João Paulo, o Corisco, teve de se entregar!..., por REINALDO AZEVEDO
João Paulo, o Corisco, teve de se entregar!
João Paulo Cunha prometia ser o Corisco de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha:
Se entrega, Corisco!
Eu não me entrego não!
Não me entrego ao tenente.
Não me entrego ao capitão.
Eu me entrego só na morte de parabelo na mão.
Entregou-se. Renunciou ao mandato. Fez o que disse que não faria de jeito nenhum. O que o fez mudar de ideia? Dois fatores: o comando do PT, que ordenou que se entregasse, e Henrique Pizzolato.
O partido não quer deputado seu na cadeia em ano eleitoral. Qualquer solução vindoura era pior do que a renúncia: a) a cassação, a mais provável; b) e a não cassação. De resto, se Genoino, que é Genoino, renuncia, por que João Paulo, que é João Paulo, haveria de resistir?
E há o caso Henrique Pizzolato. Este senhor virou uma espécie de petismo sem máscara. Ao longo desses meses, com a ajuda de setores amigos na imprensa e até de ministros do Supremo, os petistas vinham forjando a fantasia dos heróis, não é? Até aquela fanfarronice indigna da arrecadação de dinheiro pela Internet — pobrezinhos! — tentou ser vendida como ato de resistência.
Mas aí Pizzolato é preso. Com ele, uma soma razoável de dinheiro vivo — o que nunca é problema para os petistas. Descobre-se que o homem forjava documentos em nome do irmão morto, Celso, desde 2007, ano em que a denúncia do mensalão foi aceita. Escafedeu-se. O cinismo era de tal sorte que, em 2008, ele votou duas vezes: como Celso e como Henrique: com o documento falso e com o verdadeiro. Planejava a fuga desde 2007.
Aí acabou a graça. Pizzolato veio lembrar a real natureza dos mensaleiros. Não deu mais para Corisco.
Por Reinaldo Azevedo
João Paulo Cunha renuncia ao mandato de deputado federal
Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Sim, escreverei ainda a respeito.
Condenado a nove anos e quatro meses no julgamento do mensalão, o deputado federal e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) renunciou ao mandato de parlamentar na noite desta sexta-feira, três dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado sua prisão imediata. Cunha usou a mesma estratégia dos outros três deputados condenados no mensalão e apresentou uma carta oficializando o desligamento do cargo. No texto, o parlamentar diz ter “consciência de dever cumprido” e cita o escritor cubano Leonardo Padura: “(…) pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que, quando repartidas, tornam-se sempre maiores.”
Quando surgiram as denúncias do escândalo do mensalão, em 2005, Cunha enfrentou um processo de cassação, mas os deputados contrariaram parecer do Conselho de Ética e o consideraram inocente em votação no plenário. O episódio não teve impacto nas urnas, e o petista conseguiu a reeleição em 2006 e em 2010.
Apesar do bom desempenho com o eleitorado, Cunha vivia às sombras depois da condenação no mensalão: raramente era visto nos corredores da Casa, não falava na tribuna e tampouco apresentou projetos de lei. No fim do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal já havia iniciado as prisões no julgamento do mensalão, o petista resolveu reaparecer: lançou uma revista na Câmara dos Deputados na qual se diz inocente e passou a viajar pelo país adotando discurso contra o julgamento da Suprema Corte.
O ex-presidente da Câmara se disse alvo de “tortura” depois de o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, ter entrado de férias sem assinar o mandado de prisão. Em resposta, Barbosa disse que o mensaleiro merecia o “ostracismo”.
Condenação
João Paulo Cunha foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva. Conforme denúncia do Ministério Público, ele recebeu 50.000 reais do publicitário Marcos Valério para favorecer a agência de publicidade SMP&B em um contrato na Câmara. Para a acusação, o dinheiro era propina, o que o deputado nega. Inicialmente, ele afirmou que o PT enviou recursos para que fosse paga uma fatura de TV a cabo. Em seguida, mudou a versão e disse que o dinheiro foi usado para realizar pesquisas pré-eleitorais na região de Osasco (SP).
Diante da afirmação de que Cunha não ia renunciar ao mandato, a Câmara dos Deputados agendou reunião para a próxima quarta-feira para discutir a possibilidade de abrir processo de cassação contra o ex-presidente da Casa. Um dia antes de se desligar da Câmara, o petista, que cumpre pena em regime semiaberto enquanto aguarda análise dos embargos infringentes, formalizou pedido à Vara de Execuções Penais (VEP) para exercer o mandato parlamentar durante o dia. O agora ex-deputado também quer autorização para estudar Direito em uma instituição particular de Brasília.
O novo líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), divulgou nota em nome da bancada na qual diz ter “certeza da inocência” de Cunha e que ele terá apoio “em todas as iniciativas que vier a tomar para demonstrar os equívocos, erros e omissões que permearam seu julgamento.
Por Reinaldo Azevedo
“Não vai falar de Azeredo, não?” Ora, claro que vou!
Que gente chatinha! Petralhas começaram a torrar a minha paciência: “Não vai falar de Azeredo, não?” Claro que vou! Não sei se é coisa que petralha gostará de ler. Mas vou. Reproduzo abaixo a reportagem de Laryssa Borges, publicada na VEJA.com. Só não falei até agora porque sou um só. E tenho as minhas prioridades. Considerando as quase 220 mil visitas que terei hoje, acho que os leitores têm concordado com as minhas escolhas. Mas vou, sim. Porque há duas questões interessantíssimas nesse caso, ainda inexploradas. Ficam pra depois.
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer em que defende a aplicação de pena de 22 anos de prisão para o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), apontado como principal beneficiário do valerioduto mineiro. Ele é réu pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. As alegações finais do chefe do Ministério Público farão parte da ação penal 536 e serão analisadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, para elaboração do seu voto. No parecer, Janot afirma que existe “culpabilidade extremamente elevada” por parte de Azeredo, com “consequências gravíssimas”. O procurador-geral sugere que, na definição da pena, seja aplicado agravante pelo fato de o deputado exercer função pública na época dos crimes. Ele tentava a reeleição ao governo mineiro.
Com a manifestação do Ministério Público, a defesa do parlamentar terá quinze dias para apresentar seus argumentos finais. O advogado de Azeredo, José Gerardo Grossi, negou que haja influência do julgamento do mensalão no processo do valerioduto mineiro e disse que agora tentará rebater a tese da acusação. “Não creio [em influência do mensalão]. Cada processo é um processo. Tem peculiaridades próprias”, afirmou ao site de VEJA. Em nota, a assessoria de Azeredo diz que o parlamentar é inocente e “espera que as questões sejam esclarecidas o quanto antes”.
O caso – De acordo com denúncia do Ministério Público, Azeredo, então governador de Minas Gerais, determinou que as empresas Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) repassassem valores superfaturados em supostas cotas de patrocínio de eventos esportivos. A peça de acusação registra que foram deslocados 1,5 milhão de reais de cada uma das empresas, em recursos públicos, para arcar com custos do Enduro Internacional da Independência. As cotas são muito maiores que os valores normais de patrocínio e serviriam, conforme a acusação, para que parte do dinheiro fosse desviado para a campanha e outra parcela aplicada no pagamento dos serviços criminosos do operador do esquema, Marcos Valério de Souza. Para tentar despistar os altos valores desviados, simulou-se o patrocínio de outros dois eventos, o “Iron Biker”: o desafio das montanhas e o Campeonato Mundial de Supercross. Durante o esquema, o Grupo Financeiro do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), também vinculado ao então governador Eduardo Azeredo, começou a repassar recursos públicos para cotas fictícias de patrocínio.
”Tanto o desvio de recursos públicos do estado de Minas Gerais quanto a lavagem desses capitais tiveram participação direta, efetiva, intensa e decisiva de Eduardo Brandão de Azeredo que, além de principal beneficiário dos delitos cometidos, também teve papel preponderante em sua prática”, disse Rodrigo Janot em suas alegações. “Há provas incontestáveis da participação decisiva do réu nas empreitadas criminosas e essas provas estão muito bem costuradas e concatenadas entre si a demonstrar que a participação de todos os agentes criminosos que integraram as ações não ocorreria sem que fosse observada a linha de determinação do líder do esquema criminoso”, completou ele.
Para o Ministério Público, os recursos públicos desviados da Copasa, da Comig e do Bemge, além de valores repassados de empresas privadas com interesses econômicos em Minas Gerais, como empreiteiras e bancos, foram empregados para quitar empréstimos bancários fictícios e dar ares de legitimidade à tomada do dinheiro. A simulação de empréstimos junto a instituições financeiras também foi o expediente utilizado no mensalão, cujo julgamento levou à condenação de 25 políticos e empresários, entre os quais o próprio Marcos Valério. Na triangulação do esquema do valerioduto mineiro, o valor líquido dos empréstimos, descontada a remuneração ao grupo de Marcos Valério pela lavagem de dinheiro, era repassado para a campanha eleitoral de Azeredo. Os pagamentos pelos serviços prestados por Valério foram feitos em espécie.
Uma lista elaborada por Cláudio Mourão, então responsável pelas finanças da campanha de Azeredo, registra terem sido arrecadados mais de 100 milhões de reais para o processo eleitoral na reta final do governo do tucano. Destes recursos só as empresas SMP&B e DNA, de Marcos Valério, movimentaram quase 54 milhões de reais. De acordo com a lista, Azeredo embolsou 4,5 milhões de reais para “questões pessoais” e mais de 90 milhões de reais não foram declarados à Justiça Eleitoral.
Em junho de 2011, em decisão individual, o ministro Joaquim Barbosa desmembrou o processo e devolveu para a Justiça de primeira instância de Minas Gerais a ação penal em que o publicitário Marcos Valério e outras pessoas são investigadas pelos crimes cometidos no esquema do valerioduto mineiro. Apenas o deputado Eduardo Azeredo e o senador Clésio Andrade, réu em outra ação penal sobre o mesmo episódio, continuam no STF.
(Com reportagem de Gabriel Castro)
Por Reinaldo Azevedo
Ao fazer até a dosimetria de quem não foi nem julgado, Janot está tentando agradar a quem?
Janot: sua estranha petição traz a dosimetria de quem não foi nem julgado
Falo neste blog da imprensa assediada por milícias. Na cabeça dessa pterodáctilos, o jornalismo só é sério quando dá as notícias e emite as opiniões com as quais eles concordam. Se não for assim, não vale. Compreendo. Afinal, temos aí o PT, não é? Justiça boa, para eles, é aquela que condena seus adversários. Quando pega alguém da turma, aí não serve. Aí eles acusam os juízes de parciais, de politiqueiros, de despreparados. Já houve petralhas dizendo até que Joaquim Barbosa é negro, acreditam? Pois é. Os milicianos atuam com vigor e energia no caso do mensalão mineiro.
Entre outras falácias, inventaram que o caso aconteceu primeiro, mas não foi julgado até agora porque os tucanos estão sendo protegidos. Errado. Erradíssimo. Está sendo julgado depois porque as acusações apareceram depois, e a denúncia foi oferecida depois, entenderam? Isso não dá para desenhar. Também se insiste em afirmar que o esquema de Minas é rigorosamente igual ao mensalão petista — essa turma tem esta síndrome: “Nossas sacanagens nunca são originais; aprendemos com os outros…”. Vão mais longe: desafiam os jornalistas, como se fosse preciso grande coragem para tanto, a pedir cadeia para Eduardo Azeredo, como aconteceu com Dirceu. Então vamos começar a botar alguns pingos nos is, abordando, inclusive, a estranhíssima e inusitada petição apresentada por Rodrigo Janot ao Supremo.
É a mesma coisa? Não!
Vamos lá. Se aconteceu tudo conforme a acusação em Minas, ainda assim, nesse caso, não foi mensalão mesmo, mas caixa dois de campanha com uso de dinheiro público. Todo o ardil, segundo o Ministério Público, busca financiar a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo. Isso, reitero, caso fique tudo provado. Não havia um esquema de pagamento para parlamentares; não se tratava de cooptação de uma fatia do Congresso — ou da Assembleia de Minas. Ainda que o dinheiro tenha passado pelas agências de Marcos Valério, ainda que, insisto, tudo seja conforme se acusou, trata-se de outra coisa.
