Vejam vídeo em que Ideli Salvatti aparece como vivandeira, estimulando a mobilização de policiais militares.

Publicado em 13/02/2012 18:12 e atualizado em 24/07/2013 16:09
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Vejam, abaixo, vídeo em que Ideli Salvatti aparece como vivandeira, estimulando a mobilização de policiais militares. E aí, Dilma, não vai ficar “horrorizada”?

Todos sabemos, e já o provei com imagens e banda sonora, que Jaques Wagner (PT), governador da Bahia, era um notório insuflador de greves de policias militares no seu estado. Afinal,  um adversário seu estava no poder, certo?

Peço que vocês vejam este vídeo de janeiro de 2009. Embora eu não precisasse dizer o nome da estrela — não há diferença de voz nem de cabelo0 —, cumpro o dever jornalístico: trata-se da então senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que disputaria o governo de Santa Catarina no ano seguinte, sendo derrotada. Como prêmio, levou o Ministério da Piaba (também conhecido como “da Pesca”). Depois assumiu o das Relações Institucionais, em lugar de Luiz Sérgio, que ficou com a piaba… Vejam. Depois explico tudinho.

O busílis é o seguinte: em dezembro de 2008, um movimento de PMs e bombeiros tomou conta dos quartéis de Santa Catarina, acusando o governo de não cumprir uma lei que dizia respeito à organização da Segurança Pública — a 254. Nem vou entrar nesse mérito agora. O fato é que, à mobilização, seguiram-se processos administrativos, punições etc. Todo mundo acabou anistiado em 2011.

É disso que fala Ideli em 2009 a lideranças de policiais militares ligadas à Anaspra (Associação Nacional de Entidades Representativas de Praças Militares Estaduais). À esquerda do vídeo, vocês vêem ninguém menos do que Marco Prisco, o líder da greve na Bahia. Ora, em 2009, Ideli estava à vontade para se comportar como vivandeira porque o governador do Estado era Luiz Henrique (PMDB), hoje senador. Embora formalmente integre um partido da base, ele pertence ao grupo dos peemedebistas independentes.

Notem como a fabulosa promete que vai mobilizar o Ministério da Justiça — cujo titular era o ínclito Tarso Genro, que hoje enfrenta a mobilização da PM gaúcha. Chamo a atenção de vocês para a fala de Ideli a partir dos 42 segundos. Ela relata que o “Cel Eliésio” — refere-se ao então comandante-geral da PM em Santa Catarina, Eliésio Rodrigues — havia concedido uma entrevista à CBN. Transcrevo suas palavras:
“Estava o coronel Eliésio dando entrevista e falando, falando, falando… Eu até comentei, fiquei positivamente impressionada porque o Mário Motta [jornalista que fazia a entrevista] foi muito pra cima dele, cobrando: ‘Muito bem, tem hierarquia, tem disciplina, mas como é que reivindica sem afrontar… Como é que pede? Se não cumpre a lei, reclama como? Coloca como? Ele se espremeu bastante. Mas o ideal seria alguém de vocês estar lá falando, né? Não apenas o jornalista estar fazendo as cobranças (…).
Repararam, né? Ideli trata o coronel com certo menoscabo—- “falando, falando, falando” — e acha divertido ver o comandante da PM sendo apertado pelo jornalista. Mas Ideli quer é que os próprios militares cheguem à imprensa. Para ela, valores como disciplina  e hierarquia podem ficar em segundo plano diante de “reivindicações”. Ela avança.

“Eu acho muito importante a gente colocar, ter alguns eventos que possa (sic) permitir que a posição de vocês também venha a público, que eles não fiquem falando sozinhos. Acho que vocês estão corretíssimos de fazer movimentos buscando apoio popular, fazer abaixo-assinados”
Ideli não está contente, como se vê. Ela quer mobilização popular. E lembra a vantagem de que gozam profissionais da saúde, da educação e da segurança no que respeita a mobilizações:
“E nós, né?, temos esta vantagem. Quer dizer, estes três setores estão, segurança e educação ainda mais do que a saúde, a gente está muito espalhado. A gente tem como fazer isso em vários locais ao mesmo tempo, em vários municípios. Então eu acho muito importante vocês estarem dando conta mesmo desta coisa aí de puxar a opinião pública a favor de vocês.”

Encerro
Este é o PT. Dois anos depois, a presidente Dilma Rousseff, que fez Ideli sua ministra, viria a se dizer “horrorizada” com os eventos da Bahia. Diante da crise, a hoje ministra sumiu do mapa, não quis dar as caras, desapareceu. O negócio dela, agora, são as “relações institucionais”, né? Das não-institucionais, como insuflar os quartéis, ela cuidava quando senadora e pré-candidata do PT ao governo do Estado.

Aí dizem algumas almas simples: “Acho que você é muito severo com o PT”. Não! Sou apenas justo. Até porque a severidade supõe uma aposta na mudança de conduta daquele que é alvo da reprimenda. E tentar corrigir um petista não é uma tarefa fácil nem difícil. É apenas uma tarefa inútil.

Por Reinaldo Azevedo

 

Aplausos para uma professora da USP!!!

Aplausos mais uma vez para a advogada e professora de Direito Penal da USP Janaína Conceição Paschoal, que já mereceu elogios deste blog. Ela não se deixa intimidar pela patrulha e tem a coragem de dizer as coisas certas e óbvias, num ambiente contaminado pela verdade oficial.  Leiam trechos de seu artigo na Folha de hoje intitulado Cuba é uma grande Guantánamo:
*
No último dia 28, um editorial desta Folha (”Dilma em Cuba”) mostrou que a presidente da República estava perdendo uma grande oportunidade de se manifestar sobre o desrespeito aos direitos fundamentais em Cuba.

No dia 29, Julia Sweig, especialista em Cuba, publicou um texto (”Na ilha, não é o blog de Yoani Sánchez que merece atenção”) ressaltando que os benefícios da visita da presidente seriam mais efetivos do que as críticas feitas por dissidentes ao regime, citando expressamente a blogueira Yoani Sánchez. Ela, na opinião de Sweig, não faz uma oposição leal e nacionalista.

O debate sobre qual haveria de ser a agenda durante a visita a Cuba ficou mais acirrado após manifestação do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, no sentido de que não haveria problemas com direitos humanos na ilha.

A afirmação do ministro foi equivocada. No entanto, ela é totalmente coerente com a história do Partido dos Trabalhadores e com as teorias desposadas pelos intelectuais que lhe dão suporte, muitos dos quais responsáveis pela educação de nossos jovens, no ensino médio e nas universidades.

Vigora entre os educadores e intelectuais brasileiros uma correta e justificável ojeriza às ditaduras de direita. Infelizmente, o mesmo vigor não é encontrado quando se trata de ditaduras de esquerda.

As notícias de perseguições, prisões, greves de fome, fuzilamentos e fugas envolvendo opositores às duras ditaduras esquerdistas são ignoradas. Quando fica impossível deixar de falar a respeito, são comuns alegações de que há exagero da imprensa ou, pior, sugestões de que os dissidentes são egoístas que, em nome do individualismo, ameaçam um regime que deveria servir de exemplo.

São as velhas táticas de questionar a liberdade de imprensa quando as notícias são desfavoráveis e de desmerecer o opositor, em vez de enfrentar as opiniões contrárias com argumentos. Nesse cenário, defende-se a coerência de acolher pessoas condenadas por crimes, desde que estejam alinhadas com o esquerdismo, e expulsar jovens que procuram uma vida diferente.
(…)
Já é hora de pretensos defensores da democracia assumirem que, na verdade, são contrários a algumas ditaduras e que desconhecem o real significado dos direitos humanos, que não podem ser relativizados.

Mas a exigência de tal transparência costuma ser estigmatizada como reacionária. Nas universidades brasileiras, constitui verdadeira heresia ousar dizer que Cuba não é melhor que Guantánamo.

Por Reinaldo Azevedo

 

CENSURA NUMA UNIVERSIDADE FEDERAL - Governo pressiona, e entrevista de ministra das Mulheres desaparece de site da Universidade Federal de Santa Catarina

Que gente engraçada!

A petralhada vive reclamando do que chama “censura” no meu blog, como se uma página pessoal, privada, pudesse censurar alguém. A que chamam censura? Eles reivindicam “o direito” de me ofender e a meus leitores! Não permito, claro! Visita que vem à minha casa tem de me tratar bem! Só faltava acontecer o contrário. Não sou eu que invado o computador do petralha, pô! Ele é que decide me acessar. Por que não fazem como eu, que os ignoro? Também querem usar a minha página para suas correntes de difamação ou de militância partidária, o que igualmente não permito.

Discordar pode? Basta ler os comentários para se constatar que sim. Mas é claro que imponho restrições, ou se dará no blog o que se verifica na área de comentários dos grandes portais e dos sites dos jornais: estão todas, sem exceção, tomadas pelos patrulheiros. Seu trabalho é bater boca e desqualificar os críticos do governo e do petismo. São pessoas pagas para isso, contratadas com esse fim.

Aqui não será assim! A mediação tem demorado um tantinho porque estou ainda sem um auxiliar. Que demore! Os meus leitores compreenderão. Uma coisa é certa: a minha praia, eles não vão invadir. Aqui mando eu! Mas volto ao ponto.

É de censura que querem falar? Então vamos lá. Toda censura será sempre oficial, exercida pelo estado, pelo governo de turno. Falar em censura em órgãos privados de imprensa é uma estupidez, uma cretinice, uma vigarice intelectual. Jornais, sites, revistas, blogs etc privados têm, quando muito, linha editorial. E olhem que até isso tem sido raro. Os “companheiros” estão infiltrados em tudo o que é lugar. Os petralhas costumam chamar “censura” a eventual não-publicação de suas mentiras e de seus reptos ideológicos.

Outra forma de censura é usar o dinheiro público seja para punir veículos considerados incômodos — não os contemplando com anúncios oficiais e de estatais —, seja para premiar os que têm o nariz marrom, comprando a sua fidelidade.

Pois bem! A Universidade Federal de Santa Catarina é uma instituição pública. A entrevista da agora ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci estava nos arquivos da instituição. Eu a descobri e transcrevi trechos aqui. AGORA ELA FOI RETIRADA DO AR! Os petralhas querem um caso de censura? Pois eles o têm aí, de modo evidente e insofismável. Ontem, o Ministério divulgou uma nota afirmando que já havia solicitado que ela desaparecesse dos arquivos porque conteria “imprecisões”.

Há, sim, imprecisões nas transcrições, uma troca ou outra de palavra. Mas não nos trechos relevantes — aqueles que transcrevi. Está tudo muito claro!
1- Eleonora confessou que atravessou a fronteira da Colômbia para se dedicar a uma prática criminosa naquele país: o aborto;
2- Eleonora confessou que seu segundo aborto foi decidido junto com o partido de esquerda a que pertencia;
3- Eleonora revelou intimidades de sua vida privada (sua primeira relação homossexual) e de sua filha (lésbica que fez inseminação artificial);
4- Eleonora se disse avó dessa criança, mas também “avó do aborto”, porque já fizera dois;
5- Eleonora confessou que sua ONG promovia exame de colo de útero por leigos, já que ela própria disse ter se dedicado à prática, segundo se entende, como examinadora…;
6- Eleonora confessou que o treinamento da Colômbia era parte de uma proposta de se promoverem abortos realizados por não-médicos.

Para lembrar o trecho mais eloqüente:
Eleonora -  Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana - Certo.
Eleonora - O Coletivo nós críamos em 95.
Joana - Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora - Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana - Aprendia a fazer aborto?
Eleonora - Com aspiração AMIU.
Joana - Com aquele…
Eleonora - Com a sucção.
Joana - Com a sucção. Imagino.
Eleonora - Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…
Joana -  é que as pessoas se auto auto-fizessem!
Eleonora - Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…
Joana - Claro!
Eleonora - Lidar com o aborto.
Joana - Claro!.

Encerro
Eis aí! A retirada de um documento de uma instituição pública por pressão do Estado, isso, sim, é censura! Ocorresse num governo do PSDB ou do DEM, a grande imprensa faria um estardalhaço. Como se dá na administração dos companheiros e como se considera, afinal de contas, que ser a favor do aborto é coisa de “gente moderna, humana e progressista”, então se vai fazer um silêncio sepulcral a respeito.

Não será a primeira vez que a própria grande imprensa vai condescender com a censura por causa do aborto. Já aconteceu antes. A defesa do aborto, acreditem vocês, parece tornar aceitável no Brasil a tese do crime de opinião.

Neste blog eles não se criam.

PS - Sim, eu fiz uma cópia de segurança da entrevista porque tinha a certeza de que os companheiros agiriam como companheiros. E vou colocá-la de volta na rede. De todo modo, os trechos mais eloqüentes já são de domínio público. Eles podem censurar a Universidade Federal de Santa Catarina. Mas a mim não censuram. Não ainda. Se e quando seu projeto de poder estiver plenamente consolidado, aí sim. Aí eles começarão censurando Reinaldo Azevedo e terminarão, como todos os totalitários, censurando os próprios companheiros.

Por Reinaldo Azevedo

 

Petista aborta tudo o que incomoda: fetos, fatos, fotos, gente ou entrevista

É isto! Nada escapa: feto, fato, foto, gente ou entrevista. Se a coisa incomoda, basta eliminar da história, certo? Agora, com o perdão da metáfora — porque não quero banalizar o assunto —, como bons esquerdistas, os petistas decidiram fazer um aborto na história e eliminar a entrevista de Eleonora Menicucci, nova ministra das Mulheres, dos arquivos da Universidade Federal de Santa Catarina.

Felizmente, nesse caso, aquilo que é eliminado pode renascer. A íntegra da entrevista está agora no Google Docs. Daqui a pouco, eles dão um jeitinho de tirar de lá também. Sabem como são influentes, né? Tudo bem. Logo estará no arquivo do próprio blog.

Não vão recontar a história como bem entendem, não! No que me disser respeito, a história será contada segundo os fatos.

Por Reinaldo Azevedo

 

A ministra das mulheres teria razão para mentir antes ou agora?

Se a ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci, tem alguma qualidade, pequenina, pequeníssima, é a sua, serei suave, sinceridade destrambelhada. Ela parece ser um daqueles seres em que o bom senso persegue de longe as palavras, sem nunca alcançá-las.

Confessou, numa entrevista, que foi à Colômbia aprender a fazer aborto — e a prática, naquele país, também é crime. Agora, diante da repercussão negativa do caso, nega, diz que há imprecisões na entrevista etc e tal.

É um vexame!

Esvai-se, assim, a sua pequena, pequeníssima qualidade. Teria mentido antes ou agora? A resposta é simples: ela teria razões para mentir antes ou agora?

Por Reinaldo Azevedo

 

Os cristãos, especialmente evangélicos e católicos, têm de ter claro um fato: a guerra do petismo contra os valores individuais e da família já começou; não é futuro; é presente. Ou: Evangélicos preparam “Marcha em Favor da Vida”

Terão os evangélicos e cristãos de maneira geral acordado a tempo? Não sei! Vamos ver! O PT tem sempre muitas moedas, e, infelizmente, há quem venda a convicção por trinta dinheiros. Essa é uma história antiga, não? Hoje em dia, existem supostos evangélicos que têm a coragem de recorrer à Bíblia para justificar o aborto — o que corresponde a pisotear a Palavra e a jogar no lixo a história do cristianismo — e supostos católicos que flertam abertamente com abortistas e aborteiras em nome “do povo”. As igrejas, infelizmente, estão infiltradas, num caso, pelo oportunismo e, noutro, pelo marxismo vagabundo. Uma depuração se faz necessária.

Fui o primeiro a alertar aqui, ainda no dia 28 de janeiro, que, dando as oposições por liquidadas e os partidos políticos todos por controlados, o PT preparava uma nova batalha ideológica: contra os evangélicos. Não estava inventando nem esquentando nada! Quem fez o anúncio no Fórum Social de Porto Alegre, com todas as letras, foi ninguém menos do que Gilberto Carvalho, o homem mais importante no PT depois de Lula. Se, amanhã, por qualquer razão, o Apedeuta ficasse impossibilitado de dar a última palavra no partido, Carvalho seria o único capaz de manter a sigla unida por um bom tempo ao menos. Ele conserva a memória da legenda, muito especialmente de seus porões, desde os tempos da gestão Celso Daniel, em Santo André.

Carvalho considera que a dita “classe C” está excessivamente exposta às igrejas evangélicas. Os representantes dessas denominações que conseguiram se eleger integram, não raro, partidos da base aliada, e os petistas procuram manter com as igrejas uma relação de boa vizinhança. Mas só quem desconhece a natureza do PT para se constituir como partido único (não de direito, mas de fato) apostaria numa futura convivência pacífica. ATENÇÃO! NÃO PODE EXISTIR VONTADE ORGANIZADA FORA DO PARTIDO. É UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIO. O PT, HOJE, NÃO QUER, É EVIDENTE, O SOCIALISMO À MODA ANTIGA. ELE O QUER À MODA MODERNA: SER O ENTE DE RAZÃO QUE GERE A SOCIEDADE EM TODOS OS SEUS DOMÍNIOS. E os evangélicos tendem, no futuro, a atrapalhar esses propósitos.

O ministro foi longe naquele fórum. Deixou claro que o modo de realizar essa disputa é com uma mídia estatal presente, para veicular os valores do petismo, confrontando-os, então, com os de outras forças que têm enraizamento popular — como é o caso das igrejas. Carvalho acredita, então, que é preciso usar dinheiro público, com mídia política e ideologicamente orientada, para “ganhar o povo”. E UMA COISA OS CRISTÃOS TÊM DE TER EM MENTE: OS PETISTAS NÃO DESISTEM NUNCA! Vejam o caso de Eleonora Menicucci, a nova ministra das Mulheres, aquela que foi aprender a praticar abortos na Colômbia — embora a prática fosse crime naquele país também.

O governo retirou do Plano Nacional de Direitos Humanos a legalização do aborto, e Dilma fingiu ter mudado de idéia. Enviou uma Carta Aberta aos Evangélicos e foi ao santuário de Aparecida, escoltada por Gabriel Chalita (aquele que tem o mau gosto adicional de plagiar os próprios textos e descobriu em Maquiavel um entusiasta da utopia…), para demonstrar o seu súbito fervor cristão. Num rasgo de religiosidade criativa, chamou Nossa Senhora de “nossa deusa”, fundindo, quem sabe?, o catolicismo ao paganismo… Tentou parecer uma cristã exemplar. Aos 14 meses de mandato, nomeia para a pasta das Mulheres uma senhora que confessa o que confessou e que se diz “avó de uma criança e do aborto”. Na gestão de Fernando Haddad, na Educação, preparou-se o tal kit gay para as escolas com um punhado de absurdos. As crianças só não ficaram expostas a um filme que trata a bissexualidade como uma vantagem na comparação com a heterossexualidade e que defende que “transgêneros” usem o banheiro feminino das escolas porque a sociedade chiou.

A guerra ideológica anunciada por Carvalho, se vocês notarem bem, já está em curso. Há uma boa possibilidade de os cristãos terem acordado um pouco tarde. Os sinais de invasão do Estado na esfera dos valores que dizem respeito à família e a domínios que estão e devem estar fora do guarda-chuva do governo se vêem em todo canto. Assim como o PT vive da depredação da ordem legal nos estados governados pela oposição, promove um combate surdo, mas muito evidente, contra as forças que estão fora de seu domínio. O partido nunca teve aliados, mas subordinados. Aqueles que aceitarem a submissão podem, sim, se dar bem — e até obter vantagens estupendas. Mas têm de renunciar à própria vontade e à própria identidade. É um caso clássico, para recorrer a uma metáfora óbvia, de pacto com o demônio.

Mas por que as igrejas? Porque as religiões tendem a oferecer uma visão mais ampla da vida do que a própria política. Se essa organiza a experiência do cidadão, as suas relações com o poder do Estado e com a sociedade, aquelas acrescentam a essas dimensões as escolhas que são de ordem moral, que falam à consciência profunda dos indivíduos, a elementos nem sempre subordináveis às trocas pragmáticas do dia-a-dia. Cristo não disse “a César o que é de César” porque considerasse que o poder terreno não poderia ser contestado. O sentido profundo da consideração é outro: HÁ O QUE NÃO É DE CÉSAR, E ISSO CÉSAR NÃO TERÁ. O soberano compreendeu e, por isso, não gostou.

É claro que, nas democracias convencionais, religiões convivem bem com o poder, e as mais variadas denominações fazem esta ou aquela escolhas. E assim deveria ser aqui também. Eu não gosto do excesso de proximidade entre igrejas e esferas do estado — evangélicas, católicas ou quaisquer outras. Aliás, quanto mais distantes, melhor! Que César fique lá com seus brinquedinhos. Certas abordagens feitas por correntes evangélicas e católicas são, do ponto de vista teológico, uma monumental bobagem. Mas bobagem maior fará sempre o Estado quando se meter a tomar o lugar das religiões. E esse propósito está mais do que anunciado. Já está em curso.

Na Folha desta terça, leio o seguinte. Volto depois:
A bancada evangélica no Congresso Nacional prepara uma marcha “a favor da vida” e uma ação na Justiça contra o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral). Deputados e senadores estão descontentes com as declarações de Carvalho no Fórum Social Mundial. Em palestra, ele disse que o Estado deve fazer uma disputa ideológica pela “nova classe média”, que estaria sob hegemonia de setores conservadores. “Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel da hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais, que são a grande presença para esse público que está emergindo”, disse.

O senador Magno Malta (PR-ES) disse que o ministro foi intolerante: “Somos gente boa só no processo eleitoral? Queremos uma agenda oficial com a presidente Dilma para que nos escute, porque este não deve ser o comportamento de um ministro”. Gilberto Carvalho negou que tenha feito ataques aos evangélicos e diz que foi mal compreendido. Hoje a bancada irá definir o dia da marcha em Brasília e os termos da ação contra Carvalho. Os congressistas também vão discutir o kit anti-homofobia da pasta da Educação e as declarações da ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) favoráveis ao aborto.

Encerro
Vamos ver. Em Brasília, há quem aposte que isso tudo é fogo de palha e que o governo consegue controlar a insatisfação fazendo algumas concessões e favores. Tomara que não! Os que decidiram se opor às propostas totalitárias de Carvalho e às barbaridades ditas pela ministra Eleonora terão de deixar claro se o cristianismo é realmente um valor que orienta, como é o desejável, a sua conduta parlamentar ou se estamos diante da prática viciosa contrária: as necessidades dos políticos é que pautam o seu cristianismo.

Por Reinaldo Azevedo

 

14/02/2012 às 6:21

Ministra das Mulheres agora nega, em nota, que tenha ido à Colômbia aprender a fazer aborto. Vai ver eu inventei tudo, né?

O Estadão de hoje traz uma reportagem de Daniel Bramatti e Bruno Boghossian e outra de João Domingos e Tânia Nogueira com a repercussão do post publicado ontem aqui, que trata de uma entrevista concedida em 2004 por Eleonora Menicucci, hoje ministra das Mulheres. Na conversa com uma pesquisadora, ela afirmou, entre outras barbaridades, que fez treinamento de aborto na Colômbia, embora a prática naquele país fosse crime em qualquer caso. Pegou mal? Pegou! A culpa é minha? Não! É dela! Eu revelei o que ela disse e que estava escondidinho no site da Universidade Federal de Santa Catarina. Boas militantes, entrevistada e entrevistadora tentam agora investir na confusão para dar o dito pelo não-dito. Pois é… O chato é que as palavras fazem sentido.

Lê-se no Estadão o que segue. Comento em seguida:
Autora da entrevista, a professora Joana Maria Pedro, da Universidade Federal de Santa Catarina, disse ao Estado que conversou com Eleonora e outras 150 mulheres do Cone Sul para uma pesquisa sobre o engajamento de feministas na luta contra ditaduras militares. Ela explicou que a ministra solicitou que a publicação fosse retirada do ar em 2011 para evitar a exposição de sua filha, que é citada. A ministra alegou ontem que pediu que o texto fosse retirado do ar em 2010 por conter “imprecisões”.
“Se havia alguma outra imprecisão, eu não me lembro”, disse a pesquisadora, que inicialmente havia confirmado ao Estado o conteúdo da conversa, “‘Estão usando uma entrevista feita para um trabalho de História para atacar uma pessoa. As pessoas podem ter feito coisas que não fazem mais”, disse Joana Pedro. A transcrição das gravações foi feita por uma estudante e revisada por outra aluna. A entrevista, trazida a público ontem pelo jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, deve alimentar as pressões de integrantes da bancada evangélica no Congresso pela demissão da ministra. Setores religiosos vinham atacando Eleonora nos últimos dias por causa de sua posição a favor da descriminalização da prática do aborto.

Comento
O que estaria querendo dizer a professora Joana Maria Pedro? Que as palavras assumem um sentido novo quando empregadas numa “entrevista para um trabalho de história”? Basta ler o texto para perceber que se trata de uma transcrição da fita. Quanto à exposição da filha, cumpre lembrar que, tão logo nomeada, Eleonora não só abordou a sua própria bissexualidade como voltou a falar da filha lésbica. Tanto é assim que, de saída, eu a sugeri para a capa de uma “Edição Vermelha” da revista “Caras”. Como é, professora Pedro? Então os políticos agora não podem ser confrontados com suas próprias palavras que isso caracteriza um “ataque à pessoa”? A senhora quer debater esse seu conceito à luz da história e da historiografia? Eu topo!

Se a entrevista vai “alimentar” ou não os setores evangélicos, isso, convenham, decorre das palavras da ministra, certo? De resto, considerando que os evangélicos são uma força da sociedade como qualquer outra, têm o direito — e até o dever — de se manifestar.

Eleonora agora nega treinamento na Colômbia
Informa o Estadão em outro texto. Volto depois:
A ministra Eleonora Menicucci (Secretaria de Política para as Mulheres) afirmou, por intermédio de curta nota divulgada na noite de ontem, com três itens, que nunca esteve na Colômbia. Disse ainda, no mesmo documento, que a entrevista em que teria dito até que fez curso de aborto no país vizinho “contém imprecisões que a levaram a requerer, em 2010, a sua retirada do site (da Universidade de Santa Catarina)”. Por fim, na nota, a ministra reafirmou que mantém suas convicções, “expressas em entrevista coletiva realizada em 7 de fevereiro de 2012″, e reitera que, como integrante do governo federal, “defende integralmente as posições do governo”.

Voltei
Ora…
Fica parecendo que inventei o seu estágio na Colômbia. Terei de reproduzir de novo o trecho:
Eleonora -  Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. (…). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana - Certo.
Eleonora - O Coletivo nós críamos em 95.
Joana - Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora - Era nas clínicas de aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana - Aprendia a fazer aborto?
Eleonora - Com aspiração AMIU.
Joana - Com aquele…
Eleonora - Com a sucção.
Joana - Com a sucção. Imagino.
Eleonora - Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…
Joana - …é que as pessoas se auto autofizessem!
Eleonora - Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…
Joana - Claro!
Eleonora - Lidar com o aborto.
Joana - Claro!.
Eleonora - Então vieram duas feministas que eram clientes, usuárias do Coletivo, as quais fizeram o primeiro auto-exame comigo. Então é uma coisa muito linda.
Joana - Hum.
Eleonora - Muito bonita! Descobrirem o colo do útero e…
Joana - Hum.
Eleonora - Ter uma pessoa que segura na mão.
Joana - Certo.

Retomando
Que imprecisão pode haver aí? Está tudo claro! Por que Eleonora mentiria sobre a sua experiência em 2004? Eu diria, apegado apenas à lógica, que ela teria mais motivos para mentir agora. Afinal, o aborto ainda é crime na Colômbia — excetuando-se risco de morte da mãe, estupro e má-formação do feto. E, ainda assim, as exceções datam de 2006. Não fica bem o país ter num ministério uma senhora que confessa que atravessou a fronteira para praticar crimes no país vizinho.

Mais: a experiência é relatada como parte de um trabalho de “autocapacitação” para o aborto, o que é de lascar!. Notem que o “façamos nós mesmos” chega à, vamos dizer, visita ao “colo do útero”. Segundo entendi, essa coisa “muito bonita” foi feita pela própria Eleonora nas companheiras. Colo de útero não é lugar de fazer turismo. Pode-se chegar lá como parte de uma “coisa bonita”, sim, mas aí já não se trata de atividade relacionada à saúde, privativa dos médicos.

Dona Eleonora é irredimível. Mas é irredimível por suas próprias palavras, em 2004 ou em 2012. Eu só descobri a entrevista, escondidinha no site na Universidade Federal de Santa Catarina. As palavras, no entanto, são da agora ministra.

Comentem com moderação!

Por Reinaldo Azevedo

 

14/02/2012 às 6:13

Comissão de Ética decide investigar Pimentel

Por Flávia Foreque, na Folha:
Em sua primeira reunião do ano, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu investigação sobre consultorias realizadas pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) entre os anos de 2009 e 2010. A atividade levantou suspeitas de tráfico de influência, o que o ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega. A Folha não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do ministro na noite de ontem. Após participar da posse da nova presidente da Petrobras, Graça Foster, Pimentel viajou aos Emirados Árabes em agenda de trabalho.

O caso será relatado na comissão pelo conselheiro Fábio Coutinho. Com base em relatório elaborado por ele, a comissão deverá decidir em sua próxima reunião, em março, se dá continuidade ao processo ou se o arquiva. A investigação foi motivada por pedido do PSDB. Em entrevista à Folha em dezembro, Pimentel disse que informou a comissão sobre seus negócios antes de assumir o cargo no governo.

Ele teria se afastado da empresa em 10 de dezembro de 2010, mas disse que não tinha falado sobre seus clientes, contratos e valores recebidos à presidente Dilma antes de tomar posse. Pelos serviços a empresas privadas, ele afirma ter recebido cerca de R$ 2 milhões.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

14/02/2012 às 6:11

O vandalismo é política numa democracia? Atenas amanhece em cinzas depois de dia de violência

Por Rodrigo Russo, na Folha:
No fim da tarde de ontem, ainda era possível sentir o cheiro de queimado vindo do prédio em que funcionava o cinema Attikon, a poucas quadras da praça Sintagma, onde 80 mil pessoas protestaram no domingo contra as medidas de austeridade exigidas da Grécia. Os conflitos com a polícia deixaram mais de 170 feridos, entre eles, 109 policiais. Uma parcela dos manifestantes começou a depredar a cidade, ateando fogo e atirando pedras por onde passavam. Cerca de 50 prédios foram incendiados no centro de Atenas.

Uma aglomeração parava em frente ao Attikon para tirar fotografias. “É muito triste, me sinto deprimida ao ver o cinema dessa forma, além de toda a situação que já vivemos”, disse Angeliki Kallimani, 25. Para Kallimani, os protestos são uma reação legítima à crise, “mas tudo tem limites”. Ela disse que participou do movimento de “indignados” (jovens sem emprego) no ano passado, mas que não compareceu à manifestação de domingo por medo do que poderia acontecer.

O Attikon funcionava em um edifício neoclássico do século 19 e era um marco cultural da cidade. No fim do dia, três caminhões de bombeiros ainda trabalhavam para controlar o incêndio no local. Pichações estavam por toda a parte no centro. O símbolo do movimento anarquista era uma unanimidade. Cabines telefônicas, pontos de ônibus, estações de metrô, galerias comerciais e bancos sofreram com o vandalismo. Partes de pedra das calçadas foram usadas nos ataques. Com boa parte dos semáforos destruídos, guardas organizavam o trânsito.

Muitas das lojas no entorno da praça Sintagma preferiram não abrir as portas. Contudo, o clima no local e na praça Omônia, pontos de concentração dos protestos no domingo, era tranquilo. Dmitris Voulgaris, comerciante de roupas na rua Ermou, que começa na praça Sintagma, contou à Folha que a loja da família só não foi incendiada graças ao primo, que ficou na porta até as 3h argumentando que os manifestantes acabariam com seu sustento. “É um exagero o que fizeram, ainda mais com desemprego crescente no país. Muitas pessoas deixarão de trabalhar nos próximos dias por conta dos reparos necessários, ficando sem o salário.”
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 23:12

Reino Unido solta um terrorista facinoroso. Então vamos falar de Guantánamo

Peço que vocês leiam o texto que segue, publicado no G1, com informações das agências internacionais. Volto em seguida:
O clérigo radical Abu Qatada, considerado o líder espiritual da al-Qaeda na Europa, ganhou nesta segunda-feira (13) liberdade condicional no Reino Unido, depois que uma corte decidiu na semana passada que a detenção dele era ilegal. Qatada foi condenado na Jordânia e era procurado em países da Europa por crimes de terrorismo. Ele deixou a penitenciária inglesa de Long Lartin e passará a viver em prisão domiciliar sob severas restrições. Em 6 de fevereiro, a Comissão Especial de Apelações para Imigração (Siac) decidiu que o jordaniano de origem palestina poderia ser libertado após seis anos e meio preso no Reino Unido sem acusações contra ele nem julgamento. Ao mesmo tempo, Qatada lutava para não ser deportado.

A decisão da Comissão respondeu a um recurso de Qatada, que solicitou sua libertação sob pagamento de fiança após o Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerar improcedente, em 17 de janeiro, sua deportação para a Jordânia. O Tribunal considerou que sua extradição a seu país natal violaria seu direito a um julgamento justo, pois as provas apresentadas contra ele teriam sido obtidas sob tortura. O clérigo deve usar um bracelete eletrônico de controle e ficará a maior parte do dia sob prisão domiciliar, com direito a apenas duas saídas de uma hora.

O Ministério britânico pedirá uma revisão da decisão no Tribunal Europeu de Direitos Humanos, localizado em Estrasburgo, na França, enquanto negocia com o país árabe para que o clérigo seja julgado de acordo com a legislação internacional. Qatada, de 52 anos, foi detido em 2002 no Reino Unido, onde chegou em 1994 como refugiado, suspeito de pertencer à rede terrorista al-Qaeda. Ele foi condenado à revelia na Jordânia por participar atividades terroristas.

Voltei
Atenção! Abu Qatada não é “CONSIDERADO” o líder espiritual da Al Qaeda na Europa. Ele efetivamente É esse líder. É da Jordânia, país em que foi condenado pela Justiça, mas sua extradição foi negada. Ocorre-me, então, escrever: censurar a existência de uma prisão em Guantánamo é fácil; tentar entender por que ela existe é que é o difícil.

Os sistemas democráticos ainda não estão aparelhados para enfrentar o terrorismo multinacional ou apátrida, sem fronteira. Isso não implica defender brutalidades ou tratamento desumano, não. A questão a que me refiro é de outra natureza e explica por que Obama não conseguiu, até agora, cumprir a sua promessa de acabar com a prisão na base americana em Cuba.

Devolver os terroristas presos para seus respectivos países de origem significaria, vejam vocês, uma de duas coisas: a) a liberdade para voltar ao terror; b) a morte imediata. Em qualquer dos dois casos, os EUA estariam meio encrencados. Num deles, a canalha ficaria solta para voltar a delinqüir — aliás, são inúmeros os casos de supostos “inocentes” de Guantánamo que voltaram para os campos de treinamento terroristas. Na outra hipótese, os americanos seriam acusados se estar entregando prisioneiros para a morte certa.

Guantánamo surgiu justamente como um impasse jurídico. O que fazer? O caso do notório Abu Qatada é emblemático. Este homens tem, na prática, milhares de mortos nas costas. E é agora beneficiário de um estado de direito que ele despreza profundamente. Não quer acabar apenas com esse sistema; repudia mesmo a civilização que o gerou.

A questão, desde sempre, é saber como fazer para preservar o estado democrático e de direito, mas impedindo que ele seja instrumentalizado pelo terrorismo, que não tem compromisso com leis.

Se a solução fosse simples, Obama já a teria encontrado, não é mesmo? E estaria agora fazendo praça disso. Não faltará quem diga que o Reino Unido saiu ganhando porque triunfou a lei. Mas me parece razoável a suposição de que o Reino Unido e a civilização saíram perdendo ao colocar fora da cadeia um facínora convicto.

PS - Como esquecer que, indagada sobre os presos de consciência em Cuba, Dilma Rousseff, a amiga de Eleonora Menicucci, preferiu apontar os dedos para os EUA e falar de Gunatánamo, equiparando, então, terroristas presos a dissidentes que cometem o pecado de cobrar democracia na ilha?

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 19:16

Comentários

Caros, há muitos comentários na fila. Demora um pouco, mas a gente dá conta de tudo.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 19:14

Ex-presidente do PSDB na cidade de SP volta a criticar prévias e diz que Serra deveria concorrer à Prefeitura

Na Folha Online:
O ex-presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo José Henrique Reis Lobo voltou a atacar nesta segunda-feira (13) a realização de prévias pela legenda e disse que a sua opinião encontra respaldo em setores do partido. Na semana passada, ele causou polêmica no partido ao criticar a consulta interna para escolher o candidato a prefeito da capital paulista. Quatro tucanos devem disputar as prévias, marcadas para 4 de março. “É sintomático que a opinião que defendo venha encontrando tanto apoio de simpatizantes e eleitores do partido. Os que não concordam invariavelmente são “militantes”, que, sem ter como derrubar a tese, querem desconstruí-la com agressões ao autor”, escreveu o tucano, que postou 28 mensagens seguidas sobre o tema em sua página no Twitter.

Lobo diz que os militantes deveriam respeitar a história do PSDB, que tradicionalmente define os candidatos a cargos majoritários por escolha da cúpula do partido, sem consultar os filiados. “Repito o que sempre disse: prévias não se inserem na cultura e na história do PSDB. Prévias não promovem a unidade do partido. Dividem-no”, opinou o tucano, que citou casos em que um dirigente da sigla definiu um candidato mesmo com a pressão de disputas internas.

Na quinta-feira, a Folha trouxe artigo de Lobo em que afirma que as prévias “estão metendo o partido numa encalacrada sem tamanho”. A inciativa foi apontada por integrantes da legenda como um recado do ex-governador José Serra (PSDB), que articula contra as prévias e vem sendo cotado para a disputa, embora diga que não quer concorrer. Outro aliado de Serra, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, também já se manifestou de forma contrária à disputa interna.

Lobo diz não se importar se pensam que ele está a serviço de Serra, mas defende a candidatura do ex-governador como o nome capaz de dar “perspectiva de sucesso nas eleições” para o PSDB. “Serra é o nome mais competitivo, que traz perspectiva de vitória para o PSDB. Estou convencido disso. O nome dele é o melhor, apesar de ele dizer que não disputará. É decisão dele, mas acho que ele deveria reconsiderar. Lideranças mais experientes acham isso. Ele sabe”, afirmou.

O ex-presidente critica a atual direção, comandada no município e no Estado por dois aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), por optar, “com antecedência imprudente”, pelas prévias sem antes “construir uma candidatura que agregasse apoios dentro e fora do partido”. Segundo Lobo, o PSDB perde com isso. “Faz um tempão que o partido não fala para a sociedade. Está voltado para dentro de si mesmo (sic). Os pré-candidatos discursam para a militância’”, escreveu. Concorrem às prévias o deputado federal Ricardo Tripoli e os secretários Bruno Covas (Meio Ambiente), José Aníbal (Energia) e Andrea Matarazzo (Cultura), este último tido como favorito e nome apoiado pelo grupo de Serra na disputa interna.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 19:07

É uma vergonha, Chalita! Nem jornalista, que escreve todo dia, recicla o próprio texto

Esse negócio do autoplágio de Chalita (ver post abaixo) — e, como não poderia deixar de ser, plágio ruim — não é irrelevante, não! É claro que é uma forma de burlar as regras do jogo, ora essa! Ainda que a PUC admita o procedimento, isso só significa que a universidade admite um procedimento ruim. Ora, a ser assim, ele pode apresentar o mesmo trabalho no departamento de história, de filosofia e até de letras. Escreverá um único texto para cinco mestrados. Qual é?

Neste blog, volta e meia, recorro a textos que eu mesmo escrevi. Mas o leitor é sempre advertido. Mais: publico o link. Ficar reciclando coisa velha como nova é uma desonestidade intelectual e também profissional. E olhem que não sou acadêmico nem aspiro à condição de intelectual. Um estudioso pode se especializar num determinado tema e escrever dezenas de livros a respeito, desde que avance em sua investigação e que cada novo volume reproduza essa evolução. Sem esse aspecto progressivo, está apenas se especializando na carreira de enganador.

Título acadêmico não é mérito que se exibe para as tias. Tem de refletir a qualidade da pesquisa e da investigação científica. Há, sim, muita vigarice nessa área, sabemos. A universidade, saibam os senhores, não tem relações de compadrio e de afinidades eletivas muito distintas das que se vêem nos Três Poderes da República. As igrejinhas de pensamento costumam ser notavelmente autoritárias e excludentes. Mas se exige um mínimo dos postulantes e autoridades acadêmicas.

Os professores, notadamente os da área de humanas e comunicação, gostam de esculhambar a imprensa. Às vezes, a crítica é merecida. Com alguma freqüência, não. Eu jamais esperaria que um acadêmico produzisse com a mesma velocidade do jornalista que escreve todo dia. Mas me parece que um salto de produtividade na universidade, em regra, não faria mal nenhum. Assim como seria um bem um salto de qualidade no jornalismo.

Num ambiente já menos exigente do que seria o desejável, Chalita burla as regras do jogo. Sem contar que conseguiu fazer dois mestrados “desentendendo” Maquiavel.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 18:50

Chalita e o discurso do plágio voluntário

Jesus Cristo multiplicou os peixes. Menos modesto, o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) multiplica títulos acadêmicos. Seu gigantesco patrimônio sugere que ele sabe também, como ninguém, multiplicar rendimentos. O homem é um portento. A sua “pedagogia do amor” lhe tem sido um “amor de pedagogia”. A Folha de domingo traz uma reportagem de Uirá Machado que realmente dá o que pensar.

Esse portento do mundo das letras, das artes, da filosofia, da pedagogia e da auto-ajuda — capaz de plagiar O Pequeno Príncipe sem enrubescer — concluiu dois mestrados, com três anos de diferença, apresentando uma só tese. Apresentou um, vá lá, estudo sobre as obras de Maquiavel e Étienne de La Boétie no departamento de Ciências Sociais da PUC, em 1994, e, três anos depois, o mesmo trabalho — índice de coincidência de 75%, segundo a Folha — lhe rendeu um mestrado em direito.

Ainda que Chalita tivesse sido absolutamente original no cotejo dos pensamentos de Maquiavel e La Boétie — o que duvido, já digo por quê —, apresentar um mesmo trabalho para obter dois mestrados é coisa de picaretas. A razão é simples: uma tese requer necessariamente uma abordagem original em relação, inclusive, ao trabalho do próprio autor, uma nova pesquisa, um ângulo inexplorado ou uma interpretação inusitada de um determinado tema a partir do conhecimento disponível. De resto, não existe nada mais carne-de-vaca nas ciências sociais do que comparar as abordagens do poder desses dois autores. É, assim, o nível “Massinha I” da área.

A Folha informa que, do primeiro para o segundo trabalho, o número de referências bibliográficas saltou de 15 para 31 “e o trabalhou ganhou dois capítulos - que foram largamente baseados no verbete “poder político” da “Enciclopédia Barsa” de 1977 e em citações de Shakespeare.” A Enciclopédia Barsa era o Google pré-Internet. Profundo.

A reprodução de trechos é constrangedora, provoca a tal vergonha alheia.

No mestrado de ciências sociais
Objetivo: Discutir a questão do poder, comparando “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel (1469-1527), com o “Discurso da Servidão Voluntária”, de Étienne de La Boétie (1530-1563), e analisar as “relações de poder entre o príncipe e o povo”

Trecho: “Se pudéssemos sintetizar dois pensamentos, um de Maquiavel e outro de La Boétie, poderíamos afirmar: primeiro conheçamos a realidade, e, depois, ousemos construir e perseguir a utopia. Esta é a virtude do homem, seu desafio”.

No mestrado de direito 
Objetivo: Discutir a questão do poder, analisando “O Príncipe”, de Maquiavel, e o “Discurso da Servidão Voluntária”, de La Boétie, “no que tange às relações de poder entre o governante e o povo”.

Trecho: “Se pudéssemos sintetizar dois pensamentos, um de Maquiavel e outro de La Boétie, poderíamos afirmar: primeiro conheçamos a realidade e, depois, ousemos construir e perseguir a utopia. Esta é a virtude do homem, seu desafio”.

Voltei
Como se viu, de um texto para outro, houve uma ligeira piora porque a expressão “no que tange” é, além de desnecessária, imprecisa. De resto, “conservadores” ou “progressistas”, esquerdistas ou liberais, não há um só leitor de Maquiavel com os meridianos ajustados capaz de concluir que o pensador estimula a “construção da utopia”. Chalita deve ter lido alguma edição pirata, reescrita por algum selenita.

No twitter, Chalita tenta desqualificar a reportagem e a chama de trabalho de encomenda ou algo assim. “Encomenda” de quem”, cara pálida? Afinal, quem tem medo de Gabriel Chalita? Talvez Maquiavel,| La Boétie e qualquer sopro de originalidade.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 17:11

Para bispo, nova ministra é irresponsável

Por Chico Siqueira, no Estadão Online:
O bispo de Assis (SP), d. José Benedito Simão, presidente da Comissão pela Vida da regional Sul 1 (Estado de São Paulo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse ao Estado que a nova ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, “é uma pessoa infeliz, mal-amada e irresponsável”, que “adotou uma postura contra o povo e em favor da morte” ao defender o aborto em declarações dadas à imprensa. Informada, a ministra não quis comentar as críticas feitas pelo bispo.

“Recebo com muita indignação as palavras da nova ministra, cuja pasta tem uma grande responsabilidade em favor da vida da mulher”, afirmou d. José - para quem a ministra abriu uma polêmicas que pode criar um confronto entre Igreja e governo. “Ela é infeliz, mas ninguém precisa ficar sabendo. Seu discurso mostra que ela pode estar reabrindo feridas que estavam cicatrizando”, disse ainda o bispo, referindo-se aos debates ocorridas no fim do governo Lula sobre aborto no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3). “Ela tem obrigação de apresentar programas que gerem vida, e não morte. Deve falar em defesa da mulher, em defesa da vida, mas se posicionou a favor do homicídio, ao defender o aborto”, protestou.

O bispo também reclamou das declarações da ministra sobre as preferências sexuais de sua filha, afirmando que ela “deveria tomar mais cuidado para não dar mau exemplo para nossos adolescentes”.

Panfletos
D. José, de 61 anos, ficou conhecido em janeiro de 2010, quando divulgou panfletos chamando Lula de “novo Herodes”, por levar adiante o PNDH 3. Os panfletos voltaram a circular em outubro, em plena campanha presidencial de segundo turno, mas foram apreendidos em uma gráfica do Cambuci, em SãoPaulo. A gráfica informou que a encomenda lhe fora feita pela diocese de Guarulhos.

Em outro trecho da entrevista de ontem, o bispo de Assis disse que vai seguir de perto os pronunciamentos da ministra. “Vamos acompanhar seu trabalho. Se os discursos forem nessa mesma linha (de defesa do aborto), vamos tomar algumas medidas de protesto, que podem ser panfletos ou manifesto público”, acrescentou. E concluiu dizendo que “foi uma escolha infeliz do governo de Dilma”, que poderia ter escolhido “uma pessoa mais responsável e equilibrada, mas colocaram essa pessoa para reacender temas polêmicos e complexos e reabrir feridas que estavam se fechando”.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 16:19

A lenda da Vovozinha Vermelha que engoliu o lobo

É claro que há mulheres que fizeram aborto e sofreram muito com isso. Não se trata aqui de demonizar pessoas, mas de escolher políticas públicas. Estou acostumado a enfrentar o debate com pessoas que defendem a descriminação, deixando sempre claro que o aborto é, sim, uma dor para as mulheres.

A entrevista de dona Eleonora Menicucci é de outra ordem. E eu não vou me conformar com ela tão cedo. De todos os horrores que disse, talvez o trecho mais chocante seja este:
Eleonora - E eu digo que a questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica.
Joana - Hum, hum.
Eleonora - Então eu digo que sou avó da inseminação artificial.
Joana: (risos)
Eleonora - Alta tecnologia reprodutiva. E aí eu queria colocar a importância dessa discussão que o feminismo coloca no sentido do acesso às tecnologias reprodutivas.
Joana - Certo.
Eleonora - Entendeu? E eu diria: “Eu fiz dois abortos e também digo que sou avó do aborto também porque por mim já passou.

Não, leitor, ela não precisava ser uma avó como foram ou são as minhas ou as suas; ela não precisava ser uma avó como devem ser muitas leitoras deste blog; ela não precisava ser uma avó como devem ser muitas de nossas mães. Bastava, pra mim, que amasse o neto, pouco importando a sua condição. Mas a gente nota que ela aprecia “na criança” a causa. É isso: ela é avó de um “neto-causa”.

Por isso não vê problema em ser também “avó do aborto”, outra causa à qual se dedicou com fúria, a ponto de ir cometer ilegalidades num país estrangeiro.

Vocês já conheciam a lenda do Chapeuzinho Vermelho. Agora vocês conhecem a da Vovozinha Vermelha que engoliu o lobo para tomar o seu lugar.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 15:35

ATENÇÃO! Ministra das Mulheres confessa ter cometido crime na Colômbia segundo também as leis daquele país. É um escracho!

Um bando de bobocas resolveu invadir o blog para tentar defender Eleonora Menecucci, afirmando, ora vejam!, que estou tentando “massacrar” a nova ministra das Mulheres. Eu não entendo nada de “massacres”. Se a palavra é essa, a pessoa indicada para falar sobre o assunto é outra, não? De resto, combinemos: vamos nos fixar no jogo democrático. Eu fico, nem que seja sozinho, de um lado criticando o fato de esta senhora ter ido a clínicas de aborto da Colômbia para receber “aulas” sobre o procedimento — que coisa nojenta! —, e quem quiser que a defenda, que a transforme numa grande humanista. Só não vale ser covarde! Só não vale ignorar parte de sua biografia, justamente aquela que a liga diretamente à questão feminina. Reitero: tivesse praticado aqueles atos no Brasil, o lugar de Eleonora seria a cadeia — basta olhar o Código Penal —, não o ministério. “Ah, mas foi na Colômbia”. Pois é… Não terá ela cometido crimes na Colômbia também?

A entrevista de Eleonora Menecucci foi concedida em 2004. A lei colombiana que descrimina parcialmente o aborto — em caso de estupro, risco de morte da mãe e má-formação do feto ou embrião —  é de maio de 2006. Antes disso, todas as intervenções que resultassem em interrupção da gravidez eram consideradas criminosas, como evidencia a imprensa colombiana.

Dilma nomeou uma ministra que confessa ter cometido, em país estrangeiro, atos considerados crimes aqui e lá.

A Colômbia deveria considerar Eleonora persona non grata. De modo deliberado, consciente, entrou naquele país para se dedicar a uma prática considerada criminosa. Não adianta a patrulha tentar torrar a minha paciência. Não dou a mínima.

A confissão de Eleonora Menecucci é coisa que interessa, sim, ao Congresso. Se os parlamentares brasileiros tiverem o mínimo de vergonha na cara, independentemente do que pensem sobre o aborto, deixam claro ao governo Dilma que esta senhora não tem condições de ser ministra. Ela se prepara agora para representar o Brasil no Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres. Vai liderar um grupo de senadoras, deputadas etc (ver post dessa madrugada). Quem é ela? Aquela senhora que, de forma deliberada, entra num país para violar as suas leis?

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 14:31

A presença de Eleonora Menicucci no ministério ofende a dignidade humana

O governo petista já teve ministros favoráveis ao aborto. Um deles era José Gomes Temporão, da Saúde, que teve a delicadeza de fazer proselitismo em favor da prática quando o papa estava no Brasil. Também já teve Nilcéia Freire, na própria pasta das Mulheres. Ambos são médicos. Já entrevistei os dois e fiz a pergunta óbvia: como profissionais da saúde praticaram ou praticariam aborto? A resposta “não” e “não”. A Temporão, no programa Roda Viva, propus o paradoxo moral dos filhotes de tartaruga, devidamente protegidos por leis severíssimas. Ele não tinha resposta porque ninguém tem.

Não é só isso, não! Em 2010, uma página da Secretaria das Mulheres, ainda sob o comando de Nilcéia Freire, exaltava os deputados da bancada petista que mantiveram firme a sua posição em favor da descriminação do aborto. Reproduzo trecho:
“Reunido ontem (10/7), em Brasília, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) deliberou, na segunda reunião ordinária do novo pleno, sobre moção de aplauso e reconhecimento à posição favorável dos deputados federais José Genoíno (PT/SP), José Eduardo Cardoso (PT/SP), Eduardo Valverde (PT/RO), Regis de Oliveira (PSC-SP) e Paulo Rubens (PDT/PE) à retirada do Artigo 124 do Código Penal que criminaliza o aborto, durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ocorrida na quarta-feira (9/7).Aqui

Viram ali o nome que vai em destaque? É o atual ministro da Justiça. Muito bem! Haver ministros no governo favoráveis à descriminação do aborto é uma coisa — já detestável, segundo os meus valores. Haver, no entanto, uma senhora que se deslocou até a Colômbia para, SEM SER NEM MESMO MÉDICA, aprender a fazer aborto “por aspiração”, aí já estamos no terreno da abjeção. Mais: Eleonora Menicucci pertencia a uma ONG que defende o “faça você mesmo” nessa matéria. Sua entidade quer transformar o aborto numa prática quase doméstica, feita por não-médicos.

O post que publiquei nesta madrugada evidencia que o seu proselitismo agressivo em favor da causa não é recente. Dilma Rousseff não nomeou apenas uma abortista; nomeou também uma aborteira confessa, que se orgulha, como diz, de ser “avó do aborto”. Essas suas palavras asquerosas mereciam ser confrontadas com o produto de seus atos, para que a sua carniçaria moral pudesse ser devidamente retratada por sua carniçaria de fato.

A imprensa “progressista” há de ignorar os aspectos escabrosos da biografia desta mártir. E não faltará ainda quem a considere uma mulher muito corajosa. Eu considero que sua presença no ministério ofende a dignidade humana.

E só para encerrar: não me surpreende que uma de suas referências intelectuais, morais e existenciais seja Frei Betto, que teve o desplante, no passado, de lhe arrumar uma vaguinha justamente na Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de João Pessoa. Anos depois ela saiu de lá para empunhar uma seringa e se especializar na aspiração de fetos.

Por Reinaldo Azevedo

 

13/02/2012 às 13:12

Oposição quer ouvir Gilberto Carvalho sobre máfia do DF

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
A bancada do PPS na Câmara quer convocar o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para cobrar explicações a respeito de seu envolvimento com a advogada Christiane Araújo de Oliviera. Em sua reportagem de capa desta semana, VEJA revela as ligações íntimas de Christiane com políticos e figuras-chave da República - e traz importantes revelações da advogada, que informou à Polícia Federal que o governo federal usou de sua proximidade com a quadrilha de Durval Barbosa no Distrito Federal para conseguir material contra adversários políticos. Em depoimento à PF, Christiane contou que o ministro tentou obter material do operador e delator do mensalão do DEM em Brasília para atingir adversários do PT. O elo entre os dois grupos seria a própria advogada.

“Se o Gilberto Carvalho sabia da existência dos vídeos gravados por Durval Barbosa, deveria denunciá-lo à Justiça e não tirar proveito da situação. Esse não é um procedimento republicano porque como membro do governo ele deveria ter agido em defesa do interesse público e da transparência”, diz o líder da bancada do PPS, Rubens Bueno (PR). Ele diz que o ministro deve explicações ao Congresso. Na avaliação do deputado, se as declarações feitas por Christiane à Polícia Federal forem verdadeiras, o ministro Gilberto Carvalho também precisa ser investigado.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:

Glossário atualizado da novilíngua lulista

Em fevereiro de 2010, para socorrer os brasileiros que nem sempre conseguem entender o que diz a turma do PT, o comentarista Marcelo Fairbanks coordenou a edição de um pequeno dicionário da novilíngua lulista, contendo as expressões usadas com mais frequência tanto pelos pastores do rebanho quanto pelas ovelhas. O esforço feito pela companheirada para rebatizar de “concessão” a entrega do controle de três aeroportos à iniciativa privada induziu a coluna a publicar um glossário atualizado do estranho dialeto. Confira:

aloprado. Companheiro pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras encomendadas pela direção do partido ou pelo Palácio do Planalto.

analfabetismo. 1. Pré-requisito para subir na vida. 2. Termo que, usado no sentido depreciativo, identifica outro preconceito alimentado por integrantes da elite golpista ou louros de olhos azuis.

asilo político. Situação jurídica que deve beneficiar todo companheiro ou comparsa condenado em outros países por crimes comuns ou atos de terrorismo.

base aliada. 1.Bando formado por parlamentares de diferentes partidos ou distintas especialidades criminosas , que alugam o apoio ao governo, por tempo determinado,  em troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em geral. 2. Quadrilha formada por deputados e senadores.

blecaute. Apagão

Bolívar (Simón). Herói das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século passado com o nome de Hugo Chávez.

bolivariano. Comunista que finge que não é comunista.

Bolsa Família. Maior programa de compra oficial de votos do mundo.

camarada de armas.  Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)

cargo de confiança. 1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um tremendo salário sem trabalhar. 2. Cala-boca (pop.).

cartão corporativo. Objeto retangular de plástico que permite tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e sem risco de cadeia.

caixa dois. Dinheiro extorquido sem recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo, empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem licitação.

Comissão da Verdade. 1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento. 2. Entidade concebida para apurar  crimes cometidos pelos outros.

companheiro. Qualquer ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.

concessão. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos do PT (videprivatização).

controle social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ler, ouvir ou ver.

corrupção. 1. Forma de ladroagem praticada por adversários do governo. 2. Forma de coleta de dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio justificado pelos fins. 3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.

Cuba. 1. Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito. 2. Forma de democracia que prende apenas quem discorda do governo.

cueca. Cofre de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida criminosamente.

ditador. Tirano amigo do imperialismo estadunidense (vide líder).

ditadura do proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o povo quer.

erro. 1. Crime cometido por companheiros. 2. Caso comprovado de corrupção envolvendo ministros ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.

Fernando Henrique Cardoso. 1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra de três votos no Acre só para provocar o PT. 2. Governante que, depois de oito anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.

FHC. 1. Grande Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo. 2. Assombração que vive aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz. 3. Sigla que, colocada nas imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.

líder. Ditador inimigo do imperialismo estadunidense.

malfeito. Ato criminoso praticado por bandidos companheiros.

MST. 1. Entidade financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a agricultura. 2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso mesmo, não sabem plantar nem colher.

no que se refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem besteira.

ou seja. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, por não saber o que dizer, vai berrar o que lhe der na cabeça.

pedra fundamental. Obra do PAC inaugurada antes de começar a ser construída.

privatização:  Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos inimigos do PT (vide concessão).

 

13/02/2012 às 19:33 \ Direto ao Ponto

Uma imagem a preservar

Marta Suplicy foi  casada com Eduardo Suplicy e com Luis Favre. Desde a fundação do PT, vive abraçada ao bando de amigos que fez no partido. Delúbio Soares, um dos mais íntimos, comemorou pelo menos duas vezes a virada do ano na casa de Marta no Guarujá. Ali, Antonio Palocci descansou uma semana depois de descoberta a mais recente anotação no prontuário: o estuprador de contas bancárias também exercia o ofício de traficante de influência. Ela acha que os dois são inocentes. Também acha que o mensalão não existiu.

Deputada federal, abrilhantou a roda do cafezinho liderada por José Dirceu. Prefeita de São Paulo, tornou-se porta-estandarte do bloco que tinha na comissão de frente Rui Falcão e os irmãos Tatto. Na eleição municipal de 2008, a adversária de Gilberto Kassab quis saber se o prefeito era casado e tinha filhos. Na eleição de 2010, a candidata ao Senado fez dupla com um suplente do PR indicado por Waldemar Costa Neto, dançou com Aloízio Mercadante (veja o vídeo abaixo), cantou com Netinho de Paula e prestou serviços a Dilma Rousseff como camareira voluntária.

Por ordem de Lula, a ex-prefeita de São Paulo desistiu de tentar a improvável volta ao cargo. Acabou rebaixada a cabo eleitoral de Fernando Haddad. Por ordem de Dilma, revogou o desejo de virar ministra da Educação. Conformou-se com mais um ano na vice-presidência do Senado. Vai continuar trocando sorrisos, beijinhos e números de celulares com José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Alfredo Nascimento e outras abjeções da base alugada. Ela trata esse buquê de horrores com o  mesmo carinho dispensado às flores do pântano do PT.

A agenda telefônica de Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy informa que a filha da aristocracia paulistana convive amistosamente tanto com as granfinas de narinas de cadáver eternizadas por Nelson Rodrigues quanto com cretinos fundamentais, vigaristas da classe executiva, escroques internacionais, gazuas especializadas em cofres públicos, órfãos da União Soviética, comunistas de Jockey Club, tiranos analfabetos, farsantes com um neurônio só e corruptos em geral. No círculo de amigos, companheiros e aliados da senadora, cabe todo mundo.

Menos Gilberto Kassab.

 

13/02/2012 às 17:54 \ Direto ao Ponto

Desistência do mestre-sala adia de novo a estreia da Escola de Samba Unidos do HSV

Em 6 de março de 2011, a coluna publicou um histórico post sobre o adiamento da estreia da Escola de Samba Unidos do HSV na Marquês de Sapucaí, provocado pela desistência do mestre-sala Lula. Há três dias, agora por imposição dos médicos que o atendem, o ex-presidente avisou que vai ficar fora também do Carnaval de 2012. Como os companheiros carnavalescos já estavam prontos para empoleirar-se no carro alegórico da Gaviões da Fiel, decerto afundaram no mesmo clima de frustração que, há um ano, foi exemplarmente descrito pelo texto ilustrado por fotos antológicas. Confira na seção Homem sem Visão.

(por Augusto Nunes)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blogs de veja.com.br

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário