Abrapa se frustra com falta de propostas dos EUA para reduzir subsídios

Publicado em 31/05/2010 08:01
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores do Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, classificou como "desanimadora" a ausência de propostas formais por parte dos Estados Unidos para reduzir os subsídios aos produtores de algodão daquele país. Segundo ele, já houve duas reuniões entre Brasil e Estados Unidos para resolver o problema, mas nenhuma conduziu à elaboração de um documento formal, no qual o governo norte-americano se comprometesse a suspender o apoio ilegal concedido ao setor no país.

Na próxima semana, ocorre o terceiro encontro entre as partes para a resolução do problema. "Entendemos que o prazo está se esgotando e eles não têm nenhuma proposta concreta", afirmou.

Por também considerar ilegais os subsídios, a Organização Mundial do Comércio (OMC) permitiu que o Brasil promovesse sanções comerciais contra os norte-americanos. Cunha lembrou que foi estabelecido um prazo, que começou em abril e termina em 21 de junho deste ano, quando o estabelecimento de sanções seria interrompido para que as duas partes pudessem voltar à mesa de negociação. "Se não houver nada formal, assinado, até o final deste prazo, vamos retomar as retaliações", afirmou Cunha, lembrando que a OMC permitiu ao Brasil retaliações da ordem de US$ 827 milhões com impostos sobre a importação de produtos, e em remessa de royalties de patentes e marcas.

O cenário para o comércio exterior de algodão brasileiro não começou bem o ano de 2010. De acordo com Cunha, as exportações do produto caíram em torno de 30% no primeiro quadrimestre este ano, ante igual período no ano passado, totalizando cerca de 110 mil toneladas. O executivo explicou que a queda na exportação reflete um "baque" na produção, causado pelo agricultor, que preferiu produzir soja em vez de algodão no ano passado, devido ao preço mais atrativo da oleaginosa.

2010 - No entanto, Cunha espera que o mercado, em termos de produtividade, volte a se recuperar gradativamente este ano. Por conta do bom preço e da demanda aquecida nos mercados doméstico e internacional, a produção brasileira de algodão deve atingir 1,25 milhão de toneladas este ano, volume 6,8% acima do registrado em 2009 (1,17 milhão de toneladas), mas ainda 21,8% abaixo do produzido em 2008 (1,6 milhão de toneladas). Cerca de 30% do total da produção brasileira é exportada. Segundo Cunha, o preço do algodão este ano volta a se tornar atrativo para o produtor, o que elevou o interesse, bem como a área plantada, que encerrou 2009 em torno de 836 mil hectares. "Esperamos um aumento em torno de 30% na área plantada para algodão, este ano", afirmou.

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Diário de Cuiabá

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