Conforme-se, gente má! O mundo vai acabar! A menos que nos entreguemos aos ditadores ambientalistas!

Publicado em 07/06/2012 19:41 e atualizado em 20/08/2013 15:49
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Conforme-se, gente má! O mundo vai acabar! A menos que nos entreguemos aos ditadores ambientalistas! Ou: A humanidade inventou o mundo, não foi o mundo que inventou a humanidade

Vocês viram no post abaixo que, segundo a quinta edição do Panorama Ambiental Global (GEO-5), o mundo está indo para as cucuias. De novo, isso!

A temperatura do planeta não aumentou nadica nos últimos 12 anos. Ao contrário: ela até baixou um pouquinho. Todas as previsões sobre o clima falharam miseravelmente. James Lovelock, o teólogo do alarmismo, aos 93 anos — não está interessado em fazer carreira, não é? — diz com todas as letras: “erramos”. O antes tão certo aquecimento global provocado pelo homem não é uma teoria, mas um chute. Suas hipóteses não podem ser testadas com resultados inequívocos. Ao contrário até: as ilações estabelecidas a partir de algumas variáveis não se cumpriram.

Isso não significa que se deva sair por aí destruindo tudo, é evidente. Mas também não dá para entregar os destinos da civilização aos “salvadores” do planeta. O que dizer sobre gente que conclui um relatório pregando que a “humanidade”, nada menos, mude o seu comportamento??? Qual humanidade? A de Nova York, a do interior da Paraíba, a do interior da China ou a dos cafundós da Índia? O terrorismo ecológico é o combustível que alimenta a fantasia de um governo global, que, NOTEM BEM, TERIA DE SER NECESSARIAMENTE ANTIDEMOCRÁTICO para que fosse funcional.

Todos os ditadores têm de ter um ente de razão, um conjunto de abstrações inquestionáveis, como se fosse uma teologia, a orientar as suas ações, certo? Os comunas autênticos falavam em nome da redenção dos oprimidos, cuja vanguarda eram os trabalhadores da indústria (numa vertente) ou os camponeses (em outra); os fascistas se organizavam em nome da segurança do estado, única garantia do bem comum. Os ambientalistas, herdeiros intelectuais, em muitos aspectos, do comunismo e do fascismo, descobriram que a nossa “pátria” é o planeta e que a vanguarda revolucionária ou as falanges da segurança são… eles próprios! Assim, precisam impor a sua vontade, e as novas forças da ordem são, desta feita, os “cientistas”. Quais cientistas? Os que comungam de suas escatologias, é evidente!

Não reconhecem qualquer instância de representação porque os valores da democracia são sempre um tanto precários mesmo, estão em constante questionamento; existem numa relação necessariamente tensa com as múltiplas faces da sociedade. Os salvadores ambientais, ao contrário, lidam com o absoluto!!! Ora, como é que nós vamos dizer “não” àqueles que só querem o nosso bem, a exemplo de outros tantos iluminados que tinham esse mesmo objetivo antes? Ou alguém supõe que os tiranos do século 20 e mesmo alguns remanescentes no século 21 confessaram intenções malignas? Até o demônio, para citar, digamos, o mandão mais antigo, tinha a sua face doce.

Li há uns dias a opinião de dois falangistas ambientais sobre o novo Código Florestal, que nasceu de amplas consultas feitas pelo então relator na Câmara, Aldo Rebelo, e foi votado na Câmara e no Senado pelos representantes legais do povo brasileiro. Depois, foi submetido ao escrutínio de outra dessas representantes: a presidente Dilma Rousseff. Não obstante, ambos acusam o texto de antidemocrático, de ilegítimo, de autoritário. Por quê? A resposta é uma só: porque eles não reconhecem Parlamento e Executivo, eleitos por vontade popular, como instâncias legítimas para tomar decisões a respeito do tema. Ou o texto satisfaz a vontade dos militantes que falam em nome daquele ente de razão — que aspira, no caso, a encarnar a razão científica —, ou a coisa não vale.

Vende-se o apocalipse com impressionante desfaçatez. Depois do aquecimento global — desmoralizadíssimo! —, temos um novo finalismo para enganar trouxas: o neomalthusianismo. Agora se chegou à conclusão, para citar metáfora em curso, que a lotação do planeta esgotou. Esgotou? Bem, ou voltamos a uma das máximas do fascismo, que inspirou até movimentos estéticos, ou… E que máxima era mesmo? Esta: “A guerra é a higiene do mundo”. Como faremos para dar uma aliviada nessa carga, já que, por óbvio, não dá para esperar a próxima composição?

Seria preciso, então, fazer a tal higiene por outros meios. Quais? A massificação do aborto certamente está na pauta desses humanistas. O rígido controle populacional, a exemplo daquele já aplicado hoje na China — e que mata especialmente mulheres, diga-se —, também deve integrar o rol de ações preventivas. Com a humanidade submetida a um rígido controle reprodutivo, a consequência óbvia será o aprimoramento das sementes, e, então, os conhecimentos genéticos serão aplicados em favor de uma humanidade “mais saudável”, eliminando-se os potencialmente fracos. A União Europeia, como pequeno ensaio de um governo mundial, é a prova de que “interesses coletivos” — e de coletividades necessariamente díspares — não conseguem impor a sua racionalidade num regime democrático, certo? Só mesmo um governo mundial que suprimisse as vontades individuais seria capaz de cuidar do “bem da humanidade”, prevenindo-se da ação de sabotadores.

Os ditadores do ambientalismo são hoje a expressão concreta, real, palpável, das distopias do século passado que pensaram tiranias perfeitas: 1984 (George Orwell),Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) e O Zero e o Infinito (Arthur Koestler).

Os próximos dias, por causa da “Rio+20″, serão tomados pela utopia desses doces ditadores. A sua máxima do momento é que o planeta tende à insustentabilidade porque, projetam estupidamente, se o mundo fosse viver segundo os padrões de consumo da Europa ou dos Estados Unidos, não haveria recursos naturais suficientes. Ocorre que essa conta não faz nenhum sentido. Aquele padrão de consumo é expressão de um padrão de  desenvolvimento que trouxe consigo notáveis avanços científicos, que podem, por exemplo, globalizar as vacinas e até o fornecimento de comida. Se remanescem doenças e misérias em muitos cantos do planeta, isso nada tem a ver com a forma “como nos relacionamos com o planeta”. A questão é política e nasce do déficit democrático — aquela mesma democracia que se tornou um valor desprezível para os salvadores da humanidade.

Neste exato momento, enquanto os mercadores do caos — fartamente financiados por empresas que fizeram da suposta catástrofe um lucrativo negócio — anunciam o fim do mundo por causa do Código Florestal brasileiro (não há nada no planeta nem sequer comparável no que respeita a imposições de natural ambiental), milhares de agricultores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estão ameaçados de deixar as terras nas quais suas respectivas famílias produzem alimentos há pelo menos cem anos.

Podem notar: no fim das contas, na narrativa dessa gente, existe uma contradição essencial entre o homem e a Terra, entre a civilização e o planeta, como se este pudesse existir ou existisse como coisa em si! Esses celerados ainda não perceberam que somos nós, os homens, os únicos capazes de conferir sentido mesmo ao discurso científico. Sem a besta com consciência de si mesma, que somos nós, o que resta é o grande nada universal, esse arcano intraduzível porque não haveria quem pudesse se encarregar da narrativa.

A humanidade inventou o mundo, não foi o mundo que inventou a humanidade!

Por Reinaldo Azevedo

 

Mensalão — Julgamento marcado: Lula e Dirceu perderam. Isso quer dizer que o STF e as instituições ganharam! Pena Lewandowski ter faltado!

STF reunido: a partir da esq., Rosa Weber, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ayres Britto, Marco Aurélio, Cezar Peluso e as duas cadeiras vazias, de DiasToffoli e Ricardo Lewandowski (Foto: Carlos Humberto SCO/STF)

STF reunido: a partir da esq., Rosa Weber, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ayres Britto, Marco Aurélio, Cezar Peluso e as duas cadeiras vazias, de Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski (Foto: Carlos Humberto SCO/STF)

 

Não sei qual será o resultado do julgamento dos mensaleiros no Supremo Tribunal Federal. A decisão cabe aos 11 membros da corte. Uma coisa, no entanto, sei com certeza: as instituições ainda não se renderam ao charme truculento de Lula ou à sua truculência charmosa, avalie cada um segundo a sua sensibilidade. A decisão tomada ontem por 9 dos 11 ministros do Supremo em sessão administrativa, estabelecendo o rito de julgamento do processo, definiu um caminho. Caberá agora ao ministro Ricardo Lewandowski, um dos ausentes à reunião — o outro foi Dias Toffoli, que tinha um compromisso social em São Paulo —, entregar o seu trabalho ainda neste mês de junho para que agosto ponha termo a um episódio que fez aniversário justamente ontem: no dia 6 de junho de 2005, há exatos sete anos, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), em entrevista à Folha, acusava a existência da quadrilha do mensalão. Que ninguém ainda tenha sido criminalmente punido em razão do maior escândalo havido na história republicana, eis um fato que deveria nos envergonhar como nação. É impressionante que alguns ainda tenham a cara de pau de falar em “açodamento”.

