Algodão: fundo dará prioridade no combate ao bicudo

Publicado em 30/06/2010 13:11
Os US$ 147,3 milhões anuais que devem ser depositados pelo governo norte-americano na conta do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) serão usados prioritariamente no combate ao bicudo, principal praga que atinge os algodoeiros do país. A informação é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, que confirmou nesta terça-feira (29) o depósito da primeira parcela, de US$ 30 milhões.

“A prioridade é o combate ao bicudo. Já existe um pré-projeto na Abrapa. Ele envolve o setor privado, governo e os produtores e será aplicado em todo o país. O projeto prevê a supressão da praga, com o seu controle durante o ciclo reprodutivo e a destruição dos restos da cultura após a colheita, somados à colocação de armadilhas, uso de variedades de algodão mais resistentes e agroquímicos”, explicou Cunha.

O fundo de compensação para financiar projetos ligados à produção brasileira de algodão foi proposto pelos Estados Unidos para evitar as retaliações autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em novembro do ano passado, por causa de subsídios concedidos aos produtores de algodão pelo governo norte-americano. Ao todo, a retaliação poderia ser até US$ 830 milhões , entre elevação de tarifas de importação e propriedade intelectual que pode ser quebrada pelo Brasil.

Segundo Cunha, além dos US$ 30 milhões já depositados, mais R$ 4,3 milhões devem cair em breve na conta do IBA na agência do Banco do Brasil em Nova York e o restante chegará em parcelas mensais de US$ 12,275 milhões. Os recursos devem ser usados a partir da próxima safra de algodão.

O presidente da Abrapa lembrou que o acordo para o repasse do governo americano para o IBA é válido por dois anos, quando a lei agrícola norte-americana deve ser reformulada. Pelo acerto fechado este mês para a suspensão do início das retaliações até o final de 2012, os Estados Unidos terão de limitar os gastos com subsídios e reduzir as ajudas no programa de garantias de crédito à exportação do algodão.
Fonte: Agência Brasil

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