Máquinas Agrícolas: Indústria suporta vendas 5% menores

Publicado em 11/08/2011 10:21
Num ano de renda em alta no campo, a indústria brasileira de máquinas agrícolas não deve repetir em 2011 o excelente desempenho observado no ano anterior. A Anfavea, associação que representa os fabricantes, projeta queda de 5% na comercialização, puxado por redução de 7% na venda de tratores. Esse mercado já estaria saturado após o salto observado nos últimos anos. Já o comércio de colheitadeiras tende à estabilidade, sustentada principalmente pelo segmento de máquinas mais potentes, acima de 300 cv.

A aposta do setor em máquinas maiores – e, portanto, mais caras – ocorre num momento delicado, em que o pânico de que o mundo esteja à beira de uma nova recessão tornou-se latente e provoca baixas pesadas em bolsas de valores. Mas o risco de a capacidade de endividamente e de o crédito privado serem reduzidos não assusta a indústria brasileira de máquinas agrícolas.

“Isso [o pessimismo dos mercados financeiros e a iminência de uma nova crise econômica] vai diminuir o ritmo de investimento, inclusive do agricultor, que vai pensar duas vezes antes de comprar uma máquina nova. Mas não muda a nossa perspectiva de médio e longo prazo, que é de crescimento da demanda mundial por alimentos e energia e, por consequência, da produção agrícola brasileira”, declara o vice-presidente da Anfavea, Milton Rego.

Apesar do aparente otimismo, o setor demonstra preocupação com a perda de competitividade no mercado externo e com a desaceleração da demanda da agricultura familiar no mercado doméstico. A Anfavea cobra do governo a regulamentação, em breve, das medidas de desoneração fiscal anunciadas no início do mês dentro do Plano Brasil Maior e pede a ampliação de programas sociais que subsidiam a compra de máquinas agrícolas.

A perspectiva para 2011 é de queda de 7% na comercialização total de tratores. Para reaquecer as vendas do segmento de baixa potência, que explodiram nos últimos anos e permitiram ao setor passar pela crise de 2009 praticamente ileso, a entidade sugere que o programa Mais Alimentos seja redesenhado nos moldes do Pró-Trator, do governo de São Paulo. Por oferecer condições diferenciadas para o financiamento tratores de até 120 cv, o programa paulista beneficia uma parcela maior de produtores que o seu equivalente federal, restrito a 70 cv.

Na avaliação dos dirigentes da associação, a extensão do subsídio governamental a médios produtores daria à indústria de máquinas agrícolas mais fôlego para superar seus próprios recordes. Em 2010, o melhor ano desde 1976, saíram das linhas de montagem das empresas brasileiras 88,7 mil tratores e colheitadeiras (+ 34% ante 2009). O mercado interno absorveu 68,5 mil unidades (+23,8%) e as exportações somaram 18,7 mil máquinas (+ 26,5%).

O balanço parcial de 2011, acumulado até julho, indica queda na produção e nas vendas internas do setor, mas avanço na comercialização externa. Foram produzidas 52,4 mil tratores e colheitadeiras, 9,6% menos que neste mesmo período do ano passado. Desse total, 41,4 mil unidadesforam comercializadas no mercado doméstico (-7,8% ante 2010) e 9,7 mil (+7,2% ) foram exportadas.

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Fonte:
Gazeta do Povo

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