Na Europa e na Ásia bolsas voltam a cair por temor com economia dos EUA

Publicado em 08/08/2011 07:52 e atualizado em 08/08/2011 08:23
As bolsas de valores da Europa voltavam a registrar forte queda nesta segunda-feira, com o índice de blue-chips (ações com maior peso e liquidez) recuando pelo 11º pregão seguido, com o rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos renovando temores de que a maior economia do mundo possa entrar em uma nova recessão.

A compra de bônus italianos e espanhóis pelo Banco Central Europeu (BCE) - medida para impedir o espalhamento da crise de dívida da zona do euro - limitava os declínios dos mercados. Às 7h11 (horário de Brasília), o índice das principais ações europeias FTSEurofirst caía 1,91%, aos 956 pontos.

O BCE anunciou no domingo que aplicaria ativamente o programa de compra da dívida pública de países da zona euro em dificuldades, sem especificar as nações, mas os investidores imediatamente pensaram na Espanha e Itália.

O ministro francês da Economia, François Baroin, declarou que o BCE está efetivamente disposto a comprar títulos das dívidas espanhola e italiana se alguns investidores se retirarem do mercado. No mercado de obrigações, os juros a 10 anos para títulos da Espanha e da Itália estavam em forte queda, abaixo dos 6%, a 5,363% e 5,248% respectivamente.

Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Sem financiamento, a economia não tem como avançar e, para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais.

Mas o estímulo não foi suficiente para elevar o crescimento dos Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas. A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália e Espanha.

Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu em suas ruas grandes manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.

BCE compra títulos de Itália e Espanha, dizem operadores

O Banco Central Europeu (BCE) entrou no mercado de bônus nesta segunda-feira, depois de prometer apoiar Espanha e Itália, visando conter a queda dos mercados fianceiros. Os rendimentos dos bônus de Espanha e Itália caíram, conforme operadores disseram que o BCE estava aumentando seu programa de compra de dívida para incluir títulos emitidos pelos dois países."Eles estão fazendo compras de 20 a 25 milhões (de euros) e estão se espalhando pelo mercado", disse um operador. "Prevemos que eles comprem bilhões hoje."

Corte no rating dos EUA leva bolsas da Ásia a fechar com fortes perdas

O rebaixamento do rating dos Estados Unidos pela Standard & Poor's (S&P) para "AA+", com perspectiva negativa, e a comunicação de que o Banco Central Europeu (BCE) vai implementar ativamente seu programa de compra de títulos foram alguns dos elementos com repercussão nos mercados acionários da Ásia, que fecharam com perdas expressivas.

Persiste entre os investidores a preocupação com a situação econômica internacional, especialmente o temor de uma desaceleração acentuada no ritmo de crescimento ou até nova recessão em determinados países, como Estados Unidos.

Em Tóquio, o Nikkei 225 diminuiu 2,18%, para 9.097,56 pontos. O Hang Seng, de Hong Kong, cedeu 2,17%, somando 20.490,57 pontos. Em Sydney, o S&P/ASX 200 declinou 2,91%, ficando em 3.986,10 pontos. Em Xangai, o Shanghai Composite recuou 3,79%, aos 2.526,82 pontos. O Kospi, de Seul, teve desvalorização de 3,82%, para 23.720,53 pontos.

Fonte: Terra + Valor Online

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