“Ah, então você está dizendo que não é grave?” Uma ova! Eu só estou dizendo tratar-se de outra coisa.
Por que Azeredo sim e Lula não?
Há uma outra diferença fundamental. Azeredo está para o que se passou a chamar de “mensalão mineiro”, ainda em investigação, como Lula estava para o mensalão petista. Refiro-me a seus respectivos lugares. A mesmíssima posição. Cabe perguntar: por que o agora deputado mineiro é réu nesse processo, e Lula não se tornou réu naquele? Deem uma única e sólida razão.
“Ah, por que não havia provas contra Lula”, responderá alguém. Pois é… E quais são as provas contra Azeredo, as evidências de que sabia de tudo, de que estava no controle? Nenhuma. Há, sim, um troço que foi anexado ao inquérito como prova: a suposta assinatura de Azeredo num recibo de caixa dois ou algo assim. As evidências de que essa assinatura é falsa são gritantes. De resto, é preciso decidir se acham o ex-governador muito esperto ou muito burro para assinar esse tipo de recibo.
A estranha petição de Janot
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, enviou uma estranha petição ao Supremo. Não se limitou a, vá lá, pedir a prisão de Azeredo, o que é estranho porque o julgamento está para começar. Mas não se contentou com isso: ele também resolveu fazer a dosimetria, estipulando o tempo de cadeia — nada menos de 22 anos — e o valor da multa a ser paga.
Ou por outra: Janot investigou, ofereceu a denúncia, condenou e já está na fase da dosimetria da pena. Se tudo sair como ele quer, espero que não se ofereça para ser o carcereiro. Ora, é um homem inteligente o bastante para saber que, obviamente, esse é o tipo de coisa que rende manchete, estardalhaço, títulos garrafais, mas que não têm, em si, a menor importância. Sair-se com um negócio como esse antes mesmo de o relator no Supremo se pronunciar fica parecendo, assim, uma espécie de prestação de serviço.
Bem, o assunto vai render muito ainda. Mas os petralhas que resolveram encher o saco poderiam tentar responder: por que Azeredo é réu, e Lula não? De resto, tendo havido os crimes, vale o óbvio: punição a quem deve, um princípio que essa gente estranha. Podem patrulhar à vontade. Escrevo o que quero, não o que querem que eu escreva. Não dependo da boa vontade de quem me detesta para dizer o que penso. Vão patrulhar a vovozinha!
Por Reinaldo Azevedo
PT decide atacar a honra pessoal de Ramona, a médica cubana, acusando-a até de querer… namorar!!! É asqueroso!
José Geraldo: a cara do preconceito e da misoginia
O PT combate a homofobia, certo? Depende! Na disputa municipal de 2008, Marta Suplicy perguntou se um adversário era casado e tinha filhos. Assim, se for para vencer uma eleição, o PT pode ser homofóbico. A homofobia petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.
O PT defende os direitos das mulheres, certo? Depende! Se for para sair de uma enrascada, o partido para tratá-las como lixo. A misoginia petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.
O PT defende a liberdade sexual, certo, especialmente a das mulheres? Depende. Se for para defender a sua turma, o pode chamá-las de devassas. O moralismo rombudo petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.
O PT combate o racismo, certo? Depende. Se for para proteger os seus condenados, pode espalhar por aí que Joaquim Barbosa é um negro ingrato e traidor. O racismo petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.
Nesta quinta, teve lugar na Câmara dos Deputados uma cena asquerosa, de uma vileza espantosa. O deputado José Geraldo (PT-PA) foi à tribuna para atacar a reputação da médica cubana Ramona Rodriguez, que desertou do programa “Mais Médicos”. O sujeito não se contentou em ataca-la profissionalmente, em desmoralizá-la tecnicamente, em dispensar-lhe o tratamento de objeto, que se joga de um lado para outro, como coisa. Eles fez chegar aos jornalistas uma carta que acusa a médica de, digamos, tendente à devassidão. Reproduzo o trecho de seu discurso que se refere a Ramona, extraído das notas taquigráficas. Volto depois. Segurem o estômago. Segue em vermelho, conforme o original.
Para terminar, eu quero dizer aos Deputados da oposição, Sr. Presidente, ao Mais Médicos, que podem levar a médica Ramona lá para o Goiás, para o Rio Grande do Sul; paguem um salário para ela, porque o Município do Pacajá não quer essa médica lá. Essa médica foi vista várias vezes totalmente embriagada, a ponto de que nem seus colegas cubanos querem ela mais lá. Eu estou falando porque é o Município de atuação parlamentar deste Deputado. São cinco médicos — três médicas e dois médicos —, e ela não se enquadra. A população quer médicos equilibrados. Infelizmente, numa leva de 10, 13, 15 mil médicos, aparece um ou outro que não tem como prestar um bom serviço à população.
E estou aqui com uma nota do Presidente do Conselho de Saúde do Município do Pacajá, esclarecendo que esta médica não faz falta nenhuma lá naquela cidade; muito pelo contrário, ela não era mais aceita nem pelos seus colegas, que vieram de Cuba.
Então, os Deputados de oposição, que a receberam em seu apartamento aqui em Brasília, podem fazer uma vaquinha, pagar um salário para ela, e podem levá-la para onde quiser, porque lá no Município do Pacajá nem o Prefeito nem Vereadores nem os seus colegas querem ela mais lá. É bom que ela volte para o seu país de origem, porque ela não tem condições prestar serviço médico aqui no Brasil.
Era esse esclarecimento. Estou aqui com a nota que o Presidente do Conselho Municipal de Saúde do Município do Pacajá me mandou, esclarecendo sobre o comportamento dessa médica, nos poucos dias que ela ficou no Município.
Retomo
E José Geraldo teve a indignidade de distribuir a tal carta da Presidente do Conselho de Saúde do Município de Pacajá, cujo prefeito é do PSB. Na carta, lê-se o seguinte (conforme o original):
“Ao chegar em Pacajá a Drª Ramona fez amizade com um comerciante local passando a frequentar a casa do mesmo, e por várias vezes ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica ficando visivelmente embriagada. Recentemente ao retornar à noite para casa onde se hospeda, trouxe consigo um homem estranho, no intuito de levá-lo aos seus aposentos e foi impedida pelas colegas que não concordaram com a presença do estranho por ser essa uma conduta proibida pelas regras de convivência da casa. Tal fato arruinou de vez a convivência da Drª Ramona com suas colegas de trabalho chegado a se indispor com enfermeiros e demais funcionários do hospital onde trabalhava”.
