Alta do algodão faz roupas de inverno ficarem mais caras

Publicado em 13/04/2011 09:21
Até mesmo no comércio popular as peças que trazem a fibra na composição já estão custando mais
Quem planta algodão em Goiás está satisfeito. Os preços nunca estiveram tão favoráveis ao produtor. Porém, o que é bom para o agricultor pode não ser tão bom assim para o consumidor, pois as roupas feitas a partir da fibra devem ficar até 40% mais caras neste inverno.

Enquanto os produtores comemoram os lucros históricos, nas lojas os consumidores estão preocupados com o aumento do preço das roupas feitas a partir do algodão.

Até mesmo no comércio popular as peças que trazem a fibra na composição já estão custando mais.

– Em média o que era R$5, agora ta R$8, R$10. E com a volta a aula tem que comprar calça jeans, camiseta, roupa de frio – desabafa a corretora de imóveis Regina da Rocha.

Os lojistas justificam a alta informando que as confecções de vem às mercadorias também reajustaram os preços.

– A alegação das confecções é que o algodão subiu de 40% a 60%. Não tenho certeza se subiu tudo isso, o que me parece é que tem muitas fábricas que acompanharam o aumento de preço – informa o comerciante Francisco Nogueira Neto.

– Quem tem uma demanda de malhas, basicamente de algodão, que trabalha com uniforme escolar e uniforme profissional, já esta sentindo a alta – explica o presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário do DF, Paulo Eduardo Montenegro de Ávila e Silva.

Para a lojista Andrea Dornelles, o algodão não é o único responsável pela alta.

– Não é só isso que justifica o aumento de preço. Tem o aumento do salário mínimo, tem o aumento da gasolina que encarece o transporte, e normalmente a roupa de inverno já é uma roupa mais cara – diz.

Independente do motivo do reajuste no vestuário, quem planta o algodão deve ficar atento.

– A chance de lucro para o produtor é alta, mas ele corre atrás do prejuízo. Houve safras passadas que ele não teve lucro. Então esse lucro agora, em parte, é pra repor perdas e pra equilibrar o produtor financeiramente – explica o professor da Faculdade de Agronomia – UnB, Carlos Spehar.

– A gente pode criar uma perspectiva porque esses preços podem cair e o nosso custo levar a margem. Então a gente não pode criar uma euforia com o momento – conclui Moresco.

Em uma fazenda em Goiás, a área de plantio do algodão mais que dobrou nos últimos quatro anos. Em 2007 eram 700 hectares, atualmente já são 1800 - resultado da boa fase dos preços internacionais. Um dos sócios da propriedade, Carlos Moresco, conta que 70% da lavoura, que mal começou a florir, já está comercializada.

As vendas no mercado internacional fecharam, em média, a R$ 45 a arroba. No mercado interno, os preços são ainda mais vantajosos: a saca de 15 quilos está saindo a R$ 130.

– Eu acredito que deva ficar uma margem de 30% a 40% do capital investido, que é interessante no agronegócio – comenta Moresco.

 

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Fonte:
Canal Rural

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