Aula prática de mau e de bom jornalismos - “PM do PSB e do PT deixa estudante negro do Piauí cego de um olho;

Publicado em 24/01/2012 16:48 e atualizado em 16/08/2013 16:10
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Aula prática de mau e de bom jornalismos - “PM do PSB e do PT deixa estudante negro do Piauí cego de um olho; Gilberto Carvalho e Maria do Rosário fingem que nada aconteceu”

Vejam esta foto:

estudante-cego

É Hudson Silva. Ele estuda filosofia na Faculdade Federal do Piauí e participava de uma das manifestações organizadas em Teresina contra a elevação da tarifa de ônibus. Fragmento de uma bomba de efeito moral usada pela PM para reprimir o protesto — violento, é bom que fique claro — o deixou cego do olho direito.

Agora vamos ao título lá do alto. O que lhes parece? Imito o procedimento das milícias esquerdopatas que atuam nas redes sociais e nos sites e portais da grande imprensa (aliás, na redações também!). É claro que se trata de uma partidarização detestável do fato. O grave, meus caros, é que a imprensa por enquanto séria está se deixando contaminar por essa prática — desde, é claro, que o partido atacado não seja, como é o caso, de esquerda.

Acompanhem. Foi parar no Jornal Nacional o conflito entre um PM e um estudante invasor da USP — que lhe disse algo inaudível no vídeo, que o deixou furioso. Já escrevi mais de uma vez que o comportamento do policial foi inaceitável. O estudante em questão é um notório militante pró-invasão. Tocava, junto com outro invasor, um bar — isto mesmo!!! — na área pública invadida. Não saíram uma palavra e uma linha na chamada grande imprensa sobre a privatização do espaço público. Mais: foi parar em rede nacional a acusação de racismo. Afinal, o estudante é mestiço — nota: ele não era o único do grupo, como acusou um certo frei. Voltemos agora ao Piauí.

A manchete lá do alto, obviamente distorcida, é construída a partir de fatos, a saber:
1) O Piauí é governado por PSB e PT;
2) a PM do Piauí está, pois, sob o controle desses dois partidos;
3) houve um choque entre estudantes e PM;
4) fragmento de uma bomba de efeito moral deixou cego de um olho o estudante Hudson Silva;
5) Hudson Silva é, segundo os critérios adotados pelos militantes, negro — tão negro como o tal estudante da USP;
6) os dois ministros petistas não disseram mesmo nada a respeito.

Tudo isso é verdade. Mas é evidente que o título lá do alto força a barra, não é? É evidente que ele não é exemplo de bom jornalismo. Afinal:
1 - A PM está sob a gestão de um governo do PSB-PT, mas não é uma “polícia do PSB-PT”, e sim do estado do Piauí;
2 - o estudante que ficou cego de um olho é mestiço (os racialistas o chamam “negro”), mas não há a menor evidência de que jogaram uma bomba perto dele por isso — como não há a mais remota evidência de que o policial da USP se indispôs com aquele invasor por causa da cor de sua pele;
3 - ministros não têm a obrigação de ficar se pronunciando sobre confrontos que ocorrem nos estados;
4 - a formulação faz crer que a PM tem a intenção deliberada de ferir manifestantes;
5 - não fica claro, em nenhum momento, que a PM reagia a um protesto violento.

Este jornalista tem lado, sim!
Sim, eu tenho lado! O jornalismo “nem-nem” sempre me causou repulsa. Hoje, nem mais isso ele é. E qual é o meu lado? É o de algum partido? Uma ova! Sou aborrecidamente defensor da legalidade democrática. E parto do princípio de que a imprensa séria também. Ou não? Há casos que requerem conversa, e há casos que requerem polícia. Não se deve usar polícia quando é para conversar e conversa quando é para usar a polícia. “Ah, em conflitos sociais, sempre se deve bate papo”…  Desde que os manifestantes não decidam que incendiar ônibus é uma forma de diálogo. Desde que os manifestantes não formem uma tropa de choque particular para enfrentar a ordem.

Alguns idiotas lotados mesmo na grande imprensa pretendem, para me desqualificar, que eu seja uma espécie de “outro lado” (sempre essa perspectiva) dos blogueiros a soldo do oficialismo, alimentados por estatais. Podem me detestar à vontade (aliás, quanto mais batem, mais cresço), mas saibam ao menos odiar. Errado! Eu não recebo dinheiro público, da administração direta ou de estatais. Mais ainda: também não lido, como Nelson Breve, com a grana que pertence a todos os brasileiros. Ainda que eu fizesse o trabalho sujo que fez a EBC, mas do “outro lado”, seria um caso diferente. Só que eu não faço.

Quando os subordinados de Breve puseram no ar aquela mentira sobre mortos no Pinheirinho, estavam fazendo um trabalho partidário. Ocorre, e eis a sem-vergonhice essencial do procedimento, que nem todos os brasileiros são petistas ou de esquerda. Usar o recurso que é de todo mundo para veicular um ponto de vista que é de um grupo, e ainda ancorado numa mentira, é prática de tiranos.

Um peso, duas medidas
NÃO, EU NÃO COBRO QUE A CHAMADA GRANDE IMPRENSA FAÇA COM OS PARTIDOS DE ESQUERDA O QUE AS ESQUERDAS FAZEM COM OS PARTIDOS QUE DIZEM SER DE DIREITA (JÁ QUE NÃO SÃO…). Cobro, isto sim, é que não se usem para uns e outros um peso e duas medidas.

Alguma emissora de televisa se interessou em conversar com o estudante do Piauí, que ficou cego de um olho? Alguma entidade de defesa dos negros acusou a prática de racismo? Alguém se lembrou de perguntar se houve ou não exageros da PM (o mesmo se diga de Pernambuco e Espírito Santos, também governados pela dupla PSB-PT)? Por que um “negro da USP” é uma causa — adotada até pela grande imprensa —, mas um “negro do Piauí” não interessa a ninguém? Será que as forças ainda dispostas a enfrentar o petismo terão, também elas, de criar uma máquina de mentiras e distorções para enfrentar a outra máquina de mentiras e distorções?

Acho este post muito importante porque ele destrincha os passos da manipulação da notícia. A grande imprensa, com raras exceções, está se tornando refém das ONGs e dos grupos organizados de pressão. Como eles correram para condenar a ação do PM na USP, acusando até racismo, o jornalismo foi atrás. Como eles ignoraram os eventos do Piauí, de Pernambuco e do Espírito Santo (afinal, os petistas financiam boa parte das entidades e as dirigem), então a grande imprensa faz o mesmo.

Tenho a impressão, às vezes, de que a chefia de reportagem de jornais, sites e portais desapareceu e é exercida hoje por alguns coronéis das redes sociais.

Por Reinaldo Azevedo

 

Mais um procedimento do neojornalismo que ajuda a devastar a verdade

Antigamente, quando havia um COMPROMISSO COM A VERDADE, não com o OUTRO-LADISMO, jornalistas acompanhavam eventuais confrontos entre manifestantes e polícia e contavam o que viam. Claro, queridos! Sempre há distorções. Um relato nunca é o fato. A depender dos valores, do viés ideológico e das crenças do observador, determinados aspectos ganham ou não relevância. Mas o evento constatado é, ao menos, um compromisso mínimo com a objetividade.

Hoje em dia, a coisa é diferente. Jornalistas se transformaram em “porta-vozes dos que sofrem” — porque, afinal, eles estão ocupados em criar um mundo melhor, entendem? Mas também não é de qualquer sofredor, não — já chego lá. Vejam o caso do Pinheirinho. “Fulana de tal diz que a polícia chegou e a obrigou a sair de casa, sem tempo pra nada”. Ou ainda: “A polícia chegou gritando etc.” Os mais equilibrados ouvem ao menos o comando da PM, que garante que vai apurar o caso. Os mais “comprometidos com o Bem” não fazem nem isso. Afinal, se é invasor de terreno que está falando, então deve ser verdade; se a polícia está sendo criticada, então deve ser assim mesmo.

Há pouco, li no Estadão uma reportagem sobre o fechamento de bares na cracolândia. A dona de um deles acusa os fiscais de terem inventado a existência de uma barata em sua geladeira só para fechar o estabelecimento. E fica por isso mesmo. Ora, como, na grande narrativa inventada por setores da imprensa paulistana, trata-se da luta do Bem contra o Mal (e o “Mal” são o governo do Estado e a Prefeitura), então a acusação da dona do tal bar pode ser publicada na boa. No máximo — nesse caso, não se fez nem isso —, ouve-se algum representante da Prefeitura. E o que o coitado tem a dizer? “Vamos apurar…”

Esse tipo de procedimento não é mais jornalismo. Isso é militância política. Quando criança, escrevi panfletos políticos e participei de jornalecos alternativos. Era trabalho ideológico, sim. E asseguro: não se recorria a esse procedimento. A razão é simples: não há grande diferença entre isso e a mentira.

PS - Afirmei que nem sempre se dá voz aos “oprimidos” contra o Poder Público, não é? Isso só acontece se esse “poder” for “reacionário”, “de oposição”. Se for “progressista”, petista, esquerdista, o assunto some logo do noticiário. CADÊ O ESTUDANTE QUE FICOU CEGO DE UM OLHO no confronto com a Polícia Militar do Piauí, governado pelo PSB e pelo PT? Desapareceu!

Por Reinaldo Azevedo

 

Pinheirinho, outro-ladismo e neojornalismo; os mortos e a massa falida

Às vezes se tem a impressão de que os idiotas são mesmo maioria nas redes, o que não é impossível em razão da lógica elementar, não é mesmo? Os cretinóides agora deram para espalhar que os pobrezinhos foram tirados do Pinheirinho para devolver a área a Naji Nahas… Tenham paciência.

O equívoco tem origem. Ontem, a EBC, a empresa dirigida por Nelson Breve, teve o desplante de dar voz a um sujeito identificado como presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São José — na verdade, é advogado de uma associação de invasores —, segundo quem a operação havia resultado em vários mortos. O nome do rapaz é Aristeu César Pinto Neto. Afirmou: “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.

É o fim da picada! O terreno não pertence mais a Naji Nahas, mas à massa falida da Selecta, e entra, portanto, na composição do patrimônio que será usado para saldar as dívidas da empresa, inclusive as trabalhistas. Quem tem a posse da área não é Nahas. A propósito: quem teria mais direito ao patrimônio que já foi de Nahas? Os que vão chegando e vão ficando ou aqueles a quem ele deve?

Neojornalismo
É que o “neojornalismo companheiro”, convertido em mero “outro-ladismo”, agora é assim: “Fulano diz que houve mortos; Beltrano nega”, como se haver mortos ou não fosse uma questão de opinião. “Fulano diz que o terreno vai voltar para Nahas; Beltrano nega”, como se também isso fosse questão de opinião. “Fulano diz que a Polícia Militar era obrigada a executar a reintegração de posse; Beltrano nega”, como se fosse questão de opinião.

“Jornalistas”, no Brasil — e, acreditem, deste modo estúpido só está acontecendo por aqui — agora se tornaram meros repetidores do diz-que-diz-que das redes sociais. Haver ou não mortos numa operação se iguala a saber, afinal, quem era a Luíza que estava no Canadá…

Estamos diante de uma perda de norte. Até anteontem, o procedimento correto e óbvio, antes de dar curso ao boato, era este: “Precisamos verificar se isso aconteceu mesmo ou não”. Os imbecis influentes mudaram o procedimento: “Vamos noticiar que estão dizendo isso; se não aconteceu, aí a gente desmente”. Foi o que fizeram o Terra e o UOL. Deram curso à mentira do Aristeu e escreveram depois: “Polícia nega que haja mortos”. Mas houve ou não houve?

Os grandes veículos estão sem norte, mas não os fascistóides contratados por um partido político para espalhar a mentira: exercem um trabalho orientado e remunerado.

Por Reinaldo Azevedo

 

Petistas poderiam ter atuado para impedir desocupação do Pinheirinho, mas a atração pelo sangue dos pobres não deixou. Veja como

Sim, o governo federal poderia ter impedido a ação da Polícia Militar na região do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), se, em vez de se excitar com o cheiro de sangue dos pobres — que, felizmente, não correu —, tivesse tido a vergonha na cara e o bom senso de tomar uma medida em favor daquelas famílias. Já explico. Vocês vão se surpreender como tudo teria sido muito simples houvesse vontade resolver. O problema é que a atração pelo sangue era maior. Os palacianos apostaram no confronto. A petezada vislumbrou mais uma chance de jogar a população de São Paulo contra a polícia e contra o governo do estado. Antes que o demonstre, algumas considerações.

O Planalto tentou criar um caso político — e eleitoral, em favor de Fernando Haddad — em São Paulo quando decidiu sabotar a correta intervenção do poder público na cracolândia. Fez política vagabunda com a vida daqueles zumbis que vagavam quase vivos e quase mortos numa área destruída da cidade, governada por traficantes. Deu tudo errado. A população do estado, especialmente a da capital, apoiou com entusiasmo a ação da PM. No caso dos maconheiros da USP e da invasão da Reitoria, já havíamos assistido a esforço idêntico, igualmente frustrado. Não por acaso, Haddad criticou a polícia nos dois episódios. Então chegou a vez da região do Pinheirinho, desocupada pela PM POR ORDEM DA JUSTIÇA.

A atuação de Gilberto Celso Daniel Santo André Carvalho, demonizando a PM e o governo do Estado, entra para o rol da infâmia, da ignomínia. Vamos relembrar a fala de Carvalho: “Eu não quero fazer uma crítica direta ao governo de São Paulo, com todo respeito à autonomia. Agora, eu só posso dizer que esse não é um método nosso, do governo federal”. Heeiiinnn? Qual é o “método” do governo federal? Desrespeitar ações judiciais? Carvalho está incitando o desrespeito às leis? Carvalho acha que o governo de São Paulo deveria ter investido num confronto entre Poderes? Carvalho queria que Alckmin tivesse jogado o despacho no lixo? É o que ele próprio faria? É o que Dilma faria?

Reproduzi aqui na manhã de ontem a determinação do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Ricardo Garisio Sartori. Não se tratava de ordem de cumprimento facultativo: “Olhem aí, governador Alckmin e PM, façam se quiserem…” Num dado momento, escreve Sartori: “Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.”Ou seja: os petistas não moveram uma palha. O confronto entre PM e invasores lhes era útil. Sempre souberam que o governador Geraldo Alckmin não tinha alternativa.

O governo federal tinha, sim, uma alternativa desde sempre — e, creio, a tem ainda agora. Poderia ter desapropriado a área, depositando em juízo o valor do terreno, que pertence à massa falida da Selecta, e tudo estaria resolvido. Aí bastaria recorrer à Justiça estadual para suspender a reintegração de posse — o que seria certamente aceito. Em vez disso, preferiu mandar um estafeta para o meio do conflito para fazer política partidária.

Não! Preferiu-se não tomar providência nenhuma! Como a impostura não tem mesmo limites, o PT decidiu emitir uma nota de solidariedade aos invasores. No texto assinado por Rui Falcão, lêem-se maravilhas como esta:
“A mega-operação de reintegração de posse que envolveu a Polícia Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal de São José dos Campos frustrou os esforços para uma saída pacífica para o conflito social, com base em proposta de políticas públicas para a regularização, urbanização e construção de moradias populares na região envolvendo os três níveis de governo - federal, estadual e municipal.”

Quais “propostas”? A única “proposta” do PT era ignorar a decisão judicial. O partido vai mais longe: “O PT cumprimenta o Governo Federal pelos seus esforços de diálogo e por sua responsabilidade em todo o processo do Pinheirinho, e condena fortemente a intransigência e a insensibilidade social dos governos tucanos de São José dos Campos e do Estado de São Paulo, instando a todos pela retomada das negociações que permitam reparar o sofrimento causado desnecessariamente a famílias pobres e sem-teto.” Eis aí. Se faltava a prova de que os invasores estão sendo usados como massa de manobra, já não falta mais. E sempre é um momento lindo ver petistas parabenizando petistas… Está fundado o onanismo ideológico.

Mas, vocês sabem, o PT é muito ético. O partido, muito sério, escreve em sua nota: “A dissimulação e a mentira são posturas inaceitáveis em relações políticas e administrativas”. É mesmo? Muito comprometido com a “verdade”, a EBC teve o desplante de dar voz a um advogado ligado aos militantes que denunciavam mortes no Pinheirinho (leiam aqui). Não morreu ninguém.

Encerro destacando que aí está a natureza do PT. Uma bomba de efeito moral jogada pela Polícia Militar do Piauí, governado pelo PSB em parceria com os companheiros, acabou deixando cego de um olho um estudante que protestava contra o aumento das passagens de ônibus. Fico a imaginar uma ocorrência como essa em São Paulo… Carvalho seria tentado a sugerir que Dilma mandasse tropas ao estado.

Não adianta. Eles não têm limites nem têm cura.

Por Reinaldo Azevedo

 

Sob a gestão de Nelson Breve, EBC comete a maior delinqüência jornalística de sua história: noticia a existência de mortos no Pinheirinho que jamais existiram. E o que fizeram o UOL e Terra

Escrevi aqui outro dia que Nelson Breve, atual presidente da EBC — é o substituto de Tereza Cruvinel — começou sua carreira jornalística no Diário do Grande ABC, onde também comecei. Eu era redator-chefe quando ele entrou como repórter. Embora jornalista, tinha feito carreira em banco, mas queria mudar de ramo. Já era petista. Eu já não era. Até relatei uma conversa nossa. A minha síntese para ele foi esta: “Eu me interesso pela notícia, não por aquilo que grupos de pressão dizem ser notícia”. Acho que ele não aprendeu a lição.

A EBC mergulhou feio, nesta segunda, na delinqüência jornalística. Aliás, algo parecido jamais aconteceu! Nem na gestão de Tereza Cruvinel. Vimos, sim, atitudes reprováveis, como escalar repórteres da EBC para fazer perguntas-provocação ao então candidato da oposição à Presidência em 2010, José Serra — para Dilma, nunca! Mas veicular denúncias irresponsáveis, citando mortes inexistentes, aí, não! Isso nunca! Leiam a barbaridade veiculada pela Agência Brasil.

Por Bruno Bocchini e Flávia Albuquerque:
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, disse hoje (23) que houve mortos na operação de reintegração de posse do terreno conhecido como Pinheirinho, na periferia da cidade. De acordo com ele, crianças estão entre as vítimas. “O que se viu aqui é a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia. Ou seja, não os resolve. Nós vimos isso o dia inteiro. Há mortes, inclusive de crianças. Nós estamos fazendo um levantamento no Instituto Médico-Legal [IML], e tomando as providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, disse, em entrevista à TV Brasil.
Segundo Neto, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal chegaram a atacar moradores que se refugiavam dentro de uma igreja próxima ao local. “As pessoas estavam alojadas na igreja e várias bombas foram lançadas ali, a esmo”, declarou. O representante da OAB disse ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.
Desde o início da manhã de ontem (22) , a PM cumpre uma ordem da Justiça Estadual para retirar cerca de 9 mil pessoas que vivem no local há sete anos e 11 meses. O terreno integra a massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas. A Justiça Federal decidiu contra a desocupação do terreno, mas a polícia manteve a reintegração obedecendo ordem da Justiça Estadual. A moradora Cassia Pereira manifestou sua indignação com a maneira como as famílias foram retiradas de suas casas sem que ao menos pudessem levar seus pertences. “A gente está lutando por moradia. Aqui ninguém quer guerra, ninguém quer briga, a gente quer casa, nossa moradia. Todo mundo tinha suas casas aqui construídas, e tiraram de nós, sem direito a nada. Pegamos só o que dava para carregar na mão”, disse.
O coronel Manoel Messias Melo confirmou que os policiais militares se envolveram em conflitos durante a madrugada, mas negou que a ação foi contra os moradores do Pinheirinho. “Foram vândalos e anônimos que praticaram incêndios na região. Tivemos 14 prisões e algumas apreensões de armas esta noite”, declarou. “Agora vamos cuidar do patrimônio das pessoas. O oficial de Justiça lacrou [os imóveis] e nós guardamos o imóvel durante a noite. O oficial de justiça vai arrolar os bens. As pessoas receberam um número. Todos os bens serão etiquetados, conduzidos a um caminhão e levados para um depósito judicial ou a um endereço [fornecido] pelo morador”, disse Melo. De acordo com o coronel, a PM vai permanecer no local até a reintegração de posse do terreno ser concretizada. “Entregue a posse ao proprietário ele deve tomar providências para guardar o local”. Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a prefeitura de São José dos Campos não quis se pronunciar.

Voltei
Pois bem! Felizmente, não houve mortos na operação coisa nenhuma! Trata-se de uma mentira estúpida. Mas foi parar na homepage do UOL, na manchete, e do Terra Terra, onde se lia, com todas as letras: “OAB apura denúncias de mortes em ação da PM no Pinheirinho”.

A que ponto chegamos! Como se pode ler neste site do jornal “O Vale”, o tal Aristeu César Pinto Neto é, na verdade, advogado dos invasores, do Movimento dos Sem-Teto. A seção de São José dos Campos da OAB desautorizou o tal advogado e postou a seguinte nota em seu  site“Informamos à toda mídia e demais órgãos de imprensa, que o único autorizado a fazer qualquer pronunciamento em nome da OAB Subeção de São José dos Campos é o seu Presidente Dr. Julio Aparecido Costa Rocha.”

Muito bem! Agora noticia o Terra: “Prefeitura e PM negam mortes em ação no Pinheirinho”. Entenderam agora o que o Terra entende ser jornalismo? Ora, um diz: “Houve mortes”. Outro retruca: “Não houve mortes”. E pronto! Estão dadas as duas versões. Pronto! Mas houve ou não houve? Ah, gente… Mas esperem: “Há, ao menos, alguma prova, algum indício, alguma evidência?” Rigorosamente nada! Observem que não se trata de uma simples divergência de opinião! Fala-se aqui de… mortes!!!

Estamos diante do escancaramento de duas degradações: a da ética do poder, que permite e estimula aquele tipo de delinqüência. E da ética jornalística: nunca antes na história destepaiz a existência ou não de mortos numa operação foi mera questão de “lado” e “outro lado”.

Texto publicado originalmente às 22h13 desta segunda

Por Reinaldo Azevedo

 

Europa anuncia embargo a petróleo iraniano e amplia tensão no Golfo

Por Jamil Chade, no Estadão:
A União Europeia aprovou nesta segunda-feira, 23, um embargo contra o petróleo iraniano. Para diplomatas, a medida pode ser o último recurso para forçar o Irã a abandonar seu programa nuclear. Em Teerã, a reação foi imediata. O governo iraniano ameaçou fechar o Estreito de Ormuz e interromper o fornecimento imediato do produto, o que agravaria a crise econômica global.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, disse que o objetivo da nova sanção é fazer o Irã negociar. Segundo ela, a UE propôs o diálogo, mas ainda não obteve resposta. Nos últimos dias, apesar dos sinais desencontrados emitidos por Teerã, mediadores acreditam que a pressão esteja dando resultados e o regime iraniano estaria disposto a negociar.

Além do embargo sobre o petróleo iraniano, a UE congelou os bens do Banco Central do Irã, restringiu investimentos no país e proibiu a exportação de equipamentos para exploração de gás. No total, 500 iranianos já estão com suas contas congeladas e proibidos de viajar para a Europa.

No entanto, a grande ferramenta de pressão é mesmo o embargo sobre o petróleo, responsável por grande parte do financiamento externo da economia iraniana. A UE é o segundo maior importador de petróleo do Irã, superado pela China.

O embargo, porém, pode se transformar em dor de cabeça para a Europa, que vive sua pior crise desde a criação do euro. Pressionada por Grécia, Espanha e Itália, que importam do Irã grande parte do petróleo que consomem, a UE optou por um embargo progressivo. A sanção vale para todos os novos contratos, mas os países terão até julho para buscar alternativas.

Ameaça
Para Ali Fallahian, ex-ministro e membro da Assembleia dos Especialistas, colegiado que escolhe o líder supremo do Irã, o país deveria encerrar as exportações à Europa, afetando a zona do euro. “A melhor forma é parar as exportações antes dos seis meses de prazo e antes da implementação do plano”, disse. Segundo ele, se isso ocorrer, as sanções entram em “colapso”.

O Irã ainda ameaçou novamente fechar o Estreito de Ormuz. “Se qualquer problema foi registrado na venda de petróleo iraniano, o Estreito de Ormuz será fechado”, disse Mohamed Kossari, vice-presidente do Comitê de Segurança Nacional do Parlamento.

No fim de semana, um porta-aviões americano e navios de guerra franceses e britânicos desafiaram as ameaças e navegaram pela região. A Casa Branca já disse que não aceita o fechamento. Para o Ministério da Defesa britânico, a presença de navios na região “mostra o compromisso dos três países em manter a passagem aberta”.

A Rússia, que rejeita mais sanções, reagiu de maneira moderada. O chanceler russo, Sergei Lavrov, classificou o embargo como um “fator agravante” e disse que tentaria convencer o Irã a negociar. “Não podemos tomar medidas radicais”, disse.

Em comunicado, Alemanha, Grã-Bretanha e França também pediram a volta das negociações. “Pedimos que os líderes do Irã suspendam suas atividades nucleares imediatamente”, afirma o texto, que garante que “as portas estão abertas para que o Irã entre em negociações sérias e significativas sobre seu programa nuclear”. “Espero que o Irã recobre sua consciência e aceite negociar”, afirmou o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Chávez tem de 9 meses a um ano de vida, diz jornal

Segundo o jornal espanhol ABC, o ditador de Venezuela, Hugo Chávez, tem de nove meses a um ano de vida. Paciente de câncer, originalmente na próstata, ele estaria com metástase nos ossos e no cólon. O ABC sustenta que ele suspendeu a quimioterapia e que o objetivo de seu tratamento agora é só mantê-lo vivo até as eleições de outubro. Leim texto do ABC, em espanhol. E lembrem-se: este blog aposta sempre na vida, nunca na morte. E vale até para Chávez.
*
El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, debía ser tratado de su cáncer en Moscú a finales de noviembre. A última hora decidió no abandonar el país por temor a que una ausencia le hiciera perder el control de la situación política venezolana. Esa ha sido la crónica de su enfermedad: un constante aplazamiento de tratamientos que no ha hecho más que agravar el cáncer incurable que padece, de acuerdo con los informes de Inteligencia a los que ha tenido acceso ABC y a los que ya ayer hizo referencia.

Chávez ha optado por “un tratamiento hecho a medida para mantenerle vivo hasta las elecciones de 2012, más que orientado a prolongar su esperanza de vida”, indica su equipo médico, según se cita en las informaciones confidenciales obtenidas, manejadas por Servicios de Inteligencia. En su última estimación, los médicos le conceden una esperanza de vida de entre 9 y 12 meses.

Ya su primera intervención quirúrgica en Cuba se produjo con gran retraso respecto al momento en que se le detectó el cáncer de próstata. Esto último ocurrió en enero de 2011, pero hasta mayo no encontró el tiempo ni la posibilidad de esconder una estancia de varias semanas a La Habana. Después de que los médicos determinaran que el cáncer se había extendido a huesos y colon, sin que una primera ronda de quimioterapia en julio tuviera los resultados esperados, los especialistas le recomendaron una inmediata segunda ronda. Chávez no se sometió a ella hasta el primer fin de semana de septiembre por no querer abandonar de nuevo el país y trasladarse a Cuba. Finalmente, los médicos rusos que se han hecho cargo de su caso tuvieron que trasladarse en secreto a Caracas.

