PRODUÇÃO DE BIODIESEL EM QUIXADÁ: Oleaginosa suficiente para usina só em 2015
A projeção tem por base os grandes problemas de fertilidade e compactação do solo do sertão cearense, a baixa produtividade das sementes, a assistência técnica sem efetividade e a desagregação do mercado do Biodiesel no Estado, gargalos ainda existentes à produção sustentada da mamona, apontados ontem, pelo próprio presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Soldatelli Rosseto. Ele esteve, em Fortaleza, para comemorar o primeiro ano de funcionamento da unidade de Quixadá e lançar um programa de capacitação de fornecedores para a usina, em parceria com o Sebrae-CE.
Segundo Rosseto, a usina comemora o seu o primeiro ano de atividades com produção total de 30 milhões de litros de biodiesel, sendo 70% produzidos á base de óleo de soja - oriundos dos Estados do Piauí, Bahia e do Centro-Sul - e 30%, de óleo de algodão, adquiridos, em grande parte, de esmagadoras cearenses. No último leilão de biodiesel da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a usina alcançou a capacidade máxima autorizada, de 11,28 milhões de litros do óleo verde, para entrega até setembro próximo.
Apesar da pequena produção de mamona no Ceará, Rosseto comemorou o aniversário da usina, destacando que nesse período, a empresa empregou 1.200 pessoas nas obras de construção, mantém 130 funcionários e reúne 16.748 mil agricultores familiares, que atualmente fornecem mamona à unidade de Quixadá, ao preço de R$ 1,225, o quilo da baga. A assistência técnica vem sendo feita por 168 agentes rurais da Ematerce, sendo um para cada grupo de 100 pequenos produtores.
Estratégia de produção
"Hoje, não usamos mamona e girassol, porque não existe matéria prima em escala necessária à usina, mas a perspectiva é a de que em dois ou três anos, começaremos a usar a mamona", projeta Rosseto. Para tanto, explica, uma estratégia produtiva e de mercado foi montada para elevar a produção de oleaginosas no Estado, o que deverá viabilizar, inclusive, o projeto de expansão da capacidade de produção da usina em 40%, das atuais 50 mil toneladas, para 80 mil toneladas/ano de óleo.
Entre as estratégias anunciadas em audiência pública, na tarde de ontem, na Assembléia Legislativa do Ceará, Rosseto citou o estímulo à constituição de um mercado de Biodiesel local, no Estado; a celebração de contratos com pequenos agricultores familiares para produção e fornecimento de oleaginosas; a garantia de preço mínimo e a elaboração de estudo de assistência técnica. Ele citou ainda, negociações com o Banco do Brasil e BNB, para ampliar linhas de crédito para custeio e investimentos agrícolas, aos produtores que operam com a usina. "Tudo isso compõe a nossa estratégia para o arranjo produtivo local", explicou Rosseto, ao garantir que "a usina veio para o Ceará, para ficar".
25 NO ESTADO
Programa capacitará empresas
Em Quixadá, onde esteve na manhã de ontem visitando as instalações e comemorando o primeiro ano de atividades da usina de biodiesel, Miguel Rosseto anunciou a celebração do Convênio Petrobras-Sebrae para preparação de empresas cearenses que atuam ou que pretendem operar no segmento de biocombustíveis. Conforme disse, a partir da próxima semana, 25 empresas do Estado passarão a integrar o Programa de Capacitação de Fornecedores, uma das iniciativas do convênio, para atender as necessidades da unidade de Quixadá.
Parte do Programa de Mobilização Nacional da Indústria de Petróleo e Gás Natural (Prominp), a iniciativa busca qualificar atuais e futuros fornecedores da usina, o que deverá ampliar a competitividade dessas empresas em todo o Estado. Entre os cursos que serão ministrados, estão os de Planejamento Estratégico, Gestão Financeira, Saúde e Segurança do Trabalho e Gestão da Qualidade, com foco na inserção de micro e pequenas empresas na cadeia produtiva do petróleo, gás e energia.
Segundo Miguel Rosseto, a capacitação será necessária diante do projeto de expansão da capacidade de produção da usina, que passará a administrar, inclusive, a Unidade de Pesquisa de Guamaré, no Rio Grande do Norte. Essa unidade será transformada em usina produtora de biodiesel, com capacidade de refino de 20 mil toneladas de óleo por ano. O objetivo é elevar a produção do combustível verde no País, que atualmente consome 1,84 milhão de litros de biodiesel, sendo 268 mil litros no Nordeste e 31 mil litros no Ceará, por ano.
O Estado consome 765 mil litros/ano de diesel.
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