Na Reuters: Moody's rebaixa Grécia, alerta que default é quase certo

Publicado em 25/07/2011 08:57 e atualizado em 25/07/2011 10:10
Moody’s reduz nota de crédito e Agência de rating citou a probabilidade de que os credores privados sofram perdas 'substanciais'
A agência de classificação Moody's reduziu a nota de dívida da Grécia em três graus nesta segunda-feira, para "Ca", apenas um grau acima do default, dizendo que um novo pacote de resgate é um precedente negativo para os credores de outros países endividados.

Na semana passada, a zona do euro chegou a um acordo para um novo pacote para a Grécia.

O rebaixamento da nota significa que a Grécia tem agora o menor rating entre todos os países cobertos pela Moody's.

"Assim que a troca for completada, a Moody's vai reavaliar o rating para assegurar que ele reflita o risco associado com o novo perfil de crédito do país, incluindo o potencial de mais reestruturação de dívida", disse a agência.

A Moody's alertou que, apesar de se esperar alguma redução de dívida por conta do pacote de resgate, a Grécia ainda enfrenta desafios de solvência de médio prazo.

No Estadão: Alerta sobre possível calote da Grécia

A confiança sobre a solução da crise grega parece estar se deteriorando cada vez mais. Nesta manhã, a agência de classificação de risco Moody's cortou a nota de crédito (rating) da Grécia. A agência citou a probabilidade de os credores privados sofrerem perdas "substanciais".

Em um comunicado, a Moody's disse que o programa anunciado pela União Europeia indicou que a probabilidade de uma troca tumultuada e um calote dos títulos do governo grego era "virtualmente de 100%".

O rating foi cortado em três notas dentro do nível especulativo (junk). A agência cortou os ratings dos títulos em moeda local e em moeda estrangeira, de Caa1 para Ca, e atribuiu aos papéis uma perspectiva em desenvolvimento, devido à incerteza sobre o exato valor de mercado dos títulos que os credores receberão na troca da dívida.

"Olhando mais à frente, o programa da União Europeia e as trocas de dívida propostas aumentarão a possibilidade de que a Grécia consiga estabilizar e eventualmente reduzir sua carga de dívida global", afirmou a agência.

O pacote também pode beneficiar outros membros da zona do euro, segundo a Moody's, por meio da redução do severo risco de contágio no curto prazo que provavelmente resultaria de um default desordenado ou de um grande desconto na dívida grega em circulação. "Contudo, a Grécia ainda enfrentará desafios de solvência no médio prazo: seu estoque de dívida ainda estará bem acima de 100% do PIB por muitos anos e ela ainda enfrentará riscos de implementação muito significativos para a reforma econômica e fiscal."

Para a agência, o pacote de socorro anunciado na semana passada estabelece um precedente negativo para futuras reestruturações, que pesará nos ratings de crédito de outros emissores soberanos com problemas fiscais.

Pelo menos em um sentido, o pacote grego é uma boa notícia para Irlanda e Portugal, que passarão a pagar taxas de juros mais baixas, de acordo com a agência. Contudo, esse efeito positivo é anulado pela expectativa de que, por causa do precedente grego, futuros pacotes de socorro sejam aprovados. "O impacto do anúncio de quinta-feira para os credores de Irlanda e Portugal, dessa forma, deve ser neutro."

Na quinta-feira da semana passada, os líderes europeus fecharam acordo para mais um empréstimo à Grécia, no valor de € 109 bilhões, combinado a uma rolagem da dívida no valor de € 37 bilhões. De acordo com o comunicado da Moody's, o pacote beneficia todos os países da zona do euro porque limita o risco de contágio que se seguiria a um default desordenado.

Outros efeitos positivos incluem um melhora no sentimento de curto prazo do mercado, a adoção de novos instrumentos para ajudar a estabilizar os valores dos títulos de dívida soberana e uma redução das taxas de juros sob o financiamento do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Mas, para os países da zona do euro que não têm rating Aaa, "os efeitos negativos vão preponderar sobre os positivos e pesar sobre os ratings no futuro", declarou a Moody's.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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