Fundos apostam em queda das commodities nas bolsas internacionais

Publicado em 02/12/2011 13:44
Influenciados pelas incertezas crescentes em relação à Europa, os fundos que investem em commodities reduziram sua aposta na alta dos preços agrícolas nas quatro semanas encerradas no dia 22.
 
De acordo com os dados da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), órgão que regula o mercado de derivativos nos Estados Unidos, investidores institucionais liquidaram posições de compra nos mercados de milho, soja, trigo, açúcar e café. Além disso, aumentaram suas posições de venda - os instrumentos com os quais tentam antecipar-se a uma queda nas cotações.
 
O caso da soja é o mais emblemático. Na última semana de outubro, o saldo entre posições compradas e vendidas na mão dos fundos de investimento era positivo em mais de 43 mil lotes. Na semana encerrada no último dia 22, esse saldo ficou negativo em 4,3 mil lotes. Ou seja, os fundos mudaram de lado e passaram a apostar na queda da commodity em Chicago. Nesse período, a posição vendida dos fundos em soja cresceu quase 80%, a mais de 74,9 mil contratos. Em contrapartida, o número de contratos de compra recuou 16%, para 70,5 mil contratos.
 
O trigo é outra commodity em que a posição líquida dos fundos também é baixista. Nesse caso, os investidores que especulam pela queda dos preços são a maioria desde agosto. Nas quatro semanas encerradas dia 22, o volume de contratos de venda praticamente dobrou, superando a barreira dos 100 mil lotes - um recorde para o ano.
 
O açúcar também foi bastante "castigado" pelos investidores, que triplicaram sua aposta na queda dos preços da commodity, elevando o número de contratos vendidos de 13,6 mil para 40,3 mil. Ao mesmo tempo, reduziram seu carregamento de posições compradas em 24%, a 98,7 mil contratos - menor nível pelo menos desde 2009. O saldo ainda é positivo, mas foi reduzido à metade - a pouco mais de 58,4 mil contratos.
 
Além disso, os mercados agrícolas também vêm perdendo liquidez. Em meio ao aumento da aversão ao risco, o número de contratos abertos nos principais mercados em Chicago e Nova York caiu 17,25% desde o início do ano. No período, quase 590 mil contratos foram liquidados.
Fonte: Valor Econômico

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