Assassinato de reputação
Eis aí. Essa é uma prática corrente das tiranias, especialmente das comunistas. Aquele que incomoda ou que dissente é tratado como louco, como bêbado ou como devasso. Aliás, a carta da tal presidente do Conselho deixa claro em que condições moram os cubanos: em espécie de alojamentos, submetidos a regras coletivas. As pessoas estão impedidas de levar uma vida normal. E nem seria possível, já que ganham um salário de fome. Releiam o trecho. Ainda que o que vai acima fosse verdade, do que a médica estaria sendo acusada: de fazer sexo?
Se Ramona tivesse ficado quieta, de boca fechada, então não seria bêbada, relapsa ou devassa. Em outras circunstâncias, ONGs que defendem os direitos das mulheres sairiam em defesa da cubana. Desta feita, como vocês verão, não vai acontecer nada. A ministra Eleonora Menicucci, das Mulheres, também vai se calar. E não se deve esperar que Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, proteste.
Ora, como esquecer os espetáculos grotescos que esquerdistas protagonizaram no Brasil por ocasião da visita de Yoani Sánchez? Uma blogueira dissidente, que enfrenta uma ditadura, foi perseguida por uma malta em nosso país, e o Parlamento brasileiro abrigou discursos de pterodáctilos contra a sua presença. Ela não conseguiu participar de debates porque os vândalos não permitiam.
É nojento o que fez este deputado Zé Geraldo . Se as chamadas feministas do PT tiverem um mínimo de vergonha na cara, vão protestar com veemência contra a baixaria. Mas não farão isso.
O PT pode ser homofóbico se precisar.
O PT pode ser machista se precisar.
O PT pode ser misógino se precisar.
O PT pode ser até racista se precisar.
Por Reinaldo Azevedo
A “Opas” é um braço do governo cubano e atua como “gato” que agencia mão de obra escrava
Chioro, da Saúde: o tom — da fala! — é elevado, mas não o do pensamento
Sugiro que vocês prestem atenção ao tom, ao ritmo e à altura da fala do novo ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ele está sempre a um passo do discurso. Fala mais alto do que deve, caprichando nos agudos, escandindo sílabas, com uma inflexão sempre professoral, tudo muito típico de quem sabe o que é melhor para nós, embora nós mesmos possamos ainda não ter descoberto. Nesta quarta, em razão da deserção de uma médica cubana, ele saiu em defesa das relações de trabalho que os escravos vindos da ilha de Fidel mantêm com o Brasil.
Escondeu-se, claro, na tal Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), que é um órgão ligado à OMS (Organização Mundial de Saúde). Ora… Há muito tempo a Opas não passa, na prática, de um aparelho do regime cubano — e todo mundo sabe disso, muito especialmente o governo brasileiro. Segundo Chioro, sempre lá nas alturas, com a voz meio esganiçada, contratos como os feitos com o Brasil são celebrados com 60 países.
E daí? Ainda que fosse com 120! Isso não torna moral e muito legal — segundo a legislação brasileira — esse tipo de contrato.
Engraçado, não? Lembro aos leitores que o Ministério Público do Trabalho costuma enroscar até com a espessura dos colchões em alojamentos de trabalhadores. Se um sujeito é contratado para jardineiro numa fazenda, não pode tirar leite de uma vaca sem que isso seja considerado uma agressão a seus direitos. Há centenas de exigências que têm de ser cumpridas, ou lá vai uma autuação. E com os cubanos?
Em que eles são diferentes daqueles infelizes que são agenciados por “gatos” nos cafundós do Brasil? Aliás, é disto que se trata: a Opas é o “gato” dos semiescravos cubanos.
Chioro pode falar ainda mais alto, esganiçar ainda mais a voz e escandir ainda mais as sílabas, e não vai conseguir mudar a realidade: o Brasil passou a explorar mão de obra análoga à escravidão. Sob o silêncio cúmplice, até agora, do Ministério Público do Trabalho.
Por Reinaldo Azevedo
Médica cubana cobra R$ 36 mil do governo brasileiro
Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
A médica cubana Ramona Matos Rodríguez quer que o governo brasileiro lhe pague pelo menos 36.000 reais. O dinheiro, segundo ela, refere-se à diferença entre o salário que recebia e o ofertado aos demais participantes do programa Mais Médicos. Enquanto Ramona tem remuneração mensal de 400 dólares – cerca de 1.000 reais -, os demais participantes do programa federal recebem 10.000 reais mensais.
Responsável por denunciar o caso, o partido Democratas prepara duas ações para ingressar na Justiça do Trabalho do Pará. A primeira será uma ação trabalhista que pedirá o ressarcimento referente aos quatro meses de trabalho, de outubro a fevereiro. Ramona ganha apenas 10% do prometido pelo programa federal, que visa superar o déficit de médicos levando profissionais – brasileiros e estrangeiros – aos rincões do país.
A segunda ação será por danos morais, já que a cubana alegou ter se sentido enganada pelo governo brasileiro. O requerimento tentará ainda que Romana receba, de forma retroativa, o valor que seria pago em encargos trabalhistas, como o 13º salário e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O programa, no entanto, não prevê tais benefícios a nenhum dos participantes. “Nós já temos conhecimento de que vários cubanos que estão refugiados em Miami entraram com esse processo na Corte Internacional e tiveram decisão favorável. Então, sem dúvida alguma, o Brasil também vai ter de responder a essa ação a todos os cubanos que se encontram no país”, disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
O DEM vai pedir ainda que a Procuradoria-Geral do Trabalho solicite indenização coletiva a todos os cubanos, sob o argumento de que o governo dos irmãos Castro “não pode dar ordens sobre a legislação brasileira”. “Eles não podem impor um regime ditatorial num país democrático”, afirmou Caiado. Atualmente mais de 7.000 médicos cubanos estão atuando no Brasil.
