Demanda por biodiesel deve aumentar 6,3% em 2026, considerando a vigência do B15
A demanda por biodiesel no Brasil continua em trajetória de crescimento. De acordo com levantamento da StoneX, empresa global de serviços financeiros, o consumo total da mistura deve atingir 9,8 milhões de metros cúbicos (m³) em 2025, alta de 8,8% em relação ao volume registrado em 2024. Para 2026, a consultoria projeta nova expansão, com a demanda podendo chegar a 10,5 milhões de m³, o que representaria um avanço adicional de 6,3%.
Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonardo Rossetti, o crescimento é influenciado, principalmente, pela vigência integral da mistura B15 em 2026. “O ano de 2026 tende a apresentar um crescimento expressivo justamente por contar com o B15 vigente durante todo o período, enquanto em 2025 ele está restrito a cinco meses (agosto a dezembro). Isso por si só já cria uma base comparativa favorável”, destaca.
No acumulado de 2025, até o momento, já foram comercializados 6,4 milhões de m³ de biodiesel, crescimento de 6,4% frente ao mesmo período de 2024. Apenas no 4º bimestre, o volume somou 1,8 milhão de m³, alta de 6,6% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior — o maior volume já registrado para o período.
Avanço de 6,3% no consumo de óleo de soja
O desempenho também se reflete no uso de óleo de soja, principal matéria-prima da indústria de biodiesel no país. A estimativa da StoneX para 2025 foi mantida em 7,9 milhões de toneladas, aumento de 10,1% frente a 2024. Para 2026, com a expectativa de estabilidade no B15, o consumo deve alcançar 8,4 milhões de toneladas, avanço de 6,3% sobre o ano anterior.
Os dados de 2025 já indicam recordes mensais. Em um único mês, o consumo de óleo de soja para a produção de biodiesel alcançou 724,8 mil toneladas, o maior volume já registrado. No acumulado do ano, até o momento, o uso soma 5,1 milhões de toneladas, alta de 9,5% frente ao mesmo período de 2024 (4,7 milhões de toneladas).
Apesar da perspectiva de aumento no uso de sebo bovino na reta final de 2025 — impulsionada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, principal destino da matéria-prima —, Rossetti ressalta que o cenário sazonalmente favorável para o óleo de soja, sobretudo nos meses de setembro e outubro, deve sustentar níveis elevados de consumo da oleaginosa até o fim do ano.
Para 2026, o analista projeta ainda um leve aumento na participação do óleo de soja na matriz de matérias-primas. Paralelamente, o maior direcionamento do sebo bovino ao mercado interno tende a ganhar força. “As tarifas e mudanças nas bonificações dos programas de biocombustíveis nos EUA devem praticamente neutralizar a competitividade do sebo brasileiro no mercado norte-americano, incentivando sua destinação à produção doméstica de biodiesel”, conclui Rossetti.
Adicionalmente, apesar de o cenário base considerado pela StoneX ser o de B15 durante o ano todo, a consultoria também projetou um cenário alternativo, considerando um aumento para um B16 a partir de março. Nesse caso, o biodiesel marcaria uma alta anual de 12,3% para 11 milhões de m³ consumidos, enquanto o consumo do óleo de soja poderia crescer 1 milhão de toneladas frente a 2025, atingindo 9,0 milhões de toneladas.
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