Açodamento? Sete anos depois? Ignoro, reitero, o que fará cada ministro. Mas podemos declarar derrotadas todas as manobras, as legais e as ilegais, para tentar impedir que o mensalão fosse julgado ainda neste ano. Nesse particular, Lula e José Dirceu perderam. Venceram a autonomia do Poder Judiciário — ou, ao menos, a sua parte saudável — e, sim, a imprensa independente, que não existe para prestar serviço a candidatos a tiranos e a jagunços que ousam assombrar o estado democrático e de direito.

Dado o rito, o ministro Cezar Peluso tem plenas condições de participar do julgamento. Por quê? No dia 1º de agosto, Joaquim Barbosa, o relator, apresenta uma síntese do seu voto, um parecer. Em seguida, o procurador-geral da República formaliza a acusação. E tem início então a defesa, que se estende até o dia 14, em sessões diárias, de segunda a sexta. Aí os ministros começam a votar.

Ouvidas acusação e defesa e podendo ter acesso à integra do voto do relator e do revisor do processo, Peluso pode deixar redigido o seu voto, ainda que o processo avance setembro adentro. Mas há ministros na corte, como Gilmar Mendes e Luiz Fux, que veem condições de que tudo termine em agosto.

Lewandowski, o revisor, para quem se voltam todos os olhos, muito especialmente os do estado de direito, sabia da sessão de ontem, é evidente, e de sua pauta. Mesmo assim e sendo quem é no processo, preferiu não participar. O cronograma foi aprovado pela unanimidade dos nove presentes. Não parece plausível supor que ele frustre não a expectativa dos pares que tomaram aquela decisão, mas a do país. Vamos ver.

Ontem, a defesa de José Dirceu veio a público para asseverar que ele estava satisfeito com a definição do calendário e que é de seu gosto ser julgado logo. A função da defesa é defender, e não há muito o que especular a respeito disso. Mas é balela. Ele e Luiz Inácio Lula da Silva fizeram o permitido e, sobretudo, o não permitido para melar esse julgamento,  para inviabilizá-lo ainda neste ano. O ex-presidente, como é sabido, estava assediando ministro da corte para empurrar o julgamento para o ano que vem. No caso de Gilmar Mendes, a conversa assumiu tintas de chantagem — que nem sempre é feita manipulando fatos; ao chantagista podem bastar, como era o caso, os boatos.

A decisão dos ministros do Supremo foi tomada 10 dias depois de VEJA revelar a conversa indecorosa de Lula com Mendes e na semana em que a revista apresentou evidências de que os petistas da CPI tinham em mãos uma espécie de cartilha para tentar desqualificar o ministro, o procurador-geral da República e a imprensa, fazendo da comissão, como anunciara previamente Rui Falcão em vídeo conhecido, mero teatro de achincalhe e plataforma para acusar o que chamou de “farsa do mensalão”.

Tornado público o avanço de Lula contra a independência do Judiciário, o STF preferiu não emitir uma nota pública, mas fez, entendo, algo mais importante do que isso: evidenciou que há ali homens e mulheres — independentemente do conteúdo de seu voto, reitero (a qualidade de cada um, veremos depois) — que entendem que a corte suprema de um país não pode estar sujeita a esse tipo de pressão, de arreganho autoritário, de mandonismo primitivo. Assim, ainda que a expectativa dos decentes possa não se cumprir — ver condenados os mensaleiros —, é bom saber que o tribunal conserva o  DNA da independência.

Em certa medida, talvez todos devamos ser gratos a Lula e a Dirceu — e também a Rui Falcão, braço dirceuzista na presidência do PT — pelo destrambelhamento, pelo açodamento, pela fanfarronice. Não fosse a sede com que foram ao pote; não fosse, mais uma vez, a certeza da impunidade e a onipotência com que avançaram contra as instituições, sequiosos de vingança, talvez Lewandowski enxergasse ainda mais tempo para fazer a história avançar em câmera lenta. Diante das escandalosas evidências de que a reputação do próprio Judiciário está em jogo — e, pior, tendo a sua instância máxima na berlinda —, sobrou ao tribunal evidenciar, agora de maneira clara, inequívoca, sem chances para segunda interpretação, que o país está à espera de Lewandowski. Ele teria lustrado a instituição e o bom senso se tivesse aparecido na sessão desta quarta. Mas preferiu se ausentar.

Lula já chegou a dizer que, na Venezuela de Hugo Chávez, havia “democracia até demais” — o que nos faz supor que, para seu gosto pessoal, haveria ainda menos. Quem é capaz desse juízo explica por que assedia ministros do Supremo. Imaginem… O Apedeuta deve lastimar profundamente os traços da “ditadura brasileira” que não lhe permitem impor a sua vontade aos juízes.

E encerro com uma questão que projeta esse debate para o futuro. Ministros que são titulares do Supremo, que já não dependem da vontade deste ou daquele, foram alvos daquele assédio criminoso — crime previsto no Código Penal. Por uma questão de lógica, começo cá a imaginar como são conduzidas as conversas com aqueles que disputam uma indicação. Ainda neste ano, Dilma terá de apontar dois nomes para integrar o Supremo, nas vagas de Peluso (sai em setembro) e Ayres Britto (sai em novembro). Como será o assédio àqueles ou àquelas que são apenas aspirantes às vagas? Se o jogo é bruto com quem, afinal, pode muito, a gente supõe como é com quem ainda não pode tanto…

Se haverá absolvição ou condenação em massa, isso, insisto, não sei. O que sei é que a definição do cronograma, pouco importa o voto de cada membro do STF, representou a derrota de Lula e Dirceu e a vitória das instituições democráticas. E eu incluo nesse grupo a imprensa que ousa chamar as coisas pelo nome que elas têm e milhares de brasileiros que, a exemplo dos leitores deste blog, se mobilizaram para dizer: “Entregue o seu trabalho, Lewandowski”!

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 4:39

Secretário de Agnelo procura senadores da CPI com “manual” de defesa do governador petista

No Globo:
O secretário de Administração Pública do Distrito Federal, Wilmar Lacerda, passou a tarde desta quarta-feira no Senado preparando o terreno para o depoimento do governador Agnelo Queiroz (PT), marcado para a próxima quarta-feira, na CPI do Cachoeira. Suplente do senador Cristóvam Buarque (PDT), Lacerda aproveitou o livre trânsito que tem no plenário para conversar com senadores e exibir a eles um calhamaço com cerca de 30 páginas contendo supostas fragilidades das acusações que pesam contra o governador e sua administração.

Uma das páginas flagradas por O GLOBO trazia o título “Questões relevantes: o envolvimento de Cláudio Monteiro”. Há cerca de dois meses, Monteiro deixou o cargo de chefe de gabinete de Agnelo após virem a público grampos feitos pela Polícia Federal que citavam seu nome e o vinculavam ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. A assessoria do governador do Distrito Federal confirmou que o material foi produzido por assessores para expôr fragilidades das acusações. A ação de Wilmar, no entanto, constrangeu alguns senadores, que a consideraram invasiva.

Agnelo, no entanto, não foi o único a se movimentar. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos mais combativos integrantes da CPI mista do Cachoeira, foi procurado nesta quarta-feira por um assessor parlamentar. Esse assessor perguntou-lhe se ele via problemas em conversar com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), antes do depoimento dele à CPI, marcado para a próxima terça-feira.