Ramona deixou a cidade de Pacajá, no Pará, no último sábado, e buscou abrigo no gabinete da liderança do DEM, onde dormiu por uma noite. Nesta quarta-feira foi protocolado o pedido de refúgio, o que lhe garante liberdade para transitar pelo país até que o caso seja julgado, e a cubana deixou a Câmara dos Deputados. Ela está hospedada na casa do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). De acordo com Ramona, ela estaria sendo seguida pela Polícia Federal. O governo brasileiro nega.
Convite de emprego
A Associação Médica Brasileira (AMB) ofereceu um emprego para Ramona no escritório da entidade de Brasília. Ela trabalharia na parte administrativa da entidade. De acordo com o presidente Florentino Cardoso, essa seria uma forma de ajudar seu sustento no país até que consiga a aprovação no Revalida – exame que permite aos estrangeiros atuarem no país. Os médicos que vêm ao país para trabalhar no Mais Médicos não podem atuar fora do programa.
O salário ainda não está definido. “Com certeza será mais que os 400 dólares que ela recebe”, diz o presidente da AMB, que promete ainda conceder à cubana todos os direitos trabalhistas. “Nós queremos mostrar que os médicos brasileiros não têm nada contra os estrangeiros. Só queremos que sigam as nossas leis”, disse Cardoso.
Por Reinaldo Azevedo
Médicos cubanos – Cadê o Ministério Público do Trabalho? Por que o silêncio? Ajudo os doutores a pensar caso estejam com dificuldade
Cadê o Ministério Público do Trabalho no caso dos médicos cubanos? Segundo consta, os doutores que compõem o órgão ainda estão avaliando as relações de trabalho dos médicos cubanos com o governo brasileiro. Como é??? Ainda estão avaliando? Qual é a dúvida?
Eu ajudo, então, os preclaros a pensar. E se os usineiros decidirem, digamos, importar mão de obra de qualquer país estrangeiro nessas condições? E se, sei lá, o setor de construção civil — que tem alguma dificuldade com a especialização da mão de obra de nível médio — fizesse o mesmo? Sim, eu sei, do ponto de vista burocrático, dificilmente conseguiriam. Eu não estou debatendo burocracia, mas moralidade.
Pergunto aos senhores do Ministério Público do Trabalho: quanto tempo vocês demorariam para considerar que usineiros e empreiteiros estariam promovendo trabalho análogo à escravidão? Afinal, vocês jamais aceitariam que:
a: o contrato de trabalho fosse celebrado com uma associação intermediária, não com os trabalhadores;
b: que o trabalhador recebesse menos de 25% do seu real salário;
c: que os verdadeiros chefes desses trabalhadores fossem agentes de um governo estrangeiro;
d: que eles estivessem impedidos de se desvincular do emprego sob pena de retorno imediato a seu país de origem;
e: que fossem impedidos de participar de sindicatos e associações de classe.
Ora, meus caros! Por que o governo pode promover aquilo que jamais seria permitido ao setor privado? É um absurdo que esse negócio ainda esteja em curso.
Por que esse manto de silêncio? Acho que o nome disso é ideologia, não é? Alimenta-se uma ditadura asquerosa com o rendimento da carne humana, também no suposto benefício dos pobres brasileiros. Com a devida vênia, o conjunto da obra é nojento!
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Ministério Público do Trabalho, Programa Mais Médicos
Ministério Público do Trabalho acorda: relação do governo com médicos cubanos é ilegal: viola leis nacionais e um código internacional
Até que enfim. Parece que o Ministério Público do Trabalho resolveu acordar para a realidade, embora eu ainda precise ver para crer. Segundo informa reportagem de Evandro Éboli, no Globo Online, o órgão decidiu atuar no caso dos médicos cubanos e cobrar que o governo mude a relação de trabalho com eles.
Segundo o procurador Sebastião Caixeta disse ao Globo, a médica cubana Ramona Rodríguez tem razão ao cobrar que o governo lhe pague integralmente o salário destinado a cada participante do programa: R$ 10 mil mensais. Como sabemos, Cuba repassa aos profissionais no Brasil apenas US$ 400 — menos de R$ 1 mil. Ela decidiu recorrer à Justiça para receber R$ 36 mil pelo trabalho feito até agora.
Ramona trouxe a público o contrato de trabalho, que ninguém conhecia. Segundo o procurador, está claro que, à diferença do que sustentava o governo, não se trata de uma bolsa semelhante a um curso de pós-graduação ou especialização. O contrato caracteriza o que ele chamou de “vínculo laboral”, de trabalho mesmo. E há uma legislação específica para isso.
Acreditem, leitores! O próprio Ministério Público do Trabalho não tinha acesso aos contratos, que eram celebrados com a tal Organização Pan-Americana de Saúde, a Opas, que é um braço do regime cubano. A entidade alegava confidencialidade para não tornar público o documento. Vejam a picaretagem: confidencialidade num assunto que envolve dinheiro público — muitos milhões.
Está caracterizado que o governo fraudou os fatos para implementar o programa. Afirma o procurador Caixeta: “Estamos concluindo que há, de fato, problemas no programa Mais Médicos. Há um desvirtuamento na relação de trabalho dos profissionais. Todos foram recrutados para o que seria um curso de pós-graduação e especialização nas modalidades ensino, pesquisa e extensão. E não é isso que nós vimos. Há uma relação de trabalho e o que eles recebem é salário e não uma bolsa”.
Ok, é bom que o Ministério Público do Trabalho o reconheça, mas a gente sabe disso faz tempo. O procurador deixa claro com todas as letras: o regime de trabalho em curso é ilegal. Reproduzo de novo sua fala:
“Mesmo [os cubanos] recebendo entre 25% a 40% [do salário], já seria uma distorção, uma discriminação que não é aceita pelo ordenamento jurídico nacional. E nem pela Constituição e tratados internacionais. O contrato que veio à tona com a Ramona expôs a situação com mais clareza. Efetivamente, o tratamento que os cubanos estão recebendo viola o Código de Práticas para Recrutamento Internacional de Profissionais de Saúde, que é da OMS (Organização Mundial da Saúde). Um documento que o governo invocou quando lhe interessou. O tratamento igualitário deixou de ser aplicado.”
Ou seja, nessa questão, temos um governo fora da lei. O que se espera agora é que o Ministério Público do Trabalho seja tão severo com o governo federal como costuma ser com as empresas do setor privado.
