Standard and Poor's rebaixa nota da dívida italiana

Publicado em 20/09/2011 03:29
A agência de classificação de risco citou problemas econômicos, fiscais e políticos para justificar sua decisão
A S&P's reduziu nesta segunda-feira a nota da dívida da Itália, citando questões econômicas, fiscais e políticas.

A agência de rating informou ter rebaixado a nota da dívida italiana de "A+/A-1+" para "A/A-1".

A empresa anunciou que o rebaixamento ocorreu por conta das "fracas perspectivas de crescimento econômico" da Itália, e da visão de que a coalizão política no governo "continuará limitando a capacidade do Estado de responder decisivamente" aos desafios enfrentados pelo país.

MODDY´S

A Moody´s também anunciou na sexta-feira (16) que continua avaliando a possibilidade de rebaixar a nota da dívida da Itália, atualmente em "Aa2", e prevê o anúncio da decisão para outubro.

Há alguns meses, a agência anunciou que a nota estava em revisão para possível rebaixamento, mas desde então não voltou a se pronunciar.

"A Moody's tentará concluir a revisão durante o próximo mês", disse a empresa em comunicado, três meses depois de anunciar o início da revisão da nota italiana.

A nota da Itália --terceira maior economia da União Europeia-- está a dois degraus da nota AAA, a mais alta atribuída por essa agência.

A Moody's colocou a dívida italiana sob revisão para um possível rebaixamento em 17 de junho, mencionando a fragilidade estrutural de sua macroeconomia, o desafio de diminuir sua dívida soberana e as difíceis condições de financiamento enfrentadas pelas nações europeias fortemente endividadas.

A agência de classificação de risco afirmou que sua decisão deve-se "ao ambiente econômico e financeiro cada vez mais desafiante" e aos diversos acontecimentos políticos na zona do euro.

As notas de curto prazo da Itália continuam no nível mais alto.

ENTENDA

O "rating" é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros. A avaliação é feita por empresas especializadas, as agências de classificação de risco, que emitem notas, expressas na forma de letras e sinais aritméticos, que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um "default", isto é, de suspensão de pagamentos.

As três agências de classificação de risco de maior visibilidade são a Standard & Poor's, a Moody's e a Fitch Ratings.

Arte Folha Online

As agências usam praticamente o mesmo sistema de letras e sinais. Assim, a melhor classificação que um país pode obter é Aaa (Moody's) ou AAA (Standard & Poor's) que, conceitualmente, significam "capacidade extremamente forte de atender compromissos financeiros".

Na ponta oposta, um título classificado como "C", para a S&P ou a Moody's, tem altíssimo risco de não ser pago.

"A taxa média de 'default' [moratória] entre 1970-2000 para títulos [classificados como] Aaa sobre um período de 10 anos foi de apenas 0,67", afirma a Moody's.

Para S&P, fraca coalizão política no governo de Silvio Berlusconi limita avanços necessários . "Nós acreditamos que o fraco crescimento da atividade econômica na Itália fará com que as metas fiscais do governo dificilmente sejam atingidas", disse em comunicado.Alto desemprego, um setor público ineficiente e modestos fluxos de investimento estrangeiro foram citados como fatores prejudiciais ao crescimento. "Na nossa visão, as autoridades ainda estão relutantes em resolver essas questões", disse a agência.

A concorrente da Standard and Poor's, a Moody's, já indicou que está analisando alterar a nota da Itália, atualmente em Aa2, dois degraus abaixo do triple-A, a classificação mais alta. A Itália tenhou acalmar os investidores ao anunciar um novo pacote de austeridade que pretende equilibrar as contas do país em 2013.

Fonte: veja.com.br

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