América do Sul precisa dobrar capacidade energética até 2030 para evitar ameaça de apagão
Ruchansky acrescentou ainda que o aumento na oferta de energia pode evitar um problema de abastecimento na região, em um momento de forte expansão das economias da América do Sul.
– A energia pode chegar a ser um obstáculo para o desenvolvimento da região se a produção energética não acompanhar o aumento da demanda gerada pelo crescimento econômico – disse.
O representante da Cepal disse ainda que pelos cálculos, em função do crescimento econômico, o consumo de energia elétrica na América do Sul aumentou 40% entre 2001 e 2010. Para ele, neste período de expansão econômica, a oferta ficou "apertada" somente nas etapas de seca – na região onde estão as hidrelétricas.
– Sabemos que não existe varinha mágica, mas também sabemos que esse debate é importante para que os avanços necessários sejam realizados – disse Ruchansky.
Para ele, a ampliação desse potencial energético deve atender "a toda a dimensão" da cadeia energética e social.
– É preciso se debater e buscar um consenso para que os projetos avancem. Em muitos casos, eles geram polêmicas por questões ambientais, por exemplo.
É o caso das usinas de Belo Monte, no Norte do Brasil, e de HydroAysen, no Sul do Chile.
– A América do Sul baseia sua energia elétrica principalmente em hidrelétricas. Ou seja, energia limpa. Mas em alguns casos, o problema não é só a velocidade do crescimento econômico, mas a falta de redes de distribuição – disse o especialista.
Na semana passada, o governo do presidente do Peru, Ollanta Humala, anunciou que deverá ter de importar energia elétrica do Equador para atender à demanda dos peruanos. O ministro de Minas e Energia do país, Carlos Herra Descalz, anunciou o racionamento de energia no Norte do Peru.
Ao mesmo tempo, também na semana passada, o presidente da Bolívia, Evo Morales, fez um apelo para que os bolivianos racionem o consumo de energia elétrica.
– Devemos ter mais cuidado com o uso da nossa eletricidade – disse Evo.
No Chile, o diretor do Centro de Economia dos Recursos Naturais e Meio Ambiente da Universidade do Chile, Eugenio Figueroa, disse que a economia local cresce a um ritmo de cerca de 5% anual nos últimos 20 anos. Na visão do especialista da Cepal, superar impasses será uma forma de realizar obras necessárias e afastar o horizonte do corte de luz elétrica.
0 comentário
Dólar à vista fecha em alta de 0,30%, a R$5,5895 na venda
Safra de soja 2024/25 do Canadá tem potencial bem menor do que a dos EUA
No Canadá, crop tour visita duas províncias produtoras, verificando lavouras de trigo e colza se concluindo
Doenças foliares são obstáculos no rendimento das lavouras de milho
COMIGO realiza 23º Workshop CTC Agricultura
Evento discute uso da IA no agro com startups e grandes empresas