Más estimulantes
Desde el comienzo se planteó la conveniencia de un viaje a Moscú. Chávez dio su provisional conformidad y se planificó el desplazamiento para la tercera semana de noviembre de 2011, disfrazado como una visita oficial. Una alternativa era recibir el tratamiento necesario en Cuba o en Brasil. Pero el presidente nunca se comprometió del todo y mantuvo la cuestión abierta hasta una semana antes de su prevista partida, en que rechazó dejar Caracas. Esa renuncia fue como quemar las naves. «Prefiere cortos tratamientos que le permitan estar al cargo», aseguran los informes. Eso explica que en las últimas semanas los esfuerzos médicos se hayan centrado en permitirle una gran actividad con el aumento de analgésicos y estimulantes.

Por Reinaldo Azevedo

 

As declarações de FHC à Economist e o futuro

Na madrugada, escreverei um texto sobre o trinômio “oposições-avaliação do governo Dilma-imprensa”. Como escrevi naquele texto sobre a pesquisa Datafolha, a situação dos partidos que se opõem ao governo é, de fato, difícil.

FHC concedeu uma entrevista à revista Economist que poderia implicar uma aceleração no processo decisório do PSDB. Mas “processo decisório” para exatamente o quê? O que é que falta à oposição? Um candidato ou um conjunto de valores? Ainda voltarei a este assunto.

A julgar pela entrevista dada por FHC, ele deve acreditar que é preciso definir o candidato. E falou o que falou à Economist. Vai, com isso, unir o partido, pacificá-lo, levá-lo à tranqüilidade? Bem, o tempo dirá.  Eu acho que não. Até porque acredito que o problema da oposição, um dia, será o nome, claro!, mas, por enquanto, é a falta de idéia mesmo. Leiam o que vai no Estadão Online:

FHC: Aécio é “candidato natural” do PSDB à Presidência

Por Bruno Boghossian:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apontou o senador mineiro Aécio Neves como “candidato natural” do PSDB à Presidência em 2014. Em entrevista à publicação britânica The Economist, FHC prevê uma “luta interna muito forte” entre Aécio e o ex-governador de São Paulo, José Serra, pela indicação do partido nas eleições nacionais.

Em uma conversa com a jornalista Helen Joyce, chefe do escritório da revista em São Paulo, realizada no dia 12 de janeiro, o ex-presidente destaca a importância de unidade dentro do PSDB para a escolha de seu candidato daqui a três anos. Questionado sobre quem seria o “candidato natural”, FHC respondeu sem rodeios: “Aécio Neves”.

O tucano não retira Serra da disputa, indicando que “as coisas ficarão mais claras depois das eleições municipais”. No entanto, FHC indica que o ex-governador pode desistir da disputa para promover a renovação do partido e chega a compará-lo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputou a Presidência diversas vezes.

“No caso do PSDB, o ex-governador Serra desempenha o papel do Lula: ele tem coragem, ele gosta de competir. Eu não sei até que ponto ele vai estar convencido de que isso não é para ele, que deve abrir espaço para os outros”, avaliou o ex-presidente.

Por Reinaldo Azevedo

 

Já em campanha eleitoral, escoltado por Dilma e Sarney, Fernando Haddad diz que “Enem apanha todo dia”

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O já ex-ministro da Educação Fernando Haddad confunde a sua própria incompetência com críticas a um exame que tem raiz meritória, sim — até porque não foi criado por ele —, mas que é mal executado. Leiam o que informa o Portal G1. Volto em seguida.

Por Priscilla Mendes:
O ministro da Educação, Fernando Haddad (esq.), ao lado da presidente Dilma e do presidente do Senado, José Sarney, na cerimônia de 1 milhão de bolsas do Prouniouni (Foto: Roberto Stuckert / Presidência)O ministro da Educação, Fernando Haddad (esq.), O ministro da Educação, Fernando Haddad, comparou nesta segunda (23) o início do Prouni (Programa Universidade para Todos) ao Enem (Exame Nacional de Cursos de Ensino Médio). “Guardadas as devidas proporções, [o Prouni] era que nem o Enem hoje. Apanha todo santo dia”, afirmou Haddad.

O Enem apresentou problemas nas três últimas edições do exame, desde quando passou a ser usado como forma de acesso às instituições públicas de ensino superior - em 2009, houve furto de provas da gráfica; em 2010, problemas com a impressão dos cadernos de provas; e, em 2011, vazamento de questões em uma apostila distribuída a estudantes de um colégio em Fortaleza.

Ao lado da presidente Dilma Rousseff e com vários ministros na plateia, Haddad participou da cerimônia comemorativa de 1 milhão de bolsas do ProUni. A solenidade foi a última de Haddad na condição de ministro. Nesta terça (24), toma posse na pasta Aloizio Mercadante, atual ministro da Ciência e Tecnologia. Fernando Haddad deixa o governo para disputar a Prefeitura de São Paulo, como candidato do PT, na eleição municipal deste ano.

Em seu discurso, Haddad rememorou o início do Prouni, lançado pelo antecessor Tarso Genro, do qual era secretário-executivo. Disse que, no princípio, o programa foi entendido como “estatizante”. “Tudo é muito difícil de realizar e colocar de pé. Mas os anos vão passando, os programas vão se consolidando e nós vamos mostrando os resultados para o país”, declarou.

Despedida
Fernando Haddad disse que não chegou ao ministério “nas condições mais favoráveis”, mas que o trabalho de sua equipe conseguiu reverter “um ciclo perverso de queda na qualidade da educação”.

“Estou me despedindo do MEC. Acho que minha equipe fez um trabalho importante, deixou um legado importante na área da educação profissional, na área da educação básica. Revertemos um ciclo perverso de queda na qualidade da educação no país”, declarou.

Haddad afirmou que, durante a reunião setorizada sobre educação convocada por Dilma na semana passada, ele e o futuro ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apresentaram um programa de educação no campo “cujas diretrizes ela [Dilma] aprovou e que provavelmente o ministro Mercadante vai apresentar nas próximas semanas”.
(…)

Comento
Está na cara que a campanha de Fernando Haddad será fundada na mistificação petista de sempre: “Nunca antes na história destepaiz…” Ele diz ter chegado ao ministério numa situação difícil. Uma ova! Difícil era a de Paulo Renato, que chegou lá com quase 20% dos alunos em idade escolar fora do ensino fundamental; quando saiu, 97% estavam na escola.  Situação difícil foi a de Paulo Renato, que assumiu o ministério com 33% dos alunos fora do ensino médio; quando saiu, eram 18%. Situação difícil era a de Paulo Renato, que não dispunha de instrumentos de avaliação do ensino fundamental, médio e universitário. Teve de criá-los. Situação difícil era a de Paulo Renato, que não dispunha de um fundo específico para a área e teve de criar o Fundef, ENFRENTANDO A OPOSIÇÃO DO PT.

Vem muita mistificação, a exemplo dessa história de que o Enem está sendo atacado todo dia… O Enem, não, candidato Haddad! O que está sob crítica é a sua incompetência, meu senhor! Quanto ao ProUni, ai, ai… Esse troço vai continuar por muito tempo. É o maior mecanismo de transferência de recursos públicos para o setor privado de que se tem notícia. Sei que praticamente não há críticos do modelo. Fazer o quê? Eu sou! Faculdades de péssima qualidade estão sendo alimentadas por dinheiro público e fornecendo diplomas a quem jamais vai exercer a profissão. É desperdício de dinheiro. Empregados esses recursos em ensino técnico, com um acompanhamento severo da qualidade — ainda que em convênio com o setor privado —, os brasileiros e o Brasil estariam mais bem servidos. E por que não é assim?

Porque, acreditem!, para que uma instituição privada ou pública possa oferecer um ensino técnico decente, precisa investir muito mais recursos do que investe em “ensino universitário” na base do cuspe e giz. Para começo de conversa, não pode formar salas de 100, 120 estudantes. É preciso investir em equipamentos e oferecer mais assistência ao aluno. Oferecer um curso qualquer “de humanas” a quem não vai atuar na área é coisa simples e barata. As instituições privadas de ensino oferecem suas vagas ociosas ao governo e podem cuidar dos cursos que realmente são de seu interesse.

PS - Quando escrevo “um curso qualquer de humanas”, não estou tratando a área com menoscabo, com querem uns bobos. Ao contrário: eu estou é defendendo que elas sejam tratadas com respeito. Ah, sim: vejam lá o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), atento a tudo, sempre endossando os “progressistas”…

Por Reinaldo Azevedo

 

A fala indecorosa de Gilberto Carvalho. Ou: O sangue dos pobres continua a excitar o PT. Ou: Petistas não conseguem faturar com a cracolândia, então tentam com o Pinheirinho

Não! A presidente Dilma Rousseff não controlou seus radicais nem deu pito em seus ministros destrambelhados. Gilberto Santo André Celso Daniel Carvalho, braços e olhos de Lula no governo, continua a ter uma atuação absolutamente indecorosa. Leiam trecho de uma reportagem de Márcio Falcão e Flávia Foreque, na Folha Online. Volto em seguida.

Ministro chama de “praça de guerra” episódio em Pinheirinho
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta segunda-feira que a Policia Militar transformou em “praça de guerra” a ação de reintegração de posse da área invadida do Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), determinada pela Justiça estadual. Carvalho disse que o uso da força não conta com o aval do governo federal e que esperava mais diálogo. “Nós achamos que tem alguma coisa que poderia ser esgotada ainda no diálogo e sobretudo numa saída negociada e humana para as famílias, sem a necessidade daquela praça de guerra que foi armada ontem”, disse o ministro sobre operação realizada na madrugada de ontem (22).

Ele criticou ainda o tratamento dado ao secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, que acompanhava as negociações no local e foi atingido na perna por uma bala de borracha. “Quando ele mostra a carteirinha, a identidade de funcionário público federal, os guardas o desrespeitam e metem uma bala de borracha nele”, afirmou o ministro após solenidade no Palácio do Planalto.

Segundo Carvalho, o Ministério das Cidades deve participar do esforço para realojar os moradores da invasão. “Eu não quero fazer uma crítica direta ao governo de São Paulo, com todo respeito à autonomia. Agora, eu só posso dizer que esse não é um método nosso, do governo federal”, completou. Carvalho negou que o tema tenha sido discutido em reunião setorial na manhã de hoje sobre temas sociais.
(…)
Comento 
Em nenhum momento Carvalho deixa claro que o governo do Estado não tinha saída —  E EU JÁ O DEMONSTREI — e estava obrigado a cumprir a determinação judicial. Não era de execução facultativa. Isso não existe na Justiça.

Existiram balas de borracha? Para aqueles que atacaram a polícia — legal e democrática — com pedras e para aqueles que decidiram incendiar carros e usar coquetéis molotov. POR QUE ESTE SENHOR NÃO DISSE UMA PALAVRA CONTRA A AÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES DE PIAUÍ, PERNAMBUCO E ESPÍRITO SANTO NA REPRESSÃO AOS QUE SE MANIFESTAVAM CONTRA A ELEVAÇÃO DE PASSAGENS DE ÔNIBUS? Com balas de borracha, bombas de efeito moral, bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, spray de pimenta…

Como acho que é preciso ter vergonha na cara e coerência, eu não censurei, não, a ação daquelas forças porque achei que houve, mesmo, exageros nas manifestações. Sugiro o mesmo a Gilberto Carvalho. No Piauí, um estudante ficou cego de um olho em razão de um estilhaço de uma bomba de efeito moral. Os petistas, especialmente o ministro, não disseram uma vírgula. Por quê? PORQUE O PT INTEGRA OS TRÊS GOVERNOS, LIDERADOS PELO PSB.

Quando escrevi um post acusando o silêncio, mesmo alguns leitores que gostam desta página acharam que eu estava exagerando um pouco. Eis aí.

Funcionário público federal ou não, se o sujeito está no meio da troca entre pedras e balas de borracha, corre o risco de levar uma bala de borracha ou uma pedra. Qual é a de Carvalho? Petista é nobre demais para isso? Qual é a sua hipótese? Um guarda resolveu mirar no seu funcionário federal? Ora…

Mas vejam o jeitinho dele: “Não quero fazer críticas…” E, claro, vai fazendo, como se vê.

O governo tentou criar um fato eleitoral na cracolândia. Não conseguiu. A população não comprou a tese. Não gosta da droga, de drogados e da idéia de ter uma área da cidade entregue aos viciados e traficantes. Agora tenta explorar o caso do Pinheirinho. Aí a petezada acha que pode prosperar porque, afinal, trata-se de gente pobre. O governo federal faz de conta que não existem justiça, decisão judicial e estado democrático e de direito.

A campanha em favor de Fernando Haddad já começou.

Por Reinaldo Azevedo

 

VOCÊ NÃO VERÁ NA IMPRENSA POLITICAMENTE CORRETA - Pinheirinho era dominado por milícia ideológica que cobrava taxa de moradores e comerciantes

Você não lerá da imprensa politicamente correta, mas é fato. Se os chefes de reportagem — ainda os há nas redações, ou agora o jornalismo é uma soma de mônadas destrambelhadas? — tiverem algum interesse, devem instruir seus repórteres a manter uma conversa franca com os antigos moradores do Pinheirinho.

A área estava submetida a um rígido controle, como direi?, ideológico. Tudo ali tinha preço. Para morar no Pinheirinho, era preciso pagar uma taxa aos “donos do pedaço”, uma espécie de adesão de caráter político, entendem? E variava de acordo com a área, a qualidade do barraco, essas coisas. Não era exatamente um aluguel, mas uma espécie de taxa de “condomínio” — nunca menos de R$ 100 mensais, segundo fiquei sabendo.

Mas não só. Os comerciantes também precisavam pagar uma “taxa” de administração aos leninistas que administravam aquele conjunto — no mínimo, R$ 500. E, vejam que coisa!, nunca o Ministério Público se interessou por isso. Era uma forma de milícia, evidentemente, só que com horizonte redentor. Basta colocar os repórteres para ouvir, e a verdade virá à tona.

Mas isso não vai acontecer. Sabem por quê? Porque boa parte dos jornalistas acredita que, se contar essa verdade, estará fazendo o jogo dos “reacionários”, entendem? Não pega bem! Então se contenta, e alguns se fartam, com as histórias inequivocamente tristes. É uma prática antiga. Sartre, na fase idiota, achava que era necessário esconder os crimes do comunismo para não tirar as esperanças da classe operária. O resultado dessa postura? O comunismo matou bem uns 150 milhões de pessoas sob o silêncio cúmplice da maioria dos intelectuais “progressistas”.

A verdade liberta, sempre. A mentira mata em silêncio.

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma nunca gostou de Gabrielli. Ou: sai o presidente de estatal que fez terrorismo eleitoral sem medo de parecer terrorista

No post abaixo, trato da heterodoxia, para dizer pouco, que significa o fato de a família de Maria das Graças Foster, futura presidente da Petrobras, manter relações comerciais com a estatal — na verdade, uma empresa de economia mista. Esse tipo de relação é malvista na maioria das empresas privadas, é bom destacar. Há outros aspectos, no entanto, a serem considerados na troca.

Dilma nunca gostou de José Sérgio Gabrielli. Tentava ter controle da empresa desde que era ministra das Minas e Energia e nunca conseguiu. Na chefia da Casa Civil, como a tal gerentona, seguiu no mesmo esforço, também inútil. Gabrielli tinha e tem um padrinho muito forte: Luiz Inácio Lula da Silva. Quais são exatamente as divergências técnicas entre a agora presidente da República e o ainda presidente da Petrobras?  Nunca ficaram muito claras. Quando ministra, Dilma reclamava que não conseguia ter acesso a dados da empresa que considerava essenciais à sua atividade. Maria das Graças é, sem sombra de dúvida, sua “mulher de confiança”.

E Gabrielli? Sempre foi um político, não um homem de empresa. A área teve um avanço importante nos últimos anos, especialmente com o pré-sal — esforço que vem de muito antes do governo Lula, é evidente —-, mas o petista-propagandista foi um grande alimentador do mito de que o PT redescobriu a Petrobras. Nunca distinguiu os limites limites entre a sua responsabilidade técnica e sua irresponsabilidade política.

Em 2010, em plena campanha eleitoral, entre o primeiro e o segundo turno, Gabrielli teve a desfaçatez de conceder entrevistas afirmando que FHC tentara, sim!, privatizar a Petrobras, o que é um afirmação escandalosamente mentirosa. Tratava-se de mero terrorismo eleitoral. O PT queria; Gabrielli fazia. Sempre foi um político, um militante. Agora, deve integrar o governo da Bahia, consolidando seu espaço para disputar a sucessão de Jaques Wagner pelo PT.

Sai o homem de Lula da Petrobras, entra a mulher de Dilma. Sem conhecer direito o trabalho de Maria das Graças Foster e sem ignorar o marido inconveniente — isso é, sim, relevante — , tendo a achar que se ganha um pouco mais de técnica e se perde um pouco de pirotecnia. Vamos ver. Afinal, é impossível ser menos técnico do que Gabrielli e mais fanfarrão do que ele.

Por Reinaldo Azevedo

 

Maria das Graças e seu marido. Ou: A família do petróleo & gás

Em novembro de 2010, reportagem de Fernanda Odilla, da Folha, informava — e não houve contestação — que, desde 2008, a C.Foster, de propriedade de Colin Vaughan Foster, marido de Maria das Graças, futura presidente da Petrobras, havia assiando 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos para áreas de tecnologia, exploração e produção a diferentes unidades da estatal. À época, ela cotada para o Ministério das Minas e Energia.

Huuummm… Talvez a C.Foster seja mesmo a melhor da área. Também entendo o fato de o casal ter interesse comum em petróleo, gás e coisa e tal. É comum os casais partilharem de certos gostos. O que é incomum — e seria em qualquer país democrático do mundo — é a mulher (ou o marido) presidir a principal empresa do Estado que compra serviços fornecidos pelo cônjuge. Collin e Maria das Graças podem ser dois franciscanos, dois Caxias, mais honestos e retos do que as freiras dos pés descalços. E daí? Isso é diferente da, por exemplo, “Rede Bezerra Coelho”?

Na própria base aliada, fosse outro o partido de Maria das Graças, que não o PT, e já haveria um enorme bochicho. Como é com petistas, sabem como é… A regra é a seguinte: os não-petistas, especialmente se oposicionistas, são sempre culpados ainda que não haja nem indícios contra eles. Já os companheiros são sempre inocentes, até mesmo contra as provas.

Eu olho para esse ar, vamos dizer, severo de Maria das Graças e só consigo pensar em sua dedicação aos derivados de petróleo. Gente que sabe fazer cara de brava sempre leva alguma vantagem sobre os de aparência mansa. Mas e daí? Ela terá de arbitrar, sim — ou algum subordinado dependente de suas graças o fará por ela — questões que dirão respeito aos negócios do marido. Se ele já mudou de ramo, não sei. Mas é claro que seria o caso, né?

A Petrobras até chegou a fazer uma investigação interna para saber se havia alguma incompatibilidade entre a atuação do marido de Maria das Graças e a da própria. Não se encontrou nada. No máximo, constatou-se que ela não era muito querida pela equipe porque parece compartilhar com Dilma certo gosto por, como direi?, dar um esculachos nos subordinados. Braveza de chefe, que deixa a equipe triste ou ressentida, é coisa do mundo da fofoca e de publicações de auto-ajuda. Para mim, é o de menos. Acho que Maria das Graças tem de ser, segundo reza o clichê ainda válido, como a mulher de César: não basta ser honesta; tem também de parecer honesta.

Ora, se o marido dela pode, por que os demais maridos e demais mulheres não podem? Não há de ser porque ela tem esse ar de quem só pensa em derivados de petróleo e gás.

Segue reportagem da Folha de novembro de 2010. Volto para encerrar.
A empresa do marido de Maria das Graças Foster, nome forte para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff, multiplicou os contratos com a Petrobras a partir de 2007, ano em que a engenheira ganhou cargo de direção na estatal. Nos últimos três anos, a C.Foster, de propriedade de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos para áreas de tecnologia, exploração e produção a diferentes unidades da estatal. Entre 2005 e 2007, apenas um processo de compra (sem licitação) havia sido feito com a empresa do marido de Graça, segundo a Petrobras. A C.Foster, que já vendeu R$ 614 mil em equipamentos para a Petrobras, começou na década de 1980 com foco no setor de óleo e gás, área hoje sob a responsabilidade de Graça Foster.

Funcionária de carreira da Petrobras, Graça é cotada para um cargo no primeiro escalão do governo dilmista, como a presidência da Petrobras, a Casa Civil, a Secretaria-Geral da Presidência ou outro posto próximo da presidente eleita, de quem ganhou confiança. Foi por indicação de Dilma que Graça ganhou, a partir de 2003, posições de destaque no Ministério de Minas e Energia, Petroquisa e BR Distribuidora e, há três anos, assumiu a diretoria de Gás e Energia da Petrobras. Antes de a C.Foster firmar esses 42 contratos com a Petrobras, a relação de Graça com a empresa do marido, Colin Vaughan Foster, já havia gerado mal-estar. Em 2004, uma denúncia contra a engenheira, relacionada ao suposto favorecimento à empresa do marido, foi encaminhada à Casa Civil.

O então ministro José Dirceu pediu esclarecimentos ao Ministério de Minas e Energia, sob o comando de Dilma. A fonte da denúncia não é identificada nos documentos obtidos pela Folha. Na ocasião, foram listados dois contratos da C. Foster com a estatal: um de 1994, e outro, de 2000. Coube à própria Petrobras elaborar um ofício com explicações sobre duas investigações internas envolvendo Graça no período em que ela era gerente do Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras).
(…)

O ofício diz que “não ficou caracterizada a existência de prática de crime ou improbidade administrativa”, mas enfatizava o temperamento difícil da engenheira. “Cumpre agregar que nas declarações prestadas, verificou-se que Maria das Graças era objeto de restrições por grande parte do pessoal de seu setor, dado principalmente, como veio externar a comissão, “o modo com que tratava seus subordinados’”, diz o ofício da Petrobras para a Casa Civil.

Encerro
Não sei o regime de união do casal. Sendo um casamento ou uma união estável, na prática, Maria das Graças terá negócios privados com a empresa pública que ela preside. E por que o PT vai adiante? Porque está convencido de que pode tudo.

Por Reinaldo Azevedo

 

O Pinheirinho e os “culpados de sempre” da imprensa “progressista”

Eu não acompanho o noticiário de certos escroques disfarçados de jornalistas ou mesmo de certas emissoras de TV — a não ser, claro, como parte da guerra política e da disputa pelo poder. Interessa-me o jornalismo sério de gente séria. Por isso comento a reportagem do “Bom Dia Brasil”, da Globo. Não em tempo real porque estou, nessa hora, perseguindo o rastro de Hipnos, o pai de Morfeu… Vejo depois, no site do programa.

Há muito tempo, no que se refere a distorções ideológicas de fatos relatados pela imprensa, eu me importo até menos com a adesão consciente a um ponto de vista ou ideologia do que com a adesão inconsciente, aquela determinada por uma esfera de valores da qual as pessoas nem se dão conta. Se vocês clicarem aqui , terão acesso à integra da reportagem do “Bom Dia Brasil” e ao vídeo sobre o Pinheirinho. Verão, é fatal em temas assim, histórias tristes de pessoas que foram desalojadas, denúncias de maus-tratos que, embora não confirmadas, são alardeadas e coisa e tal. Digamos que essas coisas possam funcionar até como uma prevenção a eventuais exageros da força legal. Até aí, vá lá… Mas há coisas que não são aceitáveis.

Na reportagem do “Bom Dia Brasil”, lemos:
“Dois mil policiais foram chamados para participar da operação de guerra montada para a reintegração da área conhecida como Pinheirinho”
O que é “operação de guerra”? A retirada, obrigatória, de cinco a seis mil pessoas da área se fez de modo até pacífico, convenham — não fossem os carros incendiados pelos invasores. “Operação de guerra”, se houve, não foi a promovida pela PM. A reportagem não faz a menor alusão ao fato, já noticiado em jornais da própria Globo, de que extremistas de esquerda infiltrados no Pinheirinho haviam montado a sua própria tropa de choque, convidando a PM para a um confronto.

“O acampamento funcionava como uma minicidade, com casas, igrejas e pontos comerciais. Os moradores foram surpreendidos com a chegada da polícia.”
Faltou informar, tratarei disso em outro post, que esta “minicidade” tinha donos, que funcionavam como uma milícia. Não! Os moradores não foram “surpreendidos”! Tanto é assim que havia até a tal tropa de choque paralela. A ordem de reintegração de posse é de julho do ano passado, o que também não se informa. E teve início a pendência judicial.

O advogado do movimento, Toninho Ferreira, foi chamado às pressas. “Não sabia. Isso aqui é uma loucura, porque tinha uma ordem para não fazer. Nós vamos atrás do comandante para ver”, afirmou.
Não sabia??? Ordem para não fazer? Havia, isto sim, um conflito de competências, que o advogado do movimento, se competente, acompanhava de perto. Eu publiquei nesta manhã a mensagem do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo à PM. A Justiça do Estado não é subordinada à federal, que se meteu indevidamente na questão.

“Ele não aceitou a decisão. Falou que só recebe a decisão do Tribunal de Justiça e que vai continuar a reintegração”, afirmou a oficial de Justiça Aparecida Trindade.
Esse “ele” é comandante da PM que cuidava da operação. Ora, isso vai para o ar, assim, e fica parecendo que o policial pode escolher que determinação seguir. Não pode, não! Ele só poderia seguir a dada pelo órgão competente no caso: o Tribunal de Justiça. Ora, se eu, tão “solito”, tenho aqui a ordem expressa dada pelo TJ, é inaceitável que a reportagem do “Bom Dia Brasil” não a tenha. Reproduzo um trecho: “Autorizo, para tanto, requisição ao Comando da Polícia Militar do Estado, para o imediato cumprimento da ordem da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal”. É inequívoco!

“Nessa área que o poder público chama de invadida tinha luz, asfalto e ônibus circulando, como qualquer bairro.”
Quem é o “poder público” que chama a área de “invadida”, como se ela não fosse, de fato, uma invasão? É! Não é a única no país, sabemos todos, que, embora ilegal, recebe serviços públicos (falarei a respeito em outro post). É tudo lamentável e coisa e tal? É, sim! Mas é preciso que se informe o óbvio:
- não cabe à Polícia Militar escolher se cumpre ou não uma ordem judicial;
- a desocupação era iminente.

O que é lamentável nisso tudo, e aí vale para praticamente toda a imprensa, é a resistência em informar o óbvio: o problema de moradia existe, sim, é grave, ninguém nega. Mas a invasão do Pinheirinho tem um comando: o do PSTU. O seu principal líder, o notório “Marrom”, é assalariado do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Não mora no local. Ele só é um “abnegado”, entenderam?

