A testemunha de defesa é prova do crime... (sobre Lula ter pressionado o juiz Gilmar Mendes para não julgar o Mensalão)

Publicado em 28/05/2012 20:21 e atualizado em 30/08/2013 14:50
na coluna direto ao Ponto, de Augusto Nunes (veja.com.br)

Direto ao Ponto

Deputado federal, Nelson Jobim infiltrou no texto da Constituição de 1988 dois artigos que não foram submetidos à votação no plenário. Jamais revelou seu conteúdo. Ministro do STF,  criou uma pastoral da bandidagem para distribuir pilhas de habeas corpus preventivos que garantiram a impunidade de mensaleiros amigos. Continua a protegê-los, informou o encontro que Jobim agendou entre Lula e Gilmar Mendes. Ministro da Defesa, premiou com o emprego de “assessor especial” o companheiro José Genoíno, metido até o pescoço no escândalo do mensalão.

Essa notável folha corrida foi inaugurada com o caso do sino da Faculdade de Direito, narrado na reportagem de Bruno Abbud na seção O País quer Saber. O estudante Nelson Jobim foi um dos integrantes do grupo que furtou o sino. E até hoje se recusa a devolver o produto do roubo, que repousou por 12 meses num armário do Supremo Tribunal Federal quando o participante da ação criminosa usava toga.

Para escapar da acusação de atropelar a lei para chantagear ministros do STF, Lula invoca a palavra de Jobim. Uma testemunha de defesa dessa categoria merece ser incluída entre as provas do crime.

 

27/05/2012 às 10:26 \ Direto ao Ponto

O desmentido que confirma

“Não ouvi tudo o que foi conversado”, desconversou Nelson Jobim ao ser procurado por VEJA, depois de confessar que agendara o encontro entre Lula e Gilmar Mendes, ocorrido no escritório que mantém em Brasília. Passados alguns dias, o anfitrião da reunião que ampliou o prontuário de Lula esqueceu a versão da surdez malandra. Descobriu que ouviu tudo, mas não ouviu nada de errado.

Ao jurar que não ajudou o protetor de pecadores a estabelecer um novo recorde no campo do cinismo, Jobim produziu o desmentido que confirma. Articulador e testemunha de uma conversa que virou caso de polícia, o ex-presidente do Supremo e ex-ministro da Defesa foi cúmplice de um crime. Só lhe resta trucidar a verdade. E caprichar na pose de homem de bem para recitar mentiras com a desfaçatez de quem acha que todos os brasileiros são idiotas.

 

26/05/2012 às 19:53 \ Direto ao Ponto

Reportagem de VEJA revela a obscena ofensiva de Lula para subjugar o Supremo e livrar do castigo a quadrilha do mensalão

O ex-presidente Lula vem erguendo desde o começo de abril o mais obsceno dos numerosos monumentos à cafajestagem forjados desde 2005 para impedir que os quadrilheiros do mensalão sejam castigados pela Justiça. Inquieto com a aproximação do julgamento, perturbado pela suspeita de que os bandidos de estimação correm perigo, o Padroeiro dos Pecadores jogou o que restava de vergonha numa lixeira do Sírio Libanês e resolveu pressionar pessoalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal. De novo, como informou VEJA neste sábado, o colecionador de atrevimentos derrapou na autoconfiança delirante e bateu de frente com um interlocutor que não se intimida com bravatas.

A reportagem de Rodrigo Rangel e Otávio Cabral reproduz os momentos mais espantosos do encontro entre Lula e o ministro Gilmar Mendes ocorrido, há um mês, no escritório mantido em Brasília pelo amigo comum Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo e ex-ministro da Defesa. A conversa fez escala em assuntos diversos até que o palanque ambulante interrompeu o minueto para dar início ao forró do mensalão. “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar a VEJA. Não é para menos.

“É inconveniente julgar o processo agora”, começou Lula, lembrando que, como 2012 é um ano eleitoral, o PT seria injustamente afetado pelo barulho em torno do escândalo. Depois de registrar que controla a CPI do Cachoeira, insinuou que o ministro, se fosse compreensivo, seria poupado de possíveis desconfortos. “E a viagem a Berlim?”, perguntou em seguida, encampando os boatos segundo os quais Gilmar Mendes e Demóstenes Torres teriam viajado para a cidade alemã num avião cedido por Carlinhos Cachoeira, e com todas as despesas pagas pelo meliante da moda.

Gilmar confirmou que se encontrou com o senador em Berlim. Mas esclareceu que foi e voltou em avião de carreira, bancou todas as despesas e tem como provar o que diz. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, informou, antes da recomendação final: “Vá fundo na CPI”. Lula preferiu ir fundo no palavrório arrogante. Com o desembaraço dos autoritários inimputáveis, o ex-presidente que não desencarnou do Planalto e dá ordens ao Congresso disse o suficiente para concluir-se que, enquanto escolhe candidatos a prefeito e dá conselhos ao mundo, pretende usar o caso do mensalão para deixar claro quem manda no STF.

Alguns dos piores momentos da conversa envolveram quatro dos seis ministros que Lula nomeou:

CARMEM LÚCIA
“Vou falar com o Pertence para cuidar dela”. (Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e hoje presidente da Comissão de Ética Pública, é tratado por Carmen Lúcia como “guru”).

DIAS TOFFOLI
“Ele tem que participar do julgamento”. (O ministro foi advogado do PT e chefe da Advocacia Geral da União. Sua mulher defendeu três mensaleiros. Mas ainda não descobriu que tem o dever de declarar-se sob suspeição).

RICARDO LEWANDOWSKI
“Ele só iria apresentar o relatório no semestre que vem, mas está sofrendo muita pressão”. (Só falta o parecer do revisor do processo para que o julgamento comece. Lewandowski ainda não fixou um prazo para terminar o serviço que está pronto desde que ganhou uma toga).

Os outros dois ministros nomeados por Lula são Joaquim Barbosa (considerado “um traidor, um complexado”) e Ayres Britto, a quem Gilmar relatou na quarta-feira o encontro em Brasília. O atual presidente do STF soube pelo colega que Lula pretende seduzi-lo com a ajuda do jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, amigo de ambos e um dos patrocinadores da sua indicação. Imediatamente, Ayres Britto associou o que acabara de escutar ao que ouviu de Lula num recente almoço no Palácio da Alvorada. “O ex-presidente me perguntou se eu tinha notícias do Bandeirinha e disse: ‘Qualquer dia a gente toma um vinho’”, contou o ministro a VEJA.

Na mesma quarta-feira, a chegada ao STF de um documento assinado por dez advogados de mensaleiros comprovou que Lula age em parceria com a tropa comandada pelo inevitável Márcio Thomaz Bastos. “Embora nós saibamos disso, é preciso dar mostras a todos de que o Supremo Tribunal Federal não se curva a pressões e não decide ‘com a faca no pescoço’”, diz um trecho desse inverossímil hino à insolência. A expressão foi pinçada da frase dita em 2007 pelo ministro Ricardo Lewandowski, num restaurante em Brasília, depois da sessão que aprovou a abertura do processo do mensalão. Faltou completar a frase do revisor sem pressa: “Todo mundo votou com a faca no pescoço. A tendência era amaciar pro Dirceu”.

O escândalo descoberto há sete anos se arrasta no STF há cinco, mas os dez doutores criticaram “a correria para o julgamento, atiçada pela grita”. Eles resolveram dar lições ao tribunal por estarem “preocupados com a inaudita onda de pressões deflagradas contra a mais alta corte brasileira”. O Brasil decente faz o que pode para manifestar seu inconformismo com o tratamento gentil dispensado pela Justiça a pecadores que dispõem de padrinhos poderosos e advogados que cobram por minuto. São pressões legítimas. Preocupante é o cerco movido a um Poder independente por um ex-chefe do Executivo. Isso não é uma operação política, muito menos uma ação jurídica. É um genuíno caso de polícia.

Se os bacharéis do mensalão efetivamente se preocupam com pressões ilegais, devem redigir outro documento exigindo que Lula aprenda a comportar-se como ex-presidente e pare de agir como um fora-da-lei.

 

25/05/2012 às 20:07 \ Direto ao Ponto

O estrategista trapalhão, a CPI da Vingança e a bancada dos sem-vergonha

Quem esconde bandidos em casa não deve procurá-los no porão do vizinho, descobriram os parlamentares do PT que embarcaram na aventura planejada pelo estrategista trapalhão. O ex-presidente Lula enxergou na CPI do Cachoeira a armadilha perfeita para a captura dos inimigos Demóstenes Torres e Marconi Perillo. Sem contar o providencialíssimo efeito colateral: o berreiro no Congresso evitaria que o julgamento dos mensaleiros monopolizasse as atenções que continuam convencidos de que ladrão merece cadeia.

Deu tudo errado: em parceria com o perdedor vocacional José Dirceu, Lula acabou armando uma arapuca onde se enfiaram, além do senador do DEM e do governador do PSDB, também os companheiros Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz, o empreiteiro Fernando Cavendish e outros fregueses da Delta. O comentário de 1 minuto para o site de VEJA registra que a CPI, ao seguir o caminho que Lula traçou para chegar ao coração do poder em Goiás, desembocou na trilha que margeia o penhasco.

Formada por representantes da aliança governista e dos partidos de oposição, a bancada dos sem-vergonha, amplamente majoritária, decidirá na próxima terça-feira o destino da CPI.  Aprovar a quebra do sigilo bancário da Delta e a convocação de Cavendish, Cabral, Perillo e Queiroz será o começo do salto no escuro. Deixar fora das investigações os bandidos de estimação será o fim da CPI.

Consumada a segunda hipótese, os deputados e senadores favoráveis à absolvição arbitrária dos pecadores não devem contar com o socorro de Lula. Se lhe pedirem que assuma a paternidade da trapalhada, o idealizador da CPI da Vingança dirá, mais uma vez, que não sabe de nada. Melhor justificar o voto cafajeste numa nota conjunta inspirada no carinhoso torpedo enviado por Cândido Vaccarezza a Sérgio Cabral, sem pontapés no português. Uma única frase é suficiente: “Eles são nossos e nós somos deles”.

 

25/05/2012 às 17:40 \ Direto ao Ponto

Forçada a enfrentar a crise, Dilma imita Lula e a procissão de bravatas recomeça

Confrontado com sucessivas evidências de que a crise econômica americana provocaria estragos no mundo inteiro, o então presidente Lula decidiu proibi-la de entrar no Brasil. ”Um dia acordei invocado e liguei para o Bush”, gabou-se em 27 de março de 2008. “Eu disse: ‘Bush, meu filho, resolve o problema da crise, porque não vou deixar que ela atravesse o Atlântico’”. Como Lula só fala português, Bush não deve ter entendido o recado do colega monoglota. Sem saber do perigo, o alvo da ameaça já rondava as praias do Brasil quando, quase seis meses depois da bravata telefônica, o chefe de governo voltou a tratar do assunto.

“Que crise? Pergunte ao Bush”, recomendou em 17 de setembro a um jornalista preocupado com os sinais de que o problema americano não pouparia o País do Carnaval. “O Brasil vive um momento mágico”, emendou no dia 21. No dia 22, a ressalva entre vírgulas informou que o momento não era tão mágico assim: “Até agora, graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico”. Uma semana depois, a ficha começou a cair. “O Brasil, se tiver que passar por um aperto, será muito pequeno”, garantiu em 29 de setembro. Pareceu render-se no dia 30: “A crise é tão séria e profunda que nem sabemos o tamanho. Talvez seja a maior na História mundial”.

Em 4 de outubro, o otimista delirante voltou ao palco: “Lá nos Estados Unidos, a crise é um tsunami”, comparou. “Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar”. No dia 5 de outubro, achou prudente depositar o problema no colo do Legislativo. “Queremos que esse tema da crise mundial seja levado ao Congresso”, comunicou. No dia 8, conseguiu enxergar o tamanho do buraco. “Ninguém está a salvo, todos os países serão atingidos pela crise”. Em 10 de novembro de 2008, a metamorfose ambulante encerrou gloriosamente o desfile de frases amalucadas. “Toda crise tem solução”, ensinou. “A única que eu pensei que não tivesse jeito era a crise do Corinthians”.

O raquitismo das taxas de crescimento registradas de lá para cá mostrou o que acontece a um país governado por alguém que enfrenta com bazófias e bravatas complicações econômicas de dimensões globais. A longevidade da crise, ampliada pelas quebradeiras que abalam a União Europeia, confirmou p monstro é impiedoso com populistas falastrões. Mas o Brasil não aprende, comprova o comportamento de Dilma Rousseff. Três anos depois, a estratégia inaugurada pelo Exterminador do Plural começou a ser reprisada em dilmês.

Lula acordava invocado com Bush. Em março, Dilma deixou de dormir direito por andar invocada com um certo “tsunami monetário”. Num improviso de espantar Celso Arnaldo, atribuiu a paternidade da criatura a “países desenvolvidos que não usam políticas fiscais de ampliação da capacidade de investimento para retomar e sair da crise que estão metidos e que usam, então, despejam, literalmente, despejam US$ 4,7 trilhões no mundo ao ampliar de forma muito, é importante que a gente perceba isso, muito adversa, perversa para o resto dos países, principalmente aqueles em crescimento”.

Lula recomendava aos americanos que se mirassem no exemplo do Brasil. Dilma se promoveu a professora da Europa. “Eu acho que uma coisa importante é que os países desenvolvidos não só façam políticas expansionistas monetárias, mas façam políticas de expansão do investimento”, ensinou em 5 de março. “Porque o investimento não só melhora a demanda interna, mas abre também a demanda externa para os nossos produtos”. No dia seguinte, concluiu a lição. “O que o Brasil quer mostrar é que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado que é o câmbio, uma forma artificial de proteção do mercado. Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger”.

Lula zombava da marolinha. Nesta semana, Dilma reiterou que com o Brasil ninguém pode. “Nós estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados para enfrentar a crise”, preveniu. No dia seguinte, as previsões sobre o crescimento do PIB em 2012 baixaram de 4,5% para menos de 3%. Como Lula em 2008, Dilma resolveu interceptar o cortejo de índices aflitivos com outro balaio de medidas de estímulo ao consumo. Como ficou mais fácil comprar automóveis, os congestionamentos de trânsito ficarão ainda maiores. Os brasileiros motorizados terão mais tempo para pensar em como pagar o que devem ao banco.

Nesta quinta-feira, reproduzidos pelo site do jornal português O Público, trechos da entrevista concedida por Lula à documentarista Graça Castanheira comprovaram que, enquanto a afilhada cuida da economia brasileira, o padrinho socorre os países europeus mais necessitados. “Obama  pensa nos americanos, Merkel nos alemães, cada um no seu mandato”, descobriu o professor de tudo. “O mundo não está pensando de forma globalizada”. Tradução: o planeta precisa de um Lula.

A performance da dupla que gerou o Brasil Maravilha comprova que só em terra estrangeira a História se repete como farsa. Aqui, uma farsa é reprisada há mais de nove anos a plateias que engolem qualquer história. Oremos.

 

25/05/2012 às 17:03 \ Direto ao Ponto

Gabeira: ‘A desinformação é a esperança do PT de Cabral e de Cabral do PT’

O artigo de Fernando Gabeira publicado no Estadão desta sexta-feira, reproduzido na seção Feira Livre, é brilhante da primeira linha ao ponto final. Mas os dois últimos parágrafos são especialmente admiráveis. Confira:

Cabral está marcado por perguntas não respondidas e vai conviver com elas por muito tempo. E a CPI, de tanto evitar o tema Delta, acaba se enrolando nele. No início era apenas Cachoeira. Depois a Delta, mas só a do Centro-Oeste. Com as evidências de que o dinheiro clandestino tinha origem e autorização na matriz da empresa no Rio, só gente muito sem-vergonha tem coragem de restringir as investigações. E essa gente sem-vergonha é maioria esmagadora.

O único consolo que destinam a si próprios e a Cabral é o fato de que tudo repercutiu na classe média, não chegou aos mais pobres. A desinformação é a esperança do PT de Cabral e de Cabral do PT. No passado, a esquerda ao menos se dizia aliada das luzes. Hoje, no Brasil, sonha com as trevas, bons advogados, marqueteiros que fazem do limão uma limonada e legiões de robôs para insultar os adversários. Coisa Nossa.

Em 2008, os cariocas tiveram a chance de instalar Fernando Gabeira na prefeitura. A maioria dos eleitores preferiu votar em Eduardo Paes. Em 2010, os fluminenses tiveram a chance de instalar Gabeira no governo do Rio. A maioria preferiu reeleger Sérgio Cabral. As duas disputas foram decididas pela desinformação. A esperteza está no poder graças ao triunfo da ignorância.

 

24/05/2012 às 14:16 \ Direto ao PontoSem categoria

Um artigo de Demétrio Magnoli escancara a face escura do jornalismo chapa-branca

O texto retrata com desmoralizante nitidez os canastrões que protagonizam a ópera dos embusteiros. Confira na seção Feira Livre

 

23/05/2012 às 19:49 \ Direto ao Ponto

O rei do Rio perdeu o trono, a pose e a voz

Surpreendido pela cachoeira que engoliu a Delta e o deixou com água pela cintura, o governador Sérgio Cabral permanece refugiado no Palácio Guanabara. Longe dos jantares com a Turma do Guardanapo, das festas bancadas pelo amigo Fernando Cavendish, dos jatinhos emprestados por Eike Batista e das margens do Sena, Cabral tem de consolar-se com os torpedos de Cândido Vaccarezza. As mensagens tão melosas com o destinatário quanto cruéis com o idioma são insuficientes para devolver ao governador a alegria de viver e, sobretudo, a loquacidade dos tempos em que, fantasiado de Rei do Rio, batia boca até com menino de morro. O vídeo reprisado pela seção História em Imagens ressuscita o Cabral dos tempos em que era do Lula, não de um Vaccarezza.

 

23/05/2012 às 17:26 \ Direto ao Ponto

A versão cangaceira de Jânio Quadros

O jornalista Ancelmo Gois publicou em sua coluna as três notas abaixo reproduzidas:

Lembrando Jânio

Fernando Collor, na CPI do Cachoeira, tem chamado mais atenção pelo… linguajar circuncisfláutico. Quinta, ao justificar a estapafúrdia tentativa de convocação do coleguinha Policarpo Jr., da “Veja”, declamou:

— Não se me acoime de ter comportamento alapado, lançadiço ou rafeiro em relação ao hebdomadário em tela.

Hã?

Gois explica…

“Acoimar”, segundo o “Aurélio”, é castigar, punir, censurar. “Alapado” é escondido. “Lançadiço” é desprezível. “Rafeiro” é o indivíduo que acompanha sempre o outro, como cão de guarda, vigiando-o, defendendo-o. “Hebdomadário” é semanário, caso da “Veja”.

Em tempo…

“Circuncisfláutico” quer dizer rebuscado, pretensioso.

Na sessão da CPI desta terça-feira, Collor apertou a mão de Carlinhos Cachoeira, cumprimentou o advogado Márcio Thomaz Bastos pelo bom trabalho como defensor do delinquente e instalou-se na cadeira de inquisidor. Minutos depois, caprichando no olhar de assustar Pedro Simon, o pecador militante que acusa inocentes sem ficar ruborizado reincidiu no palavrório estranhíssimo para recomeçar a guerra contra a imprensa independente.

As dimensões do surto obrigaram a direção do Sanatório a antecipar a inauguração do Puxadinho Fernando Collor, reservada a hóspedes de alta periculosidade. É o caso da versão cangaceira de Jânio Quadros.

 

22/05/2012 às 17:19 \ Direto ao Ponto

Cachoeira emudeceu na CPI por ordem de um ex-ministro da Justiça especializado em impedir que se faça justiça

Vários integrantes da CPI do Cachoeira pareceram à beira de um ataque de nervos com a estratégia do silêncio adotada pelo pivô do escândalo da vez. Por ter recorrido ao direito constitucional de permanecer calado para não produzir provas que possam incriminá-lo, o delinquente Carlos Augusto Ramos foi acusado de insultar o Congresso e debochar dos representantes do povo. Como pode um chefe de quadrilha tratar parlamentares com tamanho atrevimento?, ergueram a voz inquisidores coléricos.

Todos os parlamentares sabem que o cliente de Márcio Thomaz Bastos emudeceu por ordem do advogado a seu lado. Carlinhos Cachoeira fez exatamente o que fizeram na CPI dos Correios, também por determinação do ministro da Justiça reduzido a chefe do serviço de socorro jurídico aos  mensaleiros, os depoentes Delúbio Soares, Marcos Valério, Sílvio Pereira e outros protagonistas do escândalo descoberto em 2005. Mas ninguém ousou perguntar ao doutor, na sessão desta tarde, até quando pretende afrontar os brasileiros honestos com reedições do espetáculo da mudez malandra.

Como registrou o post agora republicado na seção Vale Reprise, o anjo-da-guarda da bandidagem federal mostra a falta que faz um Sobral Pinto. Em vez de ouvir cobranças, Márcio Thomaz Bastos foi homenageado por deputados e senadores com um buquê de cumprimentos reverentes, elogios derramados e cenas de servilismo explícito. Enquanto se cria uma comissão da verdade para esclarecer o passado, o presente é torturado por mentiras e trapaças patrocinadas pelo ex-ministro da Justiça que se especializou em impedir que se faça justiça.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blog Augusto Nunes (veja.com.br)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário