Uma análise absolutamente objetiva e fria da pesquisa CNI-Ibope. Ou: Um governo ruim, mas bom!

Publicado em 17/12/2011 09:03
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Uma análise absolutamente objetiva e fria da pesquisa CNI-Ibope. Ou: Um governo ruim, mas bom!

Vocês notaram que, para o eleitor, o governo Dilma é ruim, mas é bom? Como? Sim, no post anterior, informa-se que a administração é reprovada pela maioria em SEIS dos NOVE itens analisados. Qual é o “fenômeno”? Fenômeno nenhum! É tudo lógica.

É claro que, estando certo (e não tenho indício nenhum de que não esteja), o resultado da pesquisa CNI-Ibope é excelente para Dilma Rousseff. Posso até achar, e acho, que não é compatível com qualidade e realizações do governo, mas e daí? Isso não muda o fato. É inesperado? Acho que não. Pensemos.

O governo Dilma, sabe-o qualquer especialista — e isso preocupa o próprio Lula, como ele próprio vaza aqui e ali —, é de baixíssima performance. O PAC está empacado; o “Minha Casa, Minha Vida” não anda; as creches não saem do papel; as UPAs ainda estão em regime de “upa-upa, cavalinho Alazão” (é para distrair inocentes…); boa parte das obras de mobilidade da Copa ficará no papel (daí a tentativa de se mudar até a data do recesso escolar); as licitações dos aeroportos tardam e estão enroladas numa barafunda de critérios por causa do preço mínimo… Bem, Dilma é ruim de serviço no médio e no longo prazos e arca, sim, com uma herança nada bendita. Herança de quem? De Lula e dela própria, a gerentona.

Mas isso já chegou à população? Não! A economia, em razão de dificuldades externas, está crescendo a um ritmo muito menor. Isso está sendo percebido nas ruas de maneira clara? Ainda não! Será em algum momento? Depende de duas coisas: a) da duração; b) de o eleitor sentir que há uma alternativa na oposição, tendo onde ancorar suas insatisfações. Ninguém pode responder a questão “a” com certeza, e a “b”, por enquanto, é cabeça de bacalhau. Ninguém viu.

Alguns bobinhos da oposição acham que, se jogarem parados, fazendo o discurso do bom-mocismo, vão seduzir maiorias. Pfffuuuiii!!! Não seduzem ninguém. Como a maioria das pessoas tende a rejeitar o nihilismo — ainda bem! —, fica com suas expectativas encostadas no governo mesmo… Quem não se apresenta para o jogo não recebe a bola. Esse negócio de achar que pode ficar na banheira para fazer o gol nos minutos finais é coisa do futebol de antigamente.

Muito bem! Não há grandes realizações, mas também não há uma piora sensível na qualidade de vida, que possa ser identificada como coisa deste governo — a não ser pela inflação, que volta a incomodar. Mas nada ainda que mobilize as pessoas. Dilma contou neste primeiro ano com uma grande ajuda: a da imprensa — e justamente daquela que aqueles larápios a soldo chamam “golpista”. Ao demitir ministros pegos com a boca na botija com razoável agilidade, ganhou pontos junto à população. A GRANDE REALIZAÇÃO DE DILMA NO PRIMEIRO ANO FOI, VEJAM SÓ, A FAXINA. Dependesse do subjornalismo a soldo, ninguém teria sido demitido, e sua reputação, provavelmente, seria outra. Era o que eles queriam. Afinal, torcem mesmo é pela volta de Dom Lula Sebastião.

A forma como Dilma governa é aprovada, diz a pesquisa, por 72%, e isso contamina, é óbvio, a avaliação que se tem do governo. E é a própria pesquisa que o demonstra. Vamos ver. O governo é aprovado em apenas três áreas:
1) combate à fome e à pobreza (56% a 39%);
2) combate ao desemprego (50% a 45%);
3) meio ambiente (48% a 44%).
Exceção feita ao item 1, a diferença é apertada.

O governo é reprovado pela maioria em nada menos do que seis áreas:

1) Saúde - 67%;
2) impostos - 66%;
3) segurança - 60%;
4) taxa de juros - 56%;
5) combate à inflação - 52%;
6) educação - 51%

Como pode ter taxa tão expressiva de aprovação geral um governo reprovado nos itens tomados individualmente? Ora, fica evidente que Dilma tem sido bem-sucedida em se descolar dos insucessos da própria gestão, como se fosse, de fato, uma gerente durona que está aí para moralizar o processo político e não tivesse nada a ver com ele.

Se souber disso, Barack Obama vai morrer de inveja. A cada vez que, nos EUA, ele ataca os “políticos de Washington” (como se ele tivesse caído da Lua), gostaria de estar justamente na posição em que se encontra Dilma: “Não tenho nada a ver com o que os políticos fazem de errado”. Obama ainda não conseguiu isso. Há fatores que explicam a dificuldade: o eleitorado americano é menos sensível a essa tática do “não tenho nada com isso”; a economia por lá não ajuda.

Mais um ano de crescimento só medíocre, aí pelos 3%, e a reiteração da ineficiência em vários setores podem afetar a imagem de Dilma? Potencialmente, sim! Mas insisto: o eleitorado, para começar a descrer, tem de ancorar a sua descrença — e, pois, a sua crença — em algum lugar. Quem, na oposição, hoje ou daqui a pouco, se oferece como alternativa? O ELEITOR REJEITA O VÁCUO. Se está com o saco cheio de todo mundo, acaba indo para a praça, como ocorreu na Espanha. Se não vai, é porque está convicto de que uma resposta ainda é possível. Não havendo nada no terreno oposicionista a não ser tiro no pé, vai ficando com Dilma mesmo.

A tarefa da oposição já não seria fácil tivesse ela uma boa estratégia! Não tendo… Por que digo isso? Dilma concorrerá à reeleição em ano de Copa do Mundo. Não me refiro ao resultado do torneio, aquela tolice segundo a qual a vitória da Seleção é boa para o governo, e a derrota, ruim. O eleitor não é tonto assim, não! O ponto é outro. Dilma passará todo o segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014 inaugurando obras, algumas muito vistosas, ainda que a Copa vá cobrar o seu preço por muitos anos. É evidente que se trata de uma arma eleitoral poderosa. Será um clima de “Pra Frente Brasil” como não se terá visto desde 1970! Aliás, não se despreze a importância das obras prometidas na excelente avaliação que se tem da presidente.

Os petralhas batem as patinhas e soltam seus guinchinhos, dadas as manifestações que me chegam, achando que, sei lá, vou dormir na pia porque a pesquisa é boa para Dilma. Como se vê, nada perturba meu apego à objetividade. Não estou aqui para ludibriar ninguém. Quanto ao gosto, só para encerrar, não sei por quê, intuo que Lula gosta desses números muito menos do que eu…

Texto originalmente publicado às 19h43 desta sexta
Por Reinaldo Azevedo

17/12/2011

 às 6:27

Até ministra sueca desmente Pimentel!!!

Por Jamil Chade, no Estadão:
Única autoridade a se encontrar oficialmente com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, na quinta-feira em Genebra, a ministra sueca Ewa Björling deu do encontro versões diferentes da dele. Além disso, ela foi questionada pela imprensa sueca por ter recebido um ministro suspeito de irregularidades.

A ausência de Pimentel, na quinta-feira, de todas as reuniões oficiais ainda é cercada de mistério. Diplomatas foram orientados a não abrir a boca sobre o caso.

Pimentel faltou a todas as reuniões da OMC naquele dia, durante a abertura da conferência ministerial da entidade. Sua cadeira ficou vazia e o único encontro divulgado por sua assessoria foi uma reunião com a delegação sueca, que durou apenas 30 minutos. Mas a versão sobre o tema do encontro varia dependendo do interlocutor.

Segundo o porta-voz de Pimentel, Ronald de Freitas, a venda de caças sueco ao Brasil não foi tratado no encontro. Horas depois, Pimentel dava outra versão, indicando que o assunto tinha sido levantado, mas apenas pela ministra. “Eu disse: vamos ver. As propostas estão sendo examinadas de novo, mas vai ser só no ano que vem”, afirmou.

Ontem, Ewa desmentiu Pimentel. Em declarações ao jornal da Suécia, Svenska Dagbladet, a ministra explicou que foi o brasileiro quem tocou no assunto. “Eu não levantei o tema dos aviões”, contou. “Ele (Pimentel) disse que estão olhando o padrão tecnológico, a questão financeira e as necessidades do Brasil.”

Por Reinaldo Azevedo

17/12/2011

 às 6:25

Falta de Pimentel na OMC é questionada

Por Eduardo Bresciani e Fernando Gallo, no Estadão:
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), disse ontem que vai protocolar na próxima semana requerimento de informação pedindo detalhes da viagem do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) a Genebra, na Suíça. Reportagem do Estado mostrou que Pimentel faltou a reuniões da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os requerimentos serão direcionados a Pimentel e ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Serão solicitadas cópias da agenda dos dois no evento da OMC e relatório das atividades realizadas, além de informações sobre a composição da comitiva e os custos da viagem.

O ministro tentou evitar a imprensa em Genebra para não responder a questionamentos sobre sua atividade como consultor nos anos de 2009 e 2010. “É preciso ter informações a respeito para que seja afastada a hipótese de o ministro ter faltado a compromissos de interesse do país para não ser abordado por jornalistas a respeito das denúncias”, disse Duarte Nogueira.

O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), também criticou Pimentel. Disse que o ministro não tem mais condição de permanecer no cargo. Para Freire, a fuga de Pimentel para evitar o contato com a imprensa só agrava a situação.

“Quando um ministro começa a se esconder da imprensa é porque não tem mais condições para permanecer no cargo. Ele está se escondendo por quê? Por vergonha ou por não ter como se explicar. Me parece que esse silêncio é para encobrir malfeitorias”, disparou o presidente do PPS.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

17/12/2011

 às 6:23

Depois de anunciar os mortos pelas chuvas, agora Mercadante diz fazer “tudo” contra tragédias

Por Catarina Alencastro e Thiago Herdy, no Globo:
Um dia depois de anunciar que não seria possível evitar mortes de pessoas em função das chuvas, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, amenizou seu discurso. Disse que está fazendo “tudo” para evitar mortes por deslizamentos e inundações. A partir deste sábado, uma equipe de especialistas começa a trabalhar em regime de plantão 24 horas no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), cuja criação fora anunciada em janeiro. Durante todo o ano, cinco profissionais se dedicavam ao sistema, mas desde o início de dezembro o contingente subiu para 20 - todos bolsistas que trabalhavam apenas no período diurno.

O ministro Aloizio Mercadante admite atraso no mapeamento de áreas de risco - apenas 56 cidades, de 251 consideradas críticas, estão prontas - , mas aponta que muitas vidas foram salvas graças ao trabalho que já vem sendo feito.

“Nós estamos fazendo tudo para diminuir ao máximo (as mortes). Em Santa Catarina, desalojamos 200 mil pessoas, gente que batemos na porta de casa e dissemos: ’sai, se não você vai morrer.’ E não morreram. Comparando com o que aconteceu em 2008, poderíamos ter centenas de mortes em Santa Catarina. Não tivemos. O Rio teve fortes chuvas em abril, e o sistema funcionou. Houve deslizamento e não morreu ninguém. Então, não é que nós vamos salvar, nós estamos salvando. E, se fosse para fazer tudo isso e salvar uma vida, já valia a pena - afirmou Mercadante.

Segundo o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do ministério, Carlos Nobre, quando o sistema estiver em pleno funcionamento, as mortes poderão ser reduzidas em até 80%. O governo não sabe dizer quando isso acontecerá. Na Região Serrana do Rio, dois radares já estão vigiando o que acontece no clima e alertando a população. Caso o volume de chuvas que caiu no local no início do ano, quando deslizamentos mataram mais de 600 pessoas, volte a acontecer, dificilmente o desfecho será o mesmo, aponta Nobre: “Se tiver um evento de muita chuva, hoje, com esse sistema, pelo fato de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e vários outros municípios próximos já estarem dentro do sistema, diria que seria muito improvável uma repetição.”

Embora já tenha havido a integração do sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de observação por satélite e radares ao do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), apenas 31 cidades com risco de desastres climáticos são cobertas por radares. A promessa para o próximo ano é instalar mais quatro radares, que cobririam 90% das áreas de risco, e 2.800 pluviômetros (aparelhos que medem a quantidade de chuva) em todo o país. Destes, 1.300 serão instalados em comunidades localizadas em morros e encostas e, portanto, mais suscetíveis de sofrer consequências trágicas das fortes chuvas. A capital do Rio deverá receber vários desses equipamentos, mas os locais ainda não foram definidos.

Mercadante disse que uma das razões para o atraso do governo em organizar a rede de alerta e monitoramento é o aumento rápido da severidade das tormentas no país. Outro fator é que o trabalho de mapeamento das áreas de risco é lento e difícil, o que é agravado pela ausência de geólogos no Brasil. “O Brasil está atrasado historicamente nessa agenda. Está atrasado porque nós não tínhamos a intensidade das mortes e a gravidade das ocorrências que temos tido nesse período recente”, apontou Mercadante.

Por Reinaldo Azevedo

17/12/2011

 às 6:21

Primeira ação do governo para proteger fronteiras é… CONTRATAR AGÊNCIA DE PUBLICIDADE

Por Breno Costa, na Folha:
A primeira ação do governo federal para reforçar a segurança nas fronteiras do país não foi melhorar a estrutura de vigilância, e sim contratar uma agência publicitária. Ainda em andamento, a contratação visa aumentar a “sensação de segurança” em relação a essas áreas. Ela foi a primeira a ser lançada no contexto do Plano Estratégico de Fronteiras, anunciado com destaque pela presidente Dilma Rousseff em junho. O plano objetiva impedir a entrada de armas e drogas, e foi a principal bandeira de Dilma para o combate ao tráfico na campanha eleitoral.

As promessas iam da aquisição de 14 Vants (veículos aéreos não tripulados) ao aumento do número de agentes nos 17 mil km de fronteiras. A contratação da publicidade está estimada em R$ 10 milhões. O valor representa 58% dos R$ 17,1 milhões que o governo gastou este ano em ações diretas de reforço à segurança das fronteiras. Se forem considerados só os gastos programados pelo governo Dilma, sem os compromissos firmados sob Lula, o custo com a contratação da agência publicitária representa mais do que o triplo.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

17/12/2011

 às 6:19

Serra e Aécio discursam no Encontro para Juventude do PSDB

Por Isonilda Souza e Silvia Amorim, no Globo:
No discurso, não há divisão interna no PSDB, nem grupos serristas e aecistas em pé de guerra. Foi o que disseram os dirigentes do partido presentes nesta sexta-feira no Encontro da Juventude Tucana, em Goiânia. Mas a agenda cuidadosamente cronometrada pelos organizadores do evento tentou garantir o mesmo espaço ao ex-governador José Serra (SP) e ao senador Aécio Neves (MG), e evitou o encontro dos dois - pré-candidatos do partido à sucessão da presidente Dilma Rousseff, em 2104. Aécio saiu do evento por volta das 20h e, minutos depois, Serra chegou. Os dois foram recebidos como candidatos pela juventude tucana.

Cada um teve seu momento exclusivo para discursar para cerca de 500 jovens filiados e alinhados ao PSDB, dentro da estratégia do partido de modernizar a legenda, atrair a juventude brasileira para suas causas e ampliar o poder tucano pelos estados com caras novas nas próximas eleições. Principalmente no pleito municipal do ano que vem.

Porém, essa estratégia tem ficado em segundo plano por conta da antecipação de um debate mais caloroso no partido sobre quem será o candidato do PSDB nas eleições presidenciais de 2014. Disputa negada por todos, mas evidenciada nos encontros tucanos.

Ao chegar a Goiânia, no fim da tarde, Aécio minimizou a divisão interna, negando que haja divergências entre seus filiados mais ilustres. Segundo ele, o PSDB chegará unido para a eleição presidencial de 2014: “Isso é muito mais uma pauta da imprensa. Não existe o PSDB do Aécio e o PSDB do Serra. Existe um só PSDB, que é do Aécio, do Serra, do Marconi Perillo, do Geraldo Alckmin, do Fernando Henrique Cardoso”.
(…)
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), também minimizou a divisão partidária: “Se essa divisão se dá em algum lugar, não é no partido. Não tem apoio do PSDB”. Guerra disse que os tucanos vão definir o presidenciável a partir do resultado das eleições municipais de 2012. “Pelo menos é isso que eu defendo. Não vejo problemas em realizar prévias, mas vai depender das urnas no ano que vem. Vamos aguardar. Vai depender do resultado das urnas de 2012″.

O senador mineiro foi aclamado pelos participantes aos gritos de “Aécio presidente”. Ao longo do encontro, que pretendia reunir cerca de mil jovens, um dos gritos de guerra dos participantes era: “Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos um tucano presidente do Brasil”.

A chegada de Serra estava prevista para as 19, mas ele só chegou depois das 20h, após a saída de Aécio do evento. O ex-governador não quis dar entrevista e foi direto fazer discurso. Quando entrou no local do evento, Serra foi recebido aos gritos de “olé, olê, olá, Serra, Serra!!”. No discurso, o ex-governador fez críticas à presidente Dilma Rousseff, dizendo que o governo dela ainda não começou. E, falando para a plateia jovem, um dos mais célebres ex-presidente da UNE atacou o PT, afirmando: “O PT sufocou o movimento estudantil”.

Além Serra, Aécio, Sérgio Guerra e do governador de Goiás, Marconi Perillo, participaram do encontro outros líderes regionais do PSDB, como o presidente nacional da Juventude Tucana e secretário de Esporte de Curitiba, Marcello Richa (filho do governador do Paraná, o também tucano Beto Richa). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cancelou sua ida.

Na busca por apoiadores dentro do partido para a eleição de 2014, o senador Aécio e Serra lançaram-se numa cruzada para buscar apoio da juventude do partido. O grupo é considerado estratégico pelo grau de organização - ele está estruturado nos 26 estados e no Distrito Federal - e pela força que tem demonstrado para a mobilização da militância. “Temos dois nomes de grande visibilidade e com tranquilidade e diálogo vamos, sem dúvida, dar a nossa contribuição nesse processo”, afirmou Richa.

Por Reinaldo Azevedo

17/12/2011

 às 6:17

Relator do Orçamento não prevê reajustes para o ano que vem

Por Cristiane Jungblut e Fábio Fabrini, no Globo:
A posição da presidente Dilma Rousseff, de ser contra a inclusão, no Orçamento da União de 2012, de aumentos para servidores públicos dos três Poderes, teve eco entre os aliados. Mesmo os defensores de reajustes aos servidores do Judiciário e, em especial, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como parlamentares do PMDB, já admitem que isso não deverá ocorrer.

Disposto a não contrariar o Palácio do Planalto nessa questão, o relator-geral do Orçamento, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), está elaborando seu parecer afinado com a posição do Executivo: sem a previsão desses reajustes.

Para driblar as pressões, o deputado tem sido aconselhado pelos técnicos da Comissão Mista de Orçamento (CMO) a não mexer no chamado Anexo V do Orçamento, que inclui a lista de projetos e as verbas envolvidas em aumentos, preenchimento de cargos e concursos. Mas a pressão dos favoráveis aos aumentos continuará até a votação do Orçamento. PMDB, DEM e PSDB são os maiores defensores.

O Planalto já deu sinais de que prefere não ter o Orçamento de 2012 aprovado a ver incluídas essas despesas. Chinaglia pretende divulgar seu parecer na próxima segunda-feira. Para dar uma resposta política aos servidores, uma das possibilidades é Chinaglia anunciar a criação de uma ampla mesa de negociação a partir de 2012, ou seja, sem efeitos práticos.

Em reação às declarações de Dilma, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, divulgou dura nota, acusando-a de incorrer em “crime de responsabilidade” e afirmando que a corrupção no Executivo estaria consumindo mais que o necessário para engordar os contracheques da magistratura. Em retaliação, Wedy prometeu novas paralisações da categoria, que já cruzou os braços duas vezes este ano.

Segundo o comunicado, a Ajufe está preocupada com a possibilidade de a presidente fechar o ano “descumprindo” a Constituição, que determina a reposição inflacionária anual do teto de remuneração do funcionalismo público, deixando, para isso, de votar o Orçamento, como previsto na lei.

O presidente da Ajufe chama de “atentado ao estado de direito e ao regime republicano” a presidente não contemplar no Orçamento proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, “como se o Poder Executivo fosse um super-poder ditatorial que pudesse tolher a independência de outro, o seu livre exercício e simplesmente ignorar o que está escrito no texto constitucional”.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 21:45

Dilma: “Caso Pimentel não tem nada a ver com o meu governo”. Ah, bom! Então tá!

"Põ, pessoalo, nada a ver, né?" É verdade, Soberana, é verdade!!!

"Pô, pessoal, nada a ver, né?" É verdade, Soberana, é verdade!!!

Por Chico de Gois e Luiíza Damé, no Globo:
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender nesta sexta-feira, durante café da manhã com jornalistas que cobrem o dia a dia do Palácio do Planalto, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. Quando deixou a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2009, Pimentel tornou-se sócio de uma empresa de consultoria que recebeu R$ 2 milhões. Um dos clientes teria sido a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que pagou R$ 1 milhão para, entre outras coisas, dar palestras às dez regionais da instituição no estado. Porém, como o GLOBO revelou na quinta-feira, as regionais desconhecem o trabalho.
Dilma, que já havia dito no início da semana que as supostas irregularidades envolvendo a empresa de Pimentel são problemas pessoais dele, voltou a bater na mesma tecla. “Não tem nada a ver com o meu governo. O que estão acusando, não tem nada a ver com meu governo” afirmou. Ao ser lembrada que o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci deixou o governo justamente porque não deu explicações convincentes sobre uma empresa de consultoria que faturou somente no ano passado R$ 20 milhões, Dilma declarou: “O Palocci quis sair”. Na quinta-feira, Pimentel, em Genebra, insistiu que não tem de dar mais explicações sobre os contratos de sua empresa. Ele disse que, para ele, o assunto está encerrado. “Eu não falo sobre isso. Tudo o que tinha para falar já falei”, disse ele.

Regra do governo é ‘tolerância zero’ para corrupção, diz Dilma
Dilma Rousseff disse ainda que a regra de seu governo é “tolerância zero” com a corrupção. Afirmou que os partidos aliados podem fazer indicações para sua equipe, mas não devem interferir na condução dos ministérios. “Este foi um ano de grandes desafios. Meu governo não tem nenhum compromisso com práticas inadequadas, com mal feitos e com a corrupção. É tolerância zero. Vou cada vez mais exigir que os critérios de governança sejam critérios internos do governo”, afirmou a presidente.

A presidente destacou a importância dos partidos para a governabilidade, mas colocou limites na atuação dos aliados. “Não vamos permitir que nenhum partido político interfira nas questões internas do governo. Uma coisa é a governabilidade. É importante que os partidos participem, indiquem nomes, mas, a partir da indicação, ele presta contas ao governo e a mais ninguém”, afirmou Dilma.

A presidente negou que vá fazer uma reforma ministerial em janeiro, conforme está sendo cogitado entre aliados. Dilma disse ainda que não vai extinguir ministérios, para reduzir a estrutura administrativa. Segundo ela, algumas pastas, como a Fazenda, têm uma grande responsabilidade no governo; e outros, com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, têm importância política. “Não é isso (número de ministérios) que faz a diferença para o governo”, afirmou Dilma.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 21:29

Com a morte de Hitchens, mundo fica mais burro e mais conformado

christopherFalei há pouco com o querido Gerald Thomas, que está arrasado com a morte de escritor, jornalista e polemista britânico Christopher Hitchens (foto), de quem era amigo havia muito tempo. Um câncer o levou, aos 62 anos. A dor de Gerald é intelectual e amorosa. A minha só tem essa segunda natureza, e estou particularmente triste por meu amigo. Adiante!

Começo por aquilo de que não gostava em Hitchens, como talvez ele próprio recomendasse. Achava a sua contestação das religiões muito abaixo do que ele era capaz de produzir em outras áreas em termos de brilho de argumentação, agudeza retórica e verdadeiramente endiabrada capacidade de debater. Deus Não é Grande, acho, não é grande; tivesse ele, nesse particular, o mesmo particularíssimo olhar que lançava sobre as outras coisas, veria no laicismo moderno o triunfo do senso comum que tanto combatia. Mas ele tinha, como todos nós, as suas obsessões e as defendia nunca com unhas e dentes. Sempre com palavras. A saída, não raro, de seus adversários era uma só: “Ele me ofendeu!”

Ex-trotskista sem nunca ter-se transformado num “reacionário”, como acusavam as esquerdas — elas são iguais em toda parte —, deu surras memoráveis nos críticos da guerra do Iraque, por exemplo. E olhem que, por óbvio, sempre foi mais difícil defendê-la. E ia enfileirando adversários. Era um escritor brilhante. Sua cultura gigantesca o tornava temível num debate, mas era seu estilo que mais feria. Hitchens era impagável na definição de tipos, associando, por exemplo, eventuais características físicas às escolhas dos alvos de suas diatribes. Aí vinha o chororô: “Ele faz crítica ad hominem” — um acadêmico brasileiro escreveria “ad hominen”…

Morava nos EUA, onde o debate intelectual é menos covarde do que no Brasil. Hitchens bebia em proporções industriais, e seus adversários não hesitaram um só momento em chamá-lo de bêbado irresponsável. E, obviamente, achavam esse tipo de resposta muito justa. Morreu o jornalista e intelectual que acreditava que os consensos, especialmente o dos homens “bonzinhos e bem-intencionados”, com freqüência, representam a morte da inteligência.

Hitchens era acusado, com freqüência, de pensar só para escandalizar, só para ser do contra. Olhem que, fosse assim, já não seria um comportamento desprezível na era das “pessoas generosas”. Mas não se tratava disso, é claro! Aqueles que partilham dos tais consensos, aqueles que se filiam a determinadas idéias que consideram naturalmente boas e óbvias, acham de tal sorte absurdo que se possa divergir que inferem que o outro só pode estar movido por má fé ou má consciência. Daí a propor que o outro seja excluído do debate porque, afinal, não está colaborando com o bem comum vai um pulo.

Eu discordava de Hitchens — às vezes, vivamente. Mas eu o considerava absolutamente necessário! O mundo fica mais burro e mais conformado.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 18:00

“Não vai falar da pesquisa Ibope?” Sim, claro que vou!

O chato, eu juro!, não é noticiar que, segundo pesquisa CNI-Ibope, 56% dos brasileiros consideram o governo Dilma “bom ou ótimo”. O chato é os petralhas acharem que estou arrasado com isso, como se eu esperasse outro resultado. E eu não esperava. Até porque já escrevi aqui umas 200 vezes que as sucessivas demissões de ministros mais beneficiam do que prejudicam a reputação do governo. Leiam as informações sobre a pesquisa, publicadas pelo Globo Online. Ficam aqui como registro. No próximo post, analiso os resultados.
*
Prestes a completar um ano, o governo da presidente Dilma Rousseff é considerado bom ou ótimo por 56% da população brasileira, aponta pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira e encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Houve um crescimento em relação à última pesquisa Ibope encomendada pela CNI, de setembro, quando 51% avaliaram o governo como bom ou ótimo. O índice de Dilma é o melhor se comparado às avaliações do primeiro ano dos governos de FH e Lula. Outros 32% avaliam o governo como regular e 9% como ruim ou péssimo, enquanto 3% não responderam. Na pesquisa de setembro, 34% o classificaram como regular e 11% disseram que é ruim ou péssimo. Outros 4% não responderam na ocasião.

Ao que parece, os escândalos que levaram seis ministros a deixarem o governo não pesaram contra a avaliação da presidente. A aprovação da maneira como Dilma está governando o Brasil alcançou 72%. O índice era de 71% em setembro. Outros 21% desaprovam (mesmo percentual de setembro) e 7% não responderam (eram 8% na última pesquisa). “Você tem uma população bastante satisfeita com a economia, com o emprego e a renda, e isso se reflete na aprovação do governo”, explicou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. “Melhorou a avaliação do governo. Mas em termos da aprovação e confiança na presidente não houve alteração”, acrescentou.

Em todas as regiões do país, mais da metade da população considerou o governo Dilma bom ou ótimo. O Sul, que foi a região com maior avaliação positiva do governo em setembro, permanece na dianteira, acompanhada pelo Nordeste, que voltou ao topo. Em ambas as regiões, 61% disseram que o governo é bom ou ótimo. No Norte/Centro-Oeste, o percentual foi de 55% e no Sudeste de 53%. O Ibope ouviu 2.002 pessoas entre 2 e 5 de dezembro em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De nove áreas, população aprova o governo em apenas três
A pesquisa revela também que 68% confiam na presidente, enquanto 26% não confiam e 6% não responderam. Os percentuais são exatamente os mesmos de setembro. No geral, Dilma apresentou um desempenho melhor na avaliação do governo, na aprovação pessoal e na confiança quando comparada ao fim do primeiro ano de mandato dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Apenas no quesito confiança, ela aparece empatada com Lula. Em dezembro de 2003 (primeiro ano do primeiro mandato de Lula), 69% afirmaram que o governo era bom ou ótimo.

Apesar dos números positivos para a presidente, de nove áreas de atuação, a população aprova o governo em apenas três - combate à fome e à pobreza (56% contra 39% que desaprovam), combate ao desemprego (50% a 45%) e meio ambiente (48% a 44%). Ainda assim, a diferença em meio ambiente está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Nas outras seis áreas, a desaprovação superou a aprovação. A mais desaprovada foi saúde (67%), seguida de impostos (66%), segurança (60%), taxa de juros (56%), combate à inflação (52%) e educação (51%). Em relação a setembro, não houve alteração quanto às áreas aprovadas e desaprovadas. Por outro lado, Fonseca destacou que, mesmo nas três áreas bem avaliadas, caiu a aprovação quando se compara com a pesquisa de setembro. Quando perguntados sobre as expectativas com o restante do governo Dilma, 59% disseram esperar um governo ótimo ou bom. Outros 24% acreditam que ele será regular e 10% disseram que ele será ruim ou péssimo. Não responderam 6%. Na comparação com o governo Lula, a maioria - 57% - considera que Dilma faz uma gestão igual. Para 28%, Lula foi melhor, enquanto 12% tem uma opinião contrária e preferem o governo da presidente Dilma Rousseff.

Corrupção é o tema mais lembrado
O assunto relacionado ao governo Dilma mais citado pela população foram as denúncias de corrupção contra o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e a sua manutenção no cargo por um mês mesmo após o início das acusações. Do total, 23% lembraram disso. Em segundo lugar, com 10%, vem outro tópico relacionado à corrupção: a queda de ministros do governo. Em setembro, as denúncias de corrupção que atingiram vários ministérios foram o fato mais lembrado (19%), seguido pela “faxina” contra a corrupção (13%). No total, 28% das pessoas citaram alguma denúncia de corrupção. A soma dos tópicos relacionados ao tema dá uma percentual maior porque uma mesma pessoa pode citar vários casos diferentes.

“Já é a terceira pesquisa em que aparece a corrupção, denúncia contra algum ministro, em primeiro lugar”, disse Renato da Fonseca, que, no entanto, fez uma ressalva: “Mesmo com alguma demora em alguns casos, como no caso do Lupi, você percebe que a presidente conseguiu se distanciar dessas denúncias. Elas ficaram restritas aos respectivos ministros.

Ele comparou Dilma e Lula
“Dilma se distanciou das denúncias assim como o presidente Lula conseguiu se descolar da questão do mensalão. A minha percepção é que houve um descolamento. As pessoas estão culpando mais os ministros que a presidente”. O Ibope mostrou também que 21 % consideraram o noticiário favorável ao governo, 35% nem favorável nem desfavorável, 19% desfavorável, e 25% não responderam. O eleitor com renda familiar de até um salário mínimo e com residência no interior é o que mais aprova o governo Dilma. Por grau de instrução, a avaliação das pessoas com ensino superior é inferior a de outros grupos. Por sexo, 56% dos homens consideram o governo como ótimo ou bom, percentual que vai a 58% no caso das mulheres. A diferença está dentro da margem de erro.

Na solenidade em que foi divulgado o balanço do programa Brasil Sem Miséria, no Palácio do Planalto, Dilma não quis comentar o resultado da pesquisa. “De pesquisa nós já conversamos 500 vezes. Pesquisa é pesquisa”, afirmou ela. A presidente estava bem-humorada. Após a longa solenidade, ela ainda gravou uma mensagem de Natal e Ano Novo para rádio e TV, desejando que o país tenha um ano extremamente próspero em 2012.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 17:48

Bom senso - Justiça libera obras de Belo Monte no rio Xingu

Na VEJA Online:
A Justiça Federal no Pará revogou, nesta sexta-feira, liminar que determinava a paralisação das obras da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. O juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins revogou a liminar que ele mesmo concedeu no final de setembro depois de avaliar melhor a questão.

A determinação foi resultado de uma ação movida pela Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat). Segundo a associação, mil famílias que dependem da pesca serão prejudicadas pela hidrelétrica.

O juiz afirmou que, ao contrário de sua avaliação inicial, a pesca não será impedida durante a construção da usina, pois o curso da água não será alterado. O parecer ainda diz que estão sendo desenvolvidos projetos de incentivo à pesca sustentável pela Norte Energia.

Agora, estão liberadas as obras no leito do rio Xingu, como implantação de porto, explosões, implantação de barragens, escavação de canais e outras necessárias para construir a hidrelétrica. Segundo a assessoria do consórcio Norte Energia, empresa responsável pela construção, a decisão não prejudicou o andamento das obras, pois as atividades ainda não atingiram o curso do rio Xingu.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 17:40

Má fé e burrice

Essa gente é uma piada!

Não é só má fé, não! Há muito de burrice também

Aí um sujeito escreve assim:
“Mas o livro do Amaury Junior tem 100 páginas de documentos oficiais. (…) O Amaury é um maluco que resolveu colocar sua carreira e seu dinheiro no lixo acusando Serra e Cia, FHC e cia, sem provas???”

É espantoso!

O objetivo do ex-jornalista é provar que se cometeram crimes nas privatizações. Pensem um pouco: SE TIVESSEM SIDO COMETIDOS, VOCÊS ACHAM QUE ELES ESTARIAM REGISTRADOS EM ” DOCUMENTOS OFICIAIS”???

Se os “documentos” que estão lá são oficiais, então nada provam por definição. E não provam mesmo! Já expliquei a que método ele recorre.

Quanto à outra questão, digam-me: NOS DIAS DE HOJE, ACUSAR PESSOAS DA OPOSIÇÃO É JOGAR DINHEIRO NO LIXO??? O RISCO, PARECE, É ACUSAR PESSOAS DO GOVERNO, NÃO É MESMO???

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 17:05

“HÁ PROVAS DA ACUSAÇÃO? NÃO??? ENTÃO VAMOS FAZER UMA MATÉRIA!”

Já fui editor de jornal e revista. Hoje, edito a mim mesmo. O procedimento que me ensinaram era o seguinte, vejam se era bom. O repórter chegava com uma denúncia qualquer, apurada por ele próprio ou, como era e é freqüente, pelo adversário do alvo da acusação.
Pergunta número 1 - “A questão é de interesse público?”
Sendo a resposta afirmativa, partia-se para a segunda pergunta:
“O denunciante, ou o próprio repórter, exibe provas inquestionáveis ou, ao menos, indícios fortes de que a lambança aconteceu?”
Se a resposta era negativa, simplesmente não existia matéria. E ponto!

Folha e Estadão decidiram “entrar no caso” do livro escrito pelo ex-jornalistas Amaury Ribeiro Jr. A Folha, ao menos, deixa claro, num quadro, QUE AMAURY NÃO PROVA AS ACUSAÇÕES QUE FAZ.  Qual é a matéria mesmo? O Estadão nem isso… De maneira oblíqua, põe em dúvida a atuação criminosa de Amaury na eleição de 2010.

O padrão, hoje em dia, é o seguinte: “FULANO A” acusa o “FULANO B”. A imprensa noticia, ouve os dois lados e pronto! E se o acusado não quiser se pronunciar porque considera um absurdo ter de responder a delinqüências? Ah, ele que se dane!

Mas e quando aliados brigam, rompem, e um sai atirando? Bem, aí é, sim, notícia, ora essa! Se estavam juntos até outro dia, devem ter brigado por alguma razão. O objeto da notícia é o rompimento, não as eventuais acusações, que têm de ser investigadas. Mesmo assim, é preciso tomar cuidado. Quando ACM rompeu com FHC, saiu disparando contra o governo. Era notícia. Quando Roberto Jefferson se sentiu contrariado, denunciou malandragens do governo Lula. Era notícia.

Agora, o que não é possível é considerar que uma penca de acusações, sem provas, feita por alguém que atuou à margem da lei na campanha eleitoral, seja considerada notícia. Qual é o critério? Qualquer um pode dizer o que lhe der na telha contra um adversário ou inimigo, e fica tudo por isso mesmo?

Aí o petralha tira as duas patinhas do chão achando que pegou “esse Reinado”. E relincha: “E Fernando Pimentel? Qual é a prova?” Prova de quê? Ele não foi acusado de nenhum crime por enquanto. Ele recebeu dinheiro de consultoria de cliente com interesse na Prefeitura, onde tinha inegável influência. Ele condescendeu com uma inverdade escandalosa sobre as palestras que não deu. É um atitude moral para um ministro? Dilma diz que sim!

E os seis ministros que caíram? Ora, qual foi a “acusação sem provas” que se fez contra eles? Palocci ficou milionário com as “consultorias”? Ficou. Crime? Não se provou. Restou a suspeita de tráfico de influência? Sim! Foi Dilma quem decidiu que ele não tinha como continuar. Havia sobrepreço e lambança no Ministério dos Transportes de Alfredo Nascimento? Ora, provou-o a própria CGU, com a penca de irregularidades no tal Dnit. Havia um lobista atuando no Ministério da Agricultura de Wagner Rossi? Inegavelmente. Lupi viajou num jatinho com um empresário enrolado em múltiplos interesses no Ministério do Trabalho? Sim. Havia uma pletora de evidências de malandragens nas ONGs ligadas ao PCdoB, de Orlando Silva? Bem, acho que ninguém tem dúvida.

O problema é que setores da grande imprensa são hoje reféns do PT e, sobretudo, dos petistas que atuam nas redações, que forçam a mão para provar que todos são iguais. E ficam fazendo pressão interna: “Por que não se fala dos tucanos? Prove que o jornal não é tucano!” E aí vale tudo! Na ânsia de “equilibrar” acusações contra uns e outros, inocentes e culpados acabam igualados na balança do suposto isentismo.

Os arquivos estão aí, meus caros. À diferença do ex-jornalista, não peço que vocês acreditem no que digo, mas naquilo que vocês vêem. TREZE ANOS! TREZE ANOS É O TEMPO QUE DEMOROU PARA A IMPRENSA PASSAR A TRATAR O DOSSIÊ CAYMAN COMO AQUILO QUE ELE SEMPRE FOI: UMA FARSA. TAMBÉM RECHEADA DE SUPOSTOS DOCUMENTOS!

E o procedimento de setores da grande imprensa foi igualzinho a este que estamos vendo: falava-se da existência do dito-cujo, expunha-se o seu conteúdo, e os acusados que tratassem de desmentir se quisessem. Quanto tempo vai demorar para que se faça a coisa certa também nesse caso? Mais treze anos?

PS - Nota: No auge do Dossiê Cayman, o PT ainda era oposição. Já tinha a sua rede de militantes encobertos na grande imprensa, sim, mas ainda não contava com a indústria da delinqüência, que hoje se expressa nos blogs e revistas financiados pelo governo federal, por alguns governos estaduais e pelas estatais.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 15:32

Está confirmado: vazamento do Enem foi maior do que o MEC admite. Parabéns, Fernando Gugu Dadá Haddad

Por Bruno Abbud, na Veja Online:
Em 27 de outubro, dias depois da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio 2011, o Ministério da Educação admitiu que questões haviam vazado pouco antes da realização da prova. Os 639 estudantes do ensino regular do Colégio Christus, de Fortaleza, que participaram do Enem tinham recebido apostilas com 14 testes idênticos aos da avaliação federal. Admitido o vazamento, o MEC determinou a anulação das questões para esses estudantes. O problema é que, em meio à celeuma, alunos do curso pré-vestibular da mesma instituição admitiram à imprensa também ter tido acesso às questões. Em relação a eles, o MEC nada fez, agindo como se o vazamento estivesse restrito ao colégio - e dando o caso por encerrado. A decisão se torna indefensável quando se sabe que não foi apenas à imprensa, mas à Polícia Federal, em depoimentos formais, que estudantes do cursinho afirmaram ter visto as questões. E, ainda, que a polícia informou oficialmente o ministério, há mais de um mês, que o vazamento é maior que o admitido. Ao varrer esse fato para baixo do tapete, o ministério de Fernando Haddad se mostra indiferente à possibilidade de que o princípio da isonomia  - segundo o qual todos os 4,5 milhões de participantes devem estar submetidos às mesmas condições ao realizar a prova - tenha sido rompido no Enem de 2011.

No dia 10 de novembro, Eliana Alves de Almeida Sartori, procuradora-chefe do Inep, autarquia do MEC responsável pelo Enem, enviou um ofício ao delegado da PF que preside o inquérito no Ceará, Nelson Teles Junior, solicitando informações sobre as dimensões do vazamento.

Confira documentos trocados entre PF e Inep

Clique na imagem para ampliar

Eliana escreveu: “Senhor Delegado de Polícia Federal, de ordem da Presidência do Inep, solicitamos os bons préstimos no sentido de esclarecer sobre o andamento da apuração do inquérito, principalmente quanto à existência de algum elemento comprobatório que nos possa permitir concluir se as questões do pré-teste aplicados no Colégio Christus no ano de 2010, além de serem divulgadas no âmbito do referido colégio em apostilas para seus alunos regulares na preparação do Enem 2011, também o foram nos cursos Pré-Vestibulares mantidos pelo Colégio Christus.” O pré-teste a que se refere a procuradora é o exame que o Inep aplica a estudantes para verificar a dificuldade das questões - que só então seguem para o banco de dados do Inep e, depois, para a prova do Enem. Em 2010, o pré-teste foi aplicado a estudantes do Colégio Christus, o que levantou a suspeita de o vazamento ter ocorrido naquela ocasião.

A resposta do delegado da PF Teles Junior ao pedido de esclarecimento da procuradora foi célere e objetiva, emitida no dia seguinte: “Senhora procuradora, (…) já foram ouvidos, nos autos do inquérito policial número 1281/2011, alunos, professores, funcionários e diretor do Colégio Christus. (…) Até o momento comprovou-se que o material distribuído aos alunos foi reproduzido dos cadernos 3 e 7 do pré-teste realizado em outubro de 2010, havendo evidências, conforme depoimentos de testemunhas, que esse material foi disponibilizado tanto para os alunos regulares, como também para os alunos do curso pré-vestibular mantido por aludido estabelecimento de ensino.”

VEJA.com teve acesso ao inquérito 1281/2011. O teor dos depoimentos a que se refere o delegado é contundente. Robert Pouchain Ribeiro Neto e Amanda Galdino Carneiro, ambos de 20 anos e estudantes do curso pré-vestibular, confirmaram o recebimento das mesmas apostilas distribuídas aos alunos do curso regular do Colégio Christus. Diante do delegado da PF, Amanda afirmou o seguinte, segundo registro do inquérito em andamento: “(…) o terceiro ano regular funciona na mesma sala do cursinho pré-vestibular, portanto, os alunos do terceiro ano do ensino médio e os alunos do curso pré-vestibular tiveram acesso ao mesmo tipo de material fornecido pelo colégio para a preparação do Enem 2011; (…) na sala que a declarante estudava foram distribuídos materiais denominados Enem questões selecionadas 2011 (…).”

O testemunho de Amanda foi confirmado pelo colega Robert. Ele detalhou que tanto os estudantes do ensino regular quanto os do cursinho pré-vestibular receberam “quatro cadernos com a denominação Enem - Questões Selecionadas 2011, sendo certo que cada um desses cadernos possuía em torno de vinte a vinte e quatro questões”. Robert acrescenta ainda uma curiosidade à história: ele “não chegou a resolver as questões, sendo certo que ao saber que em torno de nove das questões caiu (sic) no primeiro dia de prova decidiu estudar os dois cadernos da matéria do dia seguinte (…).”

É importante repetir. Embora tenha sido informado, por intermédio do Inep, sobre esses fatos, o MEC manteve a decisão de cancelar apenas os testes dos 639 estudantes do Christus. Questionado a respeito na semana passada pela reportagem de VEJA.com, o assessor direto do ministro Fernando Haddad, Nunzio Briguglio Filho, alegou que “os indícios apresentados pela PF não foram considerados fortes o suficiente para provocar o cancelamento do exame”. Mas a questão, neste momento, não é anular a prova federal. É levar a sério uma investigação da Polícia Federal que traz, sim, informações preocupantes. Ao delegado Teles Junior, ao menos dois estudantes do cursinho confirmaram que tiveram acesso privilegiado às questões do Enem - e receberam do MEC tratamento diferente daquele dispensado aos 639 do colégio Christus. Há ainda outra dúvida inquietante: o curso pré-vestibular possui quatro unidades na capital cearense. Será que todas receberam as apostilas com as questões vazadas? Não cabe ao MEC calar-se ou negar indícios graves em tal situação. Tampouco valem comparações errôneas como a feita pelo ministro Haddad, tentando classificar as falhas do Enem como episódios corriqueiros em avaliações de tal porte.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 14:27

Sem luz

Xiii… Sem luz de novo!
Refiro-me à energia elétrica, não às luzes do blog e de seus leitores, mais claros do nunca. Abaixo as trevas!

