A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva pediu que a sociedade se mobilize contra a aprovação do novo Código Florestal, que está em tramitação no Senado.
"Vivemos um momento de retrocesso gravíssimo no licenciamento ambiental e no debate do manejo florestal", disse Marina nesta quarta-feira durante o Fórum Amazônia Sustentável, em Belém (PA).
Ela sugeriu que o fórum faça uma moção contra o texto que foi aprovado na Câmara dos Deputados em maio e que está debate no Senado.
As principais divergências apresentadas envolvem a anistia a quem já tenha desmatado, a regularização das APPs (Áreas de Preservação Permanente) e a participação de Estados no processo de regularização ambiental.
"Eu estou contaminada com o problema do Código Florestal, que é gravíssimo. Espero que o senador Jorge Viana [relator da Comissão do Meio Ambiente no Senado] consiga reverter isso."
O texto-base do novo Código Florestal, apresentado em relatório pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), foi aprovado no último dia 8 pelas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia do Senado.
"AGENDA DE RETROCESSOS"
De acordo com Marina, o país está vivenciando uma "agenda de retrocessos" na discussão ambiental, marcada também pelos debates sobre as terras indígenas.
Ela citou como exemplo a PEC 215, que está tramitando na Câmara e prevê que o Congresso Nacional tenha competência exclusiva para aprovar a demarcação das terras ocupadas pelos indígenas.
Em outras palavras, as demarcações de terras indígenas e a homologação de terras já demarcadas precisariam passar pelo Congresso, em vez de serem criadas por um ato presidencial.
"Pelo conservadorismo que tem o Congresso em relação aos índios, nunca mais teremos terras indígenas", disse Marina à Folha.
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O ambientalista Mario Mantovani da ONG SOS Mata Atlântica e Marina Silva em momento cuti cuti defendendo a preservação do velho Código Florestal no SWU dos outros Foto: Caroline Bittencourt/Divulgação SWU |
Terminou na última segunda-feira festival de música SWU no interior de SP. Aconteceu durante o festival o Fórum Global de Sustentabilidade, com a presença da ex-senadora Marina Silva, da atriz Daryl Hannah e do ambientalista Mario Mantovani.
A militante ambientalista que escreve na Estadão, Afra Balazina, escreveu em seu blog que a atriz Daryl Hannah disse estar assustada com o que tinha ouvido a respeito do assunto. A atriz, que é norte americana, mandou ainda um recado aos senadores brasileiros que analisam a proposta: “Sei que é difícil pensar no longo prazo, mas você não precisa ser um neurocirurgião para perceber que não é esperto cortar as árvores da floresta. Precisamos valorizar a floresta apropriadamente”.
Eu fico me pergunta o que diabos um neurocirurgião entende de ecologia florestal, mas ator militante não precisa dizer coisa com sentido. Qualquer tolice que eles digam será sorvida pelos fãs sem qualquer questionamento. É assim que funciona o culto ao ídolo.
O avanço do retrocesso e o terrorismo ambiental
Ainda segundo a militante ambientalista que escreve na Estadão, Marina Silva demonstrou grande preocupação com a questão do Código Florestal. “Estamos vendo lamentavelmente um grande retrocesso. Na Câmara dos Deputados o resultado foi um relatório muito ruim, e o texto do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) também é péssimo. Nesse momento, as florestas estão ameaçadas, a biodiversidade está ameaçada e a legislação brasileira de proteção das nossas riquezas naturais está sob sério risco”, disse Madre Marina de Xapurí.
Veja a matéria original no blog da militante ambientalista que escreve na Estadão, Afra Balazina: Código Florestal no SWU
PF investiga vazamento de petróleo na bacia de Campos
por MARCO ANTÔNIO MARTINS, da folha.com.br
O delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, no Rio, abriu inquérito para investigar o crime de poluição sobre o caso de vazamento da plataforma da Chevron na bacia de Campos.
Segundo o delegado Scliar, há divergência entre as informações apresentadas pela empresa à PF e à opinião pública e o que foi constatado em visita ao local feita por dois agentes federais, no dia 15.
"Inicialmente, os relatórios não correspondem à realidade dos fatos. Quero entender o que está ocorrendo".
Veja o vídeo da área do vazamento:
O delegado também entrará em contato com o Consulado dos Estados Unidos já que ele tem informações de que uma autoridade ambiental dos Estados Unidos visitou o local sem que a PF fosse comunicada.
Caso isso se confirme, ele quer saber a opinião desse técnico sobre o caso.
A Chevron informou à PF que 18 embarcações cuidam da limpeza na região. Em sobrevoo realizado no início da tarde do dia 15, os agentes federais encontraram apenas uma embarcação cuidando da limpeza.
CIMENTAÇÃO
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) informou que começou nesta quarta-feira o processo de cimentação do poço. Às 12h30, foi colocado um tampão de cimento, que deve demorar 20 horas para secar, sobre o local.
"As imagens do ROV (veículo de operação remota), cedidas pela Chevron, indicam redução do vazamento em relação ao dia 11/11, quando era estimado pela concessionária em 220 a 330 barris por dia", informou a agência.
Ainda de acordo com a ANP, a mancha de óleo está se se dispersando e se afastando do litoral. "Essa dispersão gera um aumento da superfície de mancha, com menor densidade de óleo. Essa diluição é resultado do trabalho de dispersão mecânica realizada por navios que se encontram no local e por condições climáticas", informou.
A agência também abriu processo administrativo para investigar o incidente e apurar as medidas que poderão ser aplicadas à Chevron.
| Reprodução/Google earth | |
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Imagem de satélite tirada na sexta-feira mostra a mancha de petróleo na bacia de Campos |