UOL Notícias: Após saída do PV, 'movimento' de Marina elege combate a Código Florestal como principal bandeira

Publicado em 08/07/2011 08:40 e atualizado em 08/07/2011 11:23
O movimento lançado nesta quinta-feira (7) por Marina Silva e dissidentes do PV ainda não tem nome nem estrutura definidos, mas já elegeu sua primeira bandeira de luta: a exigência de que a presidente Dilma Rousseff vete as mudanças no Código Florestal aprovadas na Câmara dos Deputados. Hoje, Marina, Alfredo Sirkis, João Paulo Capobianco, entre outros quadros,
anunciaram o desligamento do PV.

Veja trechos da despedida de Marina do PV

Segundo os dissidentes, o novo movimento terá como objetivo pensar um novo modelo de atuação política, que poderá resultar em um novo partido e em futuras candidaturas. Para uma plateia de cerca de 400 militantes --boa parte ambientalistas de vários Estados--, Marina afirmou que o movimento é composto por um grupo de entidades da sociedade civil.

“Cada [entidade] pode ajudar com propostas para evitar o retrocesso que foi aprovado na Câmara”, disse a ex-senadora. Marina também citou uma equipe de dez ex-ministros que se mobilizam para barrar as mudanças no código. A proposta ainda terá de ser aprovada no Senado, antes de chegar ao gabinete da presidente.

“Esperamos que a presidente Dilma não tenha que vetar. Se vetasse, ficaria contra o Congresso, onde a maioria é a favor de algo que anistia desmatadores e também contra a população, cuja maioria, sabemos, é contra o código votado. Queremos dar respaldo para a presidente”, disse.

A ex-senadora citou o colega de Estado Tião Viana (PT-AC) como um nos nomes que deverão apoiar os ambientalistas no debate no Senado. "Quando me perguntam se estou otimista ou pessimista [sobre o tema]? Nem uma coisa nem outra: digo que estou persistente. E é essa persistência que vai ajudar os senhores senadores a não permitir o equívoco que foi cometido na Câmara dos Deputados".

PV não foi capaz de absorver legado que ele mesmo suscitou, diz Marina Silva

Um dia depois de oficializar a sua saída do Partido Verde (PV) – sigla que defendeu por dois anos –, a ex-senadora Marina Silva criticou o que chamou de "incoerência" do partido. Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta, dia 8, a ambientalista disse que a legenda foi incapaz de absorver o legado suscitado durante a corrida presidencial do ano passado.

– Além do desenvolvimento sustentável, eu falei de uma nova forma de fazer política. Disse que estávamos fazendo uma aliança com os núcleos vivos da sociedade. E, lamentavelmente, o PV não foi capaz de absorver o grande legado que ele mesmo suscitou – disse.

À frente de uma candidatura apoiada por 20 milhões de eleitores em 2010, a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, à época filiada ao PT, dedica-se agora à criação de um novo movimento, provisoriamente chamado de Verde Cidadania.

Questionada sobre o interesse eleitoral do grupo, ela diz que qualquer pretensão neste momento seria antecipada, Porém, admite uma avaliação para "ver se, de fato, o núcleo terá densidade para fundar um partido".

– A política é dinâmica, e a gente tem de manter a coerência. Os partidos são os meios, e não o fim. Não se faz um partido apenas para concorrer em uma eleição. Isso (fundar uma nova legenda) é uma possibilidade, mas não está sendo colocado como priori. Neste momento, queremos ser um centro de discussões sobre a crise política no Brasil e no mundo – afirma.

Cadeira cativa de candidata à presidência

Pelo menos em 2012 o movimento fundado de Marina Silva se envolverá nas eleições de forma indireta, sem lançamento de candidaturas – até porque não há tempo hábil. No próximo ano, a ex-senadora deverá apoiar "projetos compatíveis" com os valores do movimento.

– Em 2012, ficarei livre para as candidaturas que têm compromisso com a ética, com sustentabilidade, independente do partido.

Quando questionada sobre a eleição de 2014, ela deixa a pergunta sem uma resposta conclusiva. Prefere apenas dizer que não ficará na "cadeira cativa" de candidato à presidência da República – em uma referência ao ex-presidente Lula, candidato em três pleitos até ser eleito.

– Não sei se eu serei candidata. O que eu quero é que este movimentos se torne forte, denso.

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Fonte:
UOL + Zero Hora

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1 comentário

  • Petronilha Batista Muzambinho - MG

    uma pena uma politica que teve tanta aprovação usar o produtor rural como escada para sua reaparição no cenário nacional, LAMENTÁVEL, ainda bem que temos uma ANA AMÉLIA EM BRASILIA PARA nos orgulharmos , triste marina se mostra mesmo uma cria do lula

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