Com o Cotton Cine, Abapa leva 3,5 mil estudantes a uma jornada imersiva pela cotonicultura na Bahia Farm Show
Com uma programação que uniu diversão e educação, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) conquistou o público da 19ª Bahia Farm Show, ao apresentar o Cotton Cine, uma experiência audiovisual que levou cerca de 3,5 mil estudantes ao cinema. De forma lúdica, a iniciativa do Programa Educacional Conhecendo o Agro proporcionou uma imersão no universo do algodão e recebeu elogios do governador Jerônimo Rodrigues durante o evento, que reuniu 162 mil pessoas em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia, de 9 a 14 de junho. A próxima edição da feira, promovida pela Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), já está confirmada para acontecer, de 8 a 13 de junho de 2026.
"Encerramos esta edição com a sensação de missão cumprida. Mostramos que a Abapa está cada vez mais conectada com os produtores, com a sociedade e com o futuro da agricultura. O sucesso do Cotton Cine nos enche de orgulho e mostra que comunicar o que fazemos com verdade e emoção gera resultados e aproxima o campo de todos”, disse Alessandra Zanotto Costa, presidente da entidade.
As sessões do Cotton Cine tinham como protagonistas a “Turma do Agripino”, personagens conhecidos dos estudantes do Ensino Fundamental I e II do Oeste baiano. Por meio de uma animação 3D, eles apresentaram a cadeia produtiva do algodão, aproximando o público jovem do universo da cotonicultura. Além do cinema, a experiência ofereceu pipoca, algodão doce e um jogo de tabuleiro gigante, no qual os próprios estudantes se tornavam peças, tornando o aprendizado ainda mais interativo. Para completar, o Trenzinho Conhecendo o Agro levou centenas de crianças em um passeio pelos pavilhões da feira, proporcionando um novo olhar sobre uma das maiores mostras de tecnologia agrícola e negócios do país.
Fortalecimento institucional
A agenda da Abapa na 19º Bahia Farm Show foi intensa e estratégica. A entidade recebeu o secretário de Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, e sua equipe técnica no Centro de Análise de Fibras, maior laboratório de classificação de algodão da América Latina. Com mais de 40 mil análises realizadas até o momento na atual safra, e capacidade projetada para 60 mil amostras/dia na nova sede em construção, o centro foi apresentado à equipe da pasta.
Além disso, a Abapa integrou debates técnicos da cadeia produtiva da fibra, como a reunião da Comissão Técnica Regional do Algodão (CTR-Oeste), onde foram discutidas novas normas fitossanitárias e ações de combate a pragas.
Sustentabilidade e governança
O compromisso com o meio ambiente também foi tema das discussões. A Abapa participou do painel de lançamento do programa Terra Protegida, do Ministério Público da Bahia, voltado ao combate ao desmatamento ilegal com o uso de inteligência artificial e geotecnologia.
Em outro momento-chave da programação, Alessandra presidiu a reunião do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro), entidade que também lidera, ocasião em que foram aprovadas as demonstrações contábeis de 2024 e debatidos projetos estratégicos, como o controle da Spodoptera frugiperda.
Conexões para o futuro
Durante a feira, a Abapa participou do painel “Construindo um Agro Sustentável”, promovido pelo Banco do Nordeste (BNB), onde reforçou a necessidade de integração entre crédito, sustentabilidade e produção. Alessandra defendeu a sintonia entre setor produtivo, financiadores e poder público para viabilizar investimentos em tecnologias sustentáveis, como as exigidas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR).
Além disso, a entidade avançou no debate logístico sobre a exportação de algodão via Porto do Pecém (CE), em reunião com representantes do terminal. A proposta é estufar até 70 contêineres por semana, com rota direta para o mercado asiático e retorno com insumos, criando uma alternativa mais eficiente e estratégica ao Porto de Santos.
Outro momento relevante foi o painel “Mulheres do Agro”, que abordou a educação no campo como alicerce para a sucessão rural e transformação social. Liderado por produtoras e técnicas que atuam no Oeste da Bahia, o debate destacou experiências bem-sucedidas de formação de jovens no meio rural, além de iniciativas como o Programa Educacional Conhecendo o Agro, que alia conteúdo pedagógico ao cotidiano do agro.
Também houve a assinatura do acordo entre Aiba e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para ampliar o monitoramento do Aquífero Urucuia, que terá 47 estações ativas com apoio técnico da Abapa e de universidades, permitindo uma gestão hídrica mais precisa e sustentável para o Oeste baiano.
Um marco de 25 anos
Em ano de celebração pelos 25 anos da Abapa, a entidade encerrou sua participação na Bahia Farm Show 2025 no último sábado, dia 14. “Essa edição foi histórica. Mostramos que o algodão baiano vai além da lavoura — ele está nas escolas, nas políticas públicas, nos grandes debates sobre o futuro do agro. Terminamos a feira mais fortes, mais conectados e ainda mais comprometidos com a transformação que promovemos no campo e na sociedade”, concluiu Alessandra.
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