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 7:33

LEIAM ABAIXO

— AS MENTIRAS, OS MENTIROSOS E AQUELES QUE OS FINANCIAM. MAS EU TENHO UMA NOVIDADE PRA ELES: A VERDADE, OS FATOS;
— APLAUSOS PARA A AULA DE LIBERDADE DADA POR UM PROFESSOR DA USP;
— Ministro do Desenvolvimento vai à Suíça mas não participa dos eventos principais da OMC e volta antes ao Brasil;
— E governo ainda dá uma medalha a Pimentel! É verdade, não metáfora!;
— FHC aponta um novo “Dossiê Cayman” e acusa a “calúnia organizada”;
— PSDB divulga nota sobre panfleto criminoso que se disfarça de livro;
— São Paulo é a capital do país em que menos se mata; em 22, há mais homicídios do que no Rio;
— Ranking dos homicídios: São Paulo em 25º lugar, em 16 estados, mata-se mais do que no Rio;
— Aqui, a evolução de homicídio nos estados ao longo de 11 anos;
— O desastre provocado pelo petismo na segurança pública; na Bahia, homicídios cresceram quase 61%; no Pará, mais de 57%;
— Doze questões para Pimentel, o democrata desde criancinha, responder;
— Números mostram ineficiência do governo em 2011;
— LITERATURA – O vício da palavra exata em “O Vício do Amor”;
— Pimentel usa seu passado de esquerdista para justificar seu presente de consultor. Diz que era um democrata. Mentira! Não era, não!;
— PEGO NA MENTIRA - Pimentel, que já não diferia de Palocci, a não ser pela falta de talento em economia, agora não difere de Lupi, a não ser pela falta de talento na bufonaria;
— “PIB do BC” aponta para nova retração da economia no início do 4º trimestre;
— Investigação em banco libanês vincula Hezbollah a cartéis de narcotráfico;
— O que a presidente Dilma está esperando para pedir desculpas ao governo de SP pelas tolices ditas pela candidata Dilma sobre segurança em SP?

Por Reinaldo Azevedo
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16/12/2011

 às 7:19

AS MENTIRAS, OS MENTIROSOS E AQUELES QUE OS FINANCIAM. MAS EU TENHO UMA NOVIDADE PRA ELES: A VERDADE, OS FATOS

Eu não sabia que o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. havia tocado no meu nome numa “entrevista” que concedeu a um grupo de gente de sua espécie. Fui informado hoje. E eu vou processá-lo por isso. Não tenho o menor receio dessa gente — não, ao menos, de enfrentá-la com palavras e na Justiça, se é que me entendem. Depois de Santo André e Campinas, algum temor sempre existe. Quem é capaz de mentir de maneira tão desabrida, tão escandalosa, tão escancarada, estejam certos, é capaz de tudo e se sente com as costas quentes. Não escreverei aqui o que tenho vontade, vocês podem imaginar, mas o que precisa ser escrito. Já constituí advogado. Essas coisas são uma encheção de saco, tomam tempo — e, obviamente, dinheiro.

Podem me achar bobo, feio, chato, o diabo… Se fosse processar todos os que vão por aí, não sobraria dinheiro para o feijão. Mas ele enveredou por outro terreno que parece conhecer bem, segundo a Polícia Federal. Este senhor foi indiciado por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas. É um sinal do universo em que transita. Quem teria mais credibilidade para escrever um livro recheado de acusações delirantes? Ah, sim: o dito-cujo não traz prova nenhuma de coisa nenhuma! Os energúmenos podem parar de encher o meu saco com isso. Essa é uma das farsas que estão em circulação. Neste texto, explico o seu método de trabalho, também compatível com um indiciado em quatro crimes. Aliás, a forma como sou citado evidencia esse método.

Há um dado prévio adicional. Aquele que paga o salário de Amaury diz bem quem é Amaury. Personagem central na invasão do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e de familiares de José Serra, candidato à Presidência pelo PSDB em 2010, esse cara foi premiado, DEPOIS DO ESCÂNDALO, com um cargo na TV Record, do autoproclamado “bispo” Edir Macedo — e isso também explica o ataque feito a mim. Está cumprindo mais uma tarefa, sempre fiel a seus senhores. Macedo, um defensor fanático do aborto, ficou bravo comigo porque provei que ele distorce o sentido da Bíblia também nesse particular. Chegarei ao ponto.

Segundo funcionários da emissora, o ex-jornalista não apita nada por lá. A TV Record, que todos sabem alinhadíssima com o PT, pagava e paga o seu salário, e seu “trabalho” era escrever o “livro”; agora é cuidar da sua divulgação. Nos tempos em que um pastor da Igreja Universal chutava Nossa Senhora Aparecida, o comando da seita afirmava que Lula era uma manifestação do demônio. Hoje, estão alinhados, o que já me levou a afirmar que a Universal é o PT das igrejas, e o PT, a Universal dos partidos. Mas cuido de um dos patrões de Amaury daqui a pouco.

Intimidação
Não é a primeira vez que tentam me intimidar com falsas acusações e ilações malandras. Não será a última. Eles me atacam, e os meus leitores crescem, o que os deixa furiosos. O funcionário do autoproclamado “bispo” Edir Macedo, na conversa com outros de sua espécie — está lá, por exemplo, Luis Nassif, funcionário da TV Brasil e devedor do BNDES — chama-me “vagabundo”. Sim, um sujeito indiciado pela PF por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas acha que sou “vagabundo”. Faz sentido! Segundo ele, minha mulher foi sócia de Luiz Carlos Mendonça de Barros, acusando-me de ter obtido vantagens com as privatizações. Vamos ver como atua Amaury.

A Vale foi privatizada em maio de 1997, e a parte pública da Telebras, em julho de 1998. Eu trabalhava na Editora Dávila, do sociólogo e empresário Luiz Felipe Dávila. Tinha saído da Folha de S. Paulo em agosto de 1996. Nunca tinha falado com Mendonça de Barros nem ao telefone.

Eu lhe era devedor, sim, mas de outro modo, que nem ele sabia. Tinha marcado uma entrevista com ele, então presidente do BNDES, no Rio, no dia 31 de outubro de 1996. Tinha assento reservado no vôo 402 da TAM, aquele Fokker que caiu assim que decolou, matando todos os passageiros. Por que eu, que tenho pavor de avião, ainda estou aqui para melancolia de muitos? Porque a sua assessoria havia desmarcado a entrevista, o que me deixou bem irritado. Quando me dei conta da tragédia, o frio na espinha. Também devo a ele, dez anos depois, outra intervenção importante. Faltei ao trabalho para fazer alguns exames. Ele ligou para saber o que estava acontecendo, e eu lhe fiz um relato do que me haviam dito — um diagnóstico errado. Ele não gostou do que ouviu, achou que a coisa não estava certa e mobilizou seu médico, hoje também meu, que me telefonou na mesma noite. Bem, o resto da história é contado pelos tais buracos na minha cabeça. Tivesse me fiado no primeiro diagnóstico, teria me dado muito mal.

Meu amigo, sim! Meu querido amigo, com muito orgulho! Há gente que só acredita em relações pusilânimes, marcadas pela velhacaria, porque se toma como medida de todas as coisas.

A verdade
Só conheci Mendonça, como o chamo, em 2000, quando ele se tornou sócio de Dávila no site Primeira Leitura, no qual só comecei a trabalhar — eu pertencia à editora — em 2001. Foi Dávila quem me apresentou o já então ex-ministro havia mais de dois anos. Amaury terá de provar que me beneficiei das privatizações. Na sua conversa cheia de bazófia, dá a entender que tem provas disso e daquilo. Não tem! Isso é tão mentiroso quanto o conjunto do seu livro. Mendonça comprou em 2002, se não erro a data, a parte de Dávila e se tornou o dono único do site e da revista Primeira Leitura. Manteve o empreendimento até 2004, quando decidiu que não queria continuar na área. Se nós quiséssemos continuar, muito bem! Se não, ele iria fechar. Decidimos continuar. Minha mulher e a de Rui Nogueira compraram a editora e o título — sim, somos gente que trabalha para viver. E Primeira Leitura resistiu até meados de 2006. Amaury é um mau araponga. Tudo bem pra ele! Seu compromisso não é com a verdade!

Atenção!
Nem eu nem Rui, ou nossas respectivas mulheres, fomos sócios de Mendonça de Barros. Tivéssemos sido, reitero, isso muito nos honraria. Ele foi um dos homens mais injustamente perseguidos pela escória no país. E justamente porque é um dos homens mais brilhantes e capazes do país. A competência ofende a canalha, que, por isso, precisa se agarrar às tetas do governo e ser financiada na sombra por bandidos.

As privatizações foram viradas do avesso pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério Público, pela Justiça. E nada! Havia uma coleção de acusações infundadas, pautadas pela ideologia mais cretina e pela política mais vil. Vale a pena ler, a título de exemplo, o que escreveu Moacir Ferreira Ramos, então juiz titular da 17ª Vara Federal de Brasília, ao inocentá-lo num ação de improbidade administrativa. Prestem atenção:
Penso ser importante enfatizar que esta ação foi promovida em decorrência de representação feita por alguns políticos que, à época das privatizações do setor de telefonia, ostentavam notória oposição ao governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que então administrava o país (…) Ora, se havia a preocupação com a apuração destes fatos, por que esses nobres políticos não interferiram junto ao governo atual, ao qual têm dado suporte, para que fosse feita, a fundo, a investigação dessas denúncias - sérias, enfatize-se - que apontaram na representação”.

A pergunta do juiz é estupenda; vai ao cerne da questão. Por que os mesmos que denunciaram as supostas irregularidades não tomaram, uma vez no poder, as devidas providências? A resposta é simples: porque nada havia de errado com as privatizações. As acusações eram frutos ou da má fé ou da ignorância. A sentença as desmonta de modo desmoralizante.

No dia 28 de abril de 2010, escrevi um post sobre essa sentença. O juiz desfaz, vejam depois se tiverem curiosidade, as mentiras contadas sobre a privatização. Aíntegra está aqui. ISSO, SIM, É DOCUMENTO, NÃO O FESTIVAL DE PALHAÇADAS DO SENHOR AMAURY.

No dia 9 de janeiro de 2004 — o PT estava no governo havia apenas um ano —, e Pedro Jaime Ziller, o homem escolhido pelo partido e pelos sindicatos para cuidar da Anatel, declarava: “Eu fui um futurólogo de segunda categoria. A privatização é um absoluto sucesso”. Os petistas, de vez em quando, fazem mea-culpa, quando isso é do seu interesse. Em 2005, afirmou ninguém menos do que José Dirceu sobre Eduardo Jorge Caldas Pereira, que eles tentaram massacrar: “Prejulguei de maneira errada. Reconheço que cometi um erro”. Mas não se emendaram: uma das pessoas que tiveram o seu sigilo fiscal quebrado pela quadrilha na eleição de 2010 foi… Eduardo Jorge Caldas Pereira, secretário-geral do PSDB.

Mendonça tem um atestado de inocência dado pela Justiça e até pelo PT. Eu fui, sim, beneficiário, e sou ainda, mas da sua amizade. Amaury não deve saber o que é isso porque lida com outros valores.

Provas uma ova!
Umas das tolices ditas por aí sobre aquele panfleto, escrito numa língua parecida com o português, é que estaria recheado de provas. Provas? O método usado para me acusar é emblemático de sua prática. Como procede o rapaz? “Fulano é representante de uma empresa que investe no Brasil; dinheiro da privatização foi desviado para o exterior; aquele dinheiro que entrou no país por intermédio da empresa de Fulano era das privatizações”. E que prova ele tem de que era? Nenhuma! Aí é preciso acreditar no que diz um sujeito indiciado por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas.

Ou ainda: “Fulano tem uma empresa que faz internação ilegal de recursos no país. Querem a prova? Está aqui!” E ele exibe o documento público de que a empresa existe. Sim, mas cadê a evidência de que faz internação ilegal? Bem, aí é preciso acreditar nele de novo. Essa é a tática de sempre dos difamadores.

É claro que Amaury e seus amigos serão processados pelas pessoas caluniadas e difamas por seu panfleto sujo. E se terá, então, a chance de saber que todas as entradas de recursos no país, feitas por intermédio de empresas que ele acusa, foram registradas no Banco Central. Não há — ATENÇÃO, NÃO HÁ! — uma só evidência de que eram recursos de origem ilegal. Como acabará ficando claro, o sujeito ignora alguns critérios e procedimentos básicos do mercado financeiro. Não sabe, literalmente, o que diz.

A canalha de plantão e a suposta montanha de livros
Os canalhas de plantão ficam fazendo suas ridículas correntes na Internet, falando das tais “provas”, certamente sem nem saber do que se trata. Basta-lhes a difamação. Eles já estavam cansados de ter de justificar a demissão de seis ministros; eles já estavam cansados de ter de explicar as mentiras sobre as “consultorias” de Fernando Pimentel; eles estavam cansadas de ter de explicar a moral profunda do governo de Agnelo Queiroz. Para tentar sair das cordas, vale qualquer coisa. Ora, não vimos lá os petistas tramando a lista e os recibos falsos de Furnas para incriminar inocentes? Desde o primeiro dia, lembrei aqui o Dossiê Cayman, outra farsa asquerosa.

Mentem! Mentem descaradamente! Inclusive sobre a suposta fantástica vendagem de livros, anunciando sucessivas edições esgotadas. Sim, a operação de marketing foi grande, mas eles sabem que, até quarta-feira, tinham conseguido vender pouco mais de 2.400 exemplares — e não os tais 15 mil. Pode até ser que cheguem lá porque há, certamente, mais de 15 mil petistas no país.

A CPI do outro indiciado
Uma farsa não está com todos os seus personagens se faltar o agora deputado Protógenes (PCdoB-SP), aquele que se elegeu com os votos de Tiririca e anseia tomar o seu lugar como comediante. Este senhor resolveu propor uma CPI e anuncia ter conseguido 173 assinaturas. E o mundo petralha vibra: “A CPI foi instalada!” Bem, em primeiro lugar, é preciso ver a lista, que, por enquanto, é secreta. Em segundo lugar, não foi instalada coisa nenhuma! É preciso ver se a CPI tem um objeto definido. Qual será? Não há uma só acusação que pare em pé no livro. “Ah, e se o governo quiser instalar?” Bem, aí estaremos diante da versão tupiniquim dos, sei lá eu, Processos de Moscou talvez. Reitero: NÃO HÁ NADA NO BRASIL QUE TENHA SIDO TÃO INVESTIGADO QUANTO AS PRIVATIZAÇÕES.

Mas não deixa de ser saboroso que a iniciativa seja de Protógenes. Afinal, ele também é indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional e da Lei de Interceptações. É acusado de monitoramento clandestino de políticos e autoridades e uso irregular de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Não se esqueçam que este senhor, na Operação Satiagraha, queria prender até jornalistas.

Que encontro! Um indiciado propõe uma CPI com base nas calúnias de outro indiciado!

Quem move a mão do caluniador?
Na entrevista que concedeu a uma revista que atua como porta-voz oficial do governo, Amaury afirmou que deu início à sua “investigação” — esse trabalho sujo — por ordem da direção do jornal O Estado de Minas, que, por sua vez, obedeceria a uma determinação de Aécio Neves. Verdade ou mentira? Eu estou aqui apontando as mentiras de Amaury. O senador, por enquanto, só chamou a coisa de “literatura menor”. Ainda segundo a sua versão, Aécio teria desistido da publicação, e ele teria seguido por conta própria. Quando foi desbaratado o bunker de espionagem que estava sob a gerência de Fernando Pimentel, o ex-jornalista era uma das personagens.

O subjornalismo que deu divulgação entusiasmada às calúnias do rapaz vive do dinheiro oficial. Ou é financiado diretamente pelo governo federal ou é patrocinado por estatais. Assim, não adianta o Planalto se fingir de besta. Ainda que esse cara estivesse falando a verdade sobre a origem da operação, o fato é que o governo federal financia a rede encarregada de fazer terrorismo contra adversários e de caluniá-los. São as mesmas vozes que clamam por uma lei dos meios de comunicação semelhante à que existe na Venezuela. Um dos métodos de Chávez para liquidar seus inimigos é acusá-los de cometer ilegalidades. Essa gente sonha com a ditadura.

Macedo
Não apareci por acaso nessa pantomima criminosa. Eles não gostam de mim, eu sei. E sabem que também não gosto deles. Vi o tal Amaury falar por alguns segundos. Não soubesse eu que ele tem método, tenderia a sentir pena. O que é aquilo, santo Deus?! Mas aí me lembrei de seu patrão. Edir Macedo tem razões pra não ir com a minha cara. Eu não vou com a cara é da “bíblia” que ele resolveu escrever. Porque Bíblia não é. Eu já o esculhambei não no terreno em que ele vive sendo esculhambado: a forma como financia a sua emissora de televisão. Eu peguei foi mesmo no pé do “pastor”. Macedo faz a defesa mais asquerosa que já vi do aborto. Publiquei o filme outras vezes. Eles dão um jeito de tirar do Youtube. Mas volta. Gravem. Aqui está. Transcrevo depois, em vermelho, a cor do sangue, o que diz este senhor a partir dos 4 minutos.

“Eu pergunto: o que e melhor? Um aborto ou uma criança mendigando, vivendo num lixão? A Bíblia fala que é melhor a pessoa não ter nascido do que nascer e viver o inferno. Eu sou a favor do aborto, sim, e digo isso alto e bom som, com toda a fé do meu coração. E não tenho medo nenhum de pecar! E, se estou pecando, eu cometo esse pecado consciente. Se… Eu não acredito nisso porque é uma questão de inteligência, não é uma questão nem de fé. É uma questão de inteligência, de razão. (…) Porque a criança revoltada é uma arma contra nós. É uma arma contra a sociedade. (…) É preferível abortar do que ter a criança saudável, mas criando problemas pra si, mendigando, comendo o pão que o diabo amassou, enfim, e sendo nociva à sociedade. Esse é o meu pensamento. E, se alguém me condena por isso, paciência.

Vamos ver
Macedo interpretando a Bíblia lembra Amaury, o seu funcionário, manejando documentos e a língua portuguesa. O que está escrito no Eclesiastes (6,3)? Isto:
Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se fartar do bem e, além disso, não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele”.

Não! A exegese desse trecho, sabe-o qualquer teólogo razoável, tem o sentido oposto ao que diz este senhor em suas palavras malignas, que fazem a apologia da morte. O aborto é considerado justamente o extremo da fealdade — tão feio, sugere o texto, que só é superado por uma vida DELIBERADAMENTE afastada de Deus. Nada no Eclesiastes, e em lugar nenhum da Bíblia, autoriza o aborto profilático para limpar a sociedade de futuros maus elementos.

Sim, eu já critiquei Macedo por isso em outros posts, e Amaury dá uma puxadinha de saco no “bispo” pra mostrar que é um bom rapaz. Voltem às apalavras daquele senhor. O que vai ali é a defesa da pena de morte de quem não pode nem mesmo dizer uma palavra em sua defesa; o que vai ali É A DEFESA DA PENA PREVENTIVA DE MORTE. Cristão? Como pode ser cristão quem acredita que pode se livrar, assim, das almas? Como pode ser cristão quem não acredita que o corpo é a morada inviolável de Deus?

Ah, sim: é inútil tentar me indispor com os evangélicos. DESCONHEÇO OUTRO LÍDER RELIGIOSO QUE ENDOSSE A OPINIÃO DESTE SENHOR. SE HOUVER, QUE SE MANIFESTE. Mais: as lideranças evangélicas que conheço abominam essas palavras de Macedo.

Encerro
Não me intimidaram antes. Não vão me intimidar agora. Não vão me intimidar depois. O livro de Amaury é uma farsa. De cafofo semelhante saíram o Dossiê Cayman, o dossiê dos aloprados, o dossiê da Casa Civil, as violações de sigilo em períodos eleitorais…

Isso tudo é parte de uma ação deliberada que está em curso faz tempo para tentar eliminar a oposição, calar o jornalismo independente e, assim, deixar em paz os verdadeiros ladrões e salafrários da República.

Parece que setores da grande imprensa ainda não aprenderam o suficiente com o dossiê Cayman e continuam a exercer o mesmo triste papel: o elemento A acusa, o elemento B diz que não é verdade, e tudo fica no empate. Bandidos e inocentes são postos no mesmo patamar. É o paraíso dos caluniadores! Deveriam ter em mente que, se a quadrilha dos aloprados não tivesse sido pega com a boca da botija, em 2006, um dossiê fabricado contra Serra teria sido publicado como verdade numa revista semanal, que participava da tramóia.

Pra cima de mim, não, bando de vigaristas! Quanto mais vocês agridem, mais cresce a massa de leitores.

Dois avisos
À rede petralha - Temos mecanismos para manter a sanidade do blog. Não insistam. Vão procurar sua turma.
Aos leitores - Sejam comedidos nas palavras. Eles contam com o nosso destempero para tentar justificar suas calúnias. Faz parte do processo de intimidação.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 7:15

APLAUSOS PARA A AULA DE LIBERDADE DADA POR UM PROFESSOR DA USP

Não conheço o professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que dá aula de História da Filosofia Contemporânea II na FFLCH da USP. O que sei é que ele deu uma notável aula de exercício da liberdade — e suas conseqüências — para os alunos que decidiram aderir à greve e que deixaram de cumprir os requisitos necessários para a aprovação: além da nota, 70% de freqüência. Leiam o que vai no Estadão. Volto depois:

Cerca de 60 alunos do curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) foram reprovados por não atingirem a frequência mínima por conta da greve, que durou um mês, dos estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) no início de novembro - quando a reitoria foi invadida, após disputa com a presença da PM no câmpus. O professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que ministra História da Filosofia Contemporânea II, reprovou todos os estudantes dos períodos diurno e noturno da disciplina. Para ser aprovado, além das notas acima da média, o aluno deve ter um mínimo de 70% de frequência.

“As aulas foram interrompidas antes de completar o mínimo exigido e os alunos foram avisados sobre isso”, disse o docente. “Não posso fazer nada. Não vou emitir um documento público falso. Não sou eu quem aprova ou reprova por falta. As pessoas têm presença ou não têm.” No site do Departamento de Filosofia, há uma nota de esclarecimento do professor. O texto diz: “Segundo a legislação em vigor, o cálculo de frequência em disciplinas deve levar em conta a totalidade do semestre letivo. Assim, aulas não ministradas em função de piquetes, ‘cadeiraços’, etc. são computadas como dadas e não frequentadas.”

De acordo com a USP, haveria a necessidade de reposição das aulas caso a paralisação ocorrida fosse dos docentes. Alguns professores optam por repor as aulas perdidas ou aplicam provas em trabalhos para compensar. Mas segundo a universidade, como foram os alunos que decidiram não comparecer às aulas, o professor agiu dentro das regras da instituição. Os alunos podem entrar com recurso na unidade.

Na página aberta por alunos de Filosofia da USP no Facebook, os estudantes discutiam formas de revogar a reprovação e comentavam a reprovação. Era possível também ler comentários como “criminalizou a greve” ou “Carlos Alberto, amigo do (Geraldo) Alckmin, fez como sugeriu o amigo governador: ‘Deu aula de democracia aos alunos da USP…’” A reportagem tentou entrar em contato com o centro acadêmico na tarde de ontem, mas ninguém atendeu o telefone.

Voltei
Ora, as pessoas não podem aderir a uma greve, isso aprendi desde quando era uma criança de esquerda, e esperar que as conseqüências sejam idênticas às da não-greve.

Mas esta nem foi a melhor lição. Há uma outra. Prestem atenção a estas palavras do professor:
“Não posso fazer nada. Não vou emitir um documento público falso. Não sou eu quem aprova ou reprova por falta. As pessoas têm presença ou não têm.”

É perfeito. Os futuros bacharéis em filosofia têm de aprender que o exercício da sua liberdade não pode obrigar o outro a cometer um crime que ele não esteja disposto a cometer. Parece que, na cabeça de uma boa parcela, o único que deveria arcar com algum custo da greve seria mesmo o professor, que teria de mentir, contra a sua vontade.

Viva a liberdade, mas sem a transferência de responsabilidades!

Bela aula, professor!

Essa juventude leu Sartre, ao menos, enquanto fazia greve? Não o boboca stalinista e o gagá maoísta, mas o outro, o primeiro?

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 7:05

Ministro do Desenvolvimento vai à Suíça mas não participa dos eventos principais da OMC e volta antes ao Brasil

Por Deborah Berlinck, no Globo:
“Como se diz aqui, bonne soirée ! (boa noite)”. Assim embarcou nesta quinta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, de volta para o Brasil: sem dizer mais uma palavra sobre as cobranças da oposição em relação às consultorias que lhe renderam R$ 2 milhões entre 2009 e 2010, após deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de virar ministro.

- Eu não falo sobre isso. Tudo o que tinha para falar já falei.

- Não fala sobre isso mais, não, ministro ? - insistiu uma repórter.

- No more… não mais. Esse assunto já não é mais comigo. Agora estou voltando para o Brasil, tenho que trabalhar, queridos. E como dizem aqui: bonne journée (bom dia)….quero dizer, bonne soirée - disse, despedindo-se.

O único compromisso do ministro Pimentel nesta quinta-feira em Genebra - onde foi participar da reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC) - foi um encontro bilateral com a ministra da Suécia. Um encontro que o próprio ministro classificou de “nada muito específico”.

- Nós temos lá uns acordos de cooperação tecnológica. Eles estão muito interessados em expandir as atividades das empresas suecas que já estão no Brasil. Não tem nada muito específico, não.

Ministro participa nesta sexta-feira de encontro na Fiesp
Da parte da Suécia, o interesse é claro: os suecos querem vender para o Brasil os caças Gripen, e derrubar a tentativa dos franceses de vender os jatos Rafales, bem mais caros. O ministro confirmou que os suecos mencionaram o interesse em vender o avião, anunciando que venderam para a Suíça (que também recusou a compra dos Rafales franceses). “Eu disse: que ótimo. Vamos ver. As propostas estão sendo examinadas de novo, mas vai ser só no ano que vem. Mas vocês têm razão: os franceses estão mortos de aflição”, comentou Pimentel, concordando com a avaliação dos jornalistas.

Depois de meio dia de encontros anteontem com os países do Brics - grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - o ministro não participou do evento que trouxe a todos para Genebra : a ministerial da OMC, que abriu nesta quinta-feira oficialmente às 15h.

Através de seu assessor, Ronald de Freitas, o ministro explicou que nunca disse que deu palestras nas regionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg):

- Quem disse isso foi o ex-presidente da Fiemg Robson Andrade, não o ministro.

Em Brasília, a informação do assessor de imprensa do ministro Pimentel, Ronald de Freitas, foi de que não estava prevista a ida do ministro à reunião de abertura da OMC, nesta quinta-feira. Afirmou que desde o início, o acertado é que desta reunião participaria o chanceler Antonio Patriota, e que a agenda de Pimentel se restringia ontem a dois compromissos.

O primeiro era com um representante do governo da Suécia, que ocorreu, segundo a assessoria, pela manhã “na sala 214″ de um prédio da OMC. O outro compromisso era também um encontro bilateral, com um representante do governo português, mas que foi cancelado, de acordo com o assessor por problemas de agenda.

Nesta quinat-feira mesmo pela manhã - pelo horário de Brasília - o ministro embarcou de volta para o Brasil, onde, conforme seus assessores, participa nesta sexta-feira de uma reunião da Fiesp, em São Paulo.

Por Reinaldo Azevedo
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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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