Por Reinaldo Azevedo

 

A nova face da Petrobras

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Na VEJA Online:
A Petrobras divulgou comunicado informando que o presidente do conselho de administração da estatal, Guido Mantega, encaminhará como proposta a ser apreciada na próxima reunião, em 9 de fevereiro, a indicação da atual diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Silva Foster (foto), para presidir a empresa. Dentro da Petrobras, a executiva é chamada de Graça.

A notícia de que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, deixaria o cargo em fevereiro foi divulgada na noite do último sábado. A informação havia sido publicada pelo deputado Paulo Teixeira (SP), que é líder do PT na Câmara, em seu perfil na rede de microblogs Twitter. De acordo com uma fonte ligada ao PT, a demissão de Gabrielli já estava “programada” e não causou surpresa.

Segundo informações da Reuters, Gabrielli pode não ser o único executivo a deixar a diretoria da estatal. Uma fonte do governo federal afirmou que a presidente Dilma também estuda a substituição dos diretores financeiro, Almir Barbassa, e de Exploração e Produção, Guilherme Estrella. Segundo a fonte, as mudanças na diretoria estariam restritas a esses postos.

Ao gosto de Dilma
A notícia é uma vitória de Dilma Rousseff. Conforme noticiado pela coluna Radar de VEJA, a presidente vinha articulando a saída do executivo da companhia, mas esbarrava no ex-presidente Lula (padrinho de Gabrielli). Graça Foster, por sua vez, é próxima à presidente, tanto que seu nome chegou a ser cogitado para assumir um ministério ou o próprio comando da Petrobras quando Dilma tomou posse no cargo, no início do ano passado.

A informação da troca de comando na Petrobras também circulou na televisão na noite de sábado. O canal Globo News veiculou a notícia de que o presidente da Petrobras teria aceitado renunciar ao cargo.

Surpresa
De acordo com a agência de notícias Reuters, a informação pegou de surpresa autoridades do governo e executivos da própria Petrobras, que disseram não ter informações sobre o assunto. Na última reunião ordinária do conselho da estatal, que ocorreu nesta sexta-feira, o assuntou não constava na pauta, disse uma fonte da Petrobras. “Para que ocorra uma mudança no comando da empresa é preciso uma decisão do conselho, o que ainda não aconteceu. Então, será necessário convocar uma reunião extraordinária”, disse a fonte.

Outra fonte, desta vez do governo, confirmou à Reuters que Graça Foster esteve na sexta-feira no Palácio do Planalto, mas acrescentou que não tinha conhecimento da decisão. Outro interlocutor que acompanha de perto os bastidores da Petrobras disse que a saída de Gabrielli era tida apenas como uma questão de tempo. A notícia de que a decisão já teria sido tomada e que a troca na presidência ocorreria em fevereiro surpreendeu, entretanto, essa fonte.

Integrantes do governo e também da estatal confirmaram que, nos últimos dias, com a proximidade da reforma ministerial, os boatos sobre a saída de Gabrielli ganharam força.

Aspirações políticas
Gabrielli deverá deixar o cargo em fevereiro para seguir carreira política na Bahia. Integrantes do partido avaliam que a decisão de Gabrielli de deixar a estatal é fruto da pressão da presidente Dilma Rousseff e do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que convenceu o executivo a trocar a estatal pela política. “Jaques estava insistindo para que ele disputasse o governo estadual em 2014″, disse um petista, sob condição de anonimato.

Até as eleições, Gabrielli deverá ocupar uma secretaria do governo baiano, provavelmente da área econômica. A carreira política do presidente da Petrobras, no entanto, não será fácil. Ele terá de enfrentar pretensões políticas de outros petistas - entre eles, o senador Walter Pinheiro (PT-BA), também cotado para disputar o governo da Bahia em 2014. “Não há consenso sobre o nome de Gabrielli e isso não será tranquilo de se resolver”, garante um petista.

Por Reinaldo Azevedo

 

Pinheirinho – Petistas sentiram cheiro de sangue de pobre e resolveram apostar no confronto e na violência. Ou: Dilma vai ordenar que ministros seus parem de tentar promover o baguncismo em SP ou é conivente com ação deletéria?

Vocês conhecem uma parte do que vou relatar sobre a tal área chamada “Pinheirinho”. Mas há outra que vocês não conhecem. Vamos lá?

No Estado democrático e de direito, respeitam-se as várias esferas de competência da Justiça. No Estado democrático e de direito, as determinações judiciais são cumpridas. No Estado democrático e de direito, o governo federal não procura fazer uma espécie de intervenção branca na área de segurança numa unidade da federação governada por um partido adversário só porque adversário — especialmente quando essa unidade pode dar lições a esse mesmo governo federal. A presidente Dilma Rousseff deveria chamar seus ministros de Estado e sugerir que parem de incentivar o baguncismo em São Paulo — a menos que ela seja conivente com essas ações deletérias. Refiro-me, obviamente, AO CUMPRIMENTO DE UMA DETERMINAÇÃO JUDICIAL, de que a Polícia Militar não pode declinar, que resultou na desocupação da chamada “Área do Pinheirinho”, em São José dos Campos, em São Paulo.

Na operação, 18 pessoas foram presas e depois liberadas, houve três feridos, e oito carros foram incendiados, entre eles um veículo da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Vou tratar do imbróglio — ou do falso imbróglio — judicial. Quero arrematar este parágrafo lembrando que, na retomada da antiga área da cracolândia, armou-se na Secretaria dos Direitos Humanos, cuja titular é a petista Maria do Rosário, o bunker de resistência contra a lei. Neste domingo, os petistas Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, ninguém menos do que o ministro da Justiça, decidiram investir na desinformação e no proselitismo para tentar caracterizar como ato autoritário ou intempestivo o que é CUMPRIMENTO DA LEI. Se dois dos principais auxiliares da Presidência da República entendem que a lei, em particular as determinações judiciais, não devem ser cumpridas, então que a Soberana, popular como é, vá à TV, em rede nacional, e declare o triunfo da anarquia. Faremos a luta de todos contra todos, e os vencedores, ao término da luta, refazem o Brasil desde o fim.

Qual é o ponto?
Mil e quinhentas famílias — estima-se que houvesse lá cinco mil pessoas — ocupavam ilegalmente uma área reclamada na Justiça desde 2004. Ela pertence à massa falida do grupo Selecta, do investidor Naji Nahas. A juíza Márcia Faria Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, havia emitido a ordem de reintegração de posse da área, atenção!, em julho de 2011.PETISTAS SENTIRAM CHEIRO DE SANGUE DE POBRE EM ESTADO ADVERSÁRIO, E ISSO SEMPRE LHES ASSANHA A SEDE. Passaram a acompanhar o caso de perto — até porque pretendem usá-lo também na eleição municipal. A hipocrisia do governo federal é tal que poderia, por exemplo, ter apelado, então, à Justiça Estadual para tentar mudar a decisão. Não o fez. Preferiu convocar a imprensa e declarar que tinha interesse numa solução pacífica… Não me digam!

Na terça passada, a ação de reintegração foi suspensa pela juíza federal Roberta Monza Chiari. A liminar, no entanto, foi cassada no mesmo dia pelo também juiz federal Carlos Alberto Antônio Júnior, substituto da 3ª Vara Federal em São José dos Campos. Na sexta, o desembargador federal Antonio Cedenho revalidou a decisão de Monza Chiari. E aí? Reproduzo abaixo a mensagem enviada à juíza Márcia Faria Methey (a que tinha determinado a reintegração de posse) e ao comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alvaro Camilo. Leiam com atenção:

MMª. Juíza de Direito e Ilmo. Sr. Comandante Geral da Polícia Militar de São Paulo
Por determinação do Excelentíssimo Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça, transmito-lhes, para integral cumprimento, a ordem por ele proferida em relação à consulta formulada pelo juízo da 6ª. Vara Cível de São José dos Campos.
Rodrigo Capez
Juiz Assessor da Presidência
*
“A decisão proferida pelo juízo da 6ª Vara Cível de São José dos  Campos, ora em fase de execução, somente pode ser suspensa por ordem deste Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Decisões que tais não existem, mesmo porque negada a liminar no agravo de instrumento contra ela interposto perante este Tribunal de Justiça.

Então, o ato judicial concorrente do Tribunal Regional Federal não tem qualquer efeito para esta Justiça do Estado de São Paulo, que é absolutamente independente e não tem relação com aquele outro ramo do Judiciário.

Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal.Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.

Nesse contexto, e para preservar a autoridade da decisão deste Tribunal de Justiça, instruo V. Exa. a prosseguir na execução do decisório estadual, por conta e responsabilidade desta Presidência.

Autorizo, para tanto, requisição ao Comando da Polícia Militar do Estado, para o imediato cumprimento da ordem da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal, somente passível de utilização quando de intervenção federal decretada nos termos do art. 36 da Constituição Federal e mediante requisição do Supremo Tribunal Federal, o que inexiste.

Designo o juiz de direito assessor da Presidência Rodrigo Capez para, em nome desta Corte, prestar todo o auxílio necessário a V. Exa., com vistas ao cabal cumprimento de sua determinação”.
IVAN RICARDO GARISIO SARTORI
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Voltei
O governo de São Paulo e a Polícia Militar não podem escolher cumprir ou não o que determina a Justiça. Se pudessem, seriam entes soberanos —- na verdade, ditatoriais. O STJ decidiu que a competência era mesmo da Justiça estadual e que a Federal se equivocou. Logo, os invasores do Pinheirinho teriam de sair. E a PM atuou. Dentro da lei.

