Preços do algodão no mercado interno se sustentam mesmo diante de aumento na oferta mundial

Publicado em 14/08/2012 10:15
Enquanto o mercado esperava uma redução na produção dos Estados Unidos, e consequentemente, uma tendência altista para o algodão, as projeções para a safra 2012/2013 feitas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apresentaram maiores ofertas e estoques finais. A quebra na safra do algodão brasileiro, no entanto, impulsionada pela estiagem que atingiu as regiões produtoras na Bahia,  é o que vem sustentando os preços  do produto no mercado interno.

O estado baiano registrou perdas de 30% na produtividade do algodão,segundo Vanir kölln, presidente do sindicato rural de Luis Eduardo Magalhães.Para Kölln, no entanto, os preços pagos ao produtor ainda estão abaixo do esperado, e o excedente mundial de plumas estocadas não traz um cenário muito atrativo. A situação pode fazer com que muitos produtores migrem para culturas mais lucrativas, como soja e milho.  “Para o próximo plantio, o algodão deve perder 15% da sua área para soja”, afirma. 

De acordo com Ariel Coelho, consultor de mercado da FCStone, os preços no mercado doméstico  estão mais fortes que no cenário internacional,que apresenta um  excesso de estoque da pluma. “O estoque mundial hoje pode abastecer 70% do consumo mundial no ano”, revela o consultor.

Os altos estoques vêm acompanhados por outro fator baixista, que é a diminuição na demanda da China, um dos principais destinos de exportação para a produção brasileira. 

Apesar da influência do macrocenário, no entanto, Coelho acredita que a curto prazo os preços do produto no país tendem a ser sustentados pela quebra na safra baiana.

Por: Thaís Jorge
Fonte: Notícias Agrícolas

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