“Não sei nem se o interlocutor estava autorizado a falar em nome do governador. Ainda assim, eu disse que não tinha problema de encontrá-lo, desde que fosse um encontro público e na presença de um grupo de parlamentares que tem me acompanhado na comissão”, disse o senador, referindo-se à chamada ala dos independentes, composta também pelos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e pelos deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Rubens Bueno (PPS-SP).
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 4:17

Retirada de investimento é a maior desde 2008; saldo nas trocas financeiras ficou negativo em US$ 6,3 bi em maio

Por Mariana Schreirer e Mariana Carneiro, na Folha:
A piora da crise na Europa e o fraco desempenho da economia brasileira provocaram uma forte retirada de dólares do país em maio. O saldo da conta financeira ficou negativo em US$ 6,3 bilhões no mês passado, pior resultado desde novembro de 2008, quando o mundo estava em pânico devido à quebra de bancos nos EUA. A conta financeira contabiliza todos os dólares que entram e saem do país em transações não comerciais. Já as trocas comerciais resultaram num saldo positivo de US$ 3,6 bilhões em maio, compensando parte do deficit financeiro. Ainda assim, o fluxo total de dólares ficou negativo em US$ 2,7 bilhões, maior deficit em dois anos.

Economistas explicam que é comum que investidores externos repatriem seu dinheiro em momentos de incerteza. Além disso, dizem, a redução do crescimento e a queda dos juros no Brasil diminuem a rentabilidade das aplicações, estimulando também a saída de recursos. Para completar, acrescentam, alguns investimentos aqui estão mais caros devido a uma série de medidas adotadas pelo governo ao longo dos últimos anos para conter a valorização do real. Mas, apesar da saída de dólares na conta financeira ter sido a maior em mais de três anos, economistas discordam sobre a gravidade do quadro.

Alfredo Barbutti, da corretora BCG Liquidez, diz que a conta financeira é muito volátil. Dada a forte instabilidade no exterior, ele não considera que houve uma saída expressiva de recursos. O superintendente de tesouraria do Banco Banif, Rodrigo Trotta, também não considera a saída de dólares em maio preocupante. Ele observa que o Banco Central está tendo sucesso nas suas intervenções para evitar uma valorização muito intensa do dólar e lembra que as reservas “gigantescas” de US$ 372 bilhões em poder do banco são um seguro contra a instabilidade.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 4:15

Inflação anual cai para 4,99% com a freada da economia

Por Pedro Soares, na Folha:
forte freada da economia, a moderação do consumo e a crise externa estão ajudando a conter os aumentos de preços para o consumidor, o que abre caminho para o Banco Central promover novos cortes nos juros nos próximos meses. O IPCA, índice oficial de inflação, subiu 0,36% em maio. Ficou abaixo das previsões do mercado e foi inferior à taxa de abril (0,64%). A taxa acumulada nos 12 meses até maio atingiu 4,99%, a mais baixa desde setembro de 2010, segundo o IBGE. Apontado pelos dados do PIB do primeiro trimestre (alta de apenas 0,2%), o menor ritmo de atividade da economia e o receio de ampliar gastos em tempos de inadimplência crescente rebateram nos preços dos serviços, até então vilões da inflação.

Com o consumo menos aquecido e uma folga menor no orçamento, comprometido para saldar dívidas, os preços dos serviços (de refeições fora de casa a empregados domésticos) subiram 0,21% em abril, menor nível desde outubro de 2009. Caíram os preços de serviços como passagens aéreas, pacotes de viagens, hotéis e outros. Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, a alta menor dos serviços pode estar ligada à menor disposição das famílias em consumir serviços que, em muitos casos, não são essenciais. Mas reflete também, diz ela, uma “saturação dos preços”, que já haviam subido muito (8,76% em 12 meses até maio), o que tornou muitos serviços caros e afastou uma parcela de consumidores. Elton Teles, analista do Itaú-Unibanco, afirma que a freada dos serviços é “consistente com o menor ritmo de atividade da economia” e com as previsões de uma retomada mais lenta do que a prevista pelo governo.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 4:11

Falcão confirma o óbvio: Lula deu aval a golpe em Recife. Que dúvida!!!

No Globo:
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, reconheceu nesta quarta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu respaldo à decisão da Executiva Nacional do PT de intervir no cenário eleitoral de Recife e justificou a imposição do nome do senador Humberto Costa como uma maneira de conter o “clima de fratricídio” na capital pernambucana. Em entrevista na sede nacional do partido, na capital paulista, o dirigente petista minimizou a reação do atual prefeito, João da Costa, que chamou de antidemocrática a intervenção em Recife, e afirmou não acreditar em sua eventual saída do PT. O prefeito de Recife pleiteava a reeleição e foi o vencedor da convenção.

 

Ao deixar na terça-feira a reunião da direção nacional do partido, não descartou a hipótese de sair da legenda. João da Costa será o primeiro prefeito de Recife a não disputar a reeleição.

“Nós consultamos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que respalda a decisão. O prefeito saiu indignado, dizendo que ia sair, mas depois voltou atrás. É natural que nos processos de alta tensão política, como nas últimas semanas, as emoções tomem conta das pessoas. O agir toma o lugar do pensar. Hoje, ele já está com o pensar antes do agir”, afirmou Rui Falcão.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

06/06/2012 às 23:32

Cachoeira fala em gravação sobre venda da casa de Perillo, aponta PF

Do Portal G1:
Gravações da Polícia Federal mostram o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela PF, discutindo o preço e as condições para a venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Na próxima terça (12), Perillo tem depoimento marcado à CPI do Cachoeira, que apura o envolvimento do contraventor com políticos, autoridades e empresários. Marconi Perillo afirmou que trechos de gravações “editados e desconectados dos fatos não podem se contrapor à realidade”.

Em 6 de julho passado, a PF gravou com autorização judicial uma conversa entre Cachoeira e o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, um dos principais auxiliares do contraventor. Segundo documentos que estão na CPI, a casa de Perillo foi vendida seis dias depois. Em depoimento à comissão em maio, Garcez disse que comprou a casa do governador e a revendeu ao professor Walter Paulo Santiago. Segundo Garcez disse à CPI, o pagamento foi feito com três cheques, emprestados por Cachoeira e por Cláudio Abreu, ex-diretor no Centro-Oeste da construtora Delta, empresa suspeita de ter vínculos com o esquema do bicheiro. O valor dos cheques, de acordo com o ex-vereador, foi de R$ 1,4 milhão.

Em depoimento à CPI nesta terça, Walter Paulo Santiago disse que comprou a casa pelo mesmo preço, só que em dinheiro vivo. “Não paguei com cheque, paguei em dinheiro, em moeda corrente, nota exclusiva de 50 e de 100″, afirmou. Na gravação, o preço mencionado é mais alto, R$ 2,2 milhões:

- Cachoeira: Fechou por dois e duzentos?
- Wladimir: Não, mas acho que vai morrer em dois e duzentos, viu?

Em outro trecho, Cachoeira e Wladimir mencionam o nome de Lúcio, que, segundo a Polícia Federal, é Lúcio Fiúza Gouthier, assessor do governador Perillo, exonerado nesta quarta.

- Cachoeira: Cê vai lá, chama o Lúcio. O Lúcio você conversa com ele. “Ó, Lúcio, é que eu vendi lá, então tô vendendo mobiliada já, por dois e tanto.

Integrantes da CPI dizem que os diálogos e o depoimento do professor Walter Paulo aumentam as dúvidas que cercam a transação de compra e venda da casa de Perillo. “Tem um cipoal de dúvidas e contradições. Precisamos ouvir o governador, sem pré-julgamento, para que as dúvidas sejam esclarecidas”, afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT), integrante da CPI.

Conversas isoladas
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse nesta quarta-feira (6) ter sido procurado por um emissário do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) que, segundo afirmou, teria proposto uma conversa com o governador antes do depoimento de Perillo à CPI do Cachoeira, marcado para terça-feira (12). O encontro serviria para que Perillo “esclarecesse fatos” que pretenderia relatar no depoimento à CPI, da qual Randolfe Rodrigues é um dos integrantes.

A assessoria de imprensa do governador de Goiás negou que Perillo tenha feito algum pedido. “O governador não fez pedido algum. Se alguém fez, foi sem o consentimento dele”, disse Isanulfo Cordeiro, do gabinete de imprensa do governador. “Fui procurado por um emissário do Perillo. Outros parlamentares também foram. Eles pediram uma reunião para que o governador esclarecesse fatos que vai falar na CPI [...] Eu não aceitei. Não acho prudente conversa isolada”, afirmou Randolfe Rodrigues.

Perillo tem depoimento marcado para esta terça na CPI Mista que investiga as relações entre o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. Nesta terça, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), defendeu a quebra de sigilo do governador, que é suspeito de envolvimento com o contraventor.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

06/06/2012 às 23:23

A notícia que não existe no Estadão Online

O Estadão Online está dando como manchete uma notícia que não existe e que nunca existiu, a saber: “PSDB abre processo contra Protógenes”. Tudo errado!
1) O PSDB fez a representação ao Conselho de Ética da Câmara;
2) o relator é um petista, Amauri Teixeira, do PT da Bahia;
3) o relator recomendou a abertura do processo, que ainda não foi aberto;
4) para que seja, é preciso ser aprovado pela maioria do conselho.
5) não aponto isso aqui para chatear esse ou aquele, não. É que os leitores ficam me perguntando por que não trato do assunto. No post anterior, falo sobre Protógenes, vejam lá.

Títulos, muitas vezes, são uma síntese de um fato, ainda que com imperfeições. Nesse caso, não é. O processo nem foi aberto. Se e quando acontecer, a decisão não será do PSDB.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/06/2012 às 23:09

Relator pede abertura de processo contra Protógenes no Conselho de Ética por causa de vínculo com homem de Cachoeira; furioso, deputado agora ataca o PT

Na VEJA Online. Comento em seguida.
O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) falou em traição ao comentar o relatório de Amauri Teixeira (PT-BA) que pede a abertura de processo contra ele no Conselho de Ética. Protógenes foi flagrado em interceptações telefônicas da Polícia Federal conversando algumas vezes com Idalberto Matias Araújo, o Dadá, um dos integrantes do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira. Cabe agora ao Conselho decidir pela abertura ou não de processo. Para Teixeira, há indícios de quebra de decoro na ação do colega, que não deveria ter mantido “relacionamento próximo com um notório contraventor”.

Em sua página no Twitter, o deputado do PCdoB questionou o posicionamento de Teixeira. “Recebi alguns telefonemas de colegas do PT falando que o parecer do Deputado Amauri, que é do PT, foi uma traição”, escreveu.

Minutos depois, Protógenes começou a atacar o partido aliado. “Um passarinho me contou agora que o deputado Amauri do PT cumpriu tarefa do PT em acordo com PSDB. Querem desviar o foco da corrupção da Delta”. Ele ironizou ainda dizendo que seu maior ‘erro ético’ foi propor a CPI do Cachoeira. Disse também ter documentos que provam sua inocência.

Em uma das conversas com Dadá, os dois fazem combinação sobre depoimento que prestarão em sindicância da PF. Dadá auxiliou Protógenes na Operação Satiagraha quando o deputado ainda era delegado federal. Ambos são investigados por possíveis irregularidades na investigação.

Nos áudios, Protógenes é chamado de “professor” e “presidente”. Em depoimento à CPI do Cachoeira, em sessão secreta, o delegado Raul Alexandre Marques afirmou que diálogos indicam a intenção do deputado de se aproximar de Cláudio Abreu, ex-diretor da empreiteira Delta e principal elo da construtora com o contraventor.Em sua página no Twitter, o deputado do PCdoB questionou o posicionamento de Teixeira. “Recebi alguns telefonemas de colegas do PT falando que o parecer do Deputado Amauri, que é do PT, foi uma traição”, escreveu.

Comento
Só para deixar claro: Protógenes Queiroz, este que um gigante do jornalismo como Paulo Henrique Amorim chama “ínclito”, usou ilegalmente, na “Operação Satiagraha”, a, digamos, “mão de obra” de Dadá. Suas conversas com o araponga, flagradas pela Polícia Federal, indicam que ele sabia muito bem para quem trabalhava o amigão do peito. É um escárnio, para a própria CPI, que ele integre o grupo. No seu estilo de sempre, só lhe resta sair atirando…

Só para lembrar: Dadá tem a intenção de criar uma empresa ligada à área de segurança. E já tem o nome do  empreendimento: “Satiagraha”. Não! Isso não é uma piada.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/06/2012 às 22:52

E o que fez o PT numa universidade federal que é um pardieiro? Chamou a polícia para desalojar invasores… E nenhum deputado do partido apareceu para protestar!

Lembram-se da Reitoria da USP invadida por aqueles patriotas? Eles não reivindicavam que a Universidade de São Paulo oferecesse condições mínimas de ensino. Até porque a infraestrutura da instituição é bastante apreciável. Não é o caso do campus de Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que está em condições miseráveis. Os porraloucas da USP protestavam contra a… presença da PM no campus, que busca garantir a segurança de todos, para melancolia de alguns maconheiros!

A operação foi acompanhada pela imprensa ao vivo, em tempo real, como se uma operação de guerra estivesse em curso. Os petistas vociferavam: “Vejam como o governo de São Paulo é autoritário”! Pois é… Os estudantes da Unifesp também invadiram uma área da universidade. E também foram desalojados. Leiam com atenção o que informa a Folha. Volto em seguida.
*
Oficiais de justiça, acompanhados de policiais militares e federais, cumpriram por volta das 16h desta quarta-feira a reintegração de posse do prédio invadido da Diretoria Acadêmica no campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Guarulhos (Grande SP). Inicialmente os alunos disseram que cerca de 50 pessoas foram retiradas do local. De acordo com a PF, porém, 30 pessoas que se encontravam no imóvel invadido e se recusaram sair foram encaminhadas à Superintendência da PF na Lapa, zona oeste, onde foi lavrado um termo por desobediência à ordem judicial. Os estudantes e a reitoria da Unifesp informaram que não houve violência durante a operação. A reintegração de posse foi determinada após a Justiça Federal receber informações da Unifesp sobre providências adotadas para melhorar o campus de Guarulhos.

Segundo a Justiça, a Unifesp apresentou documentos que apontam que parte das reivindicações feitas pelos alunos está sendo atendida, como início da construção do prédio central, moradia para estudantes, garantia de diversidade e qualidade de alimentação, transporte de qualidade, entre outras. A decisão afirma que “eventuais questionamentos sobre a condução de tais negociações devem ser discutidos em sede própria, não sendo a via do apossamento do prédio público, por meio de greve, hábil para reivindicar critérios ou irregularidades na gestão administrativas da universidade”.

Reportagem da Folha mostrou que a situação no local ainda é precária –o portão de entrada está destruído, o refeitório funciona de maneira improvisada num galpão de madeira e parte dos 3.070 alunos são obrigados a assistir aulas numa escola municipal vizinha ao campus.

Voltei
Reitere-se: a reitoria da Unifesp recorreu à Justiça com um pedido de reintegração de posse, a exemplo do que fez a da USP, e a obteve, circunstância que obriga a polícia a agir. A demonizada — inclusive pelos petitas — PM de São Paulo fez, também neste caso, o que a lei a obriga a fazer: retirar os invasores — com o auxílio da PF. Também eles, como os da USP, tiveram de prestar contas à polícia. A Unifesp está em greve desde o dia 23 de março, e os alunos ocupavam o prédio desde o dia 5 do mês passado.

Como todos vocês notaram, essa desocupação se deu sem alarde, longe dos olhos da imprensa. Não apareceu deputado petista para acusar a truculência da PM — que, com efeito, não houve; nem ali nem na USP.

E quero deixar uma coisa clara: embora a Unifesp esteja mais para um acampamento do que para uma universidade, eu não aprovo manifestações dessa natureza, venham de onde vierem. Não acho que greve de professores ou ocupação de um prédio público sejam respostas aceitáveis, por mais lastimáveis que sejam — E SÃO! — as condições da Unifesp. Não mudo de opinião a depender de quem seja o, como direi?, demandado. Mas também não igualo as diferenças: as revindicações dos invasores da Unifesp se sustentam numa incúria real do poder publico; os alunos estão recebendo menos do que a instituição deveria oferecer. Os invasores da USP, ao contrário, não queriam que as leis que valem para todos fossem aplicadas na universidade, como se integrassem um grupo apartado da sociedade.

Assim, temos que tanto a reitoria da USP como a reitoria da Unifesp usaram o legítimo direito de recorrer à Justiça para que se chamasse a polícia. A diferença é que a polícia, na USP, foi usada para conter rebeldes sem causa — ou com uma má causa; na Unifesp, para conter os exageros decorrentes de uma reivindicação justa. Fernando Haddad não vai se pronunciar?

Por Reinaldo Azevedo

 

Haddad renova o seu impressionante histórico de bobagens

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, é mesmo um pândego. Disse nesta quinta uma notável estultice, mas, acreditem, não é a maior de sua carreira, não. Ele é capaz de prodígios muitos maiores. No ano passado, as universidades e os institutos técnicos federais ficaram quatro meses em greve! Neste ano, 48 instituições (46 universidades) estão em greve há 19 dias - algumas há mais tempo. A pauta de reivindicações que une a todas é um plano de carreira. Mas há realidades locais dramáticas: faltam laboratórios, iluminação (!?), esgoto (!?), salas de aula (!?). É a expansão do ensino federal à moda Lula. É a qualidade à moda Haddad.

Ontem, o PSDB emitiu uma nota responsabilizando, e nem poderia ser diferente, Haddad pela crise - ministro que foi da pasta por seis anos. Hoje ele reagiu. E sabem o que fez este grande pensador? Culpou, acreditem!!!, o governo… FHC!!! Isto mesmo: os petistas estão no 10º ano de poder, mas as dificuldades no ensino superior federal devem ser atribuídas, segundo o rapazola, aos tucanos. É com essa responsabilidade intelectual, política e moral que pretende ser prefeito de São Paulo. Depois de visitar a sede da associação que promove a parada gay, afirmou: “Eu duvido que alguém tenha saudade dos tempos de Fernando Henrique Cardoso”. E aproveitou para atacar a gestão da educação na cidade de São Paulo: “Eu me solidarizo com os 20% de estudantes que ainda não receberam uniforme escolar em São Paulo. O PSDB deveria estar preocupado com o estado da educação em São Paulo, que é muito grave.”

Muito grave? A cidade tem, por exemplo, o maior piso salarial dos professores no Brasil: R$ 2600 (para 40 horas). O estabelecido pelo governo federal para 2012 é de R$ 1.451. A propósito: só nove estados estão acima desse valor, só um deles governado pelo PT: GO, MS, RJ, MT, MG, SP, AM, RR e DF. O Estado de São Paulo tem o quarto piso do país (R$ 1.894), atrás apenas de Amazonas (1.905), Roraima (2.142) e Distrito Federal (2.315). Nota à margem: quando Agnelo Queiroz (PT) chegou ao governo do DF, já se pagava ali o maior piso do país.

Indagado sobre a atitude dos professores, Haddad decidiu fazer graça: “Eu respeito muito os trabalhadores da educação e entendo que o sindical esta no seu papel de defender os interesses da categoria. Não vou adotar a prática do PSDB de, a qualquer movimento de trabalhadores, criminalizar da maneira como eles fazem”. Ele está dizendo que sua gestão faz por merecer o protesto. Se ele diz… Daqui a pouco eu vou demonstrar, mais uma vez, como age um petista na oposição e como age um petista no governo. Esperem um pouquinho.

Rei da bobagem
Haddad é o rei da bobagem — e não é de hoje. Não pensem que a aprovação daqueles absurdos kits gays foi o mais longe a que chegou na, como chamarei?, degradação intelectual. Ele já foi capaz de coisas mais estupefacientes.

Ali por volta de 2003, 2004, escreveu um livro intitulado “Trabalho e Linguagem- Para Renovação do Socialismo”. Escreveu enormidades como estas:
Sobre a União Soviética :
“O sistema soviético não tinha nada de reacionário.Trata-se de uma manifestação absolutamente moderna frente à expansão do capital.”

Sobre o PT estar sofrendo desvio de direita (antes de ele assumir o Ministério, claro!)
“Mesmo sem ter conseguido elaborar uma plataforma política verdadeiramente socialista, (o PT) quase chegou ao poder pelo voto (nos anos 1980). (…) Nos anos 1990, o PT equivocadamente resolveu atribuir às suas virtudes a responsabilidade por seu fracasso eleitoral. Hoje, infelizmente, o partido que funcionou como uma espécie de ‘psicanalista social’ é que está precisando de uma boa terapia”.

O MST como inspiração
“Trata-sede um movimento que mudou completamente a pauta clássica de reivindicações: ele não reclama maior remuneração ou menor jornada, nem tampouco favores do Estado. (…) Revolucionariamente, o MST quer crédito, apoio técnico e autonomia. (…) São iniciativas dessa natureza, progressivas em todas as dimensões da vida social, que devem sempre chamar a atenção dos socialistas e lhes servir de inspiração para sua conduta política”.

Voltei
O amor pela União Soviética tem uma explicação também pessoal. Meses antes de aquele país entrar em colapso,  escrevera outro livro afirmando que o país tinha um grande futuro pela frente.

Mas ele jamais conseguirá superar a si mesmo em matéria de, perdoem-me a expressão, delinquência intelectual. Em junho do ano passado, defendendo numa comissão do Senado os livros selecionados pelo MEC — aqueles do “nós pega os peixe” — e reclamando das críticas que recebia, disse isto:

“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.

Está tudo dito aí:
- Stálin representa uma “evolução” na comparação com Hitler;
- matar depois de ler livros é superior moralmente a matar antes de lê-los.

Alguém que consegue pensar isso não tem cura. Volto ao petismo e à educação daqui a pouco. Hoje mesmo aconteceu um outro evento espetacular que mostra bem quem são eles. Aguardem um pouco.

Por Reinaldo Azevedo

 

Lula volta a jogar a Lei Eleitoral no lixo, agora no Rio

Existem leis no país para os brasileiros comuns, não para Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quinta, ele voltou a pisotear a Lei Eleitoral e fez campanha antecipada para o prefeito Eduardo Paes (PMDB). Leiam o que informa aFolha. Volto depois.

O ex-presidente Lula defendeu na manhã desta quarta-feira voto no prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pré-candidato a reeleição, durante inauguração do Transoeste, via que liga a Barra a Santa Cruz. “Em 2008, Paes era um cidadão que eu pouco conhecia. Por não conhecer, eu tinha dúvida [em apoiá-lo]. Mas fui convencido pelo Sérgio Cabral. Não me arrependo de ter pedido voto e farei isso de novo em 2012 com muito mais convicção”, disse Lula em discurso. Em clima de campanha, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) também exaltou a gestão Paes. Ele disse que o aliado “é o melhor prefeito da história do Rio”.
(…)

Voltei
Eis aí o homem que seria um ex-presidente como nunca antes na históriadestepaiz… De certo modo, cumpre o prometido. Nunca antes na história destepaizalguém na sua condição foi tão desrespeitoso com as instituições. Lula não está nem aí. Afinal, deve pensar, isso é só legislação eleitoral mesmo… Paga-se uma multinha daqui a um tempo, e tudo fica por isso mesmo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Lula explica por que Marta não importa mais

Lula explicando a um interlocutor por que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) não importa mais na disputa pela Prefeitura de São Paulo e por que não fará esforço pessoal para tê-la na campanha:

“Se o Haddad ganhar, é o Lula; se ele perder, é a Marta”.

Assim se fazem os heróis no petismo. Entenderam, não? O Babalorixá de Banânina está dizendo que, agora, pouco importa o que ela faça, não será sócia da eventual vitória, mas será a única dona da derrota.

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 15:27

Os companheiros de hoje do lulo-petismo fazem a farra em Paris e os companheiros de ontem pagam a conta

A coisa funciona assim: quando tudo vai bem, com os cofres públicos financiando a lambança, os companheiros de hoje do lulo-petismo fazem a farra em Paris. Quando a vaca vai para o brejo, os companheiros de ontem é que pagam a conta. Leiam o que informa o Globo Online:

Delta deixa de pagar funcionários demitidos no Rio

Por Marcio Allemand:
Passadas três semanas da decisão da Petrobras de rescindir o contrato das empresas que participavam do Consórcio Delta/TKK/Projectus para a construção de módulos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, ex-funcionários reclamam que até agora não receberam o pagamento relativo à rescisão. Dizem também que sequer podem dar entrada no FGTS ou no seguro-desemprego. Isso porque o consórcio não deu baixa na carteira de trabalho de nenhum deles e a documentação encontra-se toda bloqueada. Na última segunda-feira, a Delta entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio.

A decisão pegou os cerca de 800 funcionários de surpresa. Naquela manhã, ao chegarem para trabalhar, encontraram todos os computadores bloqueados e foram informados da demissão. Jean Santana, técnico de edificações, que trabalhou durante seis meses na construção da Unidade Industrial de Tratamento, Recuperação e Armazenamento de Enxofre (URE) e da Unidade de Hidrotratamento de Nafta (HDT), diz que a empresa lhe deve algo em torno de R$ 20 mil pela rescisão além do pagamento do adiantamento, que acontecia todo dia 20 do mês. “Estou com todas as minhas contas atrasadas. Desde a prestação do meu carro até a pensão das minhas filhas. O pior é que não sabemos como essa situação vai ser resolvida”, desabafa.

Em sua página no Facebook, Jean Santana reuniu um grupo de ex-funcionários do consórcio. Mobilizados, eles pretendem ir à Justiça para tentar resolver a situação. Por ora, conta com a ajuda do sindicato, que tenta negociar uma solução para o impasse junto à Delta e à Petrobras. “Há um jogo de empurra entre a Delta e a Petrobras. Cada hora uma diz que é a outra quem vai pagar o devido aos ex-funcionários. Enquanto isso nós só temos uma certeza: o desemprego.”

Na ocasião da demissão dos funcionários, a Petrobras explicou, em nota, que a rescisão aconteceu devido ao baixo desempenho da empresa na construção da URE e da HDT. Os dois contratos foram assinados no fim de 2010. Pelo primeiro contrato, o consórcio receberia R$ 532 milhões, enquanto a construção e instalação da HDT renderia R$ 311 milhões.

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 15:17

As universidades da dupla Lula-Haddad - Antes de policiais desalojarem invasores, a Unifesp já era caso de polícia

A Polícia Militar e a Polícia Federal desalojaram ontem 30 estudantes que haviam invadido dependências administrativas do campus de Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Chamar aquilo de “campus” é apego excessivo à formalidade. A exemplo de outras universidades e campi avançados criados no governo Lula, sob a gestão de Fernando Haddad, trata-se de uma biboca destinada a amontoar alunos. A dupla nunca se ocupou da qualidade de ensino nas federais ou na rede privada que recebe o leite de pata do ProUni. Queria produzir números.

No dia em que se fizer um levantamento sério e independente da qualidade desse serviço no Brasil, vai-se ter noção do estrago e do tempo que vai demorar para qualificar a expansão. Em poucas áreas, incluindo a saúde — que é um desastre —, houve tanta improvisação. Os professores universitários, sempre tão mobilizados, não protestaram porque, não raro, as entidades que os representam estão dominadas pelos “companheiros”. Ao contrário até: o ApeDELTA começou a receber títulos de “Doutor Honoris Causa” em penca.

Estava aqui puxando pela memória. Em 2008, o reitor da Unifesp foi demitido — oficialmente, pediu demissão — sob a acusação de malversação do dinheiro da universidade, conforme se lê em reportagem da Folha. Vejam que maravilha:

O reitor da Universidade Federal de São Paulo, Ulysses Fagundes Neto, renunciou ontem em caráter irrevogável ao cargo máximo da instituição. A renúncia foi decidida depois da divulgação, na edição de ontem da Folha, de relatório elaborado pela Secretaria de Controle Externo do Estado de São Paulo, do Tribunal de Contas da União, sobre irregularidades nos gastos de viagem do reitor, entre 2006 e 2007. Segundo a equipe de inspeção do TCU, Fagundes Neto usou irregularmente recursos do Estado para pagamento de itens de consumo de luxo, cometeu desvio de finalidade, burla ao regime de dedicação exclusiva, realizou viagens não autorizadas ou com prazo superior ao estritamente necessário. Os fiscais propõem a devolução de R$ 229.550,06 aos cofres públicos.

“Infelizmente, o envolvimento do meu nome no noticiário recente sobre gastos realizados em viagens de trabalho exige de mim tempo e disposição para minha argumentação e defesa”, escreveu o reitor na carta-renúncia que encaminhou ontem à tarde aos docentes da Unifesp. O MEC (Ministério da Educação) declarou vago o cargo. “O vice-reitor, Sergio Tufik, passa a responder interinamente pelo comando da universidade e tem um máximo de 60 dias para realizar o processo de escolha do novo reitor.”
(…)
Ulysses Fagundes Neto é médico pediatra especializado em gastroenterologia e nutrição. Assumiu o cargo de reitor da Unifesp pela primeira vez em julho de 2003, como sucessor de Hélio Egydio Nogueira, de quem era amigo e vice. Depois desse mandato, foi reeleito em chapa única em 2007.

Mesmo antes de assumir a reitoria, o nome Fagundes Neto já figurava em denúncias de irregularidades quanto ao uso de verbas universitárias. “Foi assumida como prerrogativa da chefia do departamento a possibilidade de dispor de verbas para despesas pessoais, compra de equipamentos e viagens sem autorização de qualquer instância administrativa do departamento ou do Cepep (Centro de Estudos de Pediatria da Escola Paulista).” O texto, escrito em 24 de setembro de 2003, foi assinado por alguns dos mais importantes quadros da pediatria brasileira, e refere-se ao período em que Fagundes Neto era chefe do departamento de pediatria da Unifesp, cargo que ocupou antes de se tornar reitor.

A partir de abril deste ano, as denúncias de mau uso de verbas públicas recrudesceram. Fagundes Neto admitiu ter usado o cartão de crédito corporativo do governo federal para pagar artigos de uso pessoal: “Eu me equivoquei. Achava que era como uma diária, um dinheiro que você bota no bolso e não tem de explicar. Errei por falta de informação. Por isso, devolvi o valor integral numa demonstração de boa-fé e de respeito ao trato com o dinheiro público.” Ele afirma ter devolvido R$ 85 mil.

O relatório do TCU divulgado ontem pela Folha afirma que o reitor hospedou-se em hotéis de luxo desnecessariamente, que visitou fábricas de queijo gourmet em Portugal, que foi a jogo de futebol entre o Chelsea e o Porto pela Copa dos Campeões da Europa, que consumiu conhaque Courvoisier e uísque, entre outros gastos, tudo às expensas da universidade. Também informa que o reitor fez a Unifesp pagar por viagens internacionais em que prestou consultoria remunerada a um laboratório privado. O somatório de gastos indevidos, segundo os fiscais do TCU, ficou em R$ 230 mil.

Por Reinaldo Azevedo

 

Delta obteve financiamentos, com juros subsidiados, via BNDES, de R$ 139 milhões entre 2010 e 2012

Por Alana Rizzo, no Estadão:
Planilha de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Delta Construções mostra que a empreiteira recebeu R$ 139 milhões entre 2010 e 2012, período das investigações que deram origem à Operação Monte Carlo. O valor representa mais da metade do total de empréstimos - R$ 249,7 milhões - obtido pela construtora, suspeita de envolvimento com integrantes da organização de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

 

Só no governo da presidente Dilma Rousseff, segundo documentos obtidos pelo Estado, foram mais de R$ 119 milhões, sendo R$ 75,1 milhões em 2011. É o maior valor desde 2001, início das operações financeiras da construtora com o banco.

Investigada pela CPI do Cachoeira, a empresa teve o sigilo bancário quebrado pelos parlamentares. O valor da dívida da Delta com o sistema BNDES-Finame é de R$ 160,3 milhões, com vencimentos até 2020.

Repasses. A análise dos dados mostra que, no período em que a Delta irrigou contas de empresas suspeitas de serem de fachada, o BNDES emprestou R$ 20,5 milhões à empreiteira, por meio das operações indiretas. Relatórios da Polícia Federal registram empresas cuja única fonte de renda identificada eram os repasses da Delta. Entre elas estão a Alberto e Pantoja Construções, que recebeu R$ 26,2 milhões, e a Brava Construções, com R$ 13 milhões. Ambas eram gerenciadas por Geovani Pereira, tesoureiro de Cachoeira e operador financeiro do esquema do contraventor, que está foragido.

Os empréstimos feitos pela Delta fazem parte do Finame, linha específica para compra de máquinas e equipamentos. A empreiteira assinou 701 contratos, que variam de R$ 2,1 mil a R$ 4,3 milhões. Mas a checagem do uso do dinheiro, segundo o banco, é feita depois, por amostragem.

De acordo com o BNDES, esse financiamento utiliza recursos do banco repassados por meio de agentes financeiros. A aquisição das máquinas pode ser feita pelo intermediário diretamente com o fornecedor ou por reembolso. A taxa de juros dos contratos da construtora varia entre 4,5% e 15,75% ao ano.

Principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta foi a empresa que recebeu o maior volume de recursos do governo nos últimos três anos: R$ 2,4 bilhões. A empresa tem mais de 300 contratos com 23 Estados e o Distrito Federal. Além de construção civil, atua em coleta de lixo, concessão de rodovias e construção de linhas de transmissão de energia e, como o Estado mostrou no domingo, ainda obtém novos contratos com o poder público.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

08/06/2012 às 4:45

O PT de Recife grita: “”Ô Lula, decepção; em Recife você não manda não”

Por Fábio Guibu, na Folha:
Cerca de 150 militantes do PT gritaram palavras de ordem contra o ex-presidente Lula em um protesto realizado ontem, no aeroporto de Recife, contra a decisão do partido de vetar a candidatura à reeleição do prefeito da cidade, João da Costa (PT). “Ô Lula, decepção; em Recife você não manda não”, diziam os manifestantes quando o prefeito desembarcou, vindo de São Paulo, onde foi avisado de que o PT não aceitaria sua candidatura e indicaria o senador Humberto Costa (PT-PE) para o posto. Lula, que é pernambucano, foi o avalista da intervenção na disputa eleitoral, que até então só envolvia o prefeito e o deputado licenciado Maurício Rands (PT-PE).

A indicação do senador faz parte da estratégia do PT para atrair o apoio do PSB à candidatura do ex-ministro Fernando Haddad, em São Paulo. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que também é presidente do PSB, é contra a reeleição do prefeito João da Costa em Recife. Usando as camisas da campanha da prévia, exibindo bandeiras vermelhas e faixas de repúdio à decisão da cúpula, os manifestantes bloquearam por cinco minutos a passagem de veículos na área de desembarque, provocando congestionamento e irritação dos motoristas.

Os militantes respondiam ao buzinaço com apitos e coros contra Lula e a direção do partido: “O golpe é covardia, respeitem a democracia” e “Ô nacional, que arrogância, o PT é da militância”. Assim que deixou a sala de entrega de bagagens, o prefeito foi em direção ao grupo e foi abraçado e agarrado como um ídolo pop. Um grande tumulto se formou no saguão do aeroporto, assustando alguns passageiros.

Costa voltou a criticar a decisão do PT e afirmou que não se submeterá ao que classificou de “ato de força” da cúpula petista. “Eu faço política com outros objetivos além do cargo eleitoral”, declarou. “Enquanto não houver argumentos políticos que me convençam, não vou me submeter a um ato de força apenas para que eu declare um apoio”, declarou o prefeito.
(…)
Leia a respeito neste blog:
Chamem aquele “inteliquitual” para explicar! Direção do PT, sob o comando de Lula, esmaga João da Costa, prefeito de Recife, que estuda deixar o partido;

O racha do PT de Pernambuco - Como sempre acontece no partido, para chegar às causas, siga o lixo!

Por Reinaldo Azevedo

 

08/06/2012 às 4:39

Para reforçar sua versão sobre venda da casa, o próprio Perillo divulga conversa de Cachoeira com ex-vereador

No Globo:
Novas gravações feitas pela Polícia Federal com autorização judicial colocam ainda mais dúvidas sobre a transação envolvendo a casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Segundo conversas divulgadas pela própria assessoria de Perillo e exibidas pelo Jornal Nacional nesta quinta-feira, o bicheiro Carlinhos Cachoeira aparece conversando com o ex-vereador Wladmir Garcez sobre a venda e tentando cobrar mais caro do empresário Walter Paulo, que seria o comprador oficial do imóvel de Perillo.

No diálogo, Cachoeira orienta Garcez a enganar Walter Paulo. Na frente do empresário, o ex-vereador deveria simular um telefonema, fingindo que está conversando com Lúcio Fiúza, assessor de Perillo. A assessoria do governador sustenta que as novas conversas atestariam que Cachoeira e Garcez usaram inadivertidamente o nome de Perillo e um assesssor dele.

Fiúza participou da negociação da venda da casa de Perillo. Assinou recibos para Garcez e teria recebido das mãos de Walter Paulo R$ 1,4 milhão pela venda da casa. Mas Perillo, na verdade, recebeu o pagamento em três cheques que Garcez recebeu de pessoas ligadas a Cachoeira. O governador alega que não sabia de quem eram os cheques. “Você vai falar: ‘Ó, Seu Lúcio, tô aqui com…’ O governador não tá aí, né? ‘Tô aqui com o professor Walter, tô fechando com ele aqui, ele ofereceu tanto’”, diz Cachoeira, na gravação.

Uma hora depois, Wladmir diz a Cachoeira que conversou com Walter Paulo. Os dois discutem valores para a transação imobiliária. A cifra é maior do que os R$ 1,4 milhão oficialmente registrados na escritura. “Carlinhos, ele mandou, deixar eu ver aqui… Foi R$ 1.500 (milhão) em dinheiro e R$ 500 mil em gado, sabe? Mas aí eu vou conversar pessoalmente com o doutor Lúcio, que esse trem por telefone é ruim demais”, diz Garcez.

“Independentemente desta gravação, a versão correta dos fatos é a apresentada pelo governador desde sua primeira entrevista. Os depoimentos à CPMI e as gravações até agora divulgadas sempre corroboraram tudo o que foi dito pelo governador Marconi Perillo. Ele vendeu um imóvel de sua propriedade pelo valor de mercado, depositou os cheques da venda em sua conta corrente, escriturou o imóvel pelo valor da transação e declarou tudo à Receita Federal. Portanto, nenhum ato ilegal foi praticado pelo governador”, diz nota divulgada pela assessoria de Perillo.

A conversa entre Cachoeira e Garcez foi captada pela PF em julho do ano passado, ou seja, depois da data em que Perillo informou ter recebeido os três cheques: abril, maio e junho. Em nota, a assessoria diz que o bicheiro e o ex-vereador é que podem explicar isso e que o governador não se responsabiliza por conversas de terceiros.

Na nota, a assessoria reitera ainda a versão do governador, de que ele “jamais teve conhecimento de que Cachoeira teria participado do negócio”. Também diz que “as gravações mostram claramente que o grupo agia sem o conhecimento dele”.

A gravação também apresenta uma versão diferente à dada por Walter Paulo na terça-feira em depoimento à CPMI. Na ocasião o empresário afirmou que ofereceu R$ 1,4 milhão pela casa, um preço que ele considerou bom, além de uma comissão de R$ 100 mil a Garcez. Na conversa com Cachoeira, Garcez fala em R$ 1,5 milhão em dinheiro e R$ 500 mil em gado. Na próxima semana, o governador será interrogado pela CPI e a venda da casa deve ser um dos principais temas.

Por Reinaldo Azevedo

 

08/06/2012 às 4:14

Bolsa-Juro do BNDES custou aos brasileiros R$ 28 bilhões em três anos

Por Lorenna Rodrigues, na Folha:
A estratégia adotada pelo governo para reforçar os cofres do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e dar impulso aos investimentos custou aos contribuintes R$ 28 bilhões nos últimos três anos.O valor foi calculado pelo próprio governo e foi revelado por um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) divulgado no fim de maio. Ele representa a primeira estimativa oficial sobre os custos da acelerada expansão que o BNDES teve nos últimos anos.

Para combater os efeitos da crise financeira internacional em 2008, o governo decidiu emprestar recursos do Tesouro para o BNDES, ampliando sua capacidade de oferecer crédito barato às empresas. A operação tem um custo financeiro elevado para o Tesouro porque ele tomou o dinheiro emprestado no mercado pagando juros mais altos do que os cobrados pelo banco de fomento ao repassar esses recursos a seus clientes.

Desde a crise de 2008, o governo empresou R$ 282 bilhões para o BNDES dessa maneira. Isso multiplicou sua capacidade de financiar investimentos. No ano passado, os desembolsos do banco atingiram R$ 140 bilhões, mais do que duas vezes o valor contabilizado em 2007. O governo nunca expôs com clareza os custos dessa política e só o fez agora por determinação do TCU. O custo acumulado nos últimos três anos representa 65% do que foi gasto com o Bolsa Família no mesmo período.

Em dezembro do ano passado, o Tesouro pagava em média juros de 12,83% aos compradores dos títulos emitidos para financiar o BNDES. Ao devolver os recursos para o Tesouro, porém, o BNDES paga juros de apenas 6%. “É como se uma família sacasse no cartão de crédito, que tem juro de 8% ao mês, para investir na poupança, que rende 0,7%”, disse o economista Mansueto Almeida, que trabalha no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado à Presidência da República, mas se manifestou em caráter pessoal. Em 2012, o BNDES deverá receber novos empréstimos do Tesouro, no valor de até R$ 45 bilhões.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

08/06/2012 às 4:09

Do capítulo “A herança maldita de Haddad” - MEC atrasa R$ 11 milhões em verbas de apoio para programa de graduação

Por Paulo Saldaña, no Estadão:
Uma das iniciativas do Ministério da Educação (MEC) de fortalecimento dos cursos de graduação, o Programa de Educação Tutorial (PET) está com verbas atrasadas em todo País. Ao todo, 281 grupos estão sem receber as verbas anuais de custeio desde 2011 e nenhum dos 780 grupos recebeu em 2012 - um valor total de quase R$ 11 milhões. Professores ainda reclamam que não conseguem submeter relatórios de atividades desde 2010.

Os atrasos das verbas de custeio de 2011 atingem 36% dos grupos do PET. Esse recurso, calculado por bolsista, gira em torno de R$ 8 mil por ano por grupo. É necessário para gastos de manutenção dos estudos e pesquisas (desde manter vivos ratinhos de laboratório até a participação de alunos em congressos).

Apesar de não ser muito conhecido, o PET tem mais de 30 anos e envolve quase 10 mil alunos. São grupos de até 12 alunos por curso ou tema, coordenados por um professor tutor. Estudantes têm bolsas de R$ 360 e tutores, de R$ 1,8 mil, o que resulta em um custo anual de cerca de R$ 57 milhões. Atualmente, o PET é mais voltado para a formação cidadã e para o exercício da tríade ensino, pesquisa, extensão, mantendo um foco de melhora na graduação.

Segundo o MEC, entraves burocráticos causaram os atrasos das verbas de 2011 e deste ano. Entretanto, vários tutores dizem que não recebem a verba desde 2009. “Não recebi em 2010, 2011 nem em 2012″, afirma Maria José Martinelli Calixto, tutora do PET de Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Mato Grosso do Sul. Sem o dinheiro, alunos não puderam participar do encontro nacional do PET, previsto pelo programa.

Um grupo da Universidade de São Paulo (USP) também não recebe desde 2009. “Comprei materiais com meu dinheiro. E, sem a verba para atividades como congressos, os alunos se desmotivam e vários abandonaram o programa”, diz o professor, que pediu anonimato.

A manutenção dos alunos também é um desafio para o tutor Marcos Danhoni, do PET de Física da Universidade Estadual de Maringá (PR). “Em 2011 não recebi nada. Ainda consegui manter os bolsistas, mas teve gente que não conseguiu.” Ele é um dos que criticam os novos rumos do programa. “Mudaram o programa sem ouvir os tutores, as bases ficaram afetadas e a avaliação pluralista e interdisciplinar saiu”, afirma Danhoni.

O professor Luciano da Silva Alonso, que lidera o PET de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), reclama que o MEC exige que as verbas sejam gastas a toque de caixa. “Em setembro de 2011, recebemos a de 2010. Tivemos de finalizar o orçamento em janeiro”, diz ele. “Também não fui avaliado, trabalho às escuras. É desrespeito com recurso público, poderia acontecer de um grupo não fazer nada.”

O MEC promete pagar os atrasados neste ano, junto com os valores referentes a 2012. Cerca de 300 grupos receberão, segundo a pasta, até 30 de junho e, o restante, 480 grupos, até 30 de agosto. “Está claro para o governo que a atual sistemática de pagamento do custeio não é adequada. Melhorias precisam e estão sendo feitas”, cita nota.

Avaliação
Os tutores precisam preparar um relatório para cada ano de atividade, além do planejamento do ano seguinte. Muitos não conseguiram submeter pelo site do programa o documento de 2010. “A qualidade do programa está ligada ao fato de ele ser avaliado. É um programa rico. Por meio da avaliação vemos se as atividades estão adequadas”, diz Dante Barone, do PET de Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

08/06/2012 às 4:06

PSDB entrará na Justiça contra Lula e Eduardo Paes por crime eleitoral

Na VEJA Online:
O PSDB entrará na segunda-feira com representação no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro contra o ex-presidente Lula e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, por crime eleitoral. Segundo o deputado federal Otávio Leite, candidato do partido à prefeitura do Rio, a inauguração do primeiro trecho da Transoeste, na quarta-feira, transformou-se em “um oba-oba eleitoral financiado com dinheiro público”.

Em um discurso inflamado, Lula defendeu o voto em Eduardo Paes, que é candidato à reeleição pelo PMDB. Da cerimônia de inauguração dos 40 primeiros quilômetros do BRT (Bus Rapid Transit) Transoeste, corredor viário que ligará os bairros de Santa Cruz e Barra da Tijuca, participou também o governador Sérgio Cabral, cabo eleitoral de Lula e Dilma e artífice da primeira eleição de Paes. A obra só ficará pronta em agosto, quando Paes estará impedido pela lei eleitoral de participar de inaugurações de seu governo.  “O ex-presidente tem o direito de manifestar seu apoio a quem quiser, mas não pode fazê-lo em um palanque custeado pelo contribuinte. Isso é uma afronta à democracia”, disse Leite ao site de VEJA.

O PSDB já entrou com representação contra Eduardo Paes e a presidente Dilma Rousseff junto ao Ministério Público Eleitoral, alegando que a inauguração de um posto de saúde foi usado por Dilma para fazer campanha em favor de Paes.  Na semana passada, PPS e PSDB anunciaram outras duas representações eleitorais contra Lula, que apoiou a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo durante o Programa do Ratinho.

Pela lei, a campanha eleitoral só começa em 6 de julho, quando ficarão liberados comícios, uso de carros de som e propaganda na internet. No rádio e na televisão, a campanha só começa em agosto. Em solenidades oficiais e em prédios públicos, no entanto, a campanha é expressamente proibido. O descumprimento da lei sujeita os infratores a multas que vão de cinco mil reais a 25 mil reais - valores que, por serem irrisórios, não coíbem a campanha antecipada.

Leia ainda: Lula volta a jogar a lei eleitoral no lixo, agora no Rio

Por Reinaldo Azevedo

 

08/06/2012 às 3:01

Câmara do DF enterra CPI que investigaria governo de Agnelo

Por Erich Decat, na Folha:
Deputados do Distrito Federal enterraram anteontem a CPI local criada para apurar um suposto esquema de investigação ilegal comandado por integrantes do governo de Agnelo Queiroz (PT). Na sessão para a escolha do presidente e do relator, apenas a deputada de oposição Celina Leão (PSD) apareceu -eram necessários três parlamentares. Sem a escolha, a comissão foi extinta.

Ao ser criada no dia 17 de abril, a CPI da Arapongagem, como ficou conhecida, tinha a assinatura de 11 dos 24 deputados distritais. O objetivo era apurar as suspeitas de que policiais da Casa Militar do DF investigavam ilegalmente políticos e jornalistas.”É muito negativo, chega a ser ridículo o que aconteceu”, afirmou Leão. Segundo ela, o boicote foi orquestrado pela base aliada de Agnelo.

“O jogo foi muito pesado. Chegou-se a chamar parlamentares para dizer que iriam perder as secretarias [no governo]“, disse a deputada, que deve recorrer à Justiça para ressuscitar a investigação.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

07/06/2012 às 20:15

Antes de falar à CPI, Agnelo se livra da Delta

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
Preparando terreno para o depoimento de Agnelo Queiroz à CPI do Cachoeira, na quarta-feira, o governo do Distrito Federal anunciou o rompimento do contrato que mantém com a empresa Delta, ligada ao esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira. A companhia é uma das responsáveis pela coleta de lixo da capital federal. Só em 2012, recebeu mais de 27 milhões de reais pelo serviço.

O secretário de Transparência do governo, Carlos Higino, afirma que a decisão foi tomada após uma detalhada auditoria que detectou ilegalidades na prestação do serviço de coleta de lixo, prestado pela Delta: “Nossa auditoria constatou irregularidades na pesagem do lixo e a falta de rigor na fiscalização do governo passado, o que torna difícil descobrir onde está o erro”. O rompimento do contrato com a Delta deve estar concluído na semana que vem.

Asessores diretos de Agnelo foram flagrados em conversas telefônicas que insinuam o pagamento de propina para a manutenção do contrato com a Delta e a nomeação de um aliado da quadrilha no comando do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). O chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, e o subsecretário João Carlos Feitoza, o Zunga, foram demitidos na esteira do escândalo. Mas negam participação em um esquema de corrupção.

A decisão de romper o contrato tenta reforçar o discurso de defesa do governador. Agnelo vem alegando que o contrato com a Delta já estava em vigor quando ele assumiu o cargo e sofreu uma revisão sob seu comando. Além de problemas na execução do contrato, a companhia era questionada por ter apresentado um atestado de capacidade técnica inválido para participar da licitação que venceu em Brasília.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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