Febre aftosa no Paraguai deixa o setor produtivo de MT em alerta

Publicado em 20/09/2011 08:18 e atualizado em 21/09/2011 16:59
Mato Grosso não faz fronteira com país, mas está há 15 anos sem foco. Exportações paraguaia de carne foram suspensas depois de ocorrido.
A confirmação de foco da febre aftosa no Paraguai, país que integra o Cone Sul e faz divisa com o Centro-Oeste brasileiro, por meio de Mato Grosso do Sul, deixou o setor produtivo de Mato Grosso em alerta. Apesar deste estado não estar inserido na região fronteirícia que separa os dois lados, a notícia de que animais de uma fazenda na localidade de Sargento Loma, no distrito de San Pedro, foram contaminados, eleva a preocupação com a sanidade animal no território mato-grossense.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária em Mato Grosso (Famato), Rui Prado, apesar de não haver negócios entre o país com a unidade da federação, no que tange exportação e importação de gado em pé, o receio é pela proximidade com a Bolívia.

"Teoricamente não muda nada. Mas, na prática, temos que tomar certos cuidados. Já sugerimos ao governo [de MT] tomar providências para fiscalizar o trânsito de animais. Temos uma fronteira muito grande com a Bolívia e supostamente pode haver entrada de animais", declarou Prado ao G1.

Detentor do maior rebanho bovino do país, com 28 milhões de animais, Mato Grosso está há 15 anos sem registrar focos da doença. "Nos deixa em alerta porque quando se fala de sanidade animal temos que pensar como um todo. Se tem aftosa na América do Sul tem que acender a luz amarela", acrescentou o dirigente sindical.

A preocupação do representante leva em conta o compromisso assumido entre os países da América do Sul em erradicar, até 2020, a febre aftosa no continente. "Independente do foco que ocorra no país em que se está, é um retrocesso para nós", declarou o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, Valney Souza Correia.

A preocupação também se dá em relação a localização de Mato Grosso do Sul com o país onde o caso foi registrado. "Como faz divisa com o Mato Grosso do Sul há um alerta. É preciso policiar a fronteira para que o vírus não passe para o estado", falou Valney.

O governo do Paraguai já decretou situação de emergência sanitária e animal no país, conforme decreto assinado nesta segunda-feira (19) pelo presidente presidente Fernando Lugo. A área está locazada a 150 quilômetros de Iguatemi, em Mato Grosso do Sul.

A ocorrência já fez o Paraguai suspender as exportações de carne do país, atualmente um dos dez que mais embarcam o produto parar o mercado internacional. Somente no ano passado, 296 mil toneladas foram embarcadas, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Paraguai confirma foco de aftosa e suspende exportações de carne

Autoridades de defesa agropecuária formam pool de inspeção com cinco países. Foco fica a 150 km da fronteira com Mato Grosso do Sul

Veterinários paraguaios coletam sangue em animais na região onde foi detectado foco de aftosa.
As autoridades paraguaias confirmaram foco de febre aftosa em fazenda no Departamento de San Pedro. Por causa do foco, anunciado no domingo pelo Campo Grande News, o Paraguai suspendeu por dois meses a exportação de carne. Cerca de 800 animais deverão ser sacrificados. O vírus da febre aftosa foi detectado em 13 cabeças de gado.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, deve decretar ainda nesta segunda-feira situação de emergência sanitária na região onde foi detectado o foco. As autoridades sanitárias iniciaram nesta segunda-feira a instalação de barreiras de contenção. Com esse foco, o Paraguai perde status sanitário e fica fora do mercado internacional, que é uma das principais fontes de divisas do país.

A Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) foi comunicada pelos próprios pecuaristas paraguaios da existência do foco. De acordo com o jornal ABC Color, que trouxe a informação divulgada no domingo pelo Campo Grande News, 819 animais da fazenda Santa Helena, administrada pelo presidente da Associação Rural do Paraguai em San Pedro, Silfrido Baumgarten, serão sacrificados, segundo a Senacsa (Secretaria Nacional de Sanidade).

Foco de aftosa foi detectado em fazenda no Departamento de San Pedro.Brasil - A suspeita de focos de febre aftosa no Departamento de San Pedro, confirmada nesta segunda-feira, levou autoridades de defesa agropecuária a formarem um pool de inspeção com cinco países – Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e o próprio Paraguai.

Do Brasil foi designado um técnico da SFA - Superintendência Federal de Agricultura. Ele segue nesta segunda-feira, 19, ao Paraguai para se juntar a outros técnicos dos países vizinhos.

A secretária de Produção e Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa, disse que o governo do Estado foi informado da situação, que ‘é de absoluto controle’ e não há razão para preocupação porque a região onde há suspeita de circulação do vírus não faz fronteira com o Estado.

O Departamento de São Pedro, no entanto, faz divisa com o Departamento de Amambay, que faz fronteira de Mato Grosso do Sul. O local da inspeção fica a aproximadamente 130 quilômetros dessa linha internacional com o Brasil. Os municípios mais próximos são Amambai e Iguatemi.

Argentina declara estado de alerta e antecipa vacinação

O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, declarou estado de alerta sanitário e proibiu a entrada em seu território de qualquer produto originário do Paraguai que possa transmitir o vírus da febre aftosa. Também decidiu antecipar para hoje (20) o início da segunda etapa de vacinação do rebanho contra febre aftosa nas províncias de Salta, Formosa, Chaco, Corrientes, Misiones e Entre Ríos.

Em nota distribuída ontem, o presidente do Senasa, Jorge Amaya, informou que o organismo suspendeu, "de forma preventiva, a entrada na Argentina de importação, ou trânsito para terceiros países, de toda mercadoria originária do Paraguai que possa ser veículo do vírus da febre aftosa".