Chamo a atenção de vocês para um trecho da decisão de Garisio Sartori:“Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.” Ou por outra: o governo federal escolheu fazer proselitismo contra a desocupação, mas sem mover uma palha no terreno jurídico: ficou só na conversa mole. Eu provo o que digo com outra evidência.

A juíza Márcia Faria Methey, a que decidiu pela reintegração, enviou ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo uma consulta, a saber:
Informalmente, tomei ciência de que, nesta data, foi proferida decisão pelo Desembargador Federal Antonio Cedenho, no agravo de instrumento nº 2012007143, tirado contra decisão do Juiz Federal Carlos Alberto Antonio Junior, da 3ª Vara Federal de São José dos Campos, restabelecendo a liminar da Juíza Federal Substituta que, em regime de plantão, às 4h20m do dia 17 de janeiro p.p., “deferiu liminar em ação cautelar inominada para determinar que a Polícia Civil e Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal de São José dos Campos se abstenham de efetivar qualquer desocupação na gleba de terras do Pinheirinho”, desocupação esta deferida por mim na Ação de Reintegração de Posse que a Massa Falida Selecta moveu contra Esbulhadores ligados ao Movimento dos Sem Teto (Processo nº 0273059-82.2005.8.26.0577), ajuizada em 19.8.2004.

Esclareço que a reintegração foi deferida por mim em julho de 2011,desafiou agravo de instrumento nº 0276288-25.2011.8.26.0000, recebido apenas no efeito devolutivo pelo Excelentíssimo Desembargador Relator Cândido Alem, da 16ª Câmara de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça, em 11.11.2011.

Outrossim, informo que em nenhum momento houve intervenção da União nos autos do processo da reintegração, manifestando interesse ou solicitando o deslocamento da competência para a Justiça Federal.

Diante da manutenção da minha ordem pelo Egrégio Tribunal de Justiça, consulto Vossa Excelência, se haverá suporte para a execução da liminar de reintegração na posse da área denominada “Pinheirinho”, haja vista que no dia 17 p.p., a Polícia Militar, comandada pelo Coronel Manoel Messias, teve que recuar sua tropa composta de mais de 1.700 homens, diante da dúvida que a liminar da Juíza Federal Substituta causou sobre a validade da minha ordem.

Márcia Faria Mathey Loureiro
Juíza de Direito da 6ª Vara Cível
São José dos Campos

Retomo
Também na mensagem da juíza a evidência de que, desde julho do ano passado, quando foi determinada a reintegração de posse, a União não moveu uma palha no terreno jurídico para, então, tentar impedir a reintegração de posse. A movimentação dos petista se deu apenas na área política. Mais do que isso: na prática, investiram num confronto de competências da Justiça, como se houvesse uma relação de subordinação entre a Justiça Federal e a Justiça de São Paulo.

Proselitismo
Eis que, uma vez em curso a desocupação, vem a público Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, responsável, como dizem lá, pela “interlocução com os movimentos sociais” para afirmar que a ação da PM “atropelou” negociações feitas com o governo federal para a desocupação pacífica da área. Quais negociações?

Uma pergunta ao senhor Carvalho: a “interlocução” era feita só com os invasores, mas não com a Justiça de São Paulo, que é quem tinha a competência para decidir? Gilberto Carvalho emprenha os jornalistas pelo ouvido, sustentando que a desocupação era desnecessária porque os moradores estão lá há oito anos… Nem vou entrar no mérito de tão formidável entendimento sobre a propriedade privada agora. Eu me pergunto por que a União não tentou, então, convencer disso a Justiça. Que alternativa aponta este homem de Estado? Mandar a decisão judicial às favas?

Ele não foi o único a pescar em águas turvas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu-se com uma declaração estupefaciente, depois de ter dito aos jornalistas que havia conversado com o governador Geraldo Alckmin: “O Alckmin me disse que tinha de atender a decisão judicial e que a tropa era preparada.” COMO??? O “Alckmin disse que tinha de atender”??? É questão de opinião, de gosto? Por quê? Cardozo acha que o governador a tanto não estaria obrigado? Alckmin disse que tem de se cumprir. E Cardozo, o que diz?

O resumo da ópera é o seguinte: os petistas não moveram uma palha para evitar a remoção, mobilizaram seus estafetas para fazer proselitismo, investiram num choque de competências entre as várias esferas da Justiça e agora tentam obter dividendos políticos jogando com a sorte dos miseráveis. E isso ainda não é tudo.

Reitero: Ou Dilma puxa as orelhas de seus ministros ou se mostra conivente com a promoção do baguncismo. Ao menos enquanto os petistas não vencerem as eleições, vai vigorar em São Paulo o estado democrático e de direito. Nesse modelo, as leis e as decisões da Justiça podem e devem ser debatidas, mas são sempre cumpridas. Se e quando eles ganharem, então que tentem um modo alternativo de governar.

Ah, sim: para a decepção de muitos, o sangue não jorrou. A polícia também não cegou, felizmente, nenhum manifestante, a exemplo do que aconteceu no Piauí, governado por PSB-PT, sob o silêncio de Gilberto Carvalho, José Eduardo Cardozo, Maria do Rosário, Paulo Teixeira, Eduardo Suplicy e, bem…, Dilma Rousseff.

Por Reinaldo Azevedo

 

“Líder” do Pinheirinho não mora na área, tem casa própria e carro, é dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos e filiado ao PSTU

O mais encantador nos esquerdistas de maneira geral é sua sinceridade. Em nome do que chamam “solidariedade de classe”, acham que tudo lhes é permitidos. O principal líder do Pinheirinho, como vocês verão abaixo, não mora na área, é um militante do PSTU — que ajudou a armar aquela tropa de choque informal — e recebe cerca de R$ 3 mil mensais do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, aparelhado por seu partido. Leiam mais detalhes em reportagem do jornal O Vale:
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A principal liderança do movimento sem-teto do Pinheirinho, Valdir Martins, o Marrom, tem casa própria, carro, e é remunerado mensalmente pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José, mesmo dedicando todo o seu tempo à ocupação, sem dar expediente no sindicato. Marrom é proprietário de uma casa no Jardim Morumbi, segundo ele mesmo declarou à Justiça Eleitoral em 2008, ano em que concorreu a uma cadeira na Câmara pelo PSTU. Na época, ele informou que o imóvel era avaliado em R$ 90 mil. A casa é ocupada hoje pela ex-mulher e pelo filho de Marrom, que diz ser separado judicialmente.

Em 2008, o líder sem-teto também declarou ser proprietário de um Pálio ano 1998, de R$ 13 mil. Hoje, dirige um Gol, geração 5. Além dos bens declarados, Marrom mora em uma casa no Parque Interlagos, onde ele costuma pernoitar. Trata-se de uma chácara, com uma casa de alvenaria. No sindicato, Marrom é diretor, “representante dos trabalhadores da Tecsat”. Já que a Tecsat não mantém mais planta em São José, a permanência de Marrom como diretor é condicionada a um acordo. Marrom teria sido demitido da Tecsat durante uma ação do sindicato. Enquanto o processo por indenização não chega ao fim, a entidade o mantém como diretor, remunerando com o salário que ele recebia na empresa -o valor não foi informado.

Politização
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Vivaldo Moreira, afirmou que é de praxe manter diretores no cargo quando eles são demitidos “durante lutas”. “Quando ele ganhar a ação e for ressarcido, ele devolve os valores que recebeu no período da ação”, afirmou Vivaldo. O metalúrgico afirma que, como Marrom sempre se envolveu com movimentos sociais e tem uma ligação forte com o Pinheirinho, é natural que ele assumisse, dentro do sindicato, um papel próximo à ocupação. “Enquanto sindicato, nós também nos envolvemos com movimentos sociais”, disse.

Na prática, porém, a função de Marrom seria manter um bom relacionamento entre os ocupantes do Pinheirinho, o sindicato e o PSTU - na avaliação de algumas pessoas, manter o controle político. Hoje, o PSTU controla o Sindicato dos Metalúrgicos e patrocina a luta pró-regularização do Pinheirinho.

Ajuda 
Enquanto sindicato e PSTU dão força às ações do Pinheirinho, os sem-teto se juntam em coro em atos políticos do PSTU ou em protestos organizados pelos metalúrgicos. “Nós damos suporte à luta do Pinheirinho, e eles [sem-teto] nos dão força política, colaboram nas portas das fábricas, quando precisamos. Somos uma unidade”, disse Vivaldo. Durante os protestos contrários à aprovação dos supersalários de R$ 15 mil dos vereadores de São José, no ano passado, por exemplo, o PSTU, que contestava o reajuste, lotou o plenário da Câmara, semanalmente, com os invasores do Pinheirinho.
Marrom, que se declara como técnico em mecatrônica e mecânica, nega que sua liderança na ocupação tenha objetivos políticos. O presidente do PSTU em São José, Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, advogado dos sem-teto, também nega que a população sem-teto possa ser usada politicamente.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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