Por Reinaldo Azevedo
Mais Médicos — Não custa lembrar: titular da AGU ameaçou com extradição cubanos que desertassem. Ou: As negativas de Cardozo
José Eduardo Cardozo nega que a Polícia Federal esteja monitorando a médica cubana que desertou do programa “Mais Médicos”. Tomara que seja verdade. Os petistas certamente acham que tenho muitos defeitos — numa coisa ou outra, talvez tenham razão. Quem sou eu para negar? Mas aquilo de que menos gostam em mim é a memória — que, sei lá, acho uma qualidade. E, agora, eu tenho de voltar ao dia 26 de agosto do ano passado.
Luís Inácio Adams, advogado-geral da União, numa curta entrevista, protagonizou uma das cenas mais infames dos quase 12 anos de governo petista. Eu mal podia acreditar no que via e ouvia. Com os meridianos da hombridade ajustados, ele não teria falado o que falou. Depois de tê-lo feito, ainda que combalida, a hombridade remanescente deveria tê-lo levado a se demitir. Por quê?
Por ocasião da chegada dos médicos cubanos, os jornalistas dirigiram a Adams uma questão absolutamente pertinente: qual será a reação do governo brasileiro caso médicos cubanos peçam asilo ao governo brasileiro? Respondeu a excelência: “Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão. Provavelmente seriam devolvidos.” E ele foi adiante, tentando explicar: “Todos os tratados, quando se trata de asilo, [consideram] situações que configurem ameaça por razões de ordem políticas, de crença religiosa ou outra razão. É nesses condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”.
Entenderam por que a médica cubana Ramona Matos Rodríguez está com medo? Sim, meus caros, é preciso considerar as condições em que estes pobres-coitados vêm trabalhar no Brasil, inclusive com agressão explícita à nossa soberania.
Eles estão impedidos de construir uma carreira no Brasil porque suas famílias ficaram em Cuba, e o visto provisório não lhes dá o direito de exercer outra atividade que não aquela do “contrato”. A informação que lhes foi passada é que era inútil tentar desertar ou seriam “devolvidos”, como ameaçou Adams.
Atenção! Mesmo no Brasil, os médicos cubanos estão submetidos às ordens do regime comunista, uma vez que estão sob a tutela de agentes cubanos, que são seus verdadeiros chefes. Melhor ainda: obrigados a ser comunistas, eles não reivindicarão nada. Ficarão longe de qualquer associação ou órgão de classe.
É importante lembrar: quem decide quando é chegada a hora de substituir um médico não são as autoridades brasileiras da saúde, mas os cubanos que chefiam a equipe. Se, por qualquer razão, decidirem “devolver” um médico e importar outro, isso é lá com eles. O Brasil não interfere. E vocês já sabem como funciona o esquema de remuneração. No governo, fala-se em chegar a até 10 mil cubanos, o que poderia render à ilha comunista, nos valores de hoje, líquidos, depois do pagamento miserável feito aos médicos, R$ 75,8 milhões por mês — R$ 909,6 milhões num ano. No comunismo, a carne humana sempre foi muito valorizada.
Esforço-me para acreditar em José Eduardo Cardozo, embora tenha de ser honesto e confessar que tenho alguma dificuldade. Até porque não custa lembrar que raramente o governo mentiu tanto sobre um programa como nesse caso. O Planalto chegou praticamente a descartar a vinda dos cubanos no começo de julho. Pouco mais de um mês depois, anunciou-se a vinda dos cubanos e se descobriu que as negociações estavam em curso havia um ano e meio.
Por Reinaldo Azevedo
Raios, raios duplos! Raios triplos! Ou: Deus nos livre dos ventos, dos raios e até das chuvas, apesar da seca!!!
Que pitoresco! Mais uma vez, o Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, aventa a hipótese de que o apagão havido no Brasil pode ter decorrido de um raio. Hermes Chipp, diretor do órgão, afirmou que tudo pode ter sido provocado por uma “descarga atmosférica”, também conhecida, leitor, por um apelido: raio. Disse ele: “É uma das hipóteses. Temos de verificar com os institutos especializados se havia descargas no momento. Eles têm como identificar isso”. O ONS, no entanto, pediu 15 dias para explicar os verdadeiros motivos. É mesmo, é? Quer dizer que o Brasil pode, a depender do caso, parar sem que se conheçam os motivos antes de duas semanas.
Num outro apagão, de 2012, Chipp aventou a mesma hipótese. A presidente Dilma afirmou então: “No dia em que falarem para vocês que foi raio, gargalhem”.
Eu gargalho. Gargalhei muito com a explicação dada para o mega-apagão de 10 de novembro de 2009, que deixou às escuras o Sudeste do país e parte considerável do Nordeste. Uma autoridade do governo veio a público para dizer o seguinte, 21 horas depois do apagão:
“O sistema foi submetido a uma forte, a uma situação muito forte, baseada numa alteração com vendaval, chuva e raios, e que isso teria tirado o sistema, teria desligado o sistema. Ao se proteger, ele desligou”.
De quem são essas palavras? Como se pode ver no vídeo abaixo, da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Desde 2003 — e estamos em 2014 — Dilma é a Senhora dos Anéis do setor elétrico: primeiro como ministra das Minas e Energia, depois como chefe da Casa Civil e do PAC e, já há mais de três anos, como presidente da República. Ou alguém acha que é o ministro Edson Lobão quem manda no setor? Hoje, ele só sabe distinguir uma tomada de um focinho de porco porque o Brasil inventou aquela estrovenga que só é vendida por aqui. Como já se disse, se algo só existe no Brasil, ou é jabuticaba ou é besteira. Vejam o vídeo. Volto em seguida.
No vídeo, a gente nota que Dilma está brava com os jornalistas, esse bando de curiosos que sempre querem saber a razão das coisas. Ela dá um pito em todo mundo. Na quarta à noite, a gente viu a imagem dela no Jornal Nacional, convenientemente perto de um janelão, falando ao telefone e dando um bafão em alguém. Logo se concluiu que estava furiosa com o apagão. Dilma não precisa procurar muito para chegar à pessoa que manda no setor, não é mesmo?
