Mercados encerram semana mais curta acumulando perdas

Publicado em 10/09/2011 17:36
analise economia por Enfoque

 

 
 


 
 

A semana foi mais curta no Brasil e nos Estados Unidos por conta de feriados locais, com o pregão americano não funcionando na segunda-feira (Dia do Trabalho) e o brasileiro de recesso na quarta-feira (Independência). No entanto, o cenário foi de bastante incerteza e instabilidade, o que contribuiu para a queda dos índices acionários.

A questão da dívida européia ainda segue como o principal foco de preocupação dos investidores. No começo da semana surgiu o rumor de que a nota de da Itália poderia ser rebaixada, o que causou preocupação nos mercados.

Já nos EUA, os indícios claros do risco do país entrar em recessão fizeram com que o mercado esperasse por medidas efetivas do governo federal. Por conta disso, os pronunciamentos de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, e de Barack Obama, centralizaram as atenções.

 
     
  Cenário Externo  
 

Com o feriado na segunda-feira, os primeiros indicadores econômicos foram divulgados apenas no dia seguinte. Foi o caso do ISM de Serviços, que apresentou melhorias em agosto, após avançar para 53,3 pontos no período. O resultado ficou acima do esperado, de queda para 51 pontos.

Na parte da tarde, o Federal Reserve divulgou o Livro Bege, relatório elaborado pelos escritórios regionais do Fed sobre a atividade econômica. O documento aponta um crescimento modesto em cinco distritos. No entanto, a Filadélfia registrou um crescimento um pouco mais fraco, atingindo o pior índice desde março de 2009.

Na quarta, o livro Bege revelou um mercado imobiliário ainda fraco, resultado compensado pelo crescimento dos gastos dos consumidores, que aumentou ligeiramente na maioria das regiões. Os dados do mercado de trabalho permaneceram estáveis.

A quinta-feira, dia que reservou o maior número de indicadores na semana, foi marcado por cautela, já que os investidores ficaram atentos aos discursos de Bernanke e Obama. Na parte da manhã, foi divulgado que os novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA avançaram em 2 mil na semana passada, atingindo total de 414 mil, informou o Departamento de Trabalho do país. Na semana passada, as solicitações foram revisadas de 409 mil para 412 mil.

Já o déficit comercial diminuiu em julho, para total de US$ 44,8 bilhões, informou o Departamento de Comércio do país. O declínio de 13,1% é considerado a maior queda desde fevereiro de 2009. O mercado esperava US$ 51,9 bilhões.

Após o pronunciamento na noite de quinta-feira de Obama, os mercados tiveram forte queda na sexta-feira. Os investidores estão cautelosos com o plano anunciado pelo presidente americano e temem também a piora do cenário interno, principalmente por conta da dívida europeia.

Na agenda, destaque apenas para os estoques do atacado de julho, que tiveram um avanço de 0,8%, o resultado ficou dentro da expectativa dos analisas. Os dados divulgados pelo Departamento de Comércio do país superam o resultado da pesquisa de julho que havia registrado ganho de 0,6% para o indicador do setor atacadista americano.

Neste contexto, o Dow Jones acumulou queda de 2,2% aos 10.992,1 pontos, enquanto as perdas somadas do S&P 500 foram de 1,7% aos 1.154,23 pontos.

 
     
 

Confira os gráficos:

 
     
 

 
     
  Cenário Interno  
 

A semana começou com uma agenda fraca, destaque apenas para o Relatório Focus do Banco Central. De acordo com o documento, a previsão de analistas do mercado financeiro para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, subiu pela terceira semana seguida, de 6,31% para 6,38%. Para 2012, a estimativa também foi ajustada para cima, de 5,20% para 5,32%.

Já a projeção para o crescimento da economia este ano caiu pela quinta semana seguida. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,79% para 3,67%. Para 2012, a estimativa foi reduzida pela segunda semana consecutiva, ao passar de 3,90% para 3,84%.

Na terça-feira, o IGP-DI, que é calculado com base nos preços coletados durante o mês de referência, registrou alta de 0,61% em agosto, ante -0,05% em julho. Em 12 meses o índice variou 7,81%. A taxa acumulada no ano é de 3,52%.

