Funcafé: CMN amplia prazo para recomposição de dívidas

Publicado em 29/09/2011 18:56


Em reunião realizada nesta quinta-feira, 29 de setembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que o reembolso do financiamento para as operações de estocagem, amparadas com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira - FUNCAFÉ, seja realizado a partir da liberação do crédito e não mais a partir da contratação da operação. Na prática, essa medida amplia o prazo para pagamento do financiamento nos casos onde a liberação dos recursos ocorria muito tempo depois da contratação do crédito.

 

O CMN também estendeu até 20/12/2011 o prazo para a contratação das operações da linha extraordinária de crédito destinada à composição de dívidas de cafeicultores, ao amparo de recursos do Funcafé, que havia expirado em 31/08/2011. Além disso, será elevada, a partir de 1º de outubro de 2011, de 2,0% a.a. para 3,5% a.a., a remuneração das instituições financeiras operadoras dessa linha de crédito, tanto para as operações já contratadas quanto para as novas contratações.

 

O Conselho Monetário Nacional explica que, com essas medidas, “espera-se atender a um número maior de cafeicultores, principalmente aqueles que estão adimplentes, mas que enfrentam dificuldades para honrar seus débitos”.


Conab realiza leilões de 85.167 sacas nesta 6ª-feira

 
O governo vai realizar neste dia 30 de setembro, sexta-feira, dois leilões de café dos estoques oficiais, avisos de número 394/11 e 395/11. A oferta total é de 5.110.033,5 quilos, ou 85.167 sacas de 60 quilos, de café sob gestão do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), a ser realizado pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) a partir das 09 horas.
 
Os preços de abertura foram divulgados. O aviso de venda número 394/11, que oferta 5.099.233,5 quilos, ou 84.987 sacas de 60 quilos, em 11 lotes de grãos depositados em Minas Gerais, tem preço de abertura de R$ 4,45 o quilo, ou R$ 267,00 a saca. O pregão começa às 09 horas, e será realizado na modalidade mista, por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização da Conab, em Brasília/DF.
 
O aviso de venda número 395/11 oferta 10.800 quilos, ou 180 sacas de 60 quilos em apenas um lote, de produto depositado em São Paulo. O pregão começa após o aviso 394/11, tem preço de abertura de R$ 3,57 o quilo (R$ 214,20 a saca) e será realizado na modalidade "viva-voz", por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização da Conab, em Brasília/DF.

Consumo aquecido mantém preços do café em alta

Encerrada a colheita da safra brasileira de café, os preços do grão permanecem em alta no mercado interno, com o produto de boa qualidade negociado a R$ 565 por saca. Apesar das turbulências no mercado internacional em função da crise econômica na Grécia, que derrubaram os preços de quase todas as commodities agrícolas em agosto, a recente valorização do dólar ajudou a manter os preços em alta no mercado interno.
 
“O aumento do dólar e a redução dos estoques mundiais está ajudando a manter os preços em altos patamares”, avalia Gil Barabach, analista da empresa de consultoria Safras & Mercado.
 
No Brasil o aumento do consumo tem sido da ordem de 4% ao ano. Já no mercado internacional a alta na última década foi de 2,5% e superou o desempenho de décadas anteriores, que oscilavam entre 1,5% e 2%. “Como o aumento do consumo vem sendo mais acelerado que o da produção, o mercado segue valorizado. Há falta de café de qualidade no mercado”, diz Barabach.
 
De acordo com o ultimo levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os estoques mundiais se situam em 26 milhões de sacas na safra 2011/12, em comparação com as 48 milhões de sacas registradas na safra 2002/03, temporada em que houve excesso de oferta mundial. O aumento do consumo mundial se deve especialmente ao aumento do consumo no Brasil e no Leste Europeu.
 
De olho na próxima safra, cuja florada começa agora em setembro, o mercado opera em alta uma vez que as chuvas – necessárias nas regiões produtoras da Zona da Mata e do Cerrado – estão atrasadas, o que pode comprometer o desenvolvimento dos cafezais. “Estamos vivendo um momento em que qualquer probleminha no desenvolvimento das lavouras de importantes produtores mundiais é amplificado e mantém as cotações em altos níveis”, diz.

Somar: outubro será de bom volume de chuvas para floradas

As principais regiões produtoras de café do Sudeste (sul e cerrado de Minas Gerais e São Paulo) estão recebendo chuvas insuficientes neste mês de setembro para a abertura das floradas, que vão resultar na safra 2012. Entretanto, outubro será de bons volumes de precipitação, com chuvas iguais ou superiores a média no cinturão cafeeiro. A avaliação é da Meteorologista da Somar Meteorologia, Olívia Nunes.
 
Neste domingo, 02, uma frente fria chega ao Sudeste, permanecendo até a terça-feira (04). Essa frente deve trazer chuvas isoladas na segunda e terça-feira no sul de Minas Gerais e São Paulo, sem essa umidade no cerrado. As precipitações não devem ser generalizadas, ficando entre 5 a 10 milímetros e, portanto, não devendo resultar em aberturas gerais de floradas, adverte a meteorologista. "O volume será no máximo moderado e não resolve a situação do cafeicultor", aponta.
 
Entretanto, uma nova frente fria chega dia 06 de outubro e aí sim o volume de chuvas será maior e a umidade mais generalizada. "Do dia 06 ao dia 09 teremos no cinturão cafeeiro uma chuva média diária de 20 milímetros, e geral, no sul e cerrado de Minas Gerais e também em São Paulo", disse Olívia Nunes, em entrevista à Agência SAFRAS. Destacou que serão volumes suficientes para a abertura de boas floradas.
 
A meteorologista frisou que um novo fator contribui para a umidade nos cafezais nesse momento. "A umidade enfim está descendo da Amazônia e junta-se às frentes frias, o que traz mais chuvas em outubro", observa. Dia 12 de outubro uma nova frente atinge o cinturão cafeeiro e traz mais chuvas, que devem então ter boa sequência até o final de outubro. "O mês de outubro vai ser de chuvas de normais até acima do normal, se intensificando na segunda quinzena do mês", ressaltou Olívia Nunes. Os volumes diários médios poderão ser de 20 a 25 milímetros, favorecendo o "pegamento" das floradas.
 
O fenômeno La Niña atrasou o recomeço das chuvas depois da estiagem normal do inverno. Entretanto, assim como causou atraso no início das precipitações, o fenômeno agora favorece a manutenção das precipitações.
 
Olívia Nunes indica que, depois, na primeira quinzena de novembro, as chuvas deverão ser mais irregulares. Entretanto, na segunda quinzena esta situação se normaliza e tanto novembro quanto dezembro serão meses de precipitações dentro da média.

 


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Fonte:
CNC/Globo Rural/Safras

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