A agora presidente sempre foi muito competente para criar a fama de que é… competente. Não sei, não… A estiagem prolongada levou ao apagão de 2001, no governo FHC. Treze anos depois, a falta de chuvas volta a rondar o setor elétrico, por mais que se tente tapar o sol, e põe sol nisso!, com a peneira. E cumpre notar uma coisa, caros leitores: o Brasil cresce a menos de 2%. Nesse particular, ainda bem que Guido Mantega erra sempre as previsões. Estivesse crescendo a 5%, 6%, como seria o desejável, o sistema já teria dado pau faz tempo. Ou por outra: o sistema elétrico deste país tropical não conseguiria conciliar calor excessivo com crescimento robusto da economia. Mas eles são competentes, tá?
Por Reinaldo Azevedo
Tags: apagão, energia elétrica, Governo Dilma
O ar condicionado do metrô e a geração espontânea de energia elétrica. Ou: Que tal morrer torrado?
Uma porta de um trem do metrô emperrou. Acontece? Acontece. A solução poderia ter sido rápida? Poderia. Não foi. As portas de emergência de sete trens foram acionadas em sequência, quase ao mesmo tempo. Passageiros decidiram andar pelas linhas e túneis.
O que a empresa tem de fazer? Tem de desligar a corrente elétrica. Se não faz isso, centenas, milhares, sei lá, podem morrer eletrocutados. Ao se cortar a energia, o ar-condicionado para de funcionar. Aí o calor nos trens lotados se torna insuportável.
Sim, é preciso ouvir as reclamações dos usuários etc. e tal. Mas dar curso à suposição de que a falta de ar condicionado é uma espécie de maldade adicional com o povo, aí já é demais.
Acho que se trata de uma questão de serviço público informar aos senhores usuários que, sempre que pessoas decidirem abrir a porta do metrô e andar nos trilhos, será preciso desligar a energia elétrica, e o ar-condicionado vai parar.
Há, claro, uma alternativa: advertir que a corrente não será interrompida em nenhuma hipótese. Quem quiser correr o risco de morrer torrado que se aventure. Não parece ser a melhor saída.
Encerro
Os indícios de sabotagem são muitos — do acionamento quase simultâneo das portas de emergência ao incitamento ao quebra-quebra. Os vândalos, a esta altura, estão comemorando.
Por Reinaldo Azevedo
A impressionante irresponsabilidade de Alexandre Padilha ao tratar de segurança pública em SP. Ou: Então tá! Vamos ver o que o PT produz em matéria de cadáveres
Alexandre Padilha (foto), que acabou de deixar o Ministério da Saúde para assumir a condição de pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, concedeu uma entrevista realmente impressionante a Valdo Cruz e Johanna Nublat, da Folha. É impressionante porque, sei lá, de boa-fé, a gente acredita que há um limite para a irresponsabilidade e para a má-fé. Com alguma frequência, isso é um engano.
Na semana em que um dos filhos do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi vítima de uma tentativa de assalto ou, sabe-se lá, de sequestro, Padilha aproveita para fustigar a área de segurança pública de São Paulo com um discurso sem números, que apela apenas à retórica terrorista. É de um oportunismo asqueroso. Mas esperar o quê? Essa gente já transformou o câncer em moeda eleitoral duas vezes! Infelizmente, a conversa passou longe dos dados.
O petista disse com todas as letras: “[O PCC] Foi uma criação no governo deles. Vinte anos atrás, quando assumiram o governo, não tinha PCC, agora tem. Falta coragem ao governo de São Paulo para enfrentar o que precisa ser enfrentado. Eu diria que, hoje, a bateria do PSDB de São Paulo acabou.”
Estupefaciente! Ora, vimos há alguns dias o horror em que se transformou o Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, estado em que o PT elegeu o vice-governador. O sistema penitenciário desse estado abrigava, em 2012, apenas 4.241 presos. Mesmo assim, é dominado por duas facções criminosas. As decapitações decorrem das disputas entre elas. Em São Paulo, havia em 2012 190.828 presos só no sistema penitenciário. Sem contar as cadeias.
Facções também estão presentes no Rio. Aliás, lá é que teve início o partido de bandidos, quando criminosos de esquerda se juntaram com criminosos comuns, nos anos 1970. E o Rio, que prende muito menos do que São Paulo, tinha apenas 30.906 presos nas penitenciárias em 2012 — 160 mil a menos. As facções, como sabem as UPPs, atacam dentro e fora dos presídios.
Petista tentando dar aula de segurança pública? Por que Padilha não olha para a Bahia, cujos presídios também são dominados por organizações criminosas, embora suas penitenciárias abrigassem apenas 10.251 pessoas no ano retrasado — 5,3% do que havia no sistema paulista? E o que dizer do Distrito Federal, também governado pelo PT?
O DF é mesmo semelhante a SP?
Infelizmente, numa das perguntas feitas a Padilha, afirma-se: “São Paulo enfrenta um problema na segurança, mas o Distrito Federal, governado pelo PT, tem situação semelhante. Não é uma questão nacional e não há omissão do governo federal em atuar com os Estados?”
Epa! O Distrito Federal tem situação semelhante à de São Paulo? Não terá nem nos próximos 10 anos — ou mais. Em 2012, houve 32,1 Crimes Violentos Letais Intencionais por 100 mil habitantes no DF, o que inclui homicídios dolosos e latrocínios; em São Paulo, foram 12,4 — em 2013, deve ter caído. A do DF é 159% maior. E no caso dos latrocínios? 1,8 por 100 mil no DF, contra 0,8 em São Paulo. De novo, a capital administrada pelo partido de Padilha vence: 125%. Que história é essa de “situação semelhante”. Haverá semelhança quando os índices de homicídios do DF caírem 61%, e os de latrocínios, 55%.
Padilha deu outra resposta não menos espantosa:
“São Paulo tem um potencial que não pode ser comparado com nenhum outro Estado. Pelo seu potencial, tem de se comparar com as melhores práticas internacionais, inclusive na área de segurança. Além disso, o governo federal sempre deu demonstrações de oferecer cooperação com o Estado de São Paulo.”
Cooperação? Qual? Quando a Secretaria de Segurança Pública enviou ao Ministério da Justiça um pedido de auxílio para reequipar a PM, ouviu do senhor José Eduardo Cardozo, ministro, que o governo federal não era a Casa da Moeda.
Vejam o que aconteceu com a taxa e com o número de homicídios em São Paulo em 13 anos. Os dados de 2013 ainda não estão aí. São menores. Não há estado com essa performance, e, provavelmente, é hoje a unidade da federação com a menor taxa.
Mas não vamos ficar só no Distrito Federal. E se formos para a Bahia petista, de Jaques Wagner? 40,7 assassinatos por 100 mil — 228% a mais. E se nos fixarmos no pequenino Sergipe, governado pelo PT desde 2007? A taxa de latrocínios é 112,5% maior do que a paulista; a de assassinatos, 222,5%.
E é Padilha, um dos homens fortes do PT, a dar aula de segurança pública a São Paulo? Mais uma vez, ele repetiu a ladainha de que se trata do estado mais rico da federação. É claro que é. Mas também é o mais populoso. De todo modo, mais números. Sabem quanto o Brasil gastou com policiamento em 2012? Com exatidão: R$ 17.557.948.076,05. Desse total, São Paulo desembolsou R$ 7.291.669.213,27. Ou seja: 41% — embora o estado tenha apenas 22% da população. Em 2011, então, respondeu por 55,3% do total.
Alexandre Padilha está chutando. Eu estou lidando com dados, com números, que são endossados pelo próprio governo federal. Todos esses números que cito pertencem ao Anuário Brasileiro de Segurança Pública e está à disposição aqui. Baixe a versão em PDF que facilita a leitura.
O sr. Alexandre Padilha não deveria brincar assim com coisa séria. Se o Brasil tivesse a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes que há em São Paulo, 30 mil vidas se salvariam todos os anos. Infelizmente, a eficiência do PT em segurança pública se mede em cadáveres.
Um outra resposta de Padilha chega a quase comover pela arte do ludíbrio. Leiam:
O sr. deve fechar a meta de 13 mil médicos [para o Mais Médicos] com cerca de 75% deles sendo cubanos. Por que vocês não foram mais transparentes e reconheceram que o convênio com Cuba seria a alternativa, sabendo que os médicos brasileiros não iriam se inscrever?
Primeiro porque não tenho bola de cristal. Tenho capacidade de planejamento, de visão de futuro, era um problema que a gente apontava havia muito tempo. Muita gente dizia que os prefeitos não iam aderir ao programa, mas superou a expectativa. Segundo, acreditamos que a forma como foi divulgado, convocado, chamado, era importante para não desestimular a participação dos médicos brasileiros.
Errado!
Em agosto do ano passado, numa entrevista ao programa “Entre Aspas”, Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, confessou:
“Esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio. Boa parte desses cubanos já trabalharam em países de língua portuguesa, não têm dificuldade com a língua. E, ao longo desse um ano e meio, eles vêm tendo conhecimento sobre o sistema de saúde no Brasil, doenças que existem aqui e não existem lá…”
Médicos cubanos confessaram depois que já estavam em treinamento quando nem se falava ainda do programa por aqui. Portanto, a resposta do ministro é o que se chama o oposto da verdade…
Vamos ver o que o futuro reserva a São Paulo. A gente já sabe o que o PT fez com a segurança pública na Bahia, no Distrito Federal ou em Sergipe. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro entra no quarto ano de governo com a Polícia Militar mais mal paga do país: R$ 1.375,71 contra R$ 3.023,29 em São Paulo.
Eis aí o que dizem eles e o que realmente são.
Por Reinaldo Azevedo
O gabinete do Doutor Callegari, sob ordens de Haddad, descobriu que pobre faz mau uso das canetas, dos lápis e dos cadernos e decidiu cortá-los! É o socialismo do “Homem Novo”
Haddad na posse: com a caneta que ele está tirando do bolso, assinou a ordem para cortar canetas dos pobres. Afinal, é um instrumento que tem de estar disponível para os que sabem usá-lo com correção
Como são pitorescos os petistas!
O prefeito Fernando Haddad, o “Homem Novo”, cortou canetas, lápis e cadernos do material escolar distribuído aos estudantes da rede municipal — material que ainda não começou a chegar, é bom que fique claro, a exemplo dos uniformes, também atrasados. Havia 41 itens no kit, agora reduzidos a 22. Bem, imaginem se a decisão tivesse sido tomada por um tucano. A rede petralha na Internet já estaria acusando a Prefeitura de detestar os pobres, de discriminar os humildes e, claro!, de ser também racista, já que alguém daria um jeito de demonstrar que a maioria dos beneficiários é composta de negros e mestiços. Vocês sabem como funciona a máquina de difamação dessa gente.
Pois bem. Setores da imprensa têm alguns, como posso chamar?, “queridinhos” na gestão Haddad. Roberto Porto, secretário de Segurança, é um deles. Outro é o da Educação, Cesar Callegari — que afirmou à Folha que a Prefeitura pode repor material escolar caso o novo kit se mostre insuficiente. Certo. Ao jornal, deu ainda uma declaração, como chamarei?, estonteante. Leiam.
Entendi. A pobrada estava deitando e rolando com o farto material que lhe fornecia a Prefeitura. Depois de uma pesquisa profunda, detalhada, meticulosa, os petistas concluíram que as donas de casa estavam usando folhas de caderno para fazer lista de supermercado. Lista de supermercado???
Em que mundo vive o doutor? Ninguém mais faz isso hoje em dia. Os hipermercados estão em baixa — as grandes redes aderiram ao modelo dos mercadinhos — porque não existe mais essa história de lista. As donas de casa vão comprando as coisas aos poucos, ao longo do mês. Mas, para sabê-lo, é precis
o conhecer pobres de verdade, não aqueles que aparecem nos manuais petistas.
E parece que noto também uma certa tentação anticonsumista na medida de Callegari. Ao escrever, nesta manhã, sobre as baixarias da petezada contra a médica cubana, afirmei que o PT se mostra homofóbico, falso-moralista, misógino e racista se julgar que isso é episodicamente bom para o partido.
E, como a gente nota, sempre por bons e nobres motivos, pode ser também antipobre. O doutor Callegari acha que, se der menos cadernos, canetas e lápis para o povo, estará contribuindo para a sua educação. Caneta não é pra qualquer um; só para quem sabe usá-la.
Por Reinaldo Azevedo
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