Taxa de risco da Espanha atinge valor recorde nesta terça

Publicado em 12/07/2011 09:20
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Taxa de risco da Espanha atinge valor recorde nesta terça

Bolsas europeias repetem tendência registrada na segunda-feira e abrem o pregão de hoje em forte queda; cresce o temor de contágio da crise grega

Pedestre observa tela com resultados da Bolsa de Milão na última segunda-feira

Pedestre observa tela com resultados da Bolsa de Milão na última segunda-feira (Giuseppe Cacace/AFP)

Após uma segunda-feira marcada por retrações na maior parte das Bolsas da Europa, o temor de contágio da crise grega para países como Espanha e Itália derrubou novamente as cotações no continente. Nesta terça-feira, as principais Bolsas europeias abriram o pregão em forte queda. Na Espanha, a taxa de risco do país atingiu o maior valor da história, com 370 pontos. O risco-país espanhol usa como parâmetro o bônus alemão a dez anos, considerado o mais seguro da Europa

Bolsas - O índice seletivo FTSE MIB da Bolsa de Valores de Milão abriu em forte baixa de 3,63%, aos 17.594 pontos. O índice geral FTSE All-Share também caiu 3,67%, para os 18.342 pontos. O principal indicador da Bolsa de Valores de Madri, o Ibex-35, abriu em forte baixa de 2,82%. Situação de queda também na Alemanha, cujo índice principal da Bolsa de Frankfurt, o DAX, operava em baixa de 1,67%, aos 7.109,77 pontos. Em Paris, o índice CAC registrou retração de 1,8% na abertura da sessão, aos 3.738,79 pontos.

Tema em Foco: indisciplina fiscal e descontrole das contas públicas: a crise do euro

Ampliação de ajuda - Na noite desta segunda-feira, os ministros da zona do euro anunciaram que podem ampliar o fundo de resgate do continente, atualmente em 440 bilhões de euros, em uma tentativa de acalmar os mercados. “Os ministros estão prontos para adotar mais medidas que podem melhorar a capacidade da região do euro de resistir ao risco de contágio, incluindo melhorar a flexibilidade e o escopo do EFSF, alongando os vencimentos dos empréstimos e diminuindo as taxas de juros, incluindo arranjos colaterais onde for necessário", declarou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

Segunda-feira tensa - Os mercados europeus reagiram com desconfiança à reunião convocada emergencialmente pela União Europeia para discutir os rumos da crise na Grécia e as crescentes preocupações com as economias da Itália e Espanha na segunda-feira. As dúvidas em relação à saúde dos bancos italianos também ajudaram a proliferar a tensão, a uma semana do resultado dos testes de estresse nas instituições financeiras da Europa.

Itália

Frattini denuncia ataque especulativo contra dívida italiana

Segundo o ministro, os bancos da Itália iriam melhor do os de outros países

O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, denunciou um ataque "puramente especulativo" dos mercados contra a Itália e defendeu a solidez financeira de seu país, em uma entrevista ao jornal La Repubblica. "Este é um ataque puramente especulativo, porque nossos bancos vão melhor que os de outros países. Não tivemos a bolha imobiliária espanhola nem a bolha financeira irlandesa, e não temos as finanças públicas da Grécia", declarou.

O ministro acrescentou que o plano de austeridade adotado pelo governo em 30 de junho deve ser aprovado no Parlamento até 31 de julho. Ele pediu à oposição que não apresente "500 emendas", o que segundo ele enviaria um "sinal devastador" aos mercados. Na Espanha, a ministra da Economia, Elena Salgado, afirmou que não tem "nenhuma lógica" que Madri e Roma sejam afetados pela instabilidade dos mercados.

As taxas a longo prazo dos títulos de Itália e Espanha registraram fortes altas na segunda-feira, o que ilustra o temor de um contágio da crise da dívida na zona euro aos dois países. "Não tem nenhuma logica que Espanha ou Itália se vejam afetadas pela instabilidade dos mercados. Temos economias diversificadas, fortes, que sempre conseguiram enfrentar os problemas", declarou Salgado.

Europa

Holanda: Eurozona não descarta 'default parcial' da Grécia

Ministro das Finanças holandês diz que presidente do Eurogrupo fez afirmação

Os ministros das Finanças da Eurozona já não descartam uma suspensão de pagamentos (default) seletiva da Grécia, dentro do segundo plano de resgate que a União Europeia (UE) tenta elaborar. A declaração foi feita nesta terça-feira pelo ministro holandês das Finanças, Jan Kees, antes da reunião com os colegas europeus em Bruxelas.

Segundo o ministro, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, teria feito a afirmação na segunda-feira. "O Banco Central Europeu (BCE) mantém sua posição, mas os 17 ministros da Eurozona já não descartam esta opção. Portanto, temos agora mais opções para estudar", completou Kees.

Nesta terça-feira, as principais Bolsas europeias abriram o pregão em forte queda. Na Espanha, a taxa de risco do país atingiu o maior valor da história, com 370 pontos. O risco-país espanhol usa como parâmetro o bônus alemão a dez anos, considerado o mais seguro da Europa.


Problema técnico deixa índice da Bolsa de Paris indisponível

O mesmo obstáculo afetou também os índices da Holanda, Bruxelas e Lisboa

A cotação do índice CAC 40 da Bolsa de Paris não está disponível na manhã desta terça-feira em consequência de problemas técnicos que a NYSE Euronext já tenta esclarecer, informou a operadora da Bolsa à agência AFP. O mesmo problema afetava os índices AEX da Holanda, o Bel20 de Bruxelas e o PS120 de Lisboa, também administrados pela NYSE Euronext.

A operadora explicou que os valores não estavam bloqueados e que as negociações prosseguiam com normalidade. No momento do incidente, o CAC 40 perdia 2,36%. O AEX de Haia cedia 2,08%, o Bel20 de Bruxelas 2,61% e o PSI20 de Lisboa 3,09%.

Crise do euro

A indisciplina fiscal e o descontrole das contas públicas em países da zona do euro, em particular na Grécia, arrastaram o bloco para uma crise financeira sem precedentes. Após a revelação de que os gregos maquiavam seu nível de endividamento, títulos soberanos de diversos países da zona do euro foram rebaixados pelas agências de risco, e a moeda comum caiu ao nível mais baixo em quatro anos. Para tirar a Grécia do buraco, União Europeia e FMI impõe um duro e impopular plano de austeridade, a que condicionam o socorro financeiro.

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