Investimentos no algodão devem ser represados enquanto setor aguarda para saber qual será a tônica do novo governo

Publicado em 31/10/2022 17:13 e atualizado em 01/11/2022 12:59

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) informou que “a Abrapa não disponibilizará porta-voz para abordar o processo eleitoral ocorrido ontem, dia 30, e seus impactos na cultura”. 

Na visão da analista de mercado da Agrinvest, Bruna Stewart, ainda é cedo para traçar algum panorama de como o setor pode responder as mudanças. “Por ser um momento de bastante tensão, ainda está sendo avaliado como o mercado irá reagir às informações pós eleição”.  

O head de algodão da StoneX, Pery Passotti Pedro, também concorda que será preciso esperar mais para saber qual será a tônica do novo governo, o primeiro a ser eleito sem um plano de governo definido, mas até lá, o setor deve evitar investimentos. 

“Até sabermos se irá apoiar e incentivar as invasões de terra, se irá se comprometer com a responsabilidade fiscal (e consequentemente com inflação e juros sob controle) e se manterá as exportações isentas de impostos, como fazem todos os países da região exceto seus pares venezuelanos e argentinos, espero que os setores produtivos e industriais represem os investimentos que tinham alinhados para agora”, diz. 

Pedro acredita que, uma vez que estas questões estejam esclarecidas e definidas, os investimentos devem retornar à normalidade. “A cadeia do algodão é muito dependente de exportações e de alavancagem na produção. No consumo, depende bastante de capital de giro e preços competitivos, uma vez que é intensiva em uso de capital”. 

De qualquer forma, Stewart destaca que a tendência do mercado segue sendo de baixa para as cotações da pluma. “O preço continua caindo, o que tem impactado negativamente nas negociações. Além do clima da eleição, tem a decisão do Fed na quarta-feira que tende a ser mais um fator baixista pra pluma no mercado externo e ainda temos natal e a copa do mundo, períodos que o consumo de fibra geralmente aumenta, mas no mercado interno as negociações continuam paradas”. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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