Governo de MT quer aumentar produção de grãos sem derrubar árvores

Publicado em 18/07/2011 19:56

Apesar das intensas campanhas contra o desmatamento em Mato Grosso, o governador Silval Barbosa (PMDB) defendeu que o estado se mantenha no ranking de maiores produtores de grãos do país e, ainda, aumente a produtividade.

Na companhia da ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o chefe do Executivo disse considerar possível continuar sendo um estado rico em plantação agrícola durante o primeiro dia do Fórum dos Secretários de Meio Ambiente que compõem a Amazônia Legal, realizado nesta segunda-feira (18), no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.

Para o governador, cuja tese foi respaldada pela ministra, durante entrevista coletiva, é preciso incentivar os agricultores a utilizar as áreas de pastagens para a plantação agrícola. "Vamos registrar alta produção de soja, arroz, mas sem derrubar uma árvore sequer", afirmou. Ele enfatizou ainda que esse trabalho de conscientização faz parte do novo modelo de desenvolvimento ambiental sustentável nacional.

Izabella Texeira adiantou que, a exemplo de maio deste ano, os indíces de devastação ambiental referente ao mês de junho também foram superiores ao mesmo período do ano passado. Ela não soube precisar os números, mas revelou que houve redução em comparação a abril deste ano, conforme relatório divulgado em maio. Porém, ainda se mantém maior que o ano passado.

A ministra disse que não se pode ignorar o grande potencial florestal de Mato Grosso, que deve ser bem aproveitado, sem afetar, porém, as aproximadamente 25 milhões de pessoas que vivem na zona urbana da região Amazônica do país. "Não somos contrários ao desmatamento, mas à maneira desordenada e ilegal que tem ocorrido", frisou Teixeira. Recentemente, ela sobrevoou juntamente com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a região Norte do estado e detectou a existência de 60 quilômetros desmatados por meio dos chamados "correntões".

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dos 593 quilômetros quadrados desmatados em quatro estados, 480,93 quilômetros foram em Mato Grosso. O restante corresponde ao Acre, Maranhão, Pará, Rondônia e Roraima. Desde então, o secretário de Meio Ambiente do estado, Alexander Maia, alegou que vem sendo desenvolvido um trabalho intenso de fiscalização e punição dos responsáveis pelos danos. "Estamos fiscalizando todos os pontos de desmate e os proprietários das áreas em situação irregular estão sendo multados", pontuou.

Além do desmatamento, os nove secretários de Meio Ambiente dos nove estados da Amazônia Legal irão discutir, aberto com a presença da ministra, até nesta terça-feira (19), estratégias para a implantação do Programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), bem como a regularização ambiental dos assentamentos rurais do estado e a redução das queimadas.

Ministra do Meio-Ambiente anuncia  medidas contra assentados sem documentação de posse da terra


Trabalhadores que estão em áreas concedidas pelo governo federal, por meio de programas de assentamentos rurais, que não usufruem das terras ou que não comprovem que realmente são os donos das propriedades rurais, deverão deixar os locais. 

A garantia é da ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que anunciou, em visita a Cuiabá, nesta segunda-feira (18), que haverá fiscalização in loco por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do estado (Sema), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.Segundo a ministra, há muitos casos em que a terra é completamente devastada pelos próprios assentados. 

Em outros casos, segundo Teixeira, é paga pelos chamados "atravessadores" uma quantia abaixo do valor real aos trabalhadores que estão nas terras. Também apontou a existência de casos de áreas que são desmatadas e depois abandonadas pelos responsáveis pelo crime.

A regularização fundiária e ambiental dos cerca de 600 assentamentos do estado é um dos principais assuntos debatidos pelo Fórum dos Secretários de Meio Ambientes da Amazônia Legal, que teve início hoje e vai até esta terça-feira (19), no Palácio Paiaguás. "Queremos fazer uma varredura e identificar os produtores que de fato possuem características de assentados", afirmou a ministra, ao argumentar que o governo federal pretende investir em agricultura familiar.

"Não podemos admitir que estados com grande vocação florestal, como Mato Grosso, empurrem pessoas para a pobreza, pois esses atravessadores pagam muito pouco para quem extrai a madeira", disse Izabella Teixeira, em entrevista coletiva, após a abertura do Fórum e o lançamento do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional do Estado (Ciman).


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Fonte:
G1 (globo)

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