Plantio de goiaba é saída para produtores do RS
— Além disso, deve-se fazer o controle da mosca da fruta, uma praga importante que ataca a cultura e causa sérios prejuízos, já que o fruto atacado perde as características essenciais no comércio in natura — afirma o pesquisador.
De acordo com ele, muitos agricultores estão tentando introduzir essa cultura como alternativa ao que já existe hoje na pequena propriedade. Ele diz que a região de Santa Catarina é alavancada pela cultura do pêssego e do fumo. Mas essas duas culturas vêm passando por dificuldades no plantio. Por isso, os produtores têm buscado alternativas para tentar aumentar a renda na propriedade.
— Na região, a goiaba amadurece entre os meses de maio e agosto, uma época na qual as atividades da cultura do pêssego estão mais voltadas para a poda. Por isso, é possível conciliar a mão-de-obra e os equipamentos que estão disponíveis na propriedade. A época de plantio ideal costuma coincidir com o término do inverno. Normalmente, entre outubro e novembro é a época na qual conseguimos levar a muda para o campo. Essa época coincide também com o período de escassez de chuva. Por isso, o produtor que deseja investir na cultura da goiaba deve estar prevenido para suprir a falta de água em uma fase sensível da planta — explica.
Nachtigal diz também que, quando a planta da goiaba ainda é pequena, é bastante sensível a geadas. Por isso, os produtores devem escolher áreas com menor incidência de geadas para evitar prejuízos. Ainda segundo o pesquisador, a cultura costuma exigir um espaçamento maior que a plantação de pêssego. É recomendado que esse espaçamento varie de cinco a sete metros, tanto entre linhas quanto entre plantas, já que a goiabeira é uma planta que se desenvolve bastante e tem uma vida relativamente longa.
— Já em relação ao problema da ferrugem, dependendo das condições climáticas da região, pode ser necessária alguma intervenção para o controle. Em alguns anos, quando as condições são desfavoráveis ao aparecimento do problema, pode-se produzir goiaba sem nenhuma intervenção com produtos químicos, mas, na maior parte dos anos, há a necessidade de um monitoramento da área por parte do produtor — conta.
Dependendo do mercado para o qual o produtor pretende comercializar, a exigência pelo ponto de maturação e pela embalagem são diferentes, como afirma Nachtigal. No caso de frutas para consumo in natura, a goiaba deve ser colhida com passando do verde para o amarelo. Isso porque ela é um fruto que amadurece mesmo depois de colhido.
— Então, para evitar que ela tenha uma vida curta de prateleira depois da colheita, se recomenda que ela seja colhida com essa coloração. Já quando o fruto é colhido para a indústria, recomenda-se que seja colhido o mais maduro possível. Mas o importante é que o produtor esteja atento ao tipo de mercado para o qual vai vender. Assim, ele pode oferecer o produto que o mercado exige com maior facilidade — conclui.