Bolsas mundiais operam em forte queda diante de incertezas

Publicado em 10/08/2011 14:09 e atualizado em 10/08/2011 15:13
Após otimismo de terça-feira, indicadores recuam com saída de investidores do mercado de ações. Na Europa Bolsas fecham com forte baixa.
As principais bolsas europeias encerram o dia em forte baixa, influenciadas pelo tombo das ações de bancos e pelos rumores de que a França pode ser o próximo país a ter sua nota de dívida rebaixada. A Bolsa de Paris caiu 5,5%, Frankfurt recuou 5,13%, Londres perdeu 3,05% e Milão despencou 6,65% nesta quarta-feira, 10. O mercado de ações francês foi impactado pelo desempenho do banco Société Générale, que recuou 14,9%. Em Madri, o recuo de 5,5% também refletiu o tombo do setor bancário – o Santander caiu 8,3%.

No mercado doméstico, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuava 1,13% às 13h24, aos 50.573 pontos. Já o dólar subia 0,81%, cotado a R$ 1,6220.

O Ministério de Finanças da França disse que a especulação de que o país está prestes a perder seu rating AAA é “totalmente infundada“. “As três agências (de classificação de risco) confirmaram que não existe risco de rebaixamento do rating francês, e esses rumores são completamente infundados”, disse um assessor do ministro François Baroin à Dow Jones.

O Société Generale respondeu à forte queda nas suas ações,negando uma série de especulações de que sua força financeira estaria em risco. “Nós negamos categoricamente todos os rumores do mercado”, afirmou um porta-voz após os papéis do banco caírem mais de 20% na Bolsa de Paris.
Temor de calote na França, Itália e Bélgica fecha em máxima recorde

Os swaps de default de crédito (CDS) de Itália, França e Bélgica fecharam em níveis recordes, segundo a Markit. O CDS de cinco anos da Itália avançou para 392 pontos-base, acima do recorde de fechamento anterior, de 385 pontos-base, atingido no último dia 6. As bolsas europeias fecharam o dia em forte baixa, com o temor de rebaixamento da nota da França e o tombo das ações de bancos.

O CDS da França fechou em 176 pontos-base, 15 pontos-base acima do recorde anterior, registrado ontem. Já o CDS da Bélgica fechou em 279 pontos-base, sendo que o recorde anterior era de 253 pontos-base, observado no dia 10 de janeiro deste ano.

Segundo a Markit, o índice iTraxx SovX Western Europe fechou acima de 300 pontos-base, o que não acontecia desde 19 de julho.

Já as bolsas americanas abriram em forte queda nesta quarta-feira uma vez que as incertezas sobre a economia e a crise da dívida soberana europeia são cartas que continuam sobre a mesa. Às 11h20, o índice Dow Jones cedia 3,34%, o Nasdaq caía 3,08% e o S&P 500 recuava 3,14%. Já o ouro segue sua escalada rumo a 1.800 dólares a onça-troy. No Brasil, a BM&FBovespa também abriu em queda e o Ibovespa, principal índice da bolsa, registrava baixa de 1,8%.

Nos Estados Unidos, a bolsa de Nova York (NYSE) ativou a chamada "regra 48" para suavizar a abertura dos negócios, pela segunda vez na semana. A regra permite que os formadores de mercado não divulguem indicação de preços antes da abertura do pregão, para acelerar e facilitar a abertura das ações em dias em que o mercado deve registrar volatilidade.

Na Ásia, as bolsas fecharam o pregão em alta, reproduzindo o otimismo do mercado da última terça-feira. A Bolsa de Tóquio subiu 1,05%, enquanto a de Hong Kong teve alta de 2,07%. Já na Europa, apesar da abertura positiva, as bolsas voltaram a sofrer quedas importantes ao longo do dia. A Bolsa de Milão registrava a maior queda entre os índices europeus: 5,44% às 11h20. Em Paris, o CAC 40 recuava 4,82%, enquanto o FTSE 100, da Bolsa de Londres, caía 2%. O índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, teve perdas de 4% e o Ibex, da Espanha, registrava queda de 4,2%.

Decisão do Fed - Ainda nos EUA, há pelo menos agora uma certeza: os juros ficarão "excepcionalmente baixos", ou seja, na faixa de 0% a 0,25% até pelo menos meados de 2013, como garantiu o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), após sua reunião de política monetária, na última terça-feira. Na Europa, autoridades não param de se movimentar para garantir que não se estabeleça o caos.

Na última terça-feira as bolsas fecharam em alta após o Fed carimbar que a data de validade do ciclo de afrouxamento monetário é de mais dois anos, o que dará ao menos cinco anos de política de juro zero. Houve, no entanto, algum incomodo no mercado também pelo fato de que o Fed não anunciou de fato nenhuma medida, nem mesmo a prorrogação do prazo dos títulos do Tesouro (Treasuries), que seria um primeiro passo esperado. E também pelo fato de terem havido três dissidentes na reunião, algo que não ocorria desde 1992, mostrando que o presidente do banco central, Ben Bernanke, pode ter dificuldade em formar um consenso para usar os instrumentos de que dispõe para estimular a economia, caso necessário.

Na reta final do pregão, as bolsas também teriam subido com rumores de que poderia haver uma ação coordenada do G-7 (grupo das sete maiores economias do mundo), com a participação da China, para ajudar a estabilizar os mercados, o que pelo menos até agora não se confirmou.

O banco central da Suíça (SNB) anunciou medidas para reduzir a demanda por francos suíços, mas a iniciativa teve impacto momentâneo e a moeda voltou a subir. O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, comprou bônus italianos e espanhóis pelo terceiro dia seguido hoje, enquanto a França, temendo o risco de perder seu rating AAA, disse que prepara medidas de austeridade para diminuir ainda mais o déficit.

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Fonte:
veja.com.br/Estadão

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