Já o IPCA ficou em 0,37% em agosto, contra 0,16% em julho. Com este resultado, o acumulado do ano fechou em 4,42%, permanecendo acima da taxa de 3,14% registrada no mesmo período de 2010. Nos últimos 12 meses, o índice variou 7,23%, o mais alto desde junho de 2005.

O Índice Nacional da Construção Civil recuou para 0,14% em agosto, ante 0,55% registrado em julho. Em relação ao mesmo mês de 2010 a diferença foi de 0,17%. Entre janeiro e agosto deste ano, a alta é de 4,53%.

Após o feriado, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getúlio Vargas recuou 1,3% entre julho e agosto de 2011, ao passar de 132,6 para 130,8 pontos, o menor nível desde janeiro passado (128,2). O índice agora está 4,6% acima da média histórica e 2,9% abaixo do mesmo período do ano passado. Medido em médias móveis trimestrais, o ICS de agosto de 131,7 pontos é o menor desde março passado (131,1).

Ainda segundo a FGV, o IPC-S de 07 de setembro de 2011 apresentou variação de 0,74%, 0,34 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada na última divulgação. Este foi o maior resultado desde a terceira semana de maio de 2011, quando o índice registrou variação de 0,96%.

Finalmente, na sexta-feira o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,43%, no primeiro decêndio do mês de setembro. Para o mesmo período de apuração do mês anterior, a variação foi de 0,22%. O primeiro decêndio do IGP-M de setembro compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 do mês de agosto.

Já o emprego industrial apontou variação negativa de 0,1% em julho de 2011 frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após também mostrar taxa de -0,1% em junho. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral repetiu em julho o patamar do mês anterior, após ficar estável em maio e registrar ligeira variação negativa em junho (-0,1%). Na comparação com julho de 2010, o emprego industrial apresentou acréscimo de 0,4%, décimo oitavo resultado positivo consecutivo nesse tipo de confronto.

Neste cenário, o Ibovespa perdeu nos quatro pregões da semana 1,3% e encerrou a sexta-feira aos 55.778 pontos.

 
     
 

Confira o gráfico, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas da semana:

 
     
 

Ibovespa

 

 
  As maiores altas da semana  
 
ATIVO CÓDIGO ÚLTIMO VARIAÇÃO
USIMINAS USIM3 24,10 8,95%
ECODIESEL ECOD3 0,64 4,92%
GERDAU GGBR4 13,95 4,10%
USIMINAS USIM5 11,95 13,02%
BRADESPAR BRAP4 35,55 2,13%
 
     
  As maiores baixas da semana  
 
ATIVO CÓDIGO ÚLTIMO VARIAÇÃO
BRASKEM BRKM5 17,20 -7,03%
TELEMAR N L TMAR5 41,93 -5,63%
SANTANDER BR SANB11 14,93 -5,21%
BRASIL TELEC BRTO4 11,24 -5,15%
BMFBOVESPA BVMF3 9,21 -5,05%
 
     
  Mais negociadas da semana  
 
ATIVO CÓDIGO ÚLTIMO VOLUME SEGMENTO
VALE VALE5 R$ 40,93 1.880.105.536,00 Minerais Metálicos
PETROBRAS PETR4 R$ 20,15 960.649.952,00 Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCO ITUB4 R$ 28,80 754.789.392,00 Bancos
OGX PETROLEO OGXP3 R$ 10,91 627.148.832,00 Exploração e/ou Refino
BRADESCO BBDC4 R$ 28,68 474.895.520,00 Bancos
 
     
  Dólar:  
 

Em uma semana bastante turbulenta para os mercados, o dólar comercial confirmou a tendência da última semana e fechou com importante valorização. O cenário mostra que o investidores busca formas mais seguras para aplicar seu dinheiro, o que faz a procura pela moeda americana aumentar.

Com isso, o dólar comercial encerrou a semana com alta de 2,7%.

 
  Confira o gráfico:  
  Dólar  
     
 

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