Apicultores iniciam manejos de inverno para melhorar produtividade da próxima florada

Publicado em 15/07/2011 08:16
Na expectativa de melhorar a produtividade para a próxima florada, 12 mil apicultores do Rio Grande do Sul já iniciaram os manejos de inverno – quando é feita a preparação e limpeza das colmeias. Apesar da queda da produção na última safra, devido ao excesso de frio, à chuva no início da primavera e ao grande volume de precipitações ocorrido no verão, o Estado ainda é o maior produtor brasileiro, com 8 mil toneladas por ano e previsão de crescimento de 40% até 2013.

Para tanto, o cuidado com as colmeias é fundamental, pois apenas uma – o número de colmeias pode chegar a 5 mil conforme a propriedade – pode produzir até 50 quilos de mel, o que rende, em média, R$ 225 ao produtor.

Sanderlei Pereira, de Candelária (RS), lida com apicultura há 35 anos e já iniciou os manejos de inverno, considerados fundamentais para uma boa safra. As principais atividades de manejo são a alimentação das abelhas, a redução do alvado – diminuição na entrada da caixa da colmeia – e revisão dos favos – os velhos devem ir para as laterais da colmeia.

Pereira trabalha em parceria com pequenos agricultores de Cachoeira do Sul (RS), Butiá (RS), Pantano Grande (RS), Santana do Livramento (RS) e Dom Pedrito (RS). Na sua propriedade, tem 150 colmeias, mas com o arrendamento das áreas de fazendas das cinco cidades, o total passa de 800. Para Pereira, a florada de outono representa 60% da produção anual de 20 toneladas somados os cinco municípios. Na sua avaliação, o preço do produto para comercialização está bom.

Com o preço no atacado a R$ 4,50 o quilo e no varejo entre R$ 8 e R$ 12, o apicultor do Rio Grande do Sul que exporta cerca de 50% do produto para países como Alemanha, Estados Unidos e Japão tem nesse mercado um bom retorno, apesar da baixa do valor internacional devido à desvalorização do dólar.

– É difícil para o apicultor conciliar a produção e comercialização do mel, pois essa envolve custos de logística e armazenamento. Por isso, em termos de custeio, a exportação, mesmo com o preço baixo de R$ 4,50, se torna mais rentável para o produtor. Estamos buscando a expansão para outros mercados – destaca o presidente da Confederação Brasileira de Apicultores, José Cunha.

Segundo o assistente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do (Emater) de Lajeado (RS), Paulo Francisco Conrad, o mel do país é de qualidade superior e não tem adição de remédios. Entretanto, lembra que o setor ainda carece de maior investimento em pesquisa voltada para o desenvolvimento de novos produtos. Atualmente, além do mel in natura, o própolis e o pólen estão cada vez mais presentes em cosméticos e alimentos.

Fonte: Zero Hora

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