Tecnologia avançada e logística de ponta marcam atividade rural desenvolvida na Europa

Publicado em 16/08/2011 10:40
Áreas menores, temperaturas baixas, tecnologia avançada e logística de ponta são algumas das diferenças básicas entre a atividade rural na Europa e a que é praticada no Brasil. Mas apesar dos pontos distintos, quando o assunto é a busca por melhores preços e mais espaço no mercado internacional as semelhanças aparecem.
 
Impossível falar da França sem lembrar de Paris. A capital que recebe mais de 26 milhões de turistas todos os anos, realmente pode ser considerada um sinônimo de charme e encanto. Da imponente Torre Eiffel ao simbólico Arco do Triunfo. Da arborizada avenida Champs Elyssés ao passeio mágico pelas águas do Rio Sena a bordo do Bateau Mouche.

Aos olhos dos viajantes, cada detalhe da arquitetura fica guardado na memória. Seja com o auxílio das modernas câmeras fotográficas ou pelas mãos que eternizam a paisagem capturada pelo artista anônimo, tudo chama a atenção.

Mas as atrações não se restringem ao que a cidade luz tem a oferecer. O país também se destaca na agropecuária. É o principal produtor e exportador de grãos da União Européia. Cerca de 500 mil agricultores desenvolvem atividades em pequenas propriedades, que têm em média entre 65 e 140 hectares. O trigo está presente na maioria delas. São mais de 5 milhões de hectares.

O solo fértil garante uma produtividade elevada que supera os 8 mil e pode chegar a 13 mil quilos por hectare. Os franceses também investem em outras plantações, como cevada, ervilha e fava, uma leguminosa parecida com o nosso feijão. Foi o que conferimos em Beuvais, a 100 quilômetros ao norte de Paris.

Em uma propriedade, a visível diversificação de culturas exemplifica bem o modelo de produção adotado pelos franceses. Só que, neste caso, o plantio em pequenas parcelas também tem outro motivo: a fazenda é uma das parceiras da Câmara de Agricultura do país. Em parte de suas terras é cultivado um campo experimental, que serve de vitrine para outros agricultores da região.

Assim como no Brasil, a busca pela otimização da área rural e pelo aumento da produtividade, são objetivos na França. Como as propriedades são pequenas, o avanço da produção depende exclusivamente do melhor rendimento do conjunto sementes, solo, nutrientes, recursos hídricos.

Encurtar a distância entre as novas tecnologias e o homem do campo é a missão das Câmaras de Agricultura. Ligadas a Federação Nacional do setor,  firmam parcerias com fazendeiros que cedem espaço para que os novos produtos sejam testados.

– A gente está trazendo o produto da pesquisa para os agricultores. Estamos adaptando estes resultados a uma aplicação real. É difícil medir a consequência positiva deste trabalho. Neste campo estamos há mais de cinco anos. E antes estávamos trabalhando com outros agricultores, isso pertence ao nosso método de divulgação. É difícil de medir qual a influência que pode ter sobre a produção. Mas pelo que a gente vê, aqui a produção agrícola é alta – relata o agrônomo da Câmara de Agricultura Beauvais, Christian Dersigny.

Se o representante da Câmara não consegue dimensionar o tamanho da contribuição, o dono da fazenda que abriga os trabalhos não tem dúvidas. Na agricultura desde 1996, Philippe Lambert sabe que o segredo para sobreviver na atividade é a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

– Este trabalho é importante. Quanto ao nível ambiental vou saber quais são as culturas que vão aproveitar melhor a terra sem explorar demais o solo. Ao mesmo tempo vai haver este equilíbrio de tipo de plantação. Também poderei saber quais culturas trarão maior benefício financeiro. Tudo isso respeitando a agricultura tradicional da região. Ou seja, terei várias informações que vão me ajudar a plantar o que se planta na região com melhores rendimentos e saber quais os principais benefícios cada cultura poderá me dar – conta o produtor.

Os franceses precisam ser muito eficientes no campo, a cada dia, fica mais difícil resistir à elevada pressão que as cidades exercem sobre as áreas rurais. Só no departamento de Oise, na região da Picardia, a agricultura perde 800 hectares por ano para a urbanização.

Por isso a política de valorizar aqueles que ainda retiram o alimento da terra tem papel essencial. É aqui que entram em cena os polêmicos subsídios, auxílios financeiros concedidos aos produtores em troca ou não do cumprimento de normas estabelecidas pelo governo.

– Eu não conseguiria permanecer na atividade se não houvesse esta ajuda. O subsídio é maior do que meu lucro anual – ressalta o produtor rural Didier Verbeke.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Canal Rural

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário