Sustentabilidade do setor algodoeiro nos EUA é artificial
Publicado em 19/08/2009 12:43
Dados de pesquisa publicada na Revista de Economia e Sociologia Rural mostram menor produtividade e custos relativamente altos nos Estados Unidos. De acordo com estudo de competitividade veiculado no periódico Revista de Economia e Sociologia Rural, no setor algodoeiro norte-americano há menor produtividade, custos relativamente altos em comparação aos brasileiros e margens negativas na maioria das regiões. A pesquisa foi realizada por Joaquim Ferreira Filho, professor titular do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Usp), e colegas, e disponibilizada na edição do primeiro trimestre de 2009 do periódico. Os pesquisadores afirmam que, para a obtenção de dados referentes ao Brasil foram empregados levantamentos de campo “com técnica de painel, distribuídos entre dois sistemas: um mais tecnificado, podendo ser denominado ‘sistema empresarial’ e outro de técnicas de produção chamada ‘intermediária’”. Os autores afirmam que para o sistema empresarial foram realizados “dois painéis no estado de Mato Grosso: um em Primavera do Leste (PL) e outro em Campo Novo do Parecis (CNP)”. Para o sistema intermediário, eles declaram que os dados foram obtidos no norte do estado do Paraná, para sistemas de plantio direto e convencional e colheitas mecânicas e manuais. Quanto aos dados referentes à produção estado-unidense, Joaquim e colegas relatam que “foram levantados por meio de fontes secundárias, pela internet, com base no USDA (2006a)”, e acrescentam que as informações foram compiladas de modo a permitir a comparação entre os dois países. Eles declaram que os dados de custos foram subdivididos em cinco grandes regiões: “Heartland, Prairie Gateway, Southern Seaboard, Fruitful Rim e Mississippi Portal, além de uma média para os EUA”. Entre os resultados, os autores apontam que os números revelam maior produtividade agrícola de algodão em caroço no Brasil, em especial, no Mato Grosso, quando contrastados com as estatísticas norte-americanas. “Em termos de rendimento de fibra, há uma ligeira vantagem para os valores de CNP e PL (de 39%) em relação aos norte-americanos (38,2%). Os sistemas do Paraná são os que apresentam os menores rendimentos de fibra (36%)”, dizem. Os pesquisadores também afirmam que um grande elemento na sustentabilidade da produção americana são os subsídios agrícolas. “Entre os anos agrícolas de 1991 a 2003, produtores norte-americanos receberam, em média, US$ 1,761 milhão anuais em subsídios diretos dos programas de sustentação de renda e preços e de perda de safra. Ponderados pela quantidade produzida, entre 1991 e 2003, os subsídios diretos representaram, em média, US$ 0,21/lp ao ano. Do programa de sustentação de renda e preços, os pagamentos diretos foram, em média, de US$ 0,17/lp ao ano e, dos subsídios de perda de safra, de US$ 0,04/lp. Vale destacar que, pela ausência de informações detalhadas, aqui se incluem somente os pagamentos diretos, não considerando os gastos e impactos dos demais programas”, declaram.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Agopa
0 comentário

Agrodefesa alerta para o fim dos prazos de semeadura do algodão em municípios goianos

Abapa celebra criação da Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e dos Projetos de Irrigação do Brasil

Safra do algodão 24/25 avança e cotonicultores devem ficar atentos ao manejo para garantir produtividade

Cotton Brazil lança Relatório Anual 2024 destacando liderança brasileira na exportação

Algodão/Cepea: Preço se enfraquece em janeiro

Algodão: Inflação global ainda é grande gargalo para demanda é possível alta de preços