Oposição quer investigação sobre escândalo na Agricultura

Publicado em 01/08/2011 12:15
PPS vai entregar, nesta segunda, pedido ao TCU para que apure o esquema (na veja.com.br)
A oposição vai lançar nesta segunda-feira uma ofensiva para cobrar investigações sobre o esquema de corrupção instaurado no Ministério da Agricultura. Em entrevista a VEJA desta semana, Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, revelou a existência de um consórcio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura da pasta, com o objetivo de arrecadar dinheiro. Suas informações incluem dois casos concretos de negócios nebulosos envolvendo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Jucazinho foi exonerado na semana passada do cargo de diretor financeiro da Conab. A demissão aconteceu depois de VEJA revelar que ele havia autorizado um pagamento de 8 milhões de reais a uma empresa-fantasma que já foi ligada à sua família e que hoje tem como “sócios” um pedreiro e um vendedor de carros - laranjas dos verdadeiros donos, evidentemente.

O PPS vai solicitar ao Tribunal de Contas da União (TCU) que abra uma investigação sobre o esquema. Também nesta segunda, quando o Congresso retoma seus trabalhos após o recesso parlamentar, PSDB e DEM vão avaliar as providências que pretendem tomar sobre as revelações trazidas por VEJA.

Em entrevista ao jornal O Globo, o líder tucano na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), afirma que os escândalos de corrupção que tomam conta do governo Dilma são reflexo da leniência do antecessor da presidente no Planalto. “Todas essas informações atingem agora o PMDB e o PTB. A extensão das irregularidades vai muito além das encontradas nos Transportes, na Agência Nacional do Petróleo. Governos sempre têm problemas, mas o que não pode é ter problemas em todos os lugares. É uma espécie de modus operandi tolerado dentro do governo. É o estilo Lula de governar: licencioso ao extremo com os aliados. A presidente Dilma está tendo essa dificuldade de fazer expurgos”, afirmou.

O escândalo – Jucazinho decidiu contar o que sabe porque atribuiu sua saída a uma armação de peemedebistas contra seu irmão - e também porque se sentiu humilhado com a exoneração. O caso azedou as relações entre o senador Jucá e o vice-presidente, Michel Temer, padrinho do ministro Wagner Rossi. Os dois trocaram ameaças e xingamentos por telefone.

Suas informações incluem dois casos concretos de negócios nebulosos envolvendo a Conab. Em um deles, a estatal estaria protelando o repasse de 14,9 milhões de reais à gigante do mercado agrícola Caramuru Alimentos. O pagamento foi determinado pela Justiça e se refere a dívidas contratuais reclamadas há quase vinte anos. O motivo da demora: representantes da Conab negociam um “acerto” para aumentar o montante a ser pago para 20 milhões de reais. Desse total, 5 milhões seriam repassados por fora a autoridades do ministério.

O segundo caso envolve a venda, em janeiro deste ano, de um terreno da Conab numa das regiões mais valorizadas de Brasília, distante menos de 2 quilômetros do Congresso e do Palácio do Planalto. Apesar de ser uma área cobiçada, uma pequena empresa da cidade apareceu no leilão e adquiriu o imóvel pelo preço mínimo: 8 milhões de reais – um quarto do valor estimado de mercado. O comprador, Hanna Massouh, é amigo e vizinho do senador Gim Argello do PTB, mandachuva do partido e influente na Conab.

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Veja.com.br

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