RS). Segundo Jair Nachtigal, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, quando se trata de cuidados de manejo da cultura, pode-se destacar a utilização de cultivares melhoradas, que apresentam frutos de qualidade superior às cultivares nativas, a realização de podas e o controle fitossanitário, principalmente da ferrugem, principal doença que ataca as goiabeiras.

— Além disso, deve-se fazer o controle da mosca da fruta, uma praga importante que ataca a cultura e causa sérios prejuízos, já que o fruto atacado perde as características essenciais no comércio in natura — afirma o pesquisador.

De acordo com ele, muitos agricultores estão tentando introduzir essa cultura como alternativa ao que já existe hoje na pequena propriedade. Ele diz que a região de Santa Catarina é alavancada pela cultura do pêssego e do fumo. Mas essas duas culturas vêm passando por dificuldades no plantio. Por isso, os produtores têm buscado alternativas para tentar aumentar a renda na propriedade.

— Na região, a goiaba amadurece entre os meses de maio e agosto, uma época na qual as atividades da cultura do pêssego estão mais voltadas para a poda. Por isso, é possível conciliar a mão-de-obra e os equipamentos que estão disponíveis na propriedade. A época de plantio ideal costuma coincidir com o término do inverno. Normalmente, entre outubro e novembro é a época na qual conseguimos levar a muda para o campo. Essa época coincide também com o período de escassez de chuva. Por isso, o produtor que deseja investir na cultura da goiaba deve estar prevenido para suprir a falta de água em uma fase sensível da planta — explica.

Nachtigal diz também que, quando a planta da goiaba ainda é pequena, é bastante sensível a geadas. Por isso, os produtores devem escolher áreas com menor incidência de geadas para evitar prejuízos.  Ainda segundo o pesquisador, a cultura costuma exigir um espaçamento maior que a plantação de pêssego. É recomendado que esse espaçamento varie de cinco a sete metros, tanto entre linhas quanto entre plantas, já que a goiabeira é uma planta que se desenvolve bastante e tem uma vida relativamente longa.

— Já em relação ao problema da ferrugem, dependendo das condições climáticas da região, pode ser necessária alguma intervenção para o controle. Em alguns anos, quando as condições são desfavoráveis ao aparecimento do problema, pode-se produzir goiaba sem nenhuma intervenção com produtos químicos, mas, na maior parte dos anos, há a necessidade de um monitoramento da área por parte do produtor — conta.

Dependendo do mercado para o qual o produtor pretende comercializar, a exigência pelo ponto de maturação e pela embalagem são diferentes, como afirma Nachtigal. No caso de frutas para consumo in natura, a goiaba deve ser colhida com passando do verde para o amarelo. Isso porque ela é um fruto que amadurece mesmo depois de colhido.

— Então, para evitar que ela tenha uma vida curta de prateleira depois da colheita, se recomenda que ela seja colhida com essa coloração. Já quando o fruto é colhido para a indústria, recomenda-se que seja colhido o mais maduro possível. Mas o importante é que o produtor esteja atento ao tipo de mercado para o qual vai vender. Assim, ele pode oferecer o produto que o mercado exige com maior facilidade — conclui.

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Portal Dia de Campo

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