ABIOVE: impacto inflacionário do biodiesel é mínimo
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reitera a importância do aumento do percentual de mistura de biodiesel ao diesel fóssil. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu, nesta semana, manter o atual nível de mistura com receio do impacto inflacionário. O impacto seria irrisório, segundo estudo encomendado pela Abiove.
A associação reforça os resultados obtidos em estudo da Fundação Getúlio Vargas. Neste, os impactos foram estimados sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em relação às tarifas de ônibus e à cesta básica, e consideraram a evolução do atual teor de mistura de biodiesel ao diesel, que é de 5% (B5), para patamares de 6% (B6) e 7% (B7). As análises estão disponíveis no site da ABIOVE (www.abiove.org.br), na seção “Estudos e Publicações”.
O IPCA, no caso da evolução do B5 para o B6, sofreria um impacto mensurado em 0,010%. Já sob a hipótese de um aumento imediato da mistura para 7%, o impacto estimado é de 0,021%.
Uma tarifa de ônibus com valor atual de R$ 3,00 subiria para estimados R$ 3,004, ou seja, um aumento de 0,4 centavos, no cenário de 6% de mistura, enquanto que no cenário B7 o valor seria de R$ 3,007. Em ambos os casos, um reajuste inferior a um centavo de real.
Já quando considerada uma cesta básica no valor de R$ 304,90, o impacto estimado para o cenário B6 foi de R$ 0,11, enquanto no caso do B7 o valor da cesta subiria para R$ 305,13, uma elevação de R$ 0,23.
A minuta da Medida Provisória que vai determinar o incremento da mistura dos atuais 5% para 6% está no Palácio do Planalto há três meses e tem o aval do Ministério de Minas e Energia, mas não deve mais sair até o fim do ano e nem tem prazo para ser publicada em 2014.
A Abiove, entidade representativa das empresas que processam e comercializam oleaginosas e produzem biodiesel no Brasil, continua defendendo o novo e aguardado marco regulatório setorial, importante instrumento para a criação de empregos, fortalecimento da agricultura familiar, redução das emissões de gases de efeito estufa nos transportes e geração de renda.
No caso do Programa do Biodiesel, destacam-se importantes pontos positivos:
Inclusão da agricultura familiar: mais de 105 mil famílias de pequenos produtores rurais brasileiros recebem incentivos financeiros e assistência técnica especializada enquanto vinculados ao Programa de Biodiesel.
Redução das emissões: 70% de redução dos Gases do Efeito Estufa em relação ao diesel fóssil e de substâncias malignas quando respiradas pelo ser humano, tais como hidrocarbonetos, materiais particulados e monóxido de carbono.
Geração de renda: substituição parcial dos quase 20% de todo o diesel consumido internamente por biodiesel produzido nas cinco regiões geográficas do País.
Criação de empregos: no campo, na indústria e na cidade.
Utilização de resíduos: mais de 20% de todo o biodiesel fabricado no Brasil origina-se de gorduras animais e de óleo de fritura usado.
Desenvolvimento regional: o biodiesel é produzido principalmente no interior do País, gerando incentivos às cadeias produtivas da soja, das carnes, da palma, do algodão, da canola, dentre outras.
Em suma, a Abiove acredita que os benefícios trazidos por maior produção e uso desse biocombustível superam enormemente eventuais custos envolvidos. Um combustível limpo, produzido a partir da força de trabalho e de matérias-primas nacionais, capaz de melhorar a saúde do ser humano, fixar o agricultor no campo e gerar riquezas.