S&P rebaixa nota de crédito da Espanha

Publicado em 13/10/2011 22:02
Agência vê riscos na alta dívida do setor privado, no lento crescimento e nas condições fiscais
A agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) reduziu em um grau a nota de crédito de longo prazo da Espanha, de AA para AA-, com perspectiva negativa. A agência justificou o rebaixamento mencionando o lento crescimento do país, as condições fiscais e a alta dívida do setor privado.

Protesto contra a crise econômica em Madri, Espanha

Protesto contra a crise econômica em Madri, Espanha (Paul Hanna/Reuters)

Na última sexta-feira, a Fitch havia reduzido a nota de longo prazo da Espanha e da Itália, com perspectiva negativa

"Apesar dos sinais de resistência no desempenho econômico em 2011, vemos riscos destacados para as perspectivas de crescimento da Espanha devido à alta taxa de desemprego, duras condições financeiras, o nível ainda elevado da dívida do setor privado e a provável desaceleração econômica nos principais parceiros comerciais da Espanha", afirmou a S&P em comunicado.

A agência acrescentou que espera a contínua deterioração na qualidade dos ativos do sistema financeiro. Na terça-feira, a S&P havia rebaixado a nota de 15 bancos espanhóis. Na última sexta-feira, a Fitch havia reduzido a nota de longo prazo da Espanha e da Itália, com perspectiva negativa.

Ações de bancos puxam bolsas da Europa para baixo

Perda são reflexo de postura cautelosa de investidores diante das propostas para fortalecer o setor bancário europeu


LONDRES - Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em queda, refletindo a postura cautelosa dos investidores diante das propostas preliminares apresentadas ontem pela Comissão Europeia para fortalecer o setor bancário da região. Na quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que as autoridades locais devem coordenar esforços para recapitalizar os bancos por meio de injeções de capital privado e público. Segundo ele, é necessário deixar clara a exposição de todos os bancos de importância sistêmica a dívidas soberanas e introduzir exigências de capital mais altas, ainda que temporariamente, depois de contabilizadas as posições das instituições financeiras.

Barroso disse ainda que os bancos com baixo nível de capital deveriam ser impedidos pelos reguladores de pagar bônus ou dividendos e acrescentou que levará esses planos a uma reunião de ministros de Finanças da União Europeia, agendada para 23 de outubro. Operadores disseram que o mercado esperava mais detalhes e, segundo analistas do Credit Suisse, a proposta da Comissão Europeia deixou mais dúvidas do que respostas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,63 pontos, ou 1,10%, para 236,53 pontos. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou 38,42 pontos, ou 0,71%, para 5.403,38 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 42,82 pontos, ou 1,33%, para 3.186,94 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 79,63 pontos, ou 1,33%, a 5.914,84 pontos.

Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 611,59 pontos, ou 3,70%, para 15.894,39 pontos, pressionado particularmente pela incerteza política na Itália, após o primeiro-ministro do país, Silvio Berlusconi, ter pedido um novo voto de confiança do parlamento em seu governo. A votação deve acontecer amanhã e, se Berlusconi for rejeitado, será preciso uma eleição.

O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 83,00 pontos, ou 0,92%, para 8.943,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 102,11 pontos, ou 1,67%, para 6.021,44 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, recuou 12,47 pontos, ou 1,64%, para 772,36 pontos.

As ações de bancos registraram alguns dos declínios mais acentuados do pregão depois de o Banco Central Europeu (BCE) reiterar que forçar os detentores privados de dívidas soberanas a sofrer perdas poderia prejudicar a zona do euro e particularmente o setor financeiro.

Em Milão, o UniCredit perdeu 12,1% e o Intesa Sanpaolo recuou 8,2%. Em Paris, o BNP Paribas e o Crédit Agricole fecharam em baixa de 5,7%, enquanto o Société Générale caiu 6,7%. Na Bolsa de Frankfurt, o Commerzbank perdeu 4,8% e o Deutsche Bank recuou 5,6%.

No setor de mineração, as ações da Anglo American e da Kazakhmys caíram respectivamente 4,7% e 5,7% em Londres depois de dados mostrarem que tanto as exportações quanto as importações da China cresceram em um ritmo mais fraco do que o previsto em setembro. Os indicadores também pesaram sobre a confiança dos investidores, pois sinalizaram enfraquecimento em uma das maiores economias do mundo, de acordo com Anita Paluch, operadora de vendas da Gekko Global Markets.

Entre as varejistas, o Carrefour teve perda de 5,9% em Paris depois de anunciar que as vendas do terceiro trimestre, excluindo combustíveis, caíram em relação a igual período do ano anterior. No segmento de telecomunicações, a Alcatel-Lucent subiu 5,3% depois de o Financial Times informar, em uma reportagem, que a companhia concordou em vender seus serviços da teleatendimento para a Permira por aproximadamente US$ 1,5 bilhão. A Alcatel-Lucent não quis comentar o assunto.

Entre outros destaques da sessão, as ações da Roche perderam 4,5% depois de a companhia divulgar um declínio de 13% nas vendas do terceiro trimestre em relação a igual período do ano anterior. O Lloyds Banking Group e o Royal Bank of Scotland recuaram respectivamente 5,5% e 6,4% depois de a Fitch Ratings rebaixar a nota de ambos os bancos para A, de AA-. O Barclays caiu 7,4% depois de a Fitch ter colocado sua nota de crédito em observação para potencial rebaixamento.

As ações da Rolls-Royce Holdings subiram quase 10% após o anúncio da companhia de uma parceria com a Pratt & Whitney, divisão da United Technologies, para desenvolver motores para aeronaves de médio porte. As informações são da Dow Jones.

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veja.com.br/estadão

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