A nota diz ainda que a Argentina "adotou medidas extraordinárias de controle e prevenção necessárias para evitar a entrada, por qualquer meio, de doenças vesiculares exóticas ou de alto risco".

Neste sentido, o Senasa ordenou "reforçar o pessoal profissional e técnico nos postos de controle e áreas fronteiriças de risco; a intensificação dos controles nas cargas comerciais dos produtos autorizados a entrar no país; assim como uma maior restrição a objetos, produtos ou mercadorias sob a modalidade de trânsito entre os vizinhos, entre outras".

Paraguai estima prejuízo de US$ 300 milhões com foco de aftosa

Informações divulgadas pelo Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Animal do Paraguai (Senacsa), com base em reportagem do ABC Color, indicam que o país deve amargar um prejuízo de US$ 300 milhões com a interrupção das exportações de carne bovina, em razão de um foco de febre aftosa confirmado nesse domingo, dia 18, em uma fazenda do Departamento de San Pedro.

O presidente interino da Senacsa, Carlos Simon Van Humbeck, esteve reunido na manhã desta segunda, dia 19, com o presidente do país, Fernando Lugo, sugerindo a adoção de estado de emergência no distrito de San Pedro, com o propósito de proceder o bloqueio sanitário e iniciar as tratativas para recuperar o status sanitário do país.

Na noite de domingo, técnicos da defesa sanitária do Paraguai confirmaram a contaminação de 13 cabeças de gado por febre aftosa em uma fazenda administrada pelo presidente da Associação Rural do Paraguai na Regional San Pedro, Silfrido Baumgarten. Havia suspeita de contaminação de focos de febre aftosa no norte do Paraguai há pelo menos 20 dias.

Com a perda do status sanitário de livre de febre aftosa com vacinação, o Paraguai deve suspender as exportações até dezembro deste ano, deixando de atender mercados com Rússia e Chile, que estão entre os principais compradores do país.

Foco de febre aftosa notificado no Paraguai mobiliza o Paraná

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) está adotando de forma emergencial todos os procedimentos técnicos para evitar a circulação do vírus da febre aftosa no estado do Paraná. A mobilização está ocorrendo após o Estado ser comunicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre a ocorrência de um foco de febre aftosa no Paraguai, fato que foi notificado nesta segunda-feira (19) à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

Como medida preventiva inicial, o Ministério da Agricultura suspendeu o ingresso e trânsito de animais, produtos e subprodutos de animais suscetíveis à febre aftosa vindos do Paraguai, na região de fronteira com o Brasil.

O foco de febre aftosa foi identificado no departamento (estado) de San Pedro, localidade denominada Sargento Loma, que fica a cerca de 235 quilômetros de Guaíra (PR) e a 126 quilômetros da divisa com o Mato Grosso do Sul. O vírus encontrado e notificado à OIE é do tipo O, mais comum na América do Sul.

No Paraná, o departamento de Fiscalização e Defesa Sanitária da Seab está reforçando a fiscalização sobre o trânsito de animais e cargas de produtos e subprodutos de origem animal em toda a área de abrangência da fronteira com o Mato Grosso do Sul e com os países vizinhos.

Para essa região, onde estão instalados seis postos de fiscalização, a Secretaria da Agricultura está intensificando a vigilância sanitária, deslocando pessoal para as unidades onde é necessário um reforço de técnicos.

No posto de fiscalização de Foz do Iguaçu, por onde passam cargas de animais e produtos, o Ministério da Agricultura, órgão responsável pela vigilância em fronteiras internacionais, reforçou a atenção.

Mesmo assim, a Secretaria da Agricultura se prontificou a reforçar o trabalho do Ministério, inclusive com pessoal, para resguardar os interesses do Paraná e do mercado brasileiro, informa o diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Sanitária, Marco Antonio Teixeira Pinto.

Em outra medida preventiva, a Seab vai reforçar o rastreamento que faz nas vistorias às propriedades onde se encontram animais vindos de outros estados, principalmente do Mato Grosso do Sul. Será feita uma investigação clínica nos animais para ver se não há sintomas aparentes da doença.

Teixeira Pinto disse que o Paraná está seguindo todas as orientações para proteger o rebanho paranaense, conforme determina o Ministério da Agricultura. As mesmas recomendações foram enviadas pelo órgão federal para os demais estados que fazem fronteira com o Paraguai, como o Mato Grosso do Sul onde a área de fronteira é maior.

“Se o estado do Mato Grosso do Sul adotar todas as medidas preventivas recomendadas e a vigilância reforçada no Paraná for mantida, acredito que será possível barrar a circulação do vírus”, avalia Teixeira Pinto.

ALERTA – O governo faz um alerta a todos os produtores paranaenses para que se envolvam nessa mobilização da vigilância sanitária. As comunidades, através dos Conselhos Municipais de Sanidade (CSAs), devem auxiliar no processo de vigilância e orientação aos produtores para que evitem ou denunciem casos de trânsito irregular de animais, sem o acompanhamento da Guia de Trânsito Animal (GTA) – documento emitido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

Outro alerta é dirigido diretamente às pessoas que transitaram pelo Paraguai, nas áreas de foco da febre aftosa, para que evitem contato com animais em solo brasileiro.

O último foco de febre aftosa registrado no Paraná foi em 2005 e, desde então, a doença não mais se manifestou no Estado. Para manter o controle da vigilância, duas campanhas de vacinação contra a doença são realizadas todos os anos.

A Secretaria da Agricultura está adotando todos os procedimentos técnicos para pleitear nos próximos anos, junto ao Ministério da Agricultura e à OIE, o reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação

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Fonte:
G1 + CGN + BeefPoint

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