Europa e EUA às portas da recessão, diz OCDE

Publicado em 29/11/2011 06:12

A recuperação econômica global está perdendo fôlego, deixando a zona do euro presa a uma leve recessão e os Estados Unidos com risco de seguir esse caminho, afirmou, nesta segunda-feira, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ao reduzir suas projeções para a economia global. O organismo prevê que esta cresça 3,8% este ano e 3,4% em 2012 — contra projeções anteriores de 4,2% e 4,6%, respectivamente. Ainda assim, as bolsas de valores fecharam em alta de até 5%, devido à expectativa de que os ministros de Finanças da zona do euro, que se reúnem hoje, cheguem a um acordo sobre a implementação do fundo de resgate do bloco.

Fazendo eco à OCDE, a agência de classificação de risco Moody’s afirmou que todos os ratings soberanos da zona do euro — e, possivelmente, os da União Europeia (UE) — estão em risco se não forem tomadas medidas de curto prazo para lidar com a crise da dívida. A Moody’s disse que essa análise deve ser completada no primeiro trimestre de 2012.

E, no início da noite desta segunda-feira, a Fitch informou ter revisado a perspectiva dos EUA de estável para negativa, o que implica um possível rebaixamento. A agência atribuiu sua decisão ao fracasso do Supercomitê em reduzir o déficit do país. Pela Fitch, a nota americana ainda é “AAA”.

A revisão da Fitch eleva a pressão sobre Barack Obama, que, nesta segunda, se reuniu com os presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Obama teme o contágio da crise europeia. “Eu disse a eles que os Estados Unidos estão prontos para ajudá-los a resolver essa questão. Isso é de enorme importância para nossa economia”, disse Obama à imprensa, depois do encontro, na Casa Branca.

Ele não especificou que tipo de ajuda os EUA poderiam dar, já que o país enfrenta problemas com seu déficit orçamentário. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já tem recursos suficientes para ajudar a Europa, sugerindo que os EUA não entrariam com dinheiro.

Durão Barroso garantiu que a Europa está tomando medidas para resolver a crise. Mas ressaltou que as economias de EUA e União Europeia (UE) são interdependentes: “Enfrentamos o desafio comum de controlar o endividamento ao mesmo tempo em que retomamos o crescimento e criamos empregos. Não é uma tarefa fácil em qualquer lado do Atlântico”, afirmou.

Bolsas sobem 5,5% em Paris e 2% em SP
Segundo a OCDE, a zona do euro já entrou em recessão e praticamente não crescerá em 2012, tendo expansão de apenas 0,2%. Os EUA cresceriam 1,7% este ano e 2% em 2012. Já a expansão da Alemanha, a maior economia da Europa, despencaria de 3% para 0,6% no ano que vem.

O relatório da OCDE ressalta que haverá algum impulso graças aos emergentes, mas, mesmo assim, a queda no comércio global vai afetar a China. O crescimento da economia chinesa deve desacelerar de 9,3% este ano para 8,5% em 2012. As projeções para o Brasil são de expansão de 3,4% este ano e 3,2% em 2012, abaixo da economia global.

A OCDE advertiu que um “evento negativo” na zona do euro (como a desintegração da moeda única) poderá provocar uma contração global. O economista-chefe da organização, Pier Carlo Padoan, disse que o cenário pode melhorar “se forem tomadas medidas decisivas rapidamente”, como o aumento da capacidade do fundo de resgate da região e uma atuação maior do Banco Central Europeu (BCE).

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Fonte:
O Globo

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