Aumento de biodiesel na mistura com diesel traria impacto inflacionário insignificante, mostra pesquisa da FGV

Publicado em 18/02/2013 15:29
A ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais divulga os resultados de uma pesquisa inédita, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que revela ser mínimo o impacto inflacionário para o consumidor final, caso seja autorizado um aumento dos atuais 5% (B5) para 7% (B7) de biodiesel na mistura com diesel fóssil.

Os resultados da pesquisa foram apresentados no dia 31 de janeiro à Casa Civil da Presidência da República. As análises da FGV estimaram impactos sobre os índices agregados IPCA, IPA e IGP-M, além dos subgrupos “Cesta Básica” e “Transporte Urbano de Passageiros”.

Em termos de índices agregados, um aumento da mistura de B5 para B7 – realidade absolutamente possível ainda para 2013, suprida, se necessário, exclusivamente com o óleo de soja à disposição no mercado – geraria uma elevação de apenas 0,014 ponto percentual (p.p.) no IPCA, 0,035 p.p. no IPA e 0,027 p.p. no IGP-M. Para tornar os valores mais palpáveis, consideremos a expectativa do mercado para o IPCA e para o IGP-M para os próximos 12 meses, estimados em 5,53% a.a. e 5,43% a.a., respectivamente. Na prática, os impactos mensurados em virtude do aumento do uso do biodiesel surtiriam pouca ou nenhuma alteração perceptível no bolso do consumidor.

São semelhantes a esses os resultados obtidos para os indicadores desagregados “Cesta Básica” e “Transporte Urbano de Passageiros”. No primeiro caso, o eventual B7 geraria um impacto inflacionário de 0,051 p.p. sobre os preços da cesta básica. Na prática, tomando como exemplo o preço da cesta na cidade de São Paulo, se passaria do valor atual de R$ 304,90 para um novo valor de R$ 305,06, um incremento de 16 centavos.

Por outro lado, quando observados os impactos do B7 sobre as tarifas de ônibus de dez capitais brasileiras, conclui-se que, em geral, o aumento da passagem se mantém ao redor de meio centavo. Já um eventual B10 levaria ao aumento de um centavo na tarifa de ônibus urbano.

A ocasião para que um aumento de biodiesel na mistura com diesel seja anunciada é oportuna, pois o trabalho mostra que o governo não deve recear o impacto inflacionário para o bolso do consumidor.

Comparativamente, o impacto inflacionário proporcionado pela elevação do preço do diesel em virtude da ampliação do uso do diesel S-10 (com baixo teor de enxofre – 10 ppm), supera significativamente quaisquer impactos causados pelo aumento do uso do biodiesel – sem muitos dos benefícios sociais, ambientais e econômicos proporcionados pela produção do biocombustível.

Um aumento do uso do biodiesel reduziria os níveis de poluição atmosférica, principalmente nos grandes centros; elevaria a produção de oleaginosas da agricultura familiar, promovendo inclusão social; reduziria a dependência brasileira por diesel fóssil importado, que se encontra em tendência firme de alta há pelo menos sete anos; geraria maior número de empregos no Brasil.

Os custos necessários para ampliação do uso do biodiesel no Brasil são baixos em comparação aos benefícios que o mesmo proporciona.

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Fonte